Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 55
54 Pétalas mortas e um bilhete




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Perguntei-me secretamente o porquê de Lucas não ter entregado ele mesmo. Contudo algo me dizia que ele deveria ter seus motivos. Percebi um novo fato, Lucas realmente confiava em Locke. Não era apenas aparência. Era real.

Locke me estendeu um envelope negro. Eu hesitei por um segundo, mas se Lucas confiava tanto nele, talvez eu devesse confiar também. Confiança por tabela. Peguei o envelope.

— O que há aqui?

— Hei. Eu não costumo abrir correspondências alheias — Algo me fez achar que ele estava sendo sarcástico.

Uni minhas sobrancelhas em sua direção.

— Qual é? Eu sou só o carteiro — disse.

Abri o envelope. Aproveitando a deixa da luz dos postes alinhados.

Havia duas coisas no envelope.

Algumas pétalas de rosa negra, despedaçadas. E um pequeno bilhete, audaz.

Eu desdobrei a mensagem – Nunca tinha visto de perto a caligrafia de Lucas. Era semelhante ao dono ­— Estranha e oblíqua. Com um aéreo desmoronamento para a direita.

Querida Annie,
Como você está agora?
Já melhorou do seu humor infernal? Espero que sim, você estava impossível.

Espero que tenha apreciado as pétalas E que assim como elas, seu luto também esteja estilhaçado.

Vou estar no seu quarto a meia-noite. Vamos comemorar o meu humor e sua beleza, não se preocupe eu me encarrego das bebidas.

Você só precisa me deixar entrar.

Do seu bizarro perseguidor.

L.

Minha face foi retorcida em uma careta, misto de susto com incredulidade. Eu coloquei o bilhete no meu bolso de trás da calça e dei mais uma olhadela dentro do envelope, eu não estava ficando louca, ele tinha realmente me mandado pétalas negras e murchas? Ele tinha. Que coisa mais biruta — Eu não sabia o que pensar daquele gesto. E que história era aquela de estar no meu quarto a meia noite? Como isto seria possível? Bobagem — Lucas e suas histórias. Amassei o envelope e o pus no outro bolso do jeans, o bolso livre.

Olhei sorrateiramente para Locke. Era quase inaceitável que ele não soubesse do conteúdo do bilhete. Aliás, sua cara era um misto de negação e sombra.

— É uma conspiração, vocês estão justos nessa?

Ele deu de ombros, calado.

— Não sei o que ele está planejando, mas ele não está só — Rebati.

Ele olhou para mim e depois voltou a visão frontal.

— Gosta de motocicletas? – ele fugiu universalmente do contexto.
— O quê? — arfei.
— Vamos dar uma volta? — Ele parou e com um sutil aceno com o queixo, ele me indicou uma moto parada do outro lado da rua.

Minha boca se abriu em forma de "O". Lá estava uma legitíma e brilhante, Harley Davidson Preta.

— Aquela moto é sua? — disse com espanto.
— Minha garota — disse cheio de orgulho.

Então eu permaneci olhando ele cortar a rua pavimentada – Passos retos e abertos. Ele parecia uma cara legal e...Bem, ameaçador. De repente me senti presunçosa, eu estava andando com caras estranhos e um deles tinha a mais perfeita motocicleta de todos os tempos – E eu estava prestes a saltar na garupa dele, e esquecer de todos os meus problemas drasticamente sentimentais.

Locke olhou para mim e maneou a cabeça. Eu andei depressa em sua direção.

— Você ganhou na loteria?- disse olhando a moto de perto, mais detalhadamente –, Ou, você é milionário e eu ainda não sei?

Ele deixou seus lábios atravessados em um riso bucólico. Depois montou na motocicleta e acelerou, fazendo com que a máquina vibrasse.

— Bom — disse molhando os lábios — Eu tenho meus negócios.
— Hum... — murmurei.

— Sobe – disse com uma nuança fria.

Eu subi com um jeito meio perna-de-pau, desajeitado e torcido. Demorei alguns instantes para estar segura e habituada. Honestamente era a primeira vez que eu ia andar de motocicleta – Minha primeira vez. Meus olhos cintilaram, e o frio me atravessou bruscamente.

— Pronta? – proferiu Locke.

Assenti.

— Você irá cair se não agarrar em mim.

Em um movimento incrivelmente fino, eu envolvi o corpo dele com meus braços estreito, senti meu corpo se eriçar em arrepios totalitários, quando parte dos meus pulsos tocaram sua jaqueta gelada. Circundei-o e apertei minhas mãos fortemente na altura do seu abdômen.

E lá estávamos nós, montados em uma motocicleta a correr sem destino na noite sobrecarregada. A sensação de liberdade tomando meu corpo pouco a pouco, e a aragem atirando ferozmente meu cabelo contra minha fisionomia. A paisagem passava por nós rapidamente. Mais e mais – Árvores, fábricas, casas e butiques. Luzes e mais luzes. Locke acelerou outra vez. O asfalto correu e se lançou embaixo das duas rodas, os olhos de gato fixos na alameda chamejavam na escuridão em tonalidades alaranjadas. A esta altura o vento forte parecia estar obstinado, caráter desumano. Eu não sentia mais os meus dedos e metade da minha face, metade canhota – Estavam congelados. Meu sangue não estava indo até lá, bom, não da forma habitual. Entretanto, a liberdade só crescia dentro de mim, excessivamente. E todo o resto poderia cair no sono, pois minha alma jamais se encontrou tão estimulada – Meu espírito estava vibrante. Era um prazer que eu jamais tinha experimentado em toda a minha vida. Senti que Locke, a motocicleta e eu – Éramos apenas um ser. Indescritível. Locke aumentou um pouco mais a velocidade, e meus braços o empunharam com mais força. Senti a adrenalina escorrer por minhas veias em uma golfada. Uma velocidade negligente – perigosa e extremamente fascinante.

Eu não sei quantas quadras exatas percorremos sem sina, eu só sei que foi uma das coisas mais vibrantes que já tinha feito - Perfeito. Quando Locke me deixou em frente a minha casa, eu me sentia intensa – aberta - acalorada e extremamente exausta no bom sentido.

Despedi-me de Locke de forma rápida.
Agradeci pelo melhor passeio da minha vida.
Ele partiu.

***


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Notas finais do capítulo

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