- Mine... escrita por Miss Malfoy


Capítulo 3
As batalhas da minha vida nunca acabam bem.


Notas iniciais do capítulo

Geeente! Estou cada vez mais feliz com os comentários! Muito obrigada por todo o carinho, mesmo no começo da fic!
Neste capítulo eu revelo o que é que aconteceu com a mãe do Percy, espero que vocês gostem!



Boa Leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/107305/chapter/3

-O que aconteceu Percy?

-Vem, vamos para um lugar menos movimentado, e eu te conto tudo.

Luke e eu nos afastamos de onde tinha movimento, e ficamos à beira da floresta. Era um lugar tranquilo, aonde geralmente, os casais iam quando queriam privacidade. Ainda bem que não tinha ninguém.

Luke me olhava curioso, parecia tentar decifrar minha expressão a qualquer custo. Mas eu ia contar à ele porque confiava nele, porque nunca tinha tirado da cabeça aquele garotinho louro com a cicatriz, que no meu difícil primeiro dia, me acolheu e fez com que eu me sentisse melhor. Eu nunca ia esquecer aquilo, por mais que o tempo passasse.

Eu me recostei numa árvore, angustiado por ter que lembrar daquilo, mas mesmo assim as cenas me vieram à cabeça num piscar de olhos. Eu simplesmente comecei a contar è ele... Simplesmente deixei que a lembrança viesse à tona.

FLASH BACK ON

 Estavamos passeando no Central Park, eu, minha mãe e Paul. Nós riamos e nos divertiamos. Eu nunca ia pensar que depois de derrotar Cronos todo aquele negócio de monstros iria continuar. Mas eu estava mais do que errado, isso todo mundo já sabe.

Minha mãe tinha se afastado de nós para comprar um sorvete, enquanto nós riamos como loucos ao ver um garotinho levar um tombo enquanto corria. Mas eu parei de rir na mesma hora quando avistei uma orda inteira de Dracaenas andando por aí, como se fosse uma excursão escolar ou algo do tipo. Mas o que me apavorou não foi que elas estivessem andando por aí sozinhas, foi que elas estavam indo diretamente para onde minha mãe estava.

Talvez se eu não tivesse ido para cima, elas não tivessem me visto, mas eu fiquei apavorado como disse. Minha mãe estava lá, simplesmente linda com os cabelos voando, a risada enquando limpava o sorvete que tinha caído em sua blusa... Como eu podia deixar que as Dracaenas a pegassem? Mas eu acabei fazendo algo pior: Chamar a atenção delas.

Saí correndo em direção à ela, enquanto Paul chamava meu nome. Uma delas, que parecia ser a comandante, olhou em minha direção e deu um sorriso desfigurado. Eu saquei Contracorrente na mesma hora, sabendo o que viria à seguir. Porque se tinha uma coisa que os monstros queriam fazer comigo depois daquela luta, era me cortar em pedacinhos e me jogar no Tártaro.

Continuei correndo até chegar em minha mãe. Passei um braço por sua cintura e quando vi sua expressão confusa, apontei para o exército que começava a vir em nossa direção. Ela assentiu com a cabeça, e então começamos a correr para longe.

As Dracaenas agora corriam com toda a vontade que tinham. Queriam muito me pegar...

-Vão os dois! Entrem no carro e vão para o mais longe possível, eu atraso elas! - gritei para os dois.

-Atrasar o que?! - Paul gritou, mais apavorado que eu.

-As Dracaenas! SAIAM DAQUI!

Eu não vi se eles sairam ou não, apenas parti para cima do imenso exército. E quando digo imenso, quero dizer no pior sentido da palavra.

Mas sentia aquela louca adrenalina correndo por meu corpo, aquela mesma que me dominava todas as vezes que eu sabia que teria que empunhar minha espada e fazer alguns monstros virarem fumaça. E meu corpo totalmente invencível em batalha formigava, querendo que aquelas cobras horrorosas viessem e visem o quanto não tinham chances contra Percy Jackson.

Eu peguei a primeira com um corte na barriga. Ela se transformou em pó enquanto ginchava de dor. Eu não estava nem aí para o que os mortais pensavam disso, agora eu já estava totalmente imerso na batalha.

Apartei o golpe de mais duas e com um giro matei as duas de uma vez só. Uma espada infincada no ombro, a outra passou pelo pescoço, decepando ela, mais uma morta por um corte na barriga. Eu apartava os golpes delas, enquanto matava a maioria.

Não sabia o porque, mas me sentia mais feliz do que nunca. Chutando cabeças e estômagos de monstros feios. Aquilo era a minha maior diversão.

Então escutei um grito.

Quando me virei, percebi que minha mãe e Paul não tinham ido embora, tinham ficado para tentar me ajudar. Mas agora estavam perdendo feio das Dracaenas, porque não é muito fácil se matar monstros com uma barra de metal. Apenas o bronze celestial adianta.

A minha diversão se esvaiu, e eu saí correndo em direção aos dois, fazendo erradamente com que todo o exército fosse atrás de mim em direção à eles também. Peguei minha mãe pelo braço e a tirei de perto de uma espada furiosa, cortando a cabeça da Dracaena que quase a matou.

-Porque ainda estão aqui?! - perguntei, entre um ataque e outro.

-Porque já estou cansada de te ver quase morrer e não fazer nada! - minha mãe gritou, dando uma paulada na cabeça de uma das Dracaenas.

-Vocês são mortais! Não foram feitos para isso!!!

Matei mais duas Dracaenas, e fui vendo que a quantidade tinha dimunuido bastante. Mais eu tinha aprendido a não baixar a guarda por nada nesse mundo. Até que Paul foi arremesado para trás e quicou no asfalto como se fosse um marionete.

-Paul! - eu gritei, ao mesmo tempo que baixava a guarda e me destraía.

Levei um chute da Dracaena que era a comandante. Aquela devia ser uma Dracaena que tomava asteróides, porque eu fui jogado para trás com tanta força que fiquei tonto. Meu corpo bateu contra o Prius de Paul e eu gemi baixinho. Aquilo tinha doído demais.

Foi aí que as coisas desandaram. Bem diante de meus olhos, eu vi a Dracaena comandante passar a espada na barriga de minha mãe. Sally caiu no asfalto com as mãos sobre o corte, a dor estampada no rosto, enquanto a Dracaena ria com satisfação.

Não sei de onde veio toda aquela força. Mas quando vi meus pais caídos na calçada, arfando de dor, minha mãe banhada de sangue, o desespero tornou-se raiva e sede de vingança.

Eu me levantei e corri para a Dracaena, a determinação movendo minhas pernas. E quando cheguei perto dela, lutei com suas parceiras uma à uma, fazendo todas elas virarem pó. Eu cortava as cabeças com a maior satisfação que conseguia. Aquilo ia alimentando meus monstros internos e fazendo com que eu chegasse cada vez mais rápido até a comandante.

Quando finalmente cortei a última cabeça, avancei sem nem ao menos parar para respirar naquela cobra feia. Ela apartou meu primeiro golpe, ao mesmo tempo em que me esquivei do seu. Soquei sua cara, arrancando um ginchado de dor, aproveitando-me disso, esfaquiei sua barriga com vontade. Ela caíu no chão com um grito horripilante e então se desfez em pó como as outras.

Contracorrente caíu no chão, e meu corpo foi tomado pelo cansaço. Eu suava, e minhas costas doíam aonde tinham sido jogadas contra o carro. Eu engatinhei até minha mãe. Ela estava literalmente banhada de sangue, e segurava a perna.

-Acho que ela quebrou a perna Percy... - Paul disse, com o pavor visível na voz.

-Ah meus deuses...

Eu não sabia o que fazer. Até que Paul se levantou, pôs minha mãe nos braços não se importando com o sangue, e entrou no Prius seguido por mim, então corremos para o Hospital mais próximo.

FLAHS BACK OFF

Algumas lágrimas tinham deixado meu rosto molhado, mas eu não me importava em chorar perto das pessoas. Só de reviver o terror que senti quando vi minha mãe banhada em sangue daquele jeito... Foi terrível. Ficar esperando na sala do hospital enquanto ela corria perigo de morrer. Tinha quebrado a perna direita, o osso estava quase exposto, e o corte na barriga a tinha feito perder quase todo o sangue do corpo.

Eu me culpava imensamente por aquele dia. Ela tinha sido quase morta por minha causa. Porque eu tinha me descuidado dela por alguns segundos. Ela era minha mãe e eu tinha que cuidar dela, e isso foi o que eu não fiz.

Luke já não me olhava mais. Ele fitava o chão pensativo. Acho que sabia como era ver as pessoas sofrendo, ainda mais as da família. Com nove anos ele via sua mãe ter surtos de visão. Era até pior.

-Eu... - ele tentou, com a voz fraca. - Sinto muito Percy. Ela vai ficar bem, se me lembro, sua mãe é bem valente. - ele disse, tentando sorrir.

-Todos estão me falando isso... Mas eu estou com medo. - falei baixinho.

Ele arrastou a cadeira de rodas até mim, e quando estavamos cara à cara, ele disse:

-Tudo vai ficar bem cara. Enxugue as lágrimas e pense positivo, porque, se a vida é um campo de batalha, algumas vezes temos que ser mais forte que outras.

Eu assenti, enxugando os olhos. Ele estava certo. Era muito mais fácil eu acreditar que tudo ia dar certo do que ficar me dramatizando por aí. Eu ia ficar bem, e ela também. Nós iamos ficar bem, e nossa família ia se firmar.

-Valeu. -falei para Luke, que sorriu.

-Amigos são pra isso, certo? - ele disse, meio incerto.

-Certo. Amigos são pra isso.

Nós rimos, e então nos dirigimos para onde tinha movimentação. Annabeth nos viu de longe e deixando o livro que lia de lado se posto ao nosso lado. Ela sorriu ao ver que Luke tinha me animado. O que não era de fato muito bom, já que era mais alguma coisa para a lista de coisas em que Luke era bom. Era impossível que aquela cena no quarto rolasse novamente. O que fez minha raiva por Lucca crescer mais ainda.

-Eai, o que vamos fazer agora? O que fazem hoje em dia no Acampamento Meio-Sangue? - Luke perguntou, nos arrancando uma risada. Eu estava precisando rir.

-Aah, você me prometeu uma luta de esgrima, agora vai ter que cumprir. - falei, piscando para ele e uma Annabeth radiante.

-Ok, vamos fazer o seguinte: Quem ganhar luta comigo? - Annabeth falou, andando á nossa frente.

Nos olhamos perversamente.

-Que tal... Homens contra mulheres? - eu falei, tirando as palavras de Luke.

Ela nos olhou pega de surpresa.

-Isso não é justo! Eu estou sozinha e vocês são dois garotos invensíveis! Grande ideia essa de mergulhar no Estige, eu devia tentar qualquer dia... - ela falou bufando.

Nós rimos novamente, felizes por estarmos juntos novamente. Mas antes que pudessemos chegar à arena, escutamos um berro feminino. Mas ao contrário do que pensamos, não era algo terrível acontecendo. Era apenas uma velha amiga nossa.

Thalia corria em nossa direção com um sorriso branco e maravilhoso estampado no rosto. Sabiamos em quem ela ia pular em cima, então eu e Annabeth nos afastamos rapidamente.

Thalia passou abraçou Luke fortemente. Os braços enlaçando seu pescoço, enquanto Luke a segurava pela cintura. Eles pareciam ter parado no tempo ali, ela meio agachada por causa da cadeira de rodas, ele com os olhos fechados suavemente. Aposto que eles queriam ficar daquele jeito para sempre.

Eu e Annie nos olhamos, sorrindo. Não sabia o que as caçadoras iam pensar sobre isso, mas acho que Thalia não ligava mesmo. Um raio cortou o céu, nos fazendo dar mais uma gargalhada, enquanto Thalia largava Luke resmungando. Zeus não gostava muito de ver sua filha abraçando um cara que quase matou toda a face da terra.

Eles ficaram se fitando por alguns segundos, maravilhados por estarem juntos novamente.

-Estou feliz por te ver de novo. Achei que com todo esse negócio de caçadora você não ia ter tempo para os meros mortais aqui. - ele disse, sorrindo.

-Eu sempre vou ter tempo para meus amigos. - Thalia falou, olhando para cada um de nós.

Era incrível estarmos os quatro no mesmo lugar. Isso nunca acontecia. Eu achei que as coisas iam ficar bem então, que talvez, só talvez, a gente pudesse ter um pouco de paz.

-Acho que agora a nossa pequena luta pode ficar equilibrada. - Annabeth falou, olhando perversamente para a amiga.

-Luta é? Eu estava mesmo procurando uma caçada... Meninos contra meninas?

-Sim senhorita. - Luke disse, indo até a arena comigo ao seus calcanhares.

-Vamos acabar com vocês. -acrescentei.

-Ok, que tal uma platéia para que as coisas fiquem mais interessantes? - Thalia disse. - HEY! Galera! Que tal um pequeno showzinho? Quem quer ver Percy e Luke estirados no chão pedindo clemencia?! - ela gritou.

Vários filhos de Apolo que estavam por ali deram risadas e resolveram se juntar à nós. E pelo caminho, mais dos semideuses se juntavam conosco, uns querendo ver a luta, outros querendo saber o que significava aquele amontoado de gente, mas nós quatro íamos rindo, e falando o que íamos fazer quando ganhássemos.

-A gente podia fazer uma aposta para ficar mais interessante. - Luke falou, me olhando.

-Acho uma boa ideia... Que tipo de aposta? - perguntei, sentindo que as coisas estavam ficando cada vez mais divertidas.

-Ah, você sabe, elas tem que fazer alguma coisa que a gente queira se perderem. E vão perder, então é melhor a gente escolher algo que realmente queira... Se é que me entende. - ele disse, piscando.

Eu entendia, é claro, e gostei.

-Aceitam? - ele perguntou para as meninas.

-É lógico que aceitamos. Eu bem que queria ver você sendo meu escravo por uma semana inteirinha... - Thalia falou, os olhos azuis brilhando de maldade.

-Dessa eu gostei. - Annie falou, rindo, e propositamente olhando para mim.

-Opa... Essa coisa de escravo não paresse muito legal. - falei.

-É o que vamos ver. - Annnabeth disse-me.

Chegamos à arena, e vimos a nossa "platéia" se acomodar nas arquibancadas. As meninas e Luke foram pegar suas armas, eu apenas tirei Contracorrente do bolso e a empunhei. Instantaneamente me lembrei daquelas Dracaenas. Eu estremeci e tentei afastar os pensamentos ruins.

Colocamos as armaduras, eu e Luke apenas para tirar onda, já que nosso corpo era uma armadura depois do Estige. As meninas se equiparam, uma espada e um escudo, Thalia com Aegis, Annabeth com um escudo prateado surrado.

Nos posicionamos, Luke e eu do lado esquerdo, Thalia e Annabeth do direito. Nos olhavamos com os olhos sorrindo e as bocas mais ainda. Um brilho tingia os olhos de Annabeth, como se ela nunca tivesse feito nada igual. Acho que a ideia de me ter como seu escravo a tinha animado. Eu provavelmente teria que ficar guardando as coisas dela e arrumando seu chalé quando ela não estivesse com vontade. Eu já tinha ideias diferentes... Afinal, sou um adolescênte.

-Ok, Thalia, Luke... Vocês primeiro. - Annabeth falou com satisfação se retirando para um canto.

Luke arregalou os olhos para o sorriso horrendo que surgiu nos lábios de Thalia.

-Por favor Pers, não me deixe sozinho com ela. Sou um aleijado agora, lembra? - ele falou, arrancando risadas dos semideuses presentes.

-Foi mal amigão - falei, me postando ao lado de Annabeth. - Mas você quer que Thalia faça tudo o que disser?

-Ah eu quero... - ele falou, sonhador.

-Hey Luke! Olhe para mim. Quero que meus olhos sejam a última coisa que verá quando cair. - Thalia falou.

-Eu vou morrer dessa vez.

Eu dei uma gargalhada seguido por todos. Era incrível que ele pudesse ter me feito ficar despreocupado. Era incrível que eu pudesse estar me divertindo com meus três melhores amigos sem ter que me preocupar com o resto do mundo.

Eu pensava que talvez tudo pudesse ficar bem agora, e que quando minha mãe voltasse para casa, faria um bolo azul para todos nós.

Mas como eu nunca estou muito certo, dessa vez não foi diferente.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostaram?
Então
Eu
Quero
Muuuuuuitos
Reviews!!!!


Beijoos ;*



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "- Mine..." morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.