Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 29
28 Ocasião




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– Eu estava na aula de Educação Física – disse Tony bem-disposto – Até que hoje eu estava jogando vôlei muito bem. O Nonato até me deu Parabéns, depois da aula. Fiz vários pontos pensando em você. Na verdade foram todos dedicados a você — Disse franco e apaixonado.


Eu sorri ausente, pensando no quanto ele era bonito, e enquanto eu olhasse para aquele sujeito sorrindo, tudo teria a capacidade de sumir e ser esquecido. Está lá dentro, é meu & dele. Ele sorriu declaradamente, quase acertando meus pensamentos sobre si.


Tony honestamente era o meu oposto.
Então, por que ele constituía tanto pra mim?


Ele mirou minha mão e franziu a testa, demonstrando preocupação. Uma ruga desassossegada surgiu.


– O que houve com a sua mão? – disse tocando a farpa com extremo cuidado. Havia uma vermelhidão apertada.

– Você nem vai querer saber! – disse puxando a minha mão para perto do meu olhar.


Novamente cutuquei o ponto médio da minha mão, o local onde a minúscula madeira submergia e inflamava minha palma da mão, mais e mais.

– Como você fez?
– Foi um lápis. Acabei quebrando ele sem querer, e está ai o resultado – falei.


Olhei para ele e ele parecia impressionado.


– Você quebrou um lápis? - disse rindo com um humor bobo.
– Sim. Legal NE? – disse rindo também.
– AHRAM - murmurou - Mas o que houve?Você ficou irada e baixou o Hulk, ou algo assim?
– Esquece, não foi nada. – disse tentando mudar de assunto.
– Quer que eu dê um jeito na farpa pra você? – perguntou amenamente.
– Sim, eu quero.
– Deixa comigo, amor.


Um pouco antes de o sinal soar outra vez, para expressar o regresso dos alunos às atinentes salas de aula. Tony teve que me deixar outra vez, precisava terminar alguma coisa antes da aula ter inicio, eu odiei ser deixada sozinha de novo, mas tudo bem, eu estava ficando acostumada.
Eu não tive escolhas a não ser retornar a minha sala, sozinha – antipática e com meu velho mau-humor a tira colo. Sim era difícil para mim sustentar meu humor por muito tempo. Estranhamente difícil.



Percebi que os olhos de Tony me seguiam enquanto eu cruzava o corredor, eu detestava isto, pois Margareth devia estar me espionando por meio de todas aquelas câmeras espalhadas por toda a Instituição, como ela sempre fazia, vigiando cada passo que eu dava, cada respiração e espirro que sai de mim. Esperando para me punir só por estar perto de Tony. Só por ele estar olhando pra mim. E as represálias iam ser péssimas, mais cedo ou mais tarde elas viriam com toda a força. De modo que Anthony continuaria são e salvo a bancar o namorado tolo e carinhoso – Enquanto eu era sacrificada como um carneiro, por mero capricho seu.

Entrei na sala e fechei a porta.

Fui até a janela.

As conversas e zumbidos continuavam lá embaixo. Ainda faltava um bom tempo para acabar o intervalo, talvez uns dez minutos. Entrei na sala e fechei a porta sorrateiramente.
Marchei até a janela e suspirei profundamente, entediada por ainda estar
no colegial.

Abandonei a janela e comecei a caminhar na sala. Indo para lá e para cá - Parecia que ia afundar o chão. Fiz isto por pouco tempo, mas acabei deixando pra lá, não era uma atividade muito recreativa. Enfim, fui até o meu lugar e me arremessei sem jeito na mesa. Coloquei meus pés em cima da cadeira e os mexi com frenesi.

Então, como um corromper eu estava de volta à realidade. Ali sentada ao lado da mochila de Lucas, onde certamente permanecia guardado o misterioso caderno. Os meus olhos arregalaram-se só de cogitar a idéia de desvendar as escritas de Lucas. Hesitei entre executar minha idéia – ou não. Eu queria muito, mas era errado. Fiquei quieta por um tempo, e isto soou ainda mais tentador.

Então senti um tremor no estômago– uma idéia de certo modo pirada, passou e se avivou em meus ouvidos – e com isso, tudo saiu do controle.

"O que Lucas esconde no Caderno?"

***

Era minha única chance, digo, a única chance verdadeira. Permaneci ali parada, fiquei ali, examinando cada parte daquela mochila e pensando sobre o quê poderia haver dentro dela. O existia lá? O que poderia estar abrigado entre folhas e linhas de um caderno obscuro?


Talvez fosse só um diário. Ele era mesmo um cara estranho, poderia muito bem escrever um periódico.

Arrastei-me e sentei em cima da minha carteira.

Pensei nas possibilidades. Pensei e repensei – Eu nunca havia quebrado nenhuma regra em toda a minha vida, e talvez fosse mesmo melhor desta forma, mas e se houvesse o outro lado, e se aquilo me pertencesse de um modo torto e quase inexplicável? E se eu pudesse salvar alguma coisa ou talvez alguma vida...

Quanta bobagem pode não ser nada. Eu não sei.

Eu não sei... Eu não sei se quero descobrir a verdade, pois talvez o peso das letras seja demais pra mim.

Permaneci imóvel em cima daquela mesa. Esperando por uma interrupção, ou um sinal dos céus. Algo, qualquer coisa que me impedisse,  algo que me alertasse sobre os segredos alheios, mas tudo que houve foi o silêncio, o flutuar das cortinas e claro o desejo de folhear aquele caderno. Meu desejo e minha consciência agora travavam uma luta árdua – quase desigual.


Depois de alguns minutos que soaram como décimos de segundos, eu desisti. De modo que, minha consciência era honestamente boa em qualquer luta interna. Boa demais. Fosse qual fosse a luta, ela sempre venceria.

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Notas finais do capítulo

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