Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 58
57 Ciúmes: Afaste-se dele




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...

Depois daquele beijo, eu sai correndo. Eu entrei na sala de aula e afundei na ultima carteira – Cercada de sentimentos como descrédito e covardia a respeito do meu lapso. Eu queria chorar e gemer de tanta dor, eu queria fugir, ou simplesmente me tornar invisível. A sala já estava sortida – Quase todos os dezessete alunos. Mas eu não encarei ninguém e nem eles a mim. Só depois de alguns minutos presa a minha cadeira, tentando controlar minha respiração acelerada, foi que notei certo contemplar pesar sobre mim, olhei de esguelha para a carteira ao lado. Lucas pairava lá. Eu entrara tão aturdida que nem notei a presença dele ali. Mas agora era impossível não notar, pois seu olhar era penoso e frígido, olhar de pura desaprovação. Eu encolhi instintivamente meus ombros um pouco mais.Eu queria sumir.

Ele tinha visto Anthony me tocar? Ele estava abespinhado comigo? Ele poderia me bombardear mais do que eu mesma? Não. Ninguém poderia.

O professor de mecânica quântica entrou na sala com sua carranca sempre mal-humorada e sua barba falha. Nem parou para respirar e já começou a garatujar o quadro negro com fórmulas inelegíveis. Aquilo era grego para mim. Abri meu caderno e me pus a copiar. Lucas fez o mesmo.

Depois de um minuto, eu vi minha real necessidade, eu precisava discorrer com alguma pessoa. Eu iria explodir em uma choradeira bárbara se não fizesse isto logo. Olhei para a sala inteira e me abati com o desanimo. Olhei de soslaio outra vez para Lucas, ele estava posicionado com extraordinário alinhado, além de, estar distraído sobre absolutamente tudo a sua volta. Nada de estranho, apenas seu comportamento habitual.

— Hei Lucas — silabei.Nada.

— Psiu! — disse olhando para ele.
Nada.

Decidi que Lucas precisava de atitudes mais drásticas para ter sua atenção voltada a mim. Peguei minha borracha de látex e arremessei com toda a força que a pequena distância entre nós permitia. Bingo, direto na sua mão. Eu não tinha perdido a técnica, durante meses eu fui a melhor arremessadora de bolinhas e papel e borracha da turma, eu era conhecida como a menina-do-tiro-certo, fiquei suavemente bem-aventurada de saber que algo não havia mudado. Sua caneta foi lançada ao chão.

Qualquer outra pessoa olharia para o atirador com algo próximo ao assombro, talvez uma postura de sobressalto. Lucas por sua vez, apenas recolheu a caneta do chão serenamente e me lançou um olhar que dizia claramente “o que você quer?”


Lancei-lhe outro olhar em resposta “quero a sua companhia”

Lancei-lhe outro olhar em resposta “quero a sua companhia”

Ligeiramente eu saquei meu colar de Libélula que permanecia atrás da gola da minha camiseta escolar, exibi para ele. Poxa, eu estava usando a droga do colar, tínhamos adormecido juntos, eu acho. Bom, eu não presenciei seu cair no sono, mas tínhamos feito a nossa festa do pijama, ele fora legal comigo e vice-versa. Custava não me condenar às trevas por ter beijado o meu tecnicamente ainda namorado?

Aliás, eu não devia satisfações a ele.  

No entanto, ao ver o colar da Libélula ele pareceu ter ganhado na loteria. Este gesto fez com que as portas se abrissem, eu duvidava que mesmo que eu tivesse implorado mil vezes, aquilo não teria sortido o mesmo efeito no seu cretino coração. A Libélula era mesmo uma criaturinha persuasiva, ainda bem que eu a tinha.

Ele novamente quebrou seu próprio código de manter separação em público. Sua carteira sempre fora uma ilha. Mas de repente, sutilmente e um sem qualquer barulho, ele uniu sua carteira a minha. Havia outros que mantinham suas carteiras do mesmo modo, mas Lucas nunca tinha feito isto por ninguém. Eu era a exceção. E eu sorri para ele, era quase inconsciente, mas ele tinha me feito sentir especial.

Eu não fui à única a reparar na sua reação inesperada. Os outros alunos também pararam tudo o que estavam fazendo. Eu olhei exclusivamente para Anabel, mas recolhi meu olhar assim que o ódio e a inveja se apossaram dos olhos dela. Enfim, eu era odiada por todos naquela sala. Em parte, porque as meninas queriam estar no meu lugar, e na parte masculina, porque eles queriam ter certa proximidade com Lucas. Eles o invejavam.

Lucas era o tipo de cara que atraia coisas assim, sentimentos negativos e destrutivos. Ele era ótimo nesta tarefa. Eu tinha que admitir isso.



Quando o tumulto pareceu seguir seu curso, Lucas já se encontrava ao meu lado.
Não falamos nada, apenas voltamos a nossa ocupação de copiar e absorver as coisas do quadro negro. Eu já me sentia um pouco melhor, a vista estranha de Lucas me causava certa melhoria.

Aquela aula foi um tédio, visto que era só a primeira.
Bom, a sorte era que a segunda aula era vaga.
Apenas como uma cavidade no espaço.

Lucas se voltou para mim e me devolveu minha borracha. Percebi dois pequenos furos equivalentes no seu pulso. Furos pequeninos e recentes. Franzi a testa.

— O que aconteceu com seu pulso? — ele mergulhou seu pulso no casaco.
— Sugadores — disse sem mais.

Mas não eram. Ele mentia. Não existia um tipo de inseto tão simétrico. E estávamos no inverno, ou seja, era quase como achar um diamante no asfalto. Eu não sei para onde os insetos iriam repousar no tempo frio, mas eles não estavam nesta cidade. Enfim, deixei pra lá.

— Você gostou do colar? — disse com orgulho do presente.
— É perfeito
— Fico feliz que esteja usando.

Emudecemos.
— Eu cometi um erro e eu sei que você assistiu.
— Está falando do beijo cinematográfico no cão perseguidor? — disse entredentes.

— Eu fui uma imbecil, eu sei — Eu me justificava muito mais para mim, do que para Lucas.

— O que você quer de mim? — disse ele adjunto ao um suspiro.
— Quero saber o que você pensa.

Ele soltou um riso petulante.

— Não quer não.

Eu toquei o canto do meu lábio.
— Por favor, diga.

Ele riu.

— Ele está usando você.
— Não — Meus olhos vidrados — Ele me ama — Meu tom era carregado de hesitação.

— Ele é como — disse ele como se ponderasse algo realmente profundo — Uma droga pra você. É exatamente isto que eu acho, ele não é nada saudável. Ele é como um demônio que se aproveita do seu medo. Ele é uma sanguessuga buscando a miséria no seu coração. Você precisa acabar com isto, antes que isto acabe com você, Annie.

Ele estava certo, apesar e terem sido palavras intensas. Era exatamente isto que Anthony estava sendo para mim, uma doença que me consumia. Uma doença que ia me extinguir.

— Eu não sei o que fazer, nada parece funcionar — Eu estava desesperada.
— É. Bem...seu jeito passivo-agressivo de tentar fazer as coisas. É meio confuso — Você precisa dar o troco — seus olhos faiscaram.

— Do que você está falando? — Era uma pergunta retórica.
— traição.
— Eu não vou me lançar nos braços de outro, não sou este tipo de garota. Isto não vai me fazer sentir melhor.
— Cala a boca. Não estou falando disto — disse com um riso confiante.
— Então, de que?
— Você precisa prejudicá-lo em pequenas coisas. Pense, ele vive te desamparando por pequenos afazeres, certo?

Assenti.

— Pois bem...Destrua isto. Arrase tudo que é importante para ele. Pise, desdenhe e o chute.

***


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Notas finais do capítulo

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