- Mine... escrita por Miss Malfoy


Capítulo 4
Sally, mamãe, onde está você?


Notas iniciais do capítulo

Oiii povinho grego da minha vida.
Mais um capítulo pra vocês, tomara que gostem!







Boa Leitura!



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Eu pensava que talvez tudo pudesse ficar bem agora, e que quando minha mãe voltasse para casa, faria um bolo azul para todos nós.

Mas como eu nunca estou muito certo, dessa vez não foi diferente.



Quando Luke conseguiu ganhar de Thalia com um movimento completamente inesperado pela mesma, foi minha vez com Annabeth. Ela parecia confiante. Acho que pensava que seria fácil me vencer. Eu ri internamente, ia ser fácil vencê-la se estivesse assim tão confiante.

Me posicionei de frente para ela. Annie girou a espada e veio para cima de mim. Apartei seu primeiro golpe rapidamente, meu esforço era mínimo em uma batalha contra uma pessoa só. Ela tentou me atacar por baixo como se quisesse me passar uma reasteira, mas eu saltei de sua investida e passei a espada perto de seu rosto. Ela apartou o ataque e me desferiu um soco no estômago, com o qual recuei sem ao menos sentir.

Respiramos um pouco e nos fitamos. Eu sabia que na cabeça dela as estratégias passavam rapidamente, mas na minha só tinha uma coisa: Eu precisava ganhar Annabeth.

Avancei para ela mais uma vez, e então à ataquei mais uma vez por cima. Nossas espadas se chocaram com grande estrondo, aproveitando o momento de distração, meus reflexos mais rápidos, eu acertei um chute em seu estômago a fazendo cambalear para trás.

Ouvi risadas e assovios atrás de mim, e sorri junto. Aquilo ali estava muito fácil. Annie não lutava assim, será que estava...´Pegando leve? Ela levantou o rosto para mim, seus olhos cheios de ódio, eu apenas com o sorriso debochado no rosto. Foi aí que ela suavizou a expressão, e foi chegando perto de mim devagar.

Mais tinha alguma coisa... Diferente no jeito como ela andava. Parecia mais uma ninfa do bosque, balançando os quadris delicadamente. Eu fiquei paralisado com aquela cena maravilhosa que se desenrolava bem na minha frente. Ela chegou bem perto, nossos narizes estavam a centímetros um do outro fazendo com que eu literalmente entrasse em pânico. Ela sorriu enigmaticamente para mim, enquanto eu me encontrava completamente paralisado.

-Hei Pers... - ela falou, melosamente. - Sabe porque eu vou ganhar?

Meu coração estava disparado no peito.

-Po-porque? - falei, tentando não gaguejar em vão.

-Porque você é fraco.

Eu recobrei os sentidos com essa frase. Porém pela primeira vez, eu tinha acordado tarde demais. Ela chutou meu abdômen e eu caí no chão estatelado. A nossa "platéia" fez um silêncio mortal. Annabeth pôs o pé em meu peito me impedindo de me mover.

Eu apenas fiquei à olhando sem entender o que tinha acabado de acontecer. Ela tinha me seduzido! Aquilo não era permitido, tinha sido pura trapaça!

Ela se abaixou até ficar bem perto de meu rosto novamente. Sorria tão intensamente por ter me ganhado que eu até esqueci por um minuto que teria que ser seu escravo. O sorriso dela deixava qualquer um radiante.

-Não se preocupe, todos os homens são fracos. - ela disse, dando uma piscadela para mim.

Então saiu rebolando e me deixou ali jogado no chão. Eu vi ela correr até Thalia e as duas rirem abobadas. Eu levantei e dei um sorriso. Podia ter sido pior, foi o que pensei. Então avistei Lucca na platéia. Ele ria como louco e apontava para mim. Consegui destinguir as palavras 'Perdeu para uma garota' saindo de seus lábios.

Não sei porque aquilo me deixou com tanta raiva. Não devia ter despertado tal sentimento em mim, ainda mais tão intensamente. Eu semicerrei os olhos para ele, querendo poder fazê-lo explodir ali mesmo e virar pó. Como se fosse um monstro. Então, tive uma ideia que provavelmente o faria calar a boca, e me deixaria muito, mais muito feliz.

Caminhei até Annabeth com o mesmo sorriso estampado no rosto, aquele enigmático que ela tinha me lançando. E quando cheguei ao seu lado, ela sorriu.

Mas eu não queria fazê-la apenas sorrir. Enlacei sua cintura para a surpresa de todos, e percebi que os olhos estavam voltados para nós. Ela me olhou confusa. Mas eu não deixei que ela começasse a falar, pois sabia que quando estava nervosa não parava mais. Eu apenas aproximei o que faltava de nossos lábios.

Tenho que confessar que ela tinha me provocado imensamente antes. E que aquilo era a melhor coisa que eu já tinha feito na vida. Quando nossos lábios se tocaram... Eu juro que era mais intenso do que um choque elétrico. Todo o meu corpo tremeu violentamente com o toque de seus lábios. Eram... Macios. Eletrizantes. Doces. Eram capazes de fazer qualquer homem sair de si.

Não queria que aquele beijo tivesse acontecendo em um lugar tão público e de um jeito tão... Bem, nada romântico. Sempre tinha imaginado beijar Annabeth na praia ou algo do tipo, mas devo dizer que não importava. Aquela mulher me deixava louco.

Eu a soltei, os olhos ainda fechados, completamente alheio à ovação que estavamos recebendo. Ela se aproximou de meu ouvido e sussurrou me causando mais uma onda de arrepios.

-Você é meu escravo agora, lembra? Tem que fazer só o que eu mandar. A gente se vê depois.

E com isso, saiu mais uma vez remexendo os quadris seguida de uma orda de garotas, aquelas que geralmente me davam mole. O que tinha sido aquilo? Me vi rodeado de pessoas, das quais eu não fazia ideia se conhecia ou não. Eu só precisava sair dali, porque a minha temperatura tinha subido alguns graus.

Luke me pegou pelo braço e saímos dali. Ele tinha um sorriso de orelha à orelha no rosto. Eu achei que ele gostasse dela...

-Cara, podia me dar um pouquinho dessa coragem? - ele exclamou.

Eu dei uma risada nervosa. Não sabia de onde tinha vindo toda a coragem para falar a verdade.

-Se eu descobrir de onde à tirei...

Nós rimos sozinhos. Então ele ficou um tanto sério e fitou o chão.

-Você sempre gostou dela? Desde a primeira vez que a viu? - ele perguntou.

-Bom... Sim. Mesmo eu só tendo descoberto anos depois que ela estava ali, bem debaixo do meu nariz.

Ele assentiu.

-Acho que sinto alguma coisa pela... Thalia, Pers. O que é que eu vou fazer agora? - ele perguntou frustrado.

-Uau... - falei, realmente surpreso com a revelação. - Então você não gosta da Annie?

Ele me olhou confuso.

-Não. Ela sempre foi uma irmã pra mim Percy. Sempre gostei mesmo da Thalia.

Aquilo realmetne simplificava as coisas. Se ele não gostava de Annie, eu agora tinha certeza de que tinha o caminho livre para tentar alguma coisa com ela. Aquilo tinha sido apenas um começo, mas eu sabia que teria que me esforçar mais para consegui-la.

-Amigo... Não sei o que você pode fazer agora. Ela é uma caçadora. Uma donzela imortal. Você vai ter problemas.

Ele assentiu e deu uma risada angustiada. Nós dois sabiamos que ele mesmo tinha causado tudo aquilo.

-Percy, aí está você...

Nos viramos e lá estava Quíron. Eu sorri mas percebi que ele tinha uma expressão péssima. Alguma coisa muito grave tinha acontecido. E pela jeito eu estava envolvido. Como se já tivesse vivido emoções fortes demais para uma vida inteira.

Ele se aproximou mais de mim. Sua expressão era uma mescla de pena, dor e tristeza. Comecei a me preocupar de verdade com aquilo. O que será que tinha acontecido para deixar Quíron assim tão mal?

-Quíron, o que aconteceu? - perguntei, temendo que de repente ele caísse diante de nós.

-Não Percy. Não está tudo bem. Tenho uma notícia que pode não ser muito boa.

Logo pensei que talvez tivesse alguma profecia entrando em ação. Mal sabia eu que as coisas eram ainda piores.

-O que houve? - perguntei com mais urgência do que antes.

-Percy. Sua mãe morreu.

 Eu fiquei ali, parado, olhando para Quíron, esperando que ele risse da minha cara e disesse que estava brincando. Esperei que ele e Luke falassem que era uma pegadinha e que me pegaram. Daí eu poderia brigar com eles e falar que aquilo não tinha graça.

Mas isso não aconteceu. Ele ficou me olhando com aquela mesma cara, beirando a piedade enquanto eu tentava entender suas palavras. Minha mãe... Morreu?

-Mi-minha mãe...? - babuciei.

Luke estava paralisado ao meu lado, nos fitava com os olhos arregalados. Eu olhei dele para Quíron.

-Sim, percy... A sua mãe faleceu faz uma hora. Os médicos disseram que ela não aguentou, seu corpo perdeu completamente o sangue. O que significa que as Dracaenas estavam usando lâminas envenenadas. Porque não nos contou? Poderiamos tê-la salvado...

Mais eu já não escutava nem uma palavra do que ele dizia. Aquela frase pairava sobre mim, sussurrando maldosamente em meu ouvido " Ela morreu... E é tudo culpa sua... Ela morreu... E é tudo culpa sua". Tinha perdido todos os sentidos. Olhava mais não via absolutamente nada. Sabia que falavam, mas não escutava nem uma palavra. Sentia os braços me sacudindo, mas ao mesmo tempo não sentia nada.

Era como se eu tivesse sido transportado para outra dimensão, como se o mundo que conhecia tivesse sumido. Meu coração se apertou, meus olhos se encheram de lágrima repentinamente, e meus joelhos tremera. Minhas pernas cederam e eu simplesmente caí na grama. As lágrimas escorriam por meu rosto descontroladas, eu não podia controlar aquilo. Era como se tivessem pisado em mim. Era pior que a dor de ter mergulhado no Estige. Era pior do que sentir sua pele inteira queimando. Era pior do que ser pisado por uma orda de Dracaenas. Era pior do que sentir o chifre do Minotauro sendo infincado em meu coração.

Ele tinha sido arrancado de meu peito sem piedade. Minha mãe, Sally Jackson, a mulher que tinha me criado sozinha por toda a sua vida, a mulher mais valente que já tinha conhecido em toda a minha vida, e acima de tudo a única com a qual eu me importava, estava morta. Não tinha mais razões para estar vivo. Não tinha mais razões para continuar a lutar. Minha mãe... Minha mãezinha... Ela tinha morrido.

E era por minha culpa. Era porque eu a tinha deixado sozinha para combater um bando de Dracaenas zangadas, era porque eu tinha escondido de todos que poderiam ajudar que ela estava naquele estado, era porque eu a tinha abandonado por completo. Ela estava agora, em algum lugar nos campos de asfodelo... E era tudo minha culpa.

Agora eu soluçava audivelmente. Estava de joelhos na grama, minha calça jeans totalmente arruinada, mas eu obviamanete não ligava. Meu corpo todo tremia pelos soluços, e eu não conseguia mais conter a angustia que descia líquida por minhas bochechas.

-Vamos, temos que tirá-lo daqui. - escutei Luke falar.

Braços me levantaram, minha vista estava embaçada por causa das lágrimas, e começaram a me levar para longe dali. Andamos até que antes que eu percebesse estavamos na Casa Grande. Me joguei no primeiro sofá que encontrei.

Nada parecia ter sentido. Como é que eu podia estar realmente vivendo aquilo, quando jurei para mim mesmo que sempre estaria ao lado dela, sempre estaria cuidando dela? E agora ela estava morta. E eu era o culpado.

-Percy, você tem que se acalmar! - Quíron falou, mas eu nem ao menos escutei.

Tudo parecia muito distante. Toda aquela felicidade que tinha me rodeado momentos atrás parecia ter sido da vida de outra pessoa. Era como se eu tivesse assistido à um filme ou coisa parecida. Nunca que eu podia ter vivido aquilo e agora estar percebendo que aquela felicidade nunca mais me tomaria.

-Como é... Que eu posso... Me acalmar?! - falei, tentando cessar os soluços.

-Eu vou chamar Annabeth. - Luke falou.

Meu corpo não parava de chacoalhar por causa dos soluços. Eu não parava de chorar, agora minha visão estava turva, e eu não enxergava mais nada. Mais meu coração doía. Doía como nunca, e eu queria tirar toda aquela angústia de mim, toda aquela dor horrível, queria simplesmente poder voltar a sorrir, mas então eu me lembrava que nunca mais teria um bolo azul me esperando quando completasse desessete anos.

Nunca mais teria minha mãe me encorajando quando fosse mal na escola.

Nunca mais teria minha mãe para me levar para viajar ou para onde é que fosse, aonde ficariamos os dois lembrando das coisas de quando eu era apenas um bebê, e ficariamos rindo sozinhos das cartas que meu pai nos mandava.

Nunca mais à teria para dizer-lhe simplesmente porque queria que ela estava linda.

Eu nunca mais teria Sally Jackson.

Os soluços e o choro ficaram mais violêntos. Eu não conseguia parar. Até que senti braços passarem em torno de mim, minha cabeça se recostou em seu ombro, eu senti seu perfume penetrar em minhas narinas e surtir o efeito calmante de sempre. Ela me abraçava fortemente, fazendo um carinho rapido em meus cabelos, enquanto me escutava chorar.

-Vai ficar tudo bem Percy. - ela sussurrou em meu ouvido. - Eu estou aqui com você.

-Ela foi embora Annie... - eu falei, desesperado, como se ela pudesse fazer alguma coisa. - Ela morreu Annie...

-Vai ficar tudo bem Percy.


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Notas finais do capítulo

Eai, gostaram?
Reviews pra alegrar meu dia? *---*





Beijoos.



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