Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 56
55 Frenzy


Notas iniciais do capítulo

Garotas amadas do meu coração Infelizmente irei ficar sem internet por este mês. Voltarei certamente em Agosto. Por isso não me abandonem! Repito não me abandonem! A história como já sabem, está se desenvolvendo, e ela já foi terminada.
Agradeço imensamente a todas que comentaram até agora... que acompanharam..que recomendaram, e que sofreram acompanhando a história da Roc Como eu disse na sinopse: incompreendida mal humorada e de poucos amigos, e mesmo assim de leitores fieis. Vi que muitas de vocês se identificaram com a Roc, e fiquei lisonjeada, ela não é uma personagem popular, líder de torcida, ou clichê, mas vocês acolheram a história mesmo assim. Fazendo, portanto uma autora muito, muito feliz mesmo.
Obrigada por acreditar na história e acreditar em mim, isto significa muito, muito mesmo.
Obs: Como eu disse, eu volto em agosto! Então, continuem comentando ( quem não comentou ainda) Recomendações me deixam hiper feliz, e atraem mais leitores, o que me deixa duplamente feliz.
NÃO ME ABANDONEM, POIS EU VOLTAREI HAHAHAHA Com o Lucas e tudo mais!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/106151/chapter/56

Entrei em casa, e era quase meia-noite. Dei boa noite a minha mãe, que ansiava pela minha chegada, e depois de escutar uma boa dose de sermão, subi para o meu quarto. Obvio que mesmo depois das minhas mil desculpas, a expressão dela não estava das melhores – Mas disse que estava com uns amigos e que acabei perdendo a hora. Vi na sua face que a fantasia de eu estar escoltada por mais gente, suavizou as linhas expressões. Subi as escadas com falta de pressa – Caminhei no corredor escuro, meu cômodo permanecia no final do corredor. Ultima porta.

Girei a maçaneta e entrei, meus dedos duros e gélidos escorregaram sob o interruptor. Deixando a claridade tomar conta do pequeno lugar, meu espaço.

Senti o vento assobiar fortemente. Olhei abismada para a janela de madeira que batia de maneira abafadiça. Estranhamente eu não tinha memórias de tê-la deixado aberta, talvez eu estivesse ficando desmemoriada antes do tempo. As cortinhas que eram lilás e finas estavam sendo arremessadas pelo sopro, provocando alusões a uma assombração.

Antes de fechar a janela eu fui até o banheiro, trocar de roupa. Coloquei uma blusa velha do Mickey Mouse, uma calça branca de moletom, além de pantufas encarnadas. Depois de um tempo, caminhei de volta para o quarto.

Afastei as cortinhas. Estava pronta para trancar a janela quando algo me fez oscilar e dar um pulo para trás. Engoli a seco e abafei minha incrível pretensão de berrar.


A silhueta magra estava praticamente em frente a minha janela, mais precisamente em cima do muro de tijolos que demarcavam o limite existente entre a minha morada, e a do vizinho. Era um muro elevado e de afanoso acesso, o que me fez estremecer, meus pelos se horripilaram, mas desta vez o frio não foi o responsável. A mureta era perfeitamente compatível com a elevação da minha janela, e por isto tive condições de vê-lo – quieto lá. Driblando a noite. Bela habilidade de equilíbrio – Seu corpo alinhado, seu aspecto intocável e seus cabelos repicados esvoaçando com o ar sádico. Estava escuro lá fora, por isto eu só consegui ver seu contorno se movimentando, pouco a pouco. Ele foi se aproximando vagarosamente, se aproximando da fixação da janela. Eu tentei me movimentar – Mas não conseguia. Não mais. Eu sabia que era do tipo que fixava os pés no chão durante o temor. Não ia ser diferente agora.

Talvez eu pudesse gritar – Pedir ajuda a plenos pulmões. Estava prestes a repreender o dito-cujo que ousava fixar em divisórias alheias – Talvez fosse um ladrão, alguém com péssimas intenções, ou um assassino... Gelei ao pensar no conceito.

Eu não gritei, não consegui. Algo me anteparou. Surpreendentemente, uma mão agarrou meu braço. Uma pose gelada. Eu só consegui fixar meus olhos nos dedos que invadiam meu pulso. Dedos finos – pálidos e incrivelmente distendidos – ossudos.

Uma descarga fria foi arremessada em meu crânio. Um raio.

— Shiiiiii, faça silêncio! — soltou baixo.

— Eu... Eu... Sou muito jovem para morrer! — disse sentindo as lágrimas narcotizadas

— Deixe de ser boba, sou eu – disse a voz.

— Eu quem? — minha voz era pouco menos que um sussurro.

Ele soltou meu pulso e me encarou.


— Veja você mesma — comandou.


Eu ergui a cabeça aos poucos — Eu não tinha pressa. Eu não queria recolhê-lo. Eu não queria.

Quando meus olhos toparam com ele. A luz do meu quarto aclarou o meio de sua cara.

Inclinei-me com as mãos no peito, tentando recuperar o fôlego.

Tentando fazer meu coração não ultrapassar os limites da minha costela. Droga.


— O que você está fazendo aqui, Lucas?

— Caramba, — silabou —O que acha que estou fazendo aqui? Eu avisei que eu viria. Locke não fez seu trabalho? Acha que eu sou do tipo que anulo uma promessa?

— Conceito insano – retruquei.

— Você me deixa entrar? – Eu me afastei da janela.

Ele continuou estático.

— Preciso que você diga.

— Pois entre! – disse tremendo de frio.

Lucas saltou com agilidade e silêncio – Seus pés pareciam ter molas amortecedoras. Ele não veio desamparado, trouxe sua mochila alinhada em seu dorso. Eu sentei na minha cama e atravessei os braços. Ele fechou a janela amenamente – Depois virou a chave dourada da minha porta. Estávamos sós e trancados.

Lucas parecia observar meu quarto com cautela – Notando cada pormenor. Meu roupeiro, minha cama, minha estante, alguns livros, minha mochila. Lentamente seu corpo deu um giro completo, terminando de avaliar todas as minhas coisas, esperei pacientemente que ele acabasse.

— Realmente impressionante — disse acomodando-se ao meu lado.

— Oh meu Deus! — exclamei ao mesmo tempo em que o azul dos olhos dele indagava-me — Você é maluco ou o quê? Sabe que horas são?

Ele olhou para o meu radio relógio a fim de responder, mas era uma questão retórica.

— Por todos os santos! — suspirei.

— Não sei por que tantos resmungos. Eu vim passar a noite com você.

Eu enrubesci e gelei ao mesmo tempo.

— Desculpe — murmurou — Não quis dizer no sentido bíblico, apenas dormiremos no mesmo quarto.


— Nossa, obrigada por meu dizer — disse ácida — Se você não esclarecesse os fatos.... Juro que já teria te agarrado.

Ele me ignorou.

— Bom, estava frio demais para bebidas, então achei que você preferiria Achocolatado — disse abrindo a mochila e me entregando uma caixinha pequena acoplada a um canudo, não sei como, mas o liquido estava quente.

— Obrigada Lucas — disse abrindo e sorvendo o liquido — Mas o que estamos fazendo exatamente... Uma festinha do pijama a dois?

Ele sorriu triunfante.

— Por que não? — aquiesceu — Annie, apenas relaxe.

— Lucas...Como você subiu no muro e se equilibrou daquela forma?

— Eu praticava Le parkour — disse com uma hilaridade cara-de-pau.

Havia muito mais nas entrelinhas, mas eu deixei pra lá.

— Onde você estava perambulando uma hora atrás? — disse ele terminando de sugar o mini-achocolatado.


— Eu estava com Locke. Fomos dar uma volta de moto. Foi à maior adrenalina! — disse com entusiasmo.


— Você não deveria trafegar com um desconhecido na garupa de uma moto, e justo a declive da meia-noite — Não era uma censura, era uma piada.


— Muito pior é estar a sós com um menino que gosta de entrar pela minha janela.

— Bom, eu sempre ganho de Locke. Fazer o que NE? — disse.

Eu emudeci por um tempo. Olhei no meu rádio relógio, precisamente meia-noite e meia. Mas eu não tinha sono, e Lucas parecia sentir o mesmo.

— Como estão as coisas entre você e Anabel? — disse.

— Anabel me aborrece. — disse ele erguendo a cabeça para mirar a fonte de luz — Ela me ligou ante anteontem, anteontem, ontem, e aposto que ligará hoje também.

— Vocês se merecem, os dois são perseguidores — disse em tom de brincadeira — E sobre o que vocês conversam?

— Não conversamos somente ela fala — Ele se preparou para imitá-la — Ela diz coisas como, os astros resguardam coisas legais pra nós, você é hot ...Eu quero você de volta, eu não consigo te esquecer e blábláblá — Que exagero.


— Parabéns, você a deixou de quatro — Coisa difícil de acontecer!

— Eu não sei por que ela não me deixa em paz, não aconteceu nada demais entre nós. Nada que justifique este procedimento imaturo e obcecado.

Eu havia deixado meu queixo cair de tanta perplexidade, como ele poderia falar desta forma? Eu não sabia o que era pior, a falta de amor-próprio de Anabel, ou o homem que estava a minha frente falando como um canalha prepotente. Eles tinham se entregado um ao outro, mesmo que fosse de uma forma repugnante e errada. Fora um erro, mas isto ininterruptamente constituía algo muito importante, especialmente para a parte feminina. Um cara não podia simplesmente desarranjar a vida de uma garota e sair ileso, achando que não era nada demais. Não mesmo. Anabel e nenhuma garota poderiam ser tratadas como apenas uma peripécia, mas parte de mim sabia que Anabel não se importava.


— Bem, você ficou com ela — Ele me lançou um olhar obvio — No sentido bíblico — completei. Isto me parece muita coisa.

— Oh — arfou — Há algum assunto que escape das rodinhas femininas?

— Bom você deveria ter mais respeito com as garotas que sai — dei-lhe um parvo.

— Eu tenho 17 e ela já completou a maior idade, então ela é totalmente responsável sobre as coisas que prática.

— Garotos, sempre o mesmo tipo de história — disse-me com a imagem de Anthony me abandonando no hospital.

Ele pareceu acertar meus pensamentos.

— Sabe, você deveria sair com os amigos dele. Não há nada que a impeça.

— Ainda sou... Comprometida — Senti asco ao proferir isto.

— Você já beijou outro cara? — disse ele sério.

— Você está brincando? — Ele maneou a cabeça como se já desconfiasse.

— Não, eu nunca beijei outro cara, Tony foi o primeiro e o... — eu me senti uma idiota — Aliás, vamos mudar de assunto. Garoto, você não deve entrar na minha intimidade... Parece que perdeu a noção do perigo.

— Está bem — disse ele com um riso torto.

Emudecemos outro tanto. Até que rompi o silêncio.

— Me fale sobre a sua... Namorada, a falecida? — sussurrei.


Pensei que ele fosse fugir do assunto, ma ele apenas maneou positivamente a cabeça.


— O que quer saber?

— Qual era o nome dela? — quis saber interessadíssima.

— Frenzy — suspirou — Amanda Elisabeth Frenzy — disse como se esse nome tivesse açúcar.

Soava como denominação de princesa, ou talvez de alguém muito próximo à realeza.

— Como ela era? — acrescentei imediatamente — fisicamente?

Ele voltou os olhos pra cima, como se tivesse tentando não esquecer nenhum detalhe. Como se fosse um grande pecado deixar alguma proeminência para trás.

— Pele branca como uma nevasca, lábios rubros e carnosos. Olhos apertados em tom de safira. Quase sempre na defensiva — Ele riu para si mesmo — Estatura média para alguma pessoa da sua idade. Cabelos amarelados como os raios do sol e encaracolados como macarrão instantâneo. Ela era bela... Linda mesmo.

— Você ainda a ama? — estreitei meus olhos.

— Sim. Perdi a mulher da minha vida, quando ela ainda era só uma menina.

O pensamento me alagou.

— Quantos anos ela tinha quando foi...? — Não consegui dizer o resto.

— Catorze — disse com grande aflição.

Lembrei que Lucas tinha saído de casa com esta idade.

— E você?

— Frenzy e eu tínhamos a mesma idade. Éramos apenas duas crianças loucas e completamente apaixonadas.

— Vocês eram mesmo bem jovens.

— Frenzy... Frenzy... Quanta falta você me faz! — Meu coração doeu em compaixão.

Lucas fixou seus olhos no nada, eu quis confortá-lo. Mas as palavras me escapuliram. O rosto dele brilhava estranhamente infeliz, sua palidez era novamente ressaltada por olhos cor do céu, mas desta vez pareciam com uma tempestade ainda mais sinistra, havia tanta dor ali dentro. Além das incríveis olheiras cianóticas. Seus lábios comprimidos. Eu franzi minhas sobrancelhas a fim de pensar em alguma coisa, qualquer coisa. Mas tudo de melhor que eu consegui articular, foi passar meus braços em volta dele — Abraçando-o. Abraçando meu amigo.

— Eu sinto muito mesmo, Lucas – soprei em sua orelha.

Ele também passou seus braços a minha volta, complacentes.

Lucas estava estático, seus músculos duros e os meus também. Corpos unidos, corpos próximos demais. Nenhum de nós gostava de contatos corpóreos e sentimentalismo, não era algo com que soubéssemos lidar muito bem, nada para ficar a vontade. Estávamos desconcertados, ele mais do que eu, talvez a minha posição feminina me desse alguma conveniência quando se tratava de emoções expostas. Éramos perfeitamente estranhos ali, juntos. Juntos na dor e no luto. Ambos queríamos nos sentir amados, ambos queríamos um lar.



Lucas tinha se mantido por muito tempo assim, mas ele sempre guardou algo triste dentro dele. Algo pontudo e frio. Ele precisava de alguém para lavar esta dor, ele precisava de mim. Meu amigo.

Senti soluços abafados no meu dorso – Havia lágrimas lá? Eu não sei, não tive audácia para afastá-lo de mim. Pousei minha mão no seu dorso e deixei que pequenas lágrimas me arruinassem também.

— Eu fui o culpado— disse em uma voz mórbida.

— Shiii, não diz nada — soprei com uma voz trêmula.

Depois de pouco tempo em silêncio, ele se afastou de mim. Seus olhos estavam estéreis. Eu sequei os meus olhos violentamente com a manga da blusa e respirei fundo.


Logo após nossa separação taciturna, nossos reflexos foram conjeturados no espelho retangular do meu roupeiro, talvez eu estivesse letárgica, talvez eu estivesse pendendo de soneira, mas a imagem de Lucas era apenas uma nuança de rabiscos e contornos. Não havia perfeição ou encanto naquela imagem – Era algo próximo ao deslocado, embaçado. Esfreguei rapidamente os olhos, e tudo voltou ao normal. Olhei para as demais coisas do meu quarto, tudo estava corretamente legível. Apenas o reflexo de Lucas no espelho antes estava malfeita. Arrisquei levar em apreço que por obra do acaso o espelho podia estar embaçado pela condensação do ar, ou sujo. Mas isto não durou nem mesmo dois décimos de segundos, pois minha figura estava como carecia estar. Aquilo me foi alheio.


***


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Comentários?



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Clan Of Vampires - The Letter" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.