Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst
Lucas virou-se para mim de um jeito globalmente próspero. Anabel me espingardeou com os olhos cerrados, eu engoli a seco, totalmente encabulada. Imagine! Era como se eu tivesse atrapalhado algo de importância mundial – mera bobagem.
Voltei a prestar atenção em Lucas, os olhos azuis me encaravam outra vez sem pudor. Os cabelos cinza, já um pouco bagunçados por as mãos cínicas e atrevidas de Anabel. Olhei-a novamente e ela me deu um sorriso amarelo, tentando parecer seguramente falsa.
– Amiga, nem te agradeci por unir nós dois. Estou tão feliz por conhecer o Luquinhas melhor – disse se pendurando no pescoço dele — Notei que ela o tinha marcado no pescoço com as unhas.
Isto queria dizer, ele é meu. Minha propriedade agora.
– Vejo que vocês estão se entendendo muito bem – disse sorrindo também. –Lucas pode falar um instante? - Olhei pra ele. Sentindo meu rosto queimar.
Ele manejou a cabeça positivamente.
Senti Anabel me fuzilando. Desejei desaparecer o mais rápido possível.
Caminhamos em sigilo um do lado do outro e subimos os degraus da escadinha até a área de ginástica. As bailarinas do colégio só ensaiavam à tarde, então teríamos toda a privacidade que necessitava aquele momento. Eu procurei decifrar as linhas do rosto dele enquanto íamos, contudo era como decifrar o acaso, você poderia arriscar todas as probabilidades, mas acertar era questão de sorte e não de raciocinar.
Entramos sem dizer uma única palavra – era incrível como isto não se tornava algo estranho entre nós, um hábito nada comum, diga-se de passagem.
Entrei de supetão na sala, e acomodei-me no pufe verde florescente, meu corpo afundou confortavelmente e eu me senti relaxada. Menos quando percebi a expressão séria com um leve riso no canto dos lábios de Lucas.
– Eu adoro quando você faz isto – disse ele.
– Faz o que?
– Fica relaxada – eu balancei a cabeça e ri sem humor – É espantoso sabe...Você negligência a realidade por poucos instantes e se permite, seus ombros caem frouxos e abertos. Adoro seus momentos de descuidos. Deixam-me tão... Tão acesso.
– Não seja bobo, Lucas – reprimi sem encará-lo.
Ele abriu um grande sorriso, mas não era de humor era de puro sarcasmo.
– O que está fazendo com Anabel? – fui direto ao ponto – O que deu na sua mente doentia para cair nas teias dela? Era só um jogo idiota, sabia? Não era pra ser levado tão a sério Lucas! Você não precisa assumir um compromisso.
– Annie... - ele parecia muito contente... - Você parece muito incomodada...
- Lucas... - Ele me interrompeu.
- É apenas um capricho – respondeu largado.
– Como? – perguntei descrente.
– Sabe foi divertido, Anabel é uma “boa menina” e todos parecem adorar a idéia de que eu esteja ao lado dela.
– É mesmo? – questionei admirada.
– Não achou que eu estava com ela por afeição. Achou? – disse sorrindo maliciosamente.
– Eu vou avisá-la - disse perplexa – Vou dizer a ela o cafajeste cínico que você é.
– Sabe que isto não vai adiantar – deu os ombros – Sabe mais do que ninguém, que Anabela é do tipo que gosta de fantasiar analogias amorosas perfeitas. Ela vai crer que você está afim de mim e que quer nos separar. Você será pior que a madrasta da Branca de Neve.
– Pra que você quer ficar com ela então? – indaguei tentando me recuperar do choque.
Lucas mostrou-se frio. Frio demais.
– Já disse é apenas um capricho meu. Nada mais. Relaxe Annie, não sou o lobo mal que você pensa.
– Claro que não é – disse balançando negativamente a cabeça. – Ele pareceria um amador perto de você!
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