Ódio e Amor, Uma Linha Tênue escrita por carol_teles


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

já estamos quase no finalzinho da fic... T_T
Estou pensando se devo continuar ou não. O que me dizem? ;D
Bom, espero que gostem desse capitulo e por favor, deixem reviews! É um estímulo para mim. ^.^
Bjos!



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- Amu-chan, Amu-chan!

- Hum...

- Você vai chegar atrasada. Acorde, dorminhoca.

- Só mais cinco minutinhos...

- O Ikuto vai chegar daqui a pouco. – Amu se senta de uma vez, totalmente acordada – Agora você acorda, né?

- Aruto-jii-san! – Amu o olha, vermelha – Você dormiu bem?

- Sim. Você tem uma cama maravilhosa.

- Não é muito apertado? Nós dois dormimos juntos... Se eu pelo menos tivesse um futon eu dormiria no chão...

- Não Amu-chan. Está perfeito. – ele sorri, passando o dedo pelo nariz dela, numa leve caricia.

- Que bom. – ela sorri – Você lembrou de algo?

- ...Não.

- Sinto muito. Bom, pode ficar aqui o tempo que quiser. – ela sorri, levantando-se – Vou me arrumar, ok?

- Sim. O café está pronto.

- Obrigada! – Amu entra no banheiro com uma muda de roupas. Precisamente as que Ikuto havia escolhido no dia anterior. – O Ikuto realmente tem bom gosto... – sorrindo, Amu se troca e ajeita os cabelos num rabo de cavalo torto. Passa uma maquiagem leve e coloca suas lentes. Não que ela não enxergasse sem elas, porque ela enxergava. E muito bem.

- Owo, Amu-chan! Você está linda! – Aruto sorri, olhando a garota de cima a baixo.

- Mesmo? – Amu da uma voltinha – Obrigada, Aruto-jii-san.

- Foi ele que a transformou?

- Se você está falando do Ikuto, sim, foi ele. – Amu admite, com um sorriso tímido, enquanto suas mãos se mexiam nervosamente na barra da blusa.

- Esse garoto parece gostar muito de você.

- Por que diz isso? Ele só fez isso por causa de uma aposta.

- O que ele ganha?

- Eu tenho que realizar um desejo dele.

- E o que você acha que vai ser? Eu aposto que vai ser um beijo. – Aruto sorri maliciosamente e Amu fica completamente vermelha.

- N-n-não f-fale b-besteiras! I-i-kuto n-n-nunca i-iria q-querer me b-b-beijar!

- Por que? Você é linda, mesmo sem essa transformação toda; é esperta, carinhosa, gentil, honesta. Sabe o quão difícil é para encontrar uma pessoa assim?

- Está exagerando! – Amu diz, envergonhada e feliz com os elogios. – Ah! O Ikuto chegou!

- Como você sabe? Tem um radar do amor, é? – Aruto ri e Amu o olha, irritada.

- Pela janela! – Amu diz, indo para a porta e abrindo-a – Vejo você mais tarde, Aruto-jii-san!

- Bye, bye. – Aruto da um leve beijo na testa de Amu e sorri, fechando a porta. Então ele vai para a janela, observando os dois adolescentes conversando. Depois de alguns segundos, entram no carro e vão embora. Aruto sorri.

- Yo. – Ikuto sorri, encostado no carro ao ver Amu se aproximando.

- O-oi, Ikuto. – ela da um sorriso tímido e Ikuto sente seu coração acelerando, mas consegue permanecer inexpressivo.

- Pronta para a escola?

- Sim! – então Ikuto se abaixa um pouco e a beija na bochecha – P-p-p-por que f-f-fez i-i-isso?!

- Boa sorte.

- M-m-mas ainda n-nem e-e-estamos no c-c-colégio!

- Bom, eu sempre posso te beijar ao chegarmos lá. – Ikuto sorri maliciosamente, abrindo a porta do carro – Vai entrar ou quer que eu lhe beije outra vez?

- Pervertido! – Amu diz, vermelha, entrando no carro o mais rápido possível. Ok, ela estava muito feliz pelo beijo. Tinha notado que nos últimos dias ela estava com um desejo estranho de beijar e ser beijada. Mas só com Ikuto.

- Odeio isso. – ela murmura para si mesma, olhando pela janela e observando os estudantes riquinhos andando para o colégio. De repente ela começa a ficar nervosa.

- Relaxa. – Ikuto diz, ao estacionar o carro.

- É mais fácil falar do que fazer. – Amu retruca, sentindo suas mãos começarem a ficarem suadas.

- Eu estarei com você o tempo todo. Bem, parte dele. – Ikuto sorri.

- Mesmo?

- Sim.

- Okay... – Amu olha pela janela – Estou pronta. – Ikuto sorri, saindo do carro e dando a volta, o que já chama a atenção de muitos. Então Amu sai do carro e as pessoas param, chocadas.

- Quem é essa garota? Ela é tão bonita...

- Olha ali! É o ikuto-sama! Ah, quem é ela? Muito bonita. Ela combina muito com Ikuto-sama.

- Deve ser uma modelo.

- Talvez ela seja a namorada do Ikuto-sama. Nossa, ela é mesmo muito linda.

- Tão linda... Será que ela o namora? Acho que vou chamar ela para sair.

- Eu também.

- Cara, olha o corpo dela... Quente!

- Pois é!

- Tinha alguma garota aqui no colégio assim?

- Ela é mais bonita que a Saaya.

- Muito mais! E tem um corpo muito melhor também!

- Ela é tão sexy!

As pessoas faziam todos os tipos de comentários, enquanto Ikuto e Amu entravam no colégio, juntos. No mesmo momento em que ouviu a conversa de alguns garotos sobre Amu, ele se odiou por ter inventado aquela aposta. Ele não queria ninguém olhando para ela além dele. Ela era dele.

- Ikuto, deu certo! – Amu sussurra, sorrindo.

- Yeah. – Ikuto responde, sem interesse, o que preocupa Amu.

- Ei, ela está entrando na sala do 2º 01! – uma garota comenta, seguindo os dois.

- Kya, ela está sentando na cadeira da nerd!

- Mentira... É ela! É a nerd! – os murmúrios aumentar intensamente e Amu suspira.

- Eu posso ouvir, sabia? – ela lança um olhar irritado para eles que se calam. – Idiotas. – ela murmura, então olhando para Ikuto, que parecia zangado por algum motivo desconhecido para ela.

- Ikuto? Você está zangado? Eu fiz alguma coisa? Me desc...

- Não. – Ikuto sorri – Eu só percebi algo.

- O que?

- Me beije e eu te digo. – ele sorri maliciosamente e Amu fica vermelha, gaguejando algo que nem mesmo ela entendeu. – Eu vou para minha sala, okay?

- Okay.

- Você vai ficar bem?

- Sim.

- Tem certeza? – ele meio que queria que ela pedisse para ele ficar.

- Yeah, eu não quero causar mais problemas a você. – Amu sorri.

- Você nunca é um problema, Amu. – Ikuto sorri, abaixando-se e beijando a testa dela, aspirando o máximo possível do delicioso cheiro de morango dela antes de se afastar e sair da sala.

- Kyyaa! Ikuto-sama a beijou!

- Nossa, será mesmo verdade que eles estão saindo?

- Não importa, vou chamar ela para sair.

- Eu também!

- Olha como ela é bonita...

- Por que ela se vestia daquele jeito? Ela está muito melhor agora.

- Talvez ela seja mesmo uma modelo e precisava se disfarçar!

- Nossa, incrível!

- Classe! – o professor grita, fazendo todos o olharem. Fazia um bom tempo que ele estava tentando chamar a atenção deles. – Vamos começar a aula.

- Funcionou muito bem, cara! – Kukkai sorri, batendo nas minhas costas – Hinamori é a fofoca do dia e pelo visto, vai ser do resto do ano.

- Eu vi no quadro de avisos que ela está em primeiro lugar, Ikuto. – Nagihiko me olha – Vocês agora são o casal mais quente do colégio.

- Casal, huh... – suspiro, olhando pela janela. To me arrependendo de ter feito essa aposta. Todos estão vendo a Amu naquelas roupas sexys, todos estão vendo o lindo sorriso dela, todos estão ouvindo a doce voz dela. Não quero ninguém mais a vendo assim. Ela só pode sorrir para mim, só pode rir para mim, só pode usar aquelas roupas para mim. Se bem que não me incomodaria nem um pouco vê-la sem roupa nenhuma. Ela deve ser muito mais linda nua.

- Ikuto, você está sorrindo de novo. – Nagihiko me lança um olhar. Sempre que pensamentos pervertidos vinham a minha cabeça eu não conseguia evitar e acabava com um belo sorriso malicioso nos meus lábios. Se bem que era meu charme e esse sorriso já tinha conquistado várias garotas. Menos quem eu mais queria. Amu. Meu primeiro amor. É meio ridículo um cara de 18 anos está tendo seu primeiro amor, não é? Eu não me importo. Eu a amo e o mundo que se dane. Se eu tivê-la ao meu lado, já é suficiente.

- Hey, acabou de tocar. – Kukkai sorri – O que vamos fazer?

- Vocês eu não sei, mas eu... – me levanto, saindo da sala o mais rápido possível, ainda parecendo gostoso. Não é só porque estou apaixonado que posso relaxar. Vou andando pelo corredor e chego na última sala. Então vejo um aglomerado de garotos e sinto um ódio intenso me consumindo. Engraçado, nunca senti isso antes. É assim que você se sente ao ver a garota que ama falando com outros caras? É isso que o ciúme?

- Caiam fora. – digo, numa voz alta o suficiente para todos escutarem. Eles me olham, irritados e eu devolvo o olhar friamente.

- Ikuto! – escuto a voz da Amu no meio dos garotos. Avanço para eles e alguns recuam, outros simplesmente ficam no local, encarando-me furiosamente. Paro na frente da Amu, que me olha intensamente e então agarro o braço dela, puxando-a da cadeira.

- Ei, para onde está levando ela?!

- Isso mesmo! Amu-sama pertence a nós!

- Isso, isso!

- Que parte do ‘caiam fora’ vocês não entenderam? – lanço um olhar maligno e eles recuam, assustados.

Então eu puxo Amu pela mão, tirando-a dali e levando-a para nosso lugar. O terraço.

- Ikuto, Ikuto! Está doendo! – ela diz, tentando libertar sua mão.

- Desculpe. – solto-a, ficando de costas para ela.

- Tudo...bem. – ela diz baixinho e mesmo não vendo, sei que ela está me olhando – Ikuto?

- O que?

- Obrigada. – olho-a curioso. Por que ela estaria agradecida?

- Eu não agüentava mais aqueles garotos em cima de mim, pedindo meu celular, me pedindo em encontros, perguntando sobre minha vida.

- Achei que estivesse gostando da atenção. Não era o que queria? – olho-a, inexpressivo.

- Eu não! Não quero ser amiga de pessoas tão falsas. Só porque agora eu mudei minha aparência eles estão sendo legais comigo. Eu odeio isso.

- Você se arrepende?

- Do que?

- De ter me encontrado?

- Claro que não! – ela sorri – Se eu não tivesse encontrado você, eu não teria amigos agora! E foi muito divertido todo o tempo que passei com você. Eu gosto muito de você, Ikuto, então não me arrependo de nada. – ela me olha, os olhos brilhando, as bochechas vermelhas e um grande sorriso no rosto.

- Obrigado, Amu. – sorrio, acariciando a bochecha ruborizada dela. Eu não iria mais longe do que isso, pois não tenho muita certeza se consigo me controlar.

- Ikuto? Você está bem?

- Sim.

- Você se arrependeu de ter me transformado...nisso?
- Você sempre foi bonita Amu, esteja de saia ou jeans. Para mim, você é a garota mais bonita. – no mesmo momento em que digo isso, uma brisa vem e levanta os cabelos dela. Se ela apenas soubesse o quão bonita ela está agora. O quanto eu quero abraçá-la, beijá-la, sussurrar em seu ouvido o quanto ela significa para mim.

- Ikuto... – ela fica me olhando e então sorri, correndo até mim e me abraçando com força. – Obrigada, Ikuto.

- Ikuto? – levanto minha cabeça, encontrando olhos safiras tão profundos quanto a noite. Faz uma semana desde que apareci no colégio com uma nova aparência e a Saaya já tinha inventado tudo quanto é maneira de me perturbar, mas o Ikuto sempre aparecia e me ajudava. Igual um príncipe encantado.

Agora eu estou sentada entre as pernas dele, encostada no peito dele e as mãos dele estão na minha cintura, me abraçando, enquanto ele está encostado na parede. Essa posição se tornou um hábito para nós dois, quando nos encontramos aqui no terraço. Admito que é um pouco embaraçoso, mas eu gosto muito de ficar tão perto do Ikuto.

- Hum? – okay, muita calma Amu. Esse é um assunto delicado.

- Seu pai... Já o encontraram?

- Não.

- Faz quando tempo que ele está... desaparecido?

- Um mês e alguns dias. Por que?

- Sua mãe...

- Ela está...triste. Mas está agüentando bem.

- Ela ainda está doente?

- Não. Ela já voltou a trabalhar. Precisa de algo para mantê-la ocupada e não pensar no velho.

- Oh. E Utau?

- Está levando.

- Você tem mais alguma noticia dele?

- Não.

- Sinto muito. – aperto a mão dele e ele aperta o abraço, colocando a cabeça no meu ombro. – E você?

- O que tem eu?

- Não está preocupado? – viro o rosto, olhando-o.

- Não.

- Você não precisa mentir para mim.

- E por que eu mentiria?

- Ikuto, ele é seu pai. É natural você se preocupar com ele.

- Mas eu não estou. – suspiro. Por que ele é tão teimoso?

- Ikuto, eu quero te contar uma história.

- História?

- Sim. Quando eu tinha 15 anos, meu pai inventou de levar eu e a Ami, minha irmãzinha, no parque de diversões. Eu não queria ir, pois tinha combinado de sair com meus amigos. Mas minha mãe e meu pai me disseram que eu tinha que ir para ajudar a cuidar da Ami.

- E então?

- Bom, quando estávamos no caminho, meu pai e a Ami não paravam de cantar e aquilo estava me irritando muito. Eles ficavam toda hora me chamando para cantar também, mas eu não queria. Estava furiosa porque no encontro com meus amigos, o Tadase-kun também iria e eu não pude vê-lo. Você sabe a última coisa que eu pensei antes de tudo ficar escuro?

- O que?

- Eu desejo que não tivesse pais.

- Eu...Sinto muito, Amu. – Ikuto me abraça mais forte e eu me encolho contra ele.

- O desejo acabou se realizando, Ikuto. Eu não tenho pais. Não tenho família. Não tenho ninguém.

- Não é verdade Amu. Você tem a mim. Eu sempre vou estar aqui, do seu lado. Quando estiver triste, vou fazê-la feliz; quando estiver sorrindo, eu vou sorrir com você. Amigos para sempre, lembra?

- O-obrigada, Ikuto. – sorrio, tentando impedir minhas lágrimas de cair. Eu estou tão feliz que tenho o Ikuto comigo. Eu sei que isso não vai durar para sempre, mas ainda assim... Vou aproveitar todos os dias como se fossem os últimos da minha vida.

- Então? Por que me contou isso?

- Porque um dia Ikuto, você pode desejar algo e depois se arrepender. Eu não quero que isso aconteça com você.

- Eu me pergunto... – ele encosta a testa no meu ombro – Me pergunto como você consegue saber o que ninguém mais sabe. Como consegue me ler como um livro aberto. Só você...

- Mesmo? Hum... Talvez nós estejamos conectados por uma linha invisível.

- Uma linha vermelha?

- Não, bobão, essa é a linha do amor. – sorrio. Bem que eu gostaria que fosse essa.

- Amu, eu estou preocupado.

- Com seu pai?

- Com minha mãe e Utau. E...

- Está tudo bem, Ikuto. Eu sei que está preocupado com ele também.

- É só que...ele quer me controlar e eu não suporto isso.

- Você já tentou falar com ele?

- Eh?

- Falar com ele. Sabe, tipo, conversa de pai para filho. Eu costumava ter essas conversas. Só que meu pai chamava de conversa de princesa para pai.

- Seu pai era estranho.

- Era. – rio. Sinto falta dele – Sabe, quando ele não queria algo, ele dizia que ia fugir de casa e se trancava no banheiro.

- No banheiro?

- Sim. E a Ami ficava vigiando ele por horas, até ele resolver sair de lá por causa da fome. Com o tempo ele acabou levando comida para o banheiro também e demorou mais para ele sair de lá. – sorrio. Foram ótimos tempos...

- Você sente falta dele?

- Sinto. Então, Ikuto, quando seu pai aparecer...

- Se ele aparecer.

- QUANDO ele aparecer, você poderia tentar conversar com ele. Quem sabe ele só quer estar mais perto de você e está usando os métodos errados.

- É impossível conversar com ele.

- Você já tentou?

- É impossível.

- Se você nunca tentou, como pode saber que é impossível? – ele continua calado – Que tal eu ir com você?

- Eh?

- Quando você conversar com ele, eu posso ficar lá com você. Sabe, às vezes é mais fácil fazer as coisas quando se tem alguém com você.

- Yeah. Obrigado, Amu. – ele se aninha entre o meu pescoço e o meu ombro, respirando calmamente. Ele tem um cheirinho muito bom. Seria maravilhoso se esse momento durasse para sempre. Olho para minha mão direita, agora entrelaçada com a do Ikuto.

- Amu? O que aconteceu com aquele passarinho?

- Ah, o Tito!

- Tito? Você deu um nome para ele? – ele me pergunta, rindo.

- Tito é um nome muito legal! – digo, irritada.

- Claro, claro, legal – por que será que eu to sentido uma ironia na voz dele?

- É legal sim! E o Tito está por ai, voando livremente, como deve ser.

- Então você cuidou dele?

- Sim.

- Então você vai cuidar de mim também?

- Por que? Oh meu deus, você está machucado! Onde? Está tudo bem? Está doendo? – pergunto, preocupada e me virando, ficando de frente para ele.

- Está doendo muito, Amu. – ele diz, me olhando seriamente.

- Onde é? Precisa ir ao hospital?! Ikuto!

- Meu coração, Amu. Está doendo.

- Seu...IDIOTA! – grito, socando o peito dele – Eu pensei que estava mesmo machucado! Nunca mais faça isso!

- Mas está doendo, Amu. – ele continua me olhando – A garota que eu amo não me ama. Doi mais do que pensei.

- Argh, Ikuto... – suspiro, voltando a me sentar entre as pernas dele, de costas para ele agora. – Se ama ela, diga para ela.

- Mas eu não quero levar outro fora, Amu.

- Outro? – pergunto, ignorando a crescente dor no MEU coração.

- Yeah, ela me dá um fora todas as vezes que nos vemos.

- Nossa, essa garota é muito má! Como ela não pode gostar de você!?

- Eu sei. Quem não gosta de mim? Sou irresistível. – ele sorri maliciosamente e eu bato nele.

- Continue assim e a garota vai te odiar.

- Me diga, Amu. O que eu devo fazer para ela me amar também?

- Hum... E-eu n-não sei. – abaixo a cabeça. Não quero dar dicas para ele ficar com outra garota. Eu sei que é egoísta, mas ainda assim... Espera, eu sou amiga dele, não é? Amigos apóiam os outros, mesmo sendo contras. Mas eu... Eu o amo. Não quero perdê-lo.

- Ikuto?

- Sim?

- Eu vou lhe dar um conselho. Se você realmente a-a-ama essa garota, conquiste-a.

- Conquistá-la? Como que faço isso?

- E-eu... Hum... Estou atrasada! – me levanto duma vez – Vejo você amanhã, Ikuto!

- Esper... – a porta se fecha atrás de mim e as lágrimas começam a cair. Por que eu tinha que me apaixonar por ele?

- Amu-chan? – Aruto olha a garota, surpreso – O que está fazendo aqui tão cedo?

- Aruto-san! – Amu olha o homem, chorando.

- O que houve?! – Aruto corre até a garota, sem saber o que fazer. – Você está machucada? Quer ir ao hospital?

- Ele ama outra garota!

- Eh?

- O Ikuto ama outra garota! – as lágrimas aumentam e Aruto faz a primeira coisa que vem a sua mente. Abraça-a.

- Shhh, está tudo bem.

- Não está...nada bem... O Iku...to ama...outra...garota...! – Amu diz, entre soluços, se agarrando a blusa do homem.

- Shhh, eu tenho certeza de que ele apenas não percebeu o quanto você é especial, Amu-chan.

- Aruto-san! E-eu disse...para ele...conquistá-la...!

- Você fez o que?! – Aruto a olha, chocado – Por que fez isso?

- É o que amigos...fazem...não é? – ela o olha.

- Bem, sim, mas você o ama. Não devia dar conselhos para ele conquistar outra garota.

- Mas...eu quero...que ele seja...feliz!

- Amu-chan... – Aruto suspira. Era a primeira vez que encontrava uma garota tão pura e de tão bom coração. Se fosse outra, faria de tudo para estragar a relação de seu amor com a rival.

- Amu-chan, você não pode desistir agora. – Aruto sorri – Você o ama?

- Sim...

- Então conquiste-o.

- Como eu faço isso?

- Huh... Eu realmente não sei. – Aruto sorri, sem graça, e Amu revira os olhos, um pequeno sorriso aparece em seus lábios.

- Você supostamente é o mais experiente aqui, sabe. – Amu o olha.

- Bom, eu sei conquistar garotas, não garotos.

- Então o que faria você se apaixonar por uma garota?

- Ela ser ela mesma.

- E?

- Ser gentil, carinhosa, honesta. Sabe, acho que acabei de descrever você. – Aruto a olha, sorrindo – Acho que estou apaixonado por você, Amu-chan.

- EHH?! – o queixo de Amu cai – Você não pode!

- Calma...pfftt...eu esta...pfffftt...estava só...pfffttt...brincando. – Aruto diz, entre risadas.

- Que maldade!

- Desculpe, não resisti. – ele sorri, bagunçando os cabelos dela – Melhor, pequenina?

- Sim... Obrigada. – Amu sorri, abraçando o homem. – Sabe, Aruto-san, às vezes sinto como se você fosse alguém que meu pai mandou.

- Como assim?

- Alguém para cuidar de mim. Igual um pai substituto.

- Então você pensa em mim como um pai? Estou magoado, Amu-chan. Você sabe que eu a amo tanto... – Aruto coloca a mão no coração, fingindo estar triste.

- Aruto-san! – Amu o olha, vermelha. Mais de frustração do que vergonha.

- Okay, okay, parei. – ele sorri.

- Oh, é mesmo. Aruto-jii-san, você lembrou algo?

- Hum... – Aruto desvia o olhar.

- Sabe, talvez fosse melhor irmos ao hospital. Eu estou preocupada com você. E se você tiver família? O que será que eles estão pensando?

- Não acho que estão preocupados por alguém como eu.

- O que tem de errado com você? É um homem bonito, carinhoso, esperto, gentil.

- Ohh, então eu sou bonito? – Aruto sorri maliciosamente – Você se apaixonou por mim também?

- Aruto-jii-san! Estou falando sério! O pai do Ikuto está desaparecido, por isso sei mais ou menos como sua família deve estar se sentindo.

- Esse garoto, Ikuto, ele está preocupado com o pai?

- Está. Ele só é teimoso demais para admitir. Hoje arranquei a verdade dele. – Amu sorri, orgulhosa de si mesma. Então ela se deita na cama.

- Sabe, Aruto-jii-san, ele me disse que nunca conversou direito com o pai.

- Mesmo? – Aruto se senta ao lado dela.

- Sim. Acho que é por isso que eles não se entendem.

- O pai dele tenta controlar ele, não é?

- Sim, mas eu acho que é só porque ele quer ficar perto do filho.

- Hum... – Aruto sorri – Por que acha isso?

- Sabe, meu pai sempre pensava em mim como o pequeno bebezinho dele. Isso me irritava muito, pois ele controlava minha vida também. Quando ele escutava um nome de um garoto, ele pirava achando que era meu namorado.

- Nossa, seu pai exagerou um pouco não?

- Pois é. Mas minha mãe sempre dizia que era porque ele queria se sentir ligado a mim de certa maneira. Queria me proteger e acabava exagerando. – Amu ri – No final, eu sempre ia falar com ele e depois nós dormíamos juntos, conversando e rindo. Eu adorava isso.

- Entendo.

- Sabe, talvez eu devesse sugerir ao Ikuto que ele dormisse com o pai dele. Me ajudou, talvez ajude ele. – Amu sorri.

- Amu-chan, homens dormindo juntos... – Aruto olha para ela – Não acho que vá funcionar.

- O que tem de errado?

- Amu-chan, nós homens temos um orgulho muito grande e dormir com outro homem... Não é bem nossa coisa favorita a se fazer.

- Mas é só uma noite entre pai e filho.

- Bom, o meu pai me levava para pescar ou então para um bar quando eu fiquei maior. Ele me ensinava a dar em cima das mulheres.

- Bom... O Ikuto já é um expert em como conquistar garotas, então isso não vai dar muito certo. – ela coloca a mão no queixo, pensando profundamente.

- Você é tão gentil, Amu-chan. Preocupando-se com ele assim.

- Eu só não quero que ele se arrependa depois. – Amu sorri.

- E se o pai dele for um idiota?

- Um chute pode resolver. – Amu ri.

- Você vai chutar ele?

- Se ele for estúpido e cabeça-dura, sim.

- E se ele ficar mais furioso?

- Bom, eu resolvo na hora. – Amu sorri – Mas vou fazer os dois se entenderem. Ah sim, isso eu vou.

Aruto sorri. Isso é que é uma garota interessante.

- Hey, Amu! – Rima sorri, acenando – Está ansiosa para o baile?

- Eh? Eu tenho mesmo que ir? – Amu a olha, desanimada.

- É lógico! Deu o maior trabalhão escolher a roupa perfeita para você. Além disso, você ficou linda!

- M-mas... – Amu olha para baixo.

- E o Ikuto é o seu par! Você pode usar esse dia e se confessar para ele.

- EH?! – Amu a olha, chocada – D-d-do q-que e-está f-f-falando?

- Eu já sei que gosta dele, Amu. É meio obvio. – Rima ri.

- S-sério?

- Sim.

- M-m-mas ele n-não g-g-gosta de m-mim.

- Ele disse isso?

- N-não. Mas ele disse que gosta de uma garota.

- Pode ser você.

- Eh? – Amu a olha, vermelha – Eu?

- Sim. Se você não percebeu, o Ikuto não vê nenhuma outra garota além de você.

- Eh? M-mas ele... Saaya...

- Ah, ela é quem fica correndo atrás dele. E as outras também.

- Amu-chan! – Tadase aparece de repente – Será que eu poderia falar com você?

- Hã... Claro, Tadase-kun. – Amu sorri – Vejo você depois? – ela olha para Rima.

- Claro, Amu. – a garota sorri – Me encontra lá na sala do Nagi.

- Okay. – as duas sorriem e Amu segue Tadase, que a leva para uma o jardim da escola.

- Amu-chan, você lembra quando nos conhecemos? – Tadase sorri.

- Sim. Sua cachorra tinha fugido e eu acabei salvando ela. – Amu sorri – Ela está bem?

- Sim. Você lembra do nosso primeiro encontro?

- Lembro. Tadase-kun, não estou entendendo. O que você quer falar?

- Sabe Amu-chan, naquela época, eu realmente gostava de você. Mas você não me deixava nem mesmo lhe dar um beijo na bochecha.

- E-e-eu... Era embaraçoso. – Amu diz, vermelha – Quando você chegava perto de mim, minhas mãos suavam, meu coração acelerava. Eu achava que ia desmaiar se você me beijasse.

- Eu não sabia. Eu pensei que você não gostava de mim. Então eu fiquei com outra garota, alguém que iria corresponder aos meus sentimentos. – Tadase a olha, sério – E eu sinto muito por isso.

- Eh?

- Eu não devia ter traído você com a outra garota só porque você não me deixava beijá-la. Foi infantil da minha parte. Eu deveria ter conversado com você ou tentado mais.

- N-não, eu também... Me desculpe. – Amu se curva.

- Eu estava pensando... Se poderíamos sair de novo de novo. Começar tudo de novo. – Tadase sorri – Podemos?

- Huh... Me desculpe, Tadase-kun. E-eu gosto de outra pessoa.

- Eu sabia. Ikuto-nii-san, não é?

- Eh?! Mas que droga! – Amu diz de repente – É tão obvio assim? Por que todo mundo sabe?!

- É o seu jeito quando está com ele, Amu-chan. – Tadase sorri – Você parece brilhar, seu sorriso fica mais feliz, você parece estar muito mais bonita do que o normal.

- Eh? – Amu fica vermelha.

- Para falar a verdade, eu percebi no momento em que vocês dois chegaram juntos. Quando você veio para o colégio sem se esconder detrás daqueles óculos. Você parecia estar flutuando e o ar ao seu redor era mais puro e alegre. Foi a primeira vez que percebi o quão bonita você realmente é.

- Tadase-kun...

- Eu realmente pensei que poderia ter uma chance antes daquilo. Se eu me esforçasse, eu poderia conquistar seu coração novamente. Mas eu percebi que não. Seu coração já pertencia a outro.

- D-desculpe...

- Não há nada pelo que se desculpar, Amu-chan. Eu tive minha chance, mas perdi. Espero que Ikuto-nii-san aproveite a dele.

- Ah, não, não entenda errado, Tadase-kun! Ikuto não gosta de mim! Sou apenas eu!

- Você realmente acha isso, não é? – Tadase sorri e Amu o encara, sem entender. – Bom, não vou dar esse gostinho a ele. Ele que se vire e se perder a chance, eu vou estar aqui. – com um último sorriso, Tadase vai embora, deixando Amu ali com a mente confusa.

- Amu? – chamo pela milésima vez. Desde uns dias atrás ela está assim, com a cabeça nas nuvens. Será que aconteceu algo?

- Amu!

- Huh? – ela vira o rosto, me olhando. No momento, ela estava entre as minhas pernas e eu estava abraçando-a pela cintura. Era nossa posição especial.

- Você está bem? Faz um tempo que estou te chamando.

- D-desculpe, só estou confusa.

- Confusa?

- Tadase-kun disse umas coisas alguns dias atrás e eu estava pensando nelas.

- O que ele disse?

- Hum... – ela volta a olhar para frente. Ok, ela não quer falar sobre isso.

- Não quer falar?

- Hum.

- Sabe que estou sempre aqui, não é? Quando quiser dizer, vou escutar.

- Eu sei, Ikuto. Obrigada. – ela sorri.

- Você está nervosa?

- Hã?

- O baile é próxima semana.

- Oh. Eu não quero ir.

- Sem a menor chance disso acontecer. – digo, me aconchegando entre o pescoço e o ombro dela – Você é meu par, lembra? – sussurro e o corpo dela treme, ao mesmo tempo que as orelhas dela vão ficando vermelhas.

- M-mas... Eu nunca fui a um baile.

- Mais uma razão para ir. Seu primeiro baile será comigo. – sorrio, feliz diante da pequena conquista. Sei que parece besteira, mas cada mínimo avanço que faço em relação a Amu é como se fosse um mundo de diferença.

- Você tem certeza de que quer ir comigo? E sobre garota que você gosta?

- Ela estará lá e será a mais linda de todas, Amu. – sorrio. Ainda não tinha visto qual seria a roupa da Amu, mas consegui arrancar informações da minha irmã. To doido para ver como ela estará.

- Huh... Ela é tão bonita assim?

- Sim.

- Ikuto, eu não estou dizendo que isso vai acontecer, mas... Se ela recusar sua confissão? O que vai fazer?

- Eu vou tentar de novo até ela se apaixonar por mim. – sorrio maliciosamente – Não desisto tão facilmente, Amu.

- H-hey, Ikuto?

- Hum?

- E-eu v-v-vou me confessar para o garoto que eu g-g-gosto também.

- HUH?! – ela gosta de alguém?! Quem é o desgraçado? Eu vou matá-lo.

- Eu vou me confessar também.

- Quem é ele, Amu? Eu conheço? – pergunto, sentindo meu coração pesar a cada segundo. Odeio essa parte de se estar apaixonado. Se dói tanto por que as pessoas chamam de ‘o melhor sentimento de todos’?

- Ele é gentil, carinhoso e m-m-muito b-b-bonito. – droga, a situação é mais grave do que pensei. Ela disse que ele é bonito. E a Amu não diz que um garoto é bonito de livre e espontânea vontade.

- Hum... Amu?

- Sim?

- Você está com medo?

- Sim...

- Se esse idiota te der um fora, eu vou estar aqui, ok? Sempre vou estar aqui, do seu lado. – aperto o abraço, trazendo o corpo dela para mais perto do meu. Realmente sinto muito Amu, mas espero que ele recuse sua confissão. Não vou agüentar ver você ao lado de outro homem.

- O que você disse, Aruto-jii-san? – pergunto pela terceira vez, ainda chocada.

- Quero lhe levar para um lugar. – ele sorri.

- Que lugar? Você lembrou de alguma coisa?

- Você vai ver quando chegarmos lá. – ele pega minha mão, levando-me para fora do apartamento.

- Owo, eu acho que vai chover. Tem certeza de que quer ir agora? – pergunto, olhando para o céu cinzento.

- Sim. É o momento perfeito. – Aruto sorri e continua segurando minha mão. Vamos andando até a estação de trem e de lá vamos para o outro lado da cidade. O lado que o Ikuto mora. Talvez eu pudesse passar lá e ver ele, a Utau e a Souko-san.

- Amu-chan, é por aqui. – ele me puxa por um beco comprido.

- Aruto-jii-san? Onde estamos indo?

- É uma passagem secreta. Só eu conheço. – ele olha para mim – Você gosta de aventuras?

- Sim.

- E consegue correr? Rápido?

- Sim.

- Perfeito! – ele para em frente a um muro de metros de altura.

- Hã... – olho para ele – O que estamos fazendo aqui?

- Está por aqui... – ele começa a apalpar a parede e de repente uma parte dela vem para fora, deslocando-se e revelando uma pequena porta. – Vamos! – ele me puxa pela mão e juntos entramos.

- Aruto-jii-san! Isso é invasão de uma propriedade privada! – digo, ao perceber que estávamos do lado de dentro de uma daquelas mansões.

- Amu-chan, escute. Nós vamos entrar na casa pela cozinha. Não deixe ninguém vê-la. – ele sorri.

- O que?! Espere! – e então ele me puxa, correndo pelo gramado rapidamente. – Aruto-jii-san!

- Shhh! Eles vão escutar! – ele me olha, ainda correndo e sorri. Nossa, parece uma criança.

- Por que...estamos...fazendo...isso? – pergunto, ofegando. Agora, estamos encostados numa parede e ele está olhando para a câmera no teto, que parecia estar viva, se mexendo para lá e para cá.

- Porque é divertido. – ele diz – Agora! – então ele me puxa mais uma vez e quando percebo, estamos dentro da casa. Na cozinha, mais precisamente. De repente, um alarme ensurdecedor começa a tocar e umas luzes vermelhas começam a piscar. Então escutamos passos pesados e vários homens gritando.

- Droga, nos descobriram. Demorou. – ele sorri, olhando pela abertura da porta.

- Aruto-jii-san! Nós vamos ser presos! – digo, desesperada.

- Não se preocupe, não vai acontecer. – ele sorri – Agora, escute. Está vendo aquela porta? Ela vai levar até a sala de jantar. Dali, nós vamos para o salão de jogos e então para o hall de entrada.

- O que?! Você quer continuar? E se eles estiverem armados? Aruto-jii-san, você pirou!

- Acho que sim. – ele pisca – Vamos. Silêncio. – ele abre a porta e vai agachado até o grande balcão, parando e olhando pela brecha debaixo da porta, observando as sombras.

- Olhem na cozinha! Vão, vão! – escuto alguém dizer e de repente a porta se abre, revelando dois caras, usando um uniforme preto. Cara, não quero nem pensar no que vão fazer com a gente se formos pegos.

- Por ali! Olhe no armário. – ele diz e o outro obedece, com o chefe na cola dele, protegendo as costas.

- Agora! – Aruto-jii-san diz, correndo e me puxando pela mão, nos tirando da cozinha.

- Eles estão indo para a sala! Vão, vão, vão! – escuto gritos de todas as partes.

- Aruto-jii-san! – grito, olhando para trás e vendo vários homens nos seguindo.

- Corra! – ele diz, me puxando e entrando numa sala maior ainda. OH MEU DEUS!

- Aruto-jii-san! Essa é a casa do Ikuto! – meu deus! Meu deus! Meu deus! Eu estou invadindo a casa do Ikuto!

- Droga! – ele para de correr de repente e eu bato nas costas dele.

- Ouch!

- Parados! Mãos na cabeça! – uns homens nos rodeiam e eu me agarro ao Aruto-jii-san.

- Relaxa, Amu-chan. Eles não vão fazer nada. – ele sorri – Nossa, faz tempo que não me divirto tanto assim. – ele começa a rir do nada, sentando no chão. Meu deus! Ele pirou!

- Meu senhor! – Sebastian-san aparece do nada, correndo até nós – Meu senhor, o senhor voltou! Estou tão feliz de ver que está bem.

- Relaxa um pouco Sebastian. – ele sorri – Diga para eles que foi um alarme falso.

- Podem ir. – Sebastian faz um sinal e os homens desaparecem. O QUE?!

- Meu senhor, estou tão feliz de vê-lo novamente. Não sabe o quanto minha senhora estava preocupada.

- Sebastian, Sebastian! Pegaram os invasores? – Souko-san aparece, com Utau na sua cola. De repente ela para, olhando fixamente para Aruto-jii-san.

- Papai!!! – Utau grita, correndo até Aruto-jii-san e se jogando em cima dele, abraçando-o e chorando. HUH?! – Papai, papai!

- Hey, Utau. – Aruto-jii-san sorri, abraçando-a.

- Meu amor! – dessa vez é Souko-san quem corre até ele, se jogando por cima da Utau. Eles fazem um tipo de abraço de urso. – Eu senti tanto a sua falta! Ainda bem que está a salvo e bem. – ela diz, beijando todo o rosto do Aruto-jii-san, enquanto ele sorria, retribuindo os beijos.

- Eu senti sua falta também, meu amor. – eles se beijam e eu encaro, pasma.

- Então você voltou, hã? – escuto uma voz no alto da escada e todos olhamos, vendo o Ikuto parado, com as mãos no bolso.

- Ikuto!

- Amu? O que diabos você ta fazendo aqui? – ele desce as escadas, olhando entre mim e Aruto-jii-san. – O que você fez a ela?! – ele grita, parando na minha frente em uma posição protetora. – Amu, você este bem? Ele te machucou? Ele te forçou a fazer algo?

- Huh? Espe... – então eu olho para Aruto-jii-san, que piscou para mim. Eu quero matar alguém.

- Amu? O que houve? Por que estava com ele?

- Ikuto? – olho para ele, sorrindo.

- O que?

- Ele é seu pai?

- Sim.

- Eu vou matá-lo.

- Eh?

- Seu velho idiota! – grito, olhando para Aruto-jii-san, furiosa. Souko-san e Utau se afastam, assustadas com minha explosão.

- Amu-chan, calma. Eu sou seu papai substituto lembra? – ele da um sorriso torto, ao mesmo tempo que me aproximo, passo por passo, olhando com meu melhor olhar de “Vou te matar!”.

- Você mentiu para mim! Desde quando você lembrou?! E por que diabos me fez invadir a sua própria casa?! Você é louco?! Seu velho!

- Pequenina, se acalme. Eu posso explicar. – ele se levanta, tentando me acalmar.

- Não me diga para ficar calma! Eu deveria ter deixado você naquela droga de beco! Seu velho mentiroso!

- Por que você continua me chamando de velho? – ele ri, me abraçando.

- Porque você é...um velho...idiota... – abraço ele com força, escondendo meu rosto no peito dele. Droga, por que eu tinha que chorar?!

- E você é minha pequena salvadora. – ele ri, me afastando e limpando minhas lágrimas. – Tão pequenina.

- Cala boca! – sorrio – Ainda estou em crescimento...

- Claro, claro. – ele sorri.

- Querido? O que está acontecendo aqui? – Souko-san pergunta.

- É papai! Onde você estava esse tempo todo?

- Eu est...

- Souko-san, Utau, me desculpe. – digo – Eu não sabia que esse velho era seu marido, Souko-san. Sinto muito por não ter percebido e ter dito a vocês.

- Eh?

- Vamos lá, eu vou explicar tudo. – Aruto sorri, pegando a mão da Souko-san, enquanto usava o outro braço para abraçar Utau. Então eles vão para a sala de estar.

- Ikuto? Você não vem? – olho para ele, preocupada. Ele não tinha dito quase nada.

- Amu... – ele me olha, então pega minha mão, me puxando para um abraço apertado – Você está bem...

- Ikuto...

- Ele...

- Aruto-jii-san também está bem. – sorrio, pegando sua mão. – Vamos.

- Amu?

- Hum? – entro na sala.

- Obrigado por encontrar ele.

- De nada, Ikuto.

...

- Então você levou uma surra, a Amu lhe salvou e você estava morando com ela desde então? – Utau recapitula toda a história.

- Sim. – Aruto sorri.

- E por que não voltou logo para casa quando estava bem? Sabe o quanto estávamos preocupados com você? – Souko o olha, triste.

- Me desculpe meu amor, mas eu precisava de um tempo só para mim. Para pensar.

- E para mentir para os outros. – Amu diz baixinho.

- Eu nunca menti para você, Amu-chan. Quando você disse que eu não me lembrava, eu nunca concordei com isso. – ele sorri e Amo o encara, incrédula.

- Você poderia ter dito que tinha uma família!

- É, eu poderia. – ele sorri e Amu revira os olhos.

- Papai? Aconteceu algo quando estava com a Amu?

- Hum? Não. Por que?

- Você parece mais feliz.

- Mesmo?

- Ela está certa, meu amor.

- Você está mais sorridente e relaxado. Antes você estava toda hora sério e só pensava em trabalho.

- Bom, a Amu-chan talvez tenha alguma culpa nisso.

- O que eu fiz? – a garota o olha.

- Muitas coisas, muitas coisas. – ele sorri – Tenho que lhe agradecer por tudo, Amu-chan.

- Eu só fiz o que qualquer outra pessoa faria. – Amu diz, vermelha.

- Ninguém faria isso por um desconhecido, Amu. – Utau diz – Obrigada por salvar papai.

- N-não f-f-foi n-n-nada. – Amu olha para baixo, envergonhada. Ikuto sorri e Aruto percebe.

- Oh! – Amu olha de repente para Ikuto e Aruto – Vocês dois me fizeram promessas e vão cumprir.

- Eh? – os dois a olham, surpresos.

- Vá falar com ele, Aruto-jii-san. – Amu sorri – Ou está com medinho igual uma garotinha? – Aruto desvia o olhar. – E você, Ikuto? Não vai falar com ele ou é impossível?

- Tch, agora não Amu. – Ikuto resmunga.

- Eu estou mandando. – Amu se levanta, pegando Souko e Utau pela mão e levando-as para fora da sala. – Só vão sair daqui quando tiverem conversado direito. – então ela fecha a porta.

- Amu-chan? Por que fez isso?

- Ah, Souko-san, seu marido e filho são muito teimosos. Isso vai dar um jeito neles. – Amu sorri e Souko sorri.

- Obrigada, Amu-chan.

- O prazer é meu. – as duas mulheres riem e Utau as encara, sem entender nada.

Aruto olhava o chão e Ikuto olhava a parede. Estavam assim há cinco minutos. Cinco longos minutos em um silêncio sufocante. Ikuto sabia que se tentasse sair pela porta, Amu iria impedi-lo, assim como ele também sabia que ele podia muito bem passar por ela, desde que era mais forte. Mas não queria magoá-la. Ela só estava tentando ajudá-lo.

- Desculpe.

- Eh? – Ikuto olha para o pai, surpreso – Você disse alguma coisa?

- Desculpe, Ikuto. – Aruto o olha diretamente nos olhos – Desculpe.

- Por que?

- Por ter tentado controlar sua vida. E ter obrigado você a fazer coisas que não queria. Por ter sido um péssimo pai.

Ikuto olha para o pai, sem expressão. Ele deveria perdoá-lo? Estaria Amu certa? Ikuto lembrava muito bem de sua infância. Seu pai era seu herói e eles passaram momentos maravilhosos juntos. Fora ele quem o ensinara a tocar violino. Mas à medida que Ikuto foi crescendo, seu pai foi se envolvendo mais com o trabalho e Ikuto quase não o via e quando acontecia, eles só brigavam. A relação deles foi se deteriorizando sem eles perceberem.

- Por que? Por que fez isso? Por que tentou me controlar? – Ikuto pergunta.

- Eu...Talvez pareça egoísmo meu ou o motivo pareça estranho considerando o que fiz, mas... Eu queria protegê-lo.

- Eh? – Ikuto o olha, sem entender.

- Eu queria que tivesse uma vida saudável, feliz e que não se machucasse. Sem perceber, acabei me desviando desse objetivo e acabei trancafiando você em correntes.

- Eu tenho 18, não sou mais criança. Sei cuidar de mim mesmo.

- Eu sei que sabe. Mas eu não consigo evitar em pensar em você como meu bebezinho. Eu só quero protegê-lo e ser um bom pai. Parece que fui tudo, menos isso. – Aruto dá um sorriso triste.

- Por que está dizendo isso agora?

- Não é obvio, Ikuto? – Aruto sorri gentilmente – Amu-chan.

- Huh?

- Ela é uma garota incrível. Não tem pais, mora sozinha, é pobre. Mas ela está sempre feliz, sempre olhando positivamente para a vida. Ela sempre olha para o lado bom das pessoas, mesmo que não exista. Tem um coração tão puro e cheio de amor.

- Eu sei disso melhor que ninguém. – Ikuto diz, desviando o olhar.

- Aposto que sim. – Aruto ri levemente – Ela me fez perceber onde eu errei e apesar de eu achar que você me odiava, ela me deu coragem para falar com você, mesmo não sabendo que você era o meu filho.

- Você pensa que eu vou perdoar você depois de tudo que fez? – Ikuto o olha, friamente.

- Não. Eu sei que eu o machuquei muito, mas vou esperar e vou conquistar sua confiança aos poucos. Vou fazer de tudo para ser o pai que você um dia já foi tão orgulhoso. – Aruto sorri e Ikuto se levanta.

- Boa sorte com isso. – então ele vai para a porta.

- Ah, filho? Mais uma coisinha antes de sair.

- O que? – Ikuto pergunta, sem olhar para trás.

- Eu vou aceitar apenas Amu-chan como minha filha. – Aruto sorri – Então, vá pegá-la.

- Obrigado – Ikuto se vira, sorrindo – Pai.


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Notas finais do capítulo

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