Barreira de Cristal escrita por Hinalle


Capítulo 1
Capítulo único




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Seu perfume me envolvia o corpo paralisado, enquanto meus olhos seguiam-na, frustrados e covardes.

Tão voluptuosa em sua inocência juvenil. Tão distante dos meus toques como a proximidade de nossos corpos.

Nem ao menos tinha coragem de dirigir-lhe uma palavra sem abaixar os olhos ou enrubescer. E como me atormentava tanto a vontade de querer abraçá-la, beijá-la?

Apenas voltei a mim quando ela desapareceu no final do corredor, descendo as escadas. Bati na parede com o punho cerrado, em desespero.

As imagens de minhas realidades fantasiosas, mergulhadas na doçura do irrealizável, passaram como filme na minha mente atordoada. Eram situações que me perseguiam em sonhos, consciente ou inconscientemente, e de tão simplórios, enchiam-me de um desejo tímido e incontrolável de querer vivê-los: momentos alegres, quase infantis, sentimentos explosivos, fortes e profundos.

Precisava falar com ela. Ao menos tentar conquistá-la pois, por acaso ou não, ela me conquistara.

No entanto, invariavelmente, eu sabia. Sabia que, em frente a ela, nenhum som atreveria a escapar de minha garganta. Nenhum movimento, não mais que sua ausência, prevaleceria entre nós.

Também sabia que tudo que criara para nós dois não fugia da minha imaginação. Nada mais que expectativas sem fundamento ou esperança.

E o que seria a paixão, se não uma dose memorável de desilusões?

Dei um passo para frente, em direção à escada.

Não poderia esperar um final diferente para aquela história se colocasse o mesmo plano em ação.


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Notas finais do capítulo

Em busca dos meus próprios sentimentos, desenvolvi este conto. Não tive a intenção de criticar, elogiar, ou passar qualquer mensagem; apenas foi um modo de uma autora imatura e perdida tentar se encontrar. Se estou apaixonada? Não sei. Não sei se apaixonei-me pela pessoa, pela ilusão que criei dela, ou se pelo carinho que ela tem por mim. Uma das perguntas que mais me incomodou durante esse período de confusão foi: por que queremos reciprocidade no desejo de uma pessoa, enquanto essa pessoa espera reciprocidade de outra pessoa, e outra pessoa ainda espera nossa reciprocidade? Parece um tanto irônico, não é?

Gostaria de fazer umas perguntinhas aos leitores: vocês já sentiram essa paixão desenfreada? Doeu, alegrou? Como você fica perto da pessoa pela qual está apaixonada? Quem puder, por favor, responda-me pelos reviews, ou, se achar que ficará muito exposto, mande-me uma mensagem pelo Nyah, e quem não quiser – ou puder – responder, quero que saiba que já me sinto muito grata por você ter lido minha história!