Clan Of Vampires - The Letter escrita por weednst


Capítulo 24
23 Faça desaparecer


Notas iniciais do capítulo

Gostaria que os fantasminhas deixassem pelo menos um "Olá" nos comentários, seria legal!
Faça Aparecer?



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Houve burburinhos, gracejos e até piadas.
Mas de imediato só houve o silêncio – todos voltaram seus rostos para Anabel.

Anabel estava abismada – parecia ter ganho o Oscar de melhor dissimulação do ano. Olhos vidrados em Lucas. Boca em formato de assombro. E felicidade afirmada na cara.

Eu parei por uma fração de segundos depois de ter soltado o nome dela, me arrependi, mas não importava o que eu dissesse isso ainda ficaria do mesmo jeito, ainda estaria sem jeito, uma coisa quando começa errada, irá terminar assim. Com as mãos tremendo eu comecei a rolar o lápis verde por entre meus dedos, sem habilidade alguma, apenas pra disfarçar minha inquietação.


Eu tinha uma oscilação temperamental queimando dentro de mim. Uma balança. Uma infeliz incerteza. Será que minha decisão, foi tomada tão somente para ajudar uma menina desesperada por um beijo de um novato, ou tinha sido mesmo pra testar meus sentimentos, pra testar os limites de Lucas Oliver.

(Eu me sentiria confortável ao ver os lábios inabitados sem sangue dele, tocarem os carentes lábios dela? )

Eu olhei para Lucas. E bem ali, lá estava ele, desviando seus olhos profundos de mim e andando em direção a ela. Tudo soava em câmera lenta para mim. Eu estava me sentindo nauseada. Eu queria saber com todas as minhas forças se ele tinha achado aquilo vantajoso, ou não.

Ele estava feliz em beijá-la?

Ele iria beijá-la? Oh Não!

Ele iria mesmo terminar o que eu tinha começado?

Eu funguei, desviando o olhar para fora do caminho de ambos.

Completamente perturbada.

Anabel ergueu-se e Lucas estendeu a palma da mão para ela – conduzindo-a ao centro da roda. Chegando lá, ele me olhou de relance. Um olhar vingativo, algo que dizia "Eu não vou parar, se é o que está pensando " Meus lábios contraíram em resposta. E de algum modo eu quis gritar "Pare agora!"

Lucas foi em frente. Pousou seus dedos sobre o pescoço de Anabel, tirou um punhado de cabelos longos, escuros e levemente encaracolados, que cobriam a face da menina. A vigilância com que ele movia os cabelos parecia particularmente coisa dele mesmo. Cada fio daquele bendito cabelo parecia estar sendo assessorado – Mordi meus lábios com violência, o que o fez sangrar levemente. Senti o gosto descer por minha garganta. Cruzes! Eca eu detestava o gosto doce do sangue.


Lucas me olhou ao mesmo tempo que preparava sua dama para o beijo, ele estava imóvel e bastante sério. Parecia que ia salvar o mundo. Seu olhar embrenhando-se aos meus, soava como uma expectativa, ele esperava que eu fosse me arremessar de joelhos e cessar tudo. Bobagem! – Eu jamais faria isto, meu orgulho não deixaria. Eu baixei meu olhar e desviei novamente, ele fez o mesmo.

Quando dei por mim, a sala se encheu de risos e gargalhadas e algo dentro de mim se partiu.


As mãos dele circundavam a cintura dela. A proximidade tornou-se mais e mais imediata entre os dois. Eu vi os olhos dele se estreitando pouco a pouco – até fecharem à pálpebra. Os lábios dele tocaram os dela, devagar e com gosto – E algo fundo – tenebroso e lento afundou em mim outra vez — E o que era pra ser um simples e mero beijo inocente e brincalhão, honestamente saiu do controle. Ele parecia gostar. Parecia gostar para caramba.


Eu comprimi meus olhos, de volta ao lápis verde com que me distraía. Brinquei novamente com o objeto. E quando voltei a ver Lucas outra vez, a imagem se tornou ainda pior.

Ele ainda com força e ambição a ajeitava para mais perto do corpo dele. Ele a queria? Sim, ao menos era a impressão que dava. Anabel também não se continha de tanta exaltação. As mãos dela também se agarravam a ele, como se estivesse prestes a morrer afogada. E os lábios de ambos se flexionavam ao encontro do outro – uma – duas – e outras tantas vezes.

Alguns juram que aquilo durou pouco, segundos no máximo. Para mim, aquilo durou em alto grau. Durou uma Eternidade. Durou E Durou.

Na sala havia assobios e risadinhas. Cada vez mais alto.

E depois que o beijo tinha se consumido. Lucas me encarou com um riso nos lábios, cínico.

Houve um estalo oco.

CREC

Todos se viraram para olhar para mim. E houve novamente o silêncio ou
algo semelhante. Eu estava com os pensamentos a mil para me dar conta do que eu havia feito.

Eu havia partido o lápis em dois pedaços.
Eu não senti nada, entretanto minha mão sangrava um pouco, vim a saber alguns décimos de segundo depois.
O lápis tinha me ferido, fato.

Eu não sei como aquilo aconteceu. Era só um lápis – Um lápis não ser uma arma letal. Mas enquanto eu ainda observava Lucas, escutei alguém proferir: "Há sangue na mão, olhem!"

Olhei mecanicamente para minha própria mão. Com profundo desinteresse.
Anestesiada pelos minutos passados. Meus olhos vidrados e ocos quase deixaram que uma teimosa lágrima rolasse.

Eu não tinha idéia do que fazer. Eu estava esperando que meu pânico me dissesse.

*-*




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Notas finais do capítulo

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