Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 59
58 Dando ao Amor um nome ruim




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Eu sacudi a cabeça negativamente. Eu não podia prejudicá-lo. Não eu não podia.

— Você precisa realmente fazer isto, Annie — disse ele com uma convicção ameaçadora.

— Eu não posso fazer nada contra ele — rebati — Eu não quero fazer nada.

— Por que não? – instigou-me.

— Porque eu sou boa. Eu tenho caráter, e, sobretudo porque gosto dele.

— Você está falando como uma palerma.

— Lucas...

— Confesse. Você irá negar que algo dentro de você não ficou tentada a recuperar seu orgulho próprio? Algo não acedeu? — Era verdade. E por isto mesmo eu estava um tanto quanto chocada.

— Não. Nada se acendeu — Menti, mas eu mentia bem mal.

— Annie, estou sujeitando-me a te ajudar. Você está doente, obcecada e totalmente de quatro por aquele sujeito. Você não tem muitas alternativas. Na verdade esta é a sua ultima.

Lucas estava me deixando pasmada, mas não tanto quanto na extensão do choque próprio. Dizem que todos têm dois lados — Bem e Mal. Parte de mim jamais iria aceitar aquilo. Mas havia algo dentro de mim, talvez algo mesquinho e frio que gostou da idéia: Retaliação. Mas eu não podia entrar naquela coisa de represália. Vingança era uma coisa muito nociva, mas eu sabia dos riscos?

Porque era tão difícil esquecer, perdoar e seguir em frente?

Eu tinha a resposta batendo contra o meu crânio.

Eu era uma garota de dezesseis anos, ele tinha acabado de fazer quinze. Era mês de Setembro quando decidimos amarrar nossas almas. Éramos francos e felizes, éramos mais que namorados, éramos cúmplices. Ele jurou que me faria sua mulher algum dia, falou sobre planos malucos e conjuntos. Ele falou que nem mesmo a morte nos separaria. Seriamos prósperos além-túmulos. Fantasmas amorosos como o gasparzinho. Acharíamos uma casa mal-assombrada e permaneceríamos juntos ali, ou em qualquer lugar. Iríamos para o Éden. Nós tínhamos o Éden. Ele falou coisas sobre jamais saber viver sem mim, mas espere! Ele quase não passava tempo algum comigo, e lá estava ele vivíssimo - animado e intenso da Silva. Eu era a infeliz.

Eu ainda estava esperando por suas promessas.

Algumas pessoas dizem que o tempo cura tudo. Mas o tempo era um inútil, ele não sanava nada. Era tarde demais para nós, agora que eu me dera conta disto. Eu não ia mais voltar atrás. Minha fase de boazinha tinha sido sepultada agora. Eu jamais poderia perdoá-lo.

Não poderia perdoá-lo pelo que poderíamos ter sido e não fomos.

— Eu aceito. Vamos começar a guerra.

***

Era terça-feira á noite. Lá pelas quase 7h Lucas estacionou em frente a minha casa. A noite estava fria e medonha. Obriguei-me a manter minha expressão de animosidade a tudo. Eu afundei no banco do carona e murmurei um desanimador Olá. Ele apenas aquiesceu com um sinal. 

Enquanto Lucas vagueava pelas ruas escuras, eu liguei o rádio prateado. Zapeie em todas as estações de rádios, mas desisti quando percebi que todas as canções tinham que fazer referência ao amor. Qual era o problema com aquelas músicas? Okay. Aquilo era chato. 

Lucas ergueu as sobrancelhas. 

—Até que enfim Annie! Finalmente está aprendendo a fugir de tudo que não for confortável. 
— Por que não cala droga da sua boca? 
— Estou feliz que você esteja tão ácida hoje. 
— Ah, claro — restituí.

— Então, já decidiu por onde daremos início? — Ele parecia muito animado. Aliás, isto me inquietou um pouco, não era natural alguma pessoa ficar tão excitado com algo completamente aborrecível. 

Eu olhei para a paisagem que se contorcia lá fora. 

— Alguns contam que o contrário do amor é o ódio. Você acredita nisto? — Seu tom de voz era aporrinhador. 

Eu suspirei. 

— Talvez. 
— Você realmente seria apta a odiá-lo? — Lucas queria me testar — Digo algum dia no futuro? 

Eu lhe lancei um olhar intimidante. 

— Jamais poderia odiá-lo. Mas isto não significa que meus sentimentos sejam bons. Que serão sempre bons. Eu poderia simplesmente terminar com ele, mas isto seria bom demais para ele. Seria justo. E a única ferida seria eu. Eu quero que ele compreenda exatamente os fatos. Ele não pode genuinamente ingressar na minha vida e sair impune, não depois de ter arruinado tudo — Sim. Eu queria a represália. 

Lucas plantou uma semente má em mim. E eu estava tomando precauções para que ela continuasse lá, deixando que a erva daninha ardesse. Eu não fazia isto por deleite, eu fazia isto porque a idéia de despique submergiu parte de mim.

Ficamos quietos. De repente meu celular eclodiu. Era Tony. Eu já me preparava para atender, quando Lucas o tomou da minha mão e o atirou no banco traseiro. Eu o olhei sem entender aquele ato grosseiro.

— Hei! Qual é o seu problema? 

— Cara, você não entende nada disto. Você não pode atender os telefonemas dele, está maluca? 


— Não ouse me dizer o que fazer! E maluca é a sua avó.

— Annie, — disse ele pacientemente — Que horas são? Ele ficou sem te ligar o dia inteiro, por que você acha que a nostalgia o envolveu como confete, justo este horário? 

— Porque ele já acabou todas as atividade extracurriculares, claro. — respondi com um desanimo total. 

— Então, a menos que você adore e se alegre em ser o segundo lugar em tudo. Vamos focar no plano, está bem? 

— Sim. 

— Bom, nós temos o elemento surpresa, porque ele jamais desconfiaria que você fosse dar um basta e agir pelas costas dele. 

— Cale a boca, do jeito que você fala até parece que estou sendo.... — abafei os versos.

— Uma traíra? – completou ele. 

Eu permaneci séria.


— Não seja tão dura com você mesma, além do que será divertido.

— Não sei como pode ser divertido arruinar alguma coisa.

— Garanto que será – disse ele com um feitio petulante – Nós três vamos adorar.

— Nós três? – olhei perplexa para o rosto dele.

— Achou que eu ia deixar Loo fora disto?

— Eu não acredito que ele está sabendo disto! Não era para disseminar o fato.

— Ei, ele não é qualquer um. Ele é um cara maneiro e é de confiança. 

— O que você disse para ele exatamente?

— Que precisávamos aprontar com um cara, que tinha te deixado deprimida. Viu? Nada demais.

— E o que ele falou?

— Ele topou na hora, ainda mais tendo a ciência exata que era pra você.

Eu senti minhas bochechas queimarem. Aquilo era nojento. Eu estava sendo muito baixa.

Lucas piscou para mim.

***

Lucas estacionou nas proximidades do Memórias, apagou os faróis. Nós saltamos ao mesmo tempo e nós pusemos a caminhar. Entramos na lanchonete. 

Era terça-feira à noite, mas não havia uma noite em que o local estivesse com aparência de abandonado. Ele era o melhor point da cidade, de modo que os jovens sucessivamente se reuniam por lá. Eu alternei meu olhar para todos aqueles corpos e por fim, avistei Locke sentado na ultima mesa ao fundo, postura descontraída, quase próxima ao relaxado. Ele também nos viu, mas seus olhos avistaram o rosto de Lucas rapidamente, e se voltaram em mim, abruptos. 

Locke vestia uma calça jeans escura e manchada, uma camiseta preta com algum emblema de uma banda de Hard rock , e uma camisa xadrez por cima, ele estava nebuloso como um astro. A luz bateu no seu rosto pálido e seus olhos estavam nebulosos e absorventes. 

Seus olhos ainda encravados em mim como uma adaga. Os meus também. 

Eu caminhei em sua direção ao lado de Lucas. Eu não sei por que, contudo quando nossos olhares se cortaram, meu coração disparou como um trem em circulação. Apressado – Agitado e profundamente vivo. Era como ter uma descarga de adrenalina sendo jorrada no meu corpo. Por que eu estava sentindo aquilo?

***





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Notas finais do capítulo

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