Bella’s POV

A semana passou voando, eu e Edward não tivemos mais conflitos. Eu tinha entendido o lado dele e ele tinha entendido o meu. E agora todos os dias de manhã nós caminhávamos no Central Park, recomendações de Victoria.

Em alguns dias ele voltaria a trabalhar. Mesmo Edward não admitindo eu sabia que ele sentia falta do hospital, eu também sentia falta da editora, mas essa hipótese não era nem cogitada, eu não voltaria a trabalhar até Liz ter no mínimo 6 meses, eu ficaria de home office nesse período, eu achava um exagero, mas quem sou eu para bater de frente com todos os Cullens e os meus pais?

Esse final de semana seria o aniversário de Brian, eu nem acreditava que ele já estava completando 4 anos. Fui trazida de volta dos meus devaneios quando o telefone começou a tocar, peguei o da cozinha que estava mais perto.

— Alô.

Ninguém respondeu, mas eu podia ouvir a respiração do outro lado da linha.

— Alôôô? Eu vou desligar.

A pessoa do outro lado da linha não me respondeu, desliguei. Fui para a sala.

— Quem era, amor? – Edward estava na sala com o seu notebook.

— Não sei amor, ninguém respondeu, eu desliguei.

— Deve ter sido engano.

— É pode ser.

Tentei não me preocupar mais com isso. Já era finalzinho da tarde e a gente tinha acabado de jantar, me sentei no sofá e me encostei em Edward, tentei prestar atenção no filme que passava, sem muito sucesso, estava sentindo algo estranho, eu não tinha comentado com Edward, mas não era primeira vez que o telefone tocava, eu atendia e ninguém respondia, algo me dizia que aquela ligação iria me trazer problemas. Acabei adormecendo, e acordei quando senti que Edward me pegou no colo para me levar para quarto.

— Não precisa, amor. – Eu disse meio sonolenta.

— Shhh Bella, volte a dormir. – Não resisti e fechei meus olhos novamente.

 Eu já estava na cama quando ouvi o telefone tocar, Edward atendeu.

— Não é possível! O que você pensa que está fazendo? Já deu essa palhaçada!!! – Ele estava muito nervoso.

Tentei ouvir o que se passava, ouvi Edward caminhar para longe, depois disso ele começou a cochichar e eu não entendi mais nada do que ele falou, eu estava muito cansada e não sabia responder se aquilo era um sonho ou se era realidade. Amanhã eu perguntaria pra Edward...

 ...

Na manhã seguinte acordei com Liz fazendo minha bexiga de pula-pula.

— Bom dia, bebê – disse passando a mão na barriga.

Abri os olhos e a cama estava vazia. Ouvi o barulho do chuveiro. Levantei-me e fui até lá. Precisava muito fazer xixi. Entrei e parei por um segundo para admirar Edward, ele estava lindo, virado de costas a mão apoiada no azulejo.

Tentei fazer xixi sem fazer barulho, falhei miseravelmente.

— Bom dia, amor. – Eu disse meio sem graça. Tirei a roupa e entrei no chuveiro junto com ele.

— Bom dia, Bella. – Ele estava meio estranho, conhecia Edward muito bem para saber. Resolvi perguntar o que estava acontecendo.

— Tá tudo bem amor? Aconteceu alguma coisa?

— Não Bella, só acordei com um pouco de dor de cabeça. – Ele disse se virando e me abraçando.

— Tem certeza? – Ele não tinha me convencido.

— Tenho sim, amor. – Ele beijou meu cabelo. Resolvi então perguntar sobre o telefonema.

— Edward, o telefone tocou ontem a noite? Não sei bem dizer, eu estava mais dormindo do que acordada, noite passada. – Disse tentando fazer graça, mas ele ficou tenso. Estranhei demais aquela situação.

— Era o James, ele estava com algumas dúvidas sobre uns pacientes meus. – Não, não era o James, aquilo sem dúvidas era uma resposta pronta. Eu não estava entendendo o que estava acontecendo, Edward não era de mentir, mas resolvi pelo menos por enquanto deixar isso pra lá, não queria brigar com ele, não hoje no aniversário de Brian. Mas eu ainda ia tirar essa história a limpo.

— Tem alguém agitada hoje, hein? – Ele colocou a mão na minha barriga desconversando.

— Foi ela quem me acordou.

— Eu estava terminando aqui, já ia te chamar. – Me beijou de forma carinhosa, cheio de cuidados.

Terminamos de tomar banho, tomamos café e nos arrumamos. Rosalie já tinha ligado perguntando se demoraríamos muito. Edward mais uma vez abaixou o banco do Volvo para colocar o presente de Brian. Não queria nem estar perto quando Rosalie visse aquilo.

Eu queria a todo custo esquecer o bendito telefona, mas não conseguia. Eu estava em outro lugar e como se lesse meus pensamentos Edward perguntou:

— Tudo bem, amor? – ele tinha voltado ao normal. – Você está tão quietinha.

— Tudo sim amor, só estava pensando, distraída. – Tentei ser o mais indiferente possível.

Não demorou muito e já tínhamos chegado. Emmett quem atendeu.

— Finalmente, pensei que não vinham mais. – Ele disse brincalhão.

— Nossa, como você é exagerado Emmett. – Edward disse cumprimentando o irmão.

— Como vai nossa menininha? – Me deu um beijo no rosto e passou a mão na minha barriga.

— Está ótima, agitada como sempre. 

— PARA TUDO – Emmett disse me assustando – o que tem nesse embrulho? – Ele apontou para grande caixa. Edward gargalhou.

— Você vai descobrir. – Entramos.

— Mano, se for o que eu to pensando.. a Rose vai matar você, já vou avisando.

A casa já estava lotada de crianças, que se divertiam pelo grande gramado. Vi Rose vindo na minha direção. Edward tinha ficado para trás cumprimentando uns amigos.

— Oi cunhadinha. – Ela me abraçou. – Que cara é essa? Está tudo bem?

Mas que droga, por que eu tinha que ser tão transparente?

— Oi Rose. Cara nenhuma, estou ótima. – Ela me olhou com aquela cara de que sabia que eu estava escondendo algo.

— Ai ai ai, não vou questionar... – Rosalie me pegaria na curva, eu tinha certeza. – E nossa menininha, como está? – Assim como Emm ela também fez carinho na minha barriga, mudando de assunto. Que dia mais esquisito...

— Ótima. Onde está o aniversariante? – Queria dar meu presente a ele.

— No pula-pula, vai sentar que eu já levo ele até você. – Vi Alice e Esme, fui me sentar junto com elas.

— Oi Bells – como sempre Alice estava muito animada.

Terminei de cumprimentar minha cunhada e minha sogra.

Logo Edward se juntou a nós. Olhei para trás e vi Rose vindo com Brian no colo, ele chorava.

— O que aconteceu, Rose? – Antes mesmo de ela responder, ele se virou com um sorriso de orelha a orelha quando viu que era eu. 

— Birra. – Ele se debateu e Rose o colocou no chão.

— Diiinda. – Brian veio correndo me abraçar.  

— Parabéns, meu amor. – O abracei.

— Parabéns, garotão. – Edward entregou o presente a ele.

— O que é isso? – Rose e Brian disseram ao mesmo tempo. Só que Rose num tom mais desesperado e Brian animado.

— Abra e você vai descobrir.

Rapidamente ele começou a rasgar o embrulho.

— Edward, eu não acredito que você fez isso. - Todos riram descaradamente da cara de Rosalie. Brian já tinha pedido essa moto a muito tempo, mas Rosalie já tinha barrado o presente mais de uma vez. 

— A cunhadinha, deixa garoto se divertir. – Os olhinhos de Brian até brilhavam.

— Eu avisei. – Disse divertida, irritar Rose era legal, porém um grande perigo.

— É lindo dindoooo. Bigado – Ele disse já subindo na moto.

— Imagina, garotão.

— Ah Edward, se aparecer qualquer coisa quebrada nessa casa ou alguma parte do corpo do meu filho a conta vai para sua casa. – Os deixei discutindo e puxei Brian para o meu colo.

— O ti foi dinda? – Adorava esse jeitinho dele de falar. Olhei de rabo de olho e Emmett já tinha levedo à moto para dentro.

— A dinda tem outro presente para você também. – Entreguei o embrulho e ele abriu rapidamente. 

— Ti lindo Dinda. – Ele abraçou o urso.

— Sabe o que está escrito na blusa dele?

— O que? – ele fez uma careta engraçada.

— “Ursinho da Dinda”.

— Ameeeeei – ele me abraçou. Brian era muito carinhoso.

— Que bom que você gostou meu amor. Agora vai brincar. – Desci ele do meu colo. Logo Alice estava do meu lado. Esme tinha ido ajudar Rosalie. Edward tinha ido conversar com o pai o irmão e o cunhado.

— Bells, o que você tem? – Respirei fundo, mais uma.

— Nada, Alice. – Tentei mentir, mas foi em vão.

— Bella, eu sei que tem alguma coisa errada. A Rosalie já falou comigo também.

— O que tem eu? – Como se fosse um fantasma, Rosalie se materializou do meu lado me assustando.

— Credo Rosalie, quer me matar do coração? - Tentei mudar de assunto, mas foi em vão. 

— Anda Bella, desembucha. - Delicada como um coice. 

Mordi os lábios. Tão adoráveis minhas cunhadas.

— Acho que o Edward está mentindo para mim. – Resolvi contar para elas, eu precisava desabafar. E em Alice e Rosalie eu confiava até de olhos fechados.

Contei tudo que tinha acontecido. Desde os primeiros telefonemas, Edward conversando com alguém misterioso ontem, até os acontecimentos de hoje de manhã.

— É Bella, realmente essa história está mal contada. – Rosalie disse e Alice concordou.

— Eu não quero brigar com ele, mas eu também não sei o que fazer. Estou confusa com essa situação, ele não mente para mim. Ou sempre mentiu e eu fiz papel de trouxa. 

— Calma, cunha. Eu te entendo Bella, mas ao mesmo tempo não pode ser nada, se você quiser, eu posso conversar com meu irmão, pode ter sido algo à toa, que ele não quis te falar para não te deixar preocupada. 

— Não Allie, é melhor não, se ele estiver mentindo uma hora ou outra a verdade vai aparecer. E você tem razão, pode ser que não seja nada demais, as coisas no hospital estão melhorando agora depois da fusão, pode ser algo relacionado a isso. - Meu coração me dizia que não, mas eu não queria alongar ainda mais essa conversa, que não nos levaria a lugar nenhum. 

— Bella, eu sei que você já ouviu isso um milhão de vezes, mas, por favor, não fica nervosa.

— O ideal seria vocês dois sentarem e conversarem. Numa boa. – Eu não estava reconhecendo Rosalie, em outras épocas ela me mandaria arrancar a verdade de Edward, nem que fosse usando socos e chutes.

Olhei para ela, confusa Rose deu de ombros e apontou para minha barriga.

— Eu vou pensar com calma no que vou fazer. -  Falei com sinceridade.

— Você sabe que estamos aqui para o que você precisar né, Bella? – Alice foi falando e colocou a mão na minha barriga, Liz foi logo se mexendo. – Ela mexeu!!!! – Os olhinhos de Alice se encheram de lágrimas, fiquei feliz em ver a felicidade dela, eram nesses pequenos gestos que eu sabia que tinha feito a escolha certa dos padrinhos da minha menina. – Aí meu Deus, a dinda não vê a hora de pegar você no colo. – Achei bonitinho ela conversando com a minha barriga.

— Acho que ela já reconhece a dinda dela. – Dei risada.

O assunto telefonema misterioso, sendo esquecido.

Depois disso o clima ficou bem mais leve e nós engatamos numa conversa animada.

Não demorou até Brian vir para o meu lado.

— Dinda, eu quero te mostrar uma coisa. – Ele segurava a mão de uma garotinha linda.

— O que, meu amor? – Ele me chamou com o dedinho indicador e eu cheguei mais perto, então ele falou no meu ouvido.

— A minha namorada. – Dá onde esse menino tinha tirado isso? Não me contive e dei uma gargalhada. – Essa é a Mari, dinda.

— Muito prazer Mari, você é linda sabia?

— Oi, obrigada. Você também. – Ela estava corada. – Tem um bebê na sua barriga? – Ela perguntou curiosa. E antes que eu pudesse falar algo, Brian foi logo respondendo.

— Tem sim, é a minha prima Liz. Legal né? Vamos! – Senti uma pontada de ciúmes vindo de Brian, eu compreendia totalmente. E logo eles saíram para brincar e eu estava rindo ainda. Contei para Alice ela também teve um ataque de riso.

— Posso saber o motivo de tantas risadas. – Edward me abraçou por trás.

— Brian, ele veio me apresentar a sua “namorada”. — Ele também gargalhou.

— Quero só ver quando Rosalie descobrir... 

Ficamos conversando animadamente, Jasper, Carlisle e Emmett também se juntaram a nós.

Cantamos parabéns e tiramos muitas fotos. Eu já estava muito cansada.

— Amor, vamos embora? – Pedi manhosamente para Edward. Minhas costas estavam me matando.

— Se ta cansada né, amor? – Concordei e abracei Edward de lado me escorando nele.

Nós despedimos de todos e fomos embora.

Acabei cochilando no carro e mais uma vez Edward me escorou durante todo caminho no elevador e depois até o quarto. Tomamos um banho juntos eu meio sonolenta e caímos na cama, antes de dormir, um pensamento insistia em martelar na minha mente...

De uma coisa eu estava certa: Eu descobriria quem tinha ligado! E o que estava acontecendo.