A Sweet Memory escrita por minsantana


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Um pedaço bem grandão pra compensar a minha demora... hihhihi



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As duas compravam enfeites de Natal e quando saíam da loja com as mãos repletas de bolsas, o sinal abriu. Buzinei algumas vezes até que o olhar de Julie se encontrou com o meu e ela sorriu enquanto acenava pra mim. Encostei o carro e parei ao lado da calçada.
Saí do carro e fui até elas, tentando exibir toda a minha educação e gentileza.
- bom dia, senhora e senhorita. Aceitariam uma carona? – falei sério e Jamie continuava rindo.
- mamãe, esse é Gerard. O rapaz de quem falei. – fiquei em dúvida se foi bem ou mal, mas preferi acreditar que tinha sido a primeira opção.
- desculpe-me, eu não me apresentei. Muito prazer, me chamo Gerard Way.
- ah, sim. Muito prazer, Gerard. Eu sou Debbie, mãe da Jamie. – a cumprimentei com um beijo na mão, e assim conquistei sua simpatia. – minha filha falou muito bem de você. – meu rosto ardeu, acho que fiquei vermelho.
- que bom. Eu também só tenho elogios sobre sua adorável filha. – cruzei meu olhar com o de Jamie, que sorria envergonhada. – agora, se me permitem. – peguei as bolsas delas e as coloquei no carro.
- não, não precisa se incomodar. – Debbie dizia.
- não é incômodo algum, senhora. Eu levo as duas até em casa com o maior prazer.
Entramos no carro e dei meia-volta, seguindo o caminho contrário ao que eu deveria estar naquele momento. Acho que Adam iria querer cortar meu pescoço depois disso.

- Jamie me disse que a senhora morava em Newark.
- eu ainda moro lá, mas desde que Jamie era pequena eu venho à NY comprar enfeites para nossa casa no Natal.
- a casa dos meus pais é uma das mais enfeitadas e alegres de Newark e todos os anos concorremos ao concurso do bairro. – Jamie dizia sorrindo.
- a minha antiga casa costumava ser uma das mais alegres também... – falei baixinho.
- mamãe vai voltar pra New Jersey hoje à noite. Você poderia nos levar ao aeroporto, Gerard? Se não for pedir demais, claro.
- filha!! – Debbie a repreendeu – não abuse da amizade do rapaz.
- não tem problema, eu as levo sim. Aliás, eu prometi à Jamie que nunca a deixaria sozinha.
Debbie percebeu que ali tinha muito mais do que uma simples amizade. E se não tinha ainda, era apenas uma questão de tempo.

Eu as deixei em frente ao apartamento e depois que Debbie subiu primeiro, Jamie veio ao meu encontro no carro. Ela se debruçou na janela e ficou me encarando por um tempo sem dizer nada, apenas me olhando com seu olhar incrivelmente apaixonante.
- que foi? – eu disse rindo sem me conter.
- obrigada. – foi tudo o que ela disse antes de dar um último sorriso e entrar novamente no edifício.
Com o coração batendo forte, liguei o carro e fui pra casa. Pela hora, a reunião já tinha acabado e meu pescoço já estava a prêmio. Então, do que adiantaria eu ir até lá?

Cheguei em casa e me deitei na cama pensativo. Acabei adormecendo e tendo um sonho muito estranho, que mais me pareciam lembranças de um tempo distante.
Sonhei que eu ainda era criança e brincava na porta de casa sozinho com um carrinho de plástico que tinha sido presente do meu pai quando eu tinha 5 anos. Era época de Natal e todas as casas estavam enfeitadas, exceto uma que ficava bem na esquina. Eu me levantei e andei até lá, olhando pra trás com a sensação que alguém me seguia, mas não havia ninguém além de mim. Quando cheguei em frente à casa, a porta se abriu e de dentro da casa saiu uma senhora muito parecida com Debbie, a mãe de Julie, só que alguns anos mais jovem. Ela vinha em minha direção e agarrou em meu braço com força.
- garoto, escute o que eu digo. Não brinque com fogo que você pode se queimar.

Acordei do meu sonho/pesadelo com o rosto suado e quando olhei pro relógio vi que já se passavam das 3 da tarde. Meu celular vibrava em meu bolso e quando vi quem ligava resolvi atender, afinal eu precisava saber se estava jurado de morte ou não.
- fala Frank. – disse enquanto ia pra cozinha atrás de um copo d’água.
- você ta bem, Gerard? Faltou a reunião e nem ligou pra dar satisfação.
- eu to bem, Frank.
- o Adam quer sua cabeça numa bandeja se você não aparecer na próxima reunião.
- diz alguma novidade. Isso eu já imaginava. – bebi o copo d’água cheio de uma só vez.
- o que você fez essa manhã de tão importante assim?
- eu estava com ela.
- ah, nem precisa dizer mais nada. – ele soltou um suspiro cansado. - Preciso desligar. Vou encontrar com uma menina que conheci na boate. Bye. – e desligou antes mesmo que eu pudesse perguntar quem era a ‘vítima’ dessa vez.
Frank era assim. Sempre foi. Ele não era desses astros do rock que aproveitavam da fama para conseguir mulheres, mas o que fazer quando elas se jogam aos seus pés antes mesmo de saberem quem você é? Ele não perdia tempo com isso. Se a menina estivesse ‘ dando mole’, ele com certeza ‘pegava’. E não seria diferente dessa vez.

Passei o resto da tarde pensando no que aquela frase em meu sonho queria dizer, enquanto eu esperava pelo telefonema de Jamie. Será que era sobre a morte de Julie? O que ela quis dizer com ‘brincar com fogo’? E por que era Debbie no sonho? Muitas perguntas, nenhuma resposta. Foi assim que terminou minha tarde e começou minha noite, logo depois que o telefone começou a tocar.

[...]


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