Bella’s POV 

Então era isso. EU.ESTAVA.GRÁVIDA. Eu ficava repetindo isso na minha cabeça para ver se eu realmente acreditava! Como isso era possível? Como isso tinha acontecido? Eu não fazia a menor ideia. 

Depois de muito pensar e cavucar, o que possivelmente tinha acontecido, eu tive uma luz, me lembrei, eu tinha ficado doente e precisei de antibióticos, antibióticos cortam o efeito do anticoncepcional. E nós nem nos preocupamos em usar camisinha, até porque nós acreditávamos que isso não podia acontecer. DE JEITO NENHUM!!!

Eu, grávida? Até a última vez que eu tinha constado isso não podia acontecer de novo. Uma parte de mim queria sair gritando, pulando de felicidade. Eu ia ser mãe, um sonho meu. Mas justamente por isso, tinha uma parte de mim, que me fez continuar sentada na cama, quietinha. Quando dei por mim, minha mão já estava na minha barriga, fiz isso sem nem perceber.  

E se acontecesse tudo de novo?! Eu estava realmente assustada com aquilo, agora eu entendia as tonturas, os enjoos, a mudança de humor, as cólicas e isso não era bom. 
Ali que eu dei conta da minha imprudência. Eu não podia mais esconder de Edward, mas por outro lado e se fosse um alarme falso, será que eu estava mesmo grávida? E se o exame estivesse errado? 

Quem eu estava querendo enganar? Aqueles exames eram 99,99% certos. 
Mas eu tinha tomado uma decisão, não iria contar para Edward, nem para ninguém. Passaria com a minha médica primeiro. Não queria mais uma decepção, não queria dar mais uma decepção nem para o Edward, nem para nossa família. 

Eu já até podia ouvir o Edward todo feliz adorando a novidade, mas ao mesmo tempo tentando fazer uma cara séria para esconder a felicidade e dizendo: “Amor, você não poderia ter me escondido isso! Meu Deus, que tipo de médico eu sou que não percebi?!” e logo em seguida ele iria ligar para Victoria, minha médica, marcando uma consulta para dali meia hora. 
Então eu o abraçaria e diria que iria ficar tudo bem. Mas ficaria mesmo?

Hoje já era quinta-feira, amanhã não teria que trabalhar, pensei em ir amanhã mesmo me consultar com Victoria.

Liguei para seu consultório, mas a secretária me informou que ela estava em uma conferência fora da cidade e só voltaria para o consultório na segunda. Resolvi deixar minha consulta para segunda então! Não passaria com outra, eu só confiava nela.

Até segunda eu iria guardar esse segredo comigo, mesmo eu já querendo contar para todos, principalmente para Edward. Mas eu precisava mais do que nunca ser prudente agora. 

Resolvi que se tudo estivesse certo, faria uma surpresa para Edward. 
O final de semana estava chegando e com ele o almoço na casa da Rosalie e do Emmett, seria uma distração mais que bem vinda para mim! Ficar com meu afilhado, meu menino tinha um poder sobrenatural sobre mim, um sorriso, um abraço e eu simplesmente me sentia mais calma.

Fui até o meu closet e comecei a procurar uma caixa qualquer para guardar o exame, achei uma na prateleira de cima, quando eu puxei outra caixa caiu espalhando todo o conteúdo no chão, fiquei estática eu não mexia naquela caixa há anos e ainda não tinha coragem de olhar tudo sem sentir uma dor horrível no peito. Mas que coincidência horrível era essa? O universo estava querendo brincar comigo? 
Abaixei e coloquei tudo rapidamente de volta, evitando ao máximo olhar aquelas coisas. Eu já estava chorando. Meu estômago dando voltas. Guardei rapidamente o exame na outra caixa. Passei pelo banheiro acabei vomitando até o que eu não tinha no estômago e fui me deitar. Só queria o Edward aqui comigo, nessas horas só ele mesmo pra conseguir me acalmar. Peguei uma  foto minha e dele que ficava no meu criado-mudo, era uma foto da nossa lua de mel em Paris, mais clichê impossível, mas eu não podia negar, foi mágico tudo o que eu vivi ali. Me concentrei, lembrando do dia da foto.

Flashback On
 
Estávamos na nossa lua de mel, em Paris. Foi difícil até Alice me convencer que ali era o lugar ideal para uma lua de mel. Eu achava aquilo tão clichê. Mas no fim acabei concordando, Edward também tinha ficado animado com a ideia. 
Percebi que Alice realmente estava certa, a cidade luz era realmente mágica, romântica e perfeita.
Eu estava deitada no colo de Edward, no gramado da torre Eiffel, eu ainda não acreditava que estava casada com ele, depois de tudo o que tínhamos passado, estávamos ali felizes.
— Daria um croissant por um pensamento seu. – Edward disse divertido, me tirando dos meus devaneios. 
— Croissant, Edward? – Disse fazendo uma cara de chocada. – Isso é golpe baixo. – Disse levantando uma sobrancelha. – Você sabe que são meus preferidos. – Disse dando uma gargalhada. 
— Vamos Bella, você só me enrolou, me conta vai – disse fazendo um bico que eu não resistia – o que você tá pensando?
— Só estava pensando que eu ainda não acredito que estamos casados e tão felizes depois de tudo. – Disse dando um selinho nele.
— Eu também não, sabe nunca pensei que seria tão feliz como eu estou agora, aqui, com você.
Nos beijamos apaixonadamente. Sem eu perceber Edward tirou uma foto desse momento. A foto ficou maravilhosa. 
— Nem pra me avisar, Edward?
— Mas são essas as fotos as que ficam mais bonitas. – Disse me mostrando a foto no celular.
— Bom dessa vez vou ter que concordar com você, a foto ficou muito linda mesmo. – Disse dando um selinho nele.
— Eu sei que sou incrível. – E piscou pra mim.
Dei uma gargalhada.
— Tudo bem, senhor incrível, vamos levantar logo daí antes que fique muito tarde, mas é claro, agora você vai me levar para comer croissant de chocolate. – Dessa vez eu pisquei para ele.
Levantamos dali e ele realmente me levou para comer o incrível croissant de chocolate, claro que Edward se divertiu tirando fotos minhas toda lambuzada de chocolate. Depois voltamos para o nosso hotel de mãos dadas e rindo alegremente.

Flashback Off 

Me agarrei ao travesseiro de Edward, seu cheiro me acalmando aos poucos e assim adormeci com as lembranças daquela lua de mel que nunca mais vou esquecer. Foi sem dúvidas um novo começo, ali minha vida com Edward, como marido e mulher, finalmente tinha começado.  

Acordei sentindo braços sobre minha cintura. Edward havia chegado. Olhei no relógio, ainda era madrugada. 
Me virei devagarzinho e aquela confusão de verde com azul que eram seus olhos, estavam me olhando atentamente.

— Oi. – Ele disse cauteloso. 
Eu nem respondi, já fui beijando ele, minha vontade já tinha virado necessidade. 
Edward aprofundou o beijo e eu estava mais do que feliz com isso, naquele momento era tudo o que eu precisava.

— Amor, aconteceu alguma coisa ontem à noite? – Ele disse com aquele olhar preocupado, foi ai que eu me lembrei que eu tinha dormido agarrada com o travesseiro dele, como se fosse minha tábua de salvação. 
Não queria contar sobre a caixa e muito menos da minha incrível descoberta, então resolvi omitir essa parte.
— Nada amor, só estava com saudades de você. – Voltei a beijá-lo.
Ele logo percebeu minha intenção, e tirou a camiseta dele que eu usei para dormir naquela noite. 
Então sussurrou no meu ouvido: 

— Eu vou fazer amor com você bem devagarinho, para tentar matar essa saudade que eu estou de você. – Aquela voz rouca enviou ondas elétricas para o lugar certo. 

— É tudo o que eu mais quero, amor. - Não podia estar sendo mais sincera. 


Ele já estava  mordiscando meu seio direito e com a outra mão foi tirando a minha calcinha, bem devagarinho.
— Não me tortura, Edward. – Saiu mais um gemido do que um pedido.
Senti dois dedos me penetrando agarrei Edward, já sentia ele todo animado. 
Não aguentaria mais por muito tempo. Como se lesse meu pensamento Edward parou de repente já tirando a box que vestia. 
— Eu também estava com muita saudade. – Antes que eu pudesse terminar de falar Edward me beijou, já sentia seu membro latejando na minha entrada absurdamente molhada.
Ele me penetrou vagarosamente, me torturando.
— Poor Favor Ed-warrrrd... 
— O que, meu amor? – Ele iria me fazer implorar, mas na situação que eu estava imploraria sem pestanejar.
— Mais rápido, Edward. – Então ele começou a estocar mais fundo e forte, já sentia os espasmos pelo meu corpo, não demoraria muito e eu teria um orgasmo.
Senti que o mesmo acontecia com ele que começou a ficar mais rápido e em pouco tempo nós atingimos o orgasmo juntos.
Edward sussurrava palavras doces no meu ouvido. Ele sabia me fazer relaxar como ninguém. 

Estava feliz nos braços dele, quando de repente, um enjoo absurdo me atingiu, sai correndo antes de vomitar tudo em cima de Edward. 
Estava colocando minha alma pra fora, Edward estava segurando meus cabelos mesmo depois de eu ter tentado tirar ele dali, mas sem sucesso. Ele se recusou a sair do banheiro. 
E agora precisava arranjar uma desculpa rápida.
Assim que eu terminei escovei os dentes duas vezes. Edward estava atrás de mim, muito preocupado.
— Amor, você está me escondendo alguma coisa? Você não está normal, Bella. – Eu queria gritar SIM EU ESTOU GRÁVIDA. Mas me contive.
— Não amor, deve ter sido algo que eu comi ontem e não me caiu bem! - Essa desculpa já estava ficando manjada, mas foi a única coisa que passou pela minha cabeça. Menti de maneira mais deslavada possível.
— Tem certeza, Bella? Se você quiser eu fico em casa hoje ou a gente vai para o hospital.
— Não amor, nada de hospital, eu estou bem, é sério. Se você ficar em casa segunda vai ter que trabalhar até mais tarde. - Joguei baixo, mas eu não queria bagunçar os horários de Edward, não agora que tudo ia  voltar ao normal.
— Tudo bem então, mais qualquer coisa você me liga e eu volto para casa, ok? - Edward, fez carinho no meu rosto, eu sabia que ele estava preocupado e me senti horrível por estar mentindo para ele.  
— Tudo bem. - Disse dando um selinho demorado nele. 

Voltamos a dormir e quando eu acordei ele já tinha ido trabalhar. 
Eu estava bem, resolvi então tomar café na rua e colocar meu plano em prática. Eu prepararia uma surpresa pra Edward. 

Depois de tomar café na Starbucks perto de casa segui para o shopping, eu já estava até um pouco mais animada com a ideia de estar grávida.

Cheguei ao shopping e fui direto para o andar onde eu sabia que tinha uma loja de bebê, depois de algumas pesquisas no pinterest, eu já tinha uma ideia do que eu iria fazer. 

Assim que entrei senti um aperto no peito, mas respirei fundo e foquei no que eu pretendia fazer. 
Uma atendente simpática me ajudou com o que eu precisava. Contei que faria uma surpresa para o meu marido. Ela então me trouxe o macacão perfeito, “eu tenho o melhor papai do mundo”. Disso eu não tinha dúvidas, Edward seria o melhor pai do mundo. Comprei branco mesmo, também comprei um all-star branco minúsculo. A moça fez um embrulho bem bonito. 

Saí do shopping satisfeita com a minha compra. Voltei para casa e peguei o exame, onde estava escrito POSITIVO acrescentei “você vai ser papai”. 

A ansiedade já estava me corroendo, mas eu só precisava esperar mais dois dias, amanhã seria o churrasco na casa de Rosalie e eu teria que me controlar para não dar com a língua nos dentes. 

O resto dia eu passei em casa, trancada no escritório trocando telefonemas e e-mails com Esme e Ângela, eu precisava dessa distração, sem que eu percebesse minha mão estava na minha barriga, acariciando aquele pedacinho de pele. Aquilo ainda parecia irreal para mim, as palavras daquela médica estavam cravadas na minha alma, ela tinha sido enfática “sinto muito, mas você não vai poder ter mais filhos.” Agora parecia que eu estava vivendo um sonho maluco.   

...

No dia seguinte acordamos tarde, já estávamos atrasados para o almoço na casa da Rosalie e Emmett . Edward estava animado porque finalmente seus horários voltariam ao normal, a partir de segunda feira, eu também estava animada pelo mesmo motivo e porque eu veria Brian e mataria a saudade do meu menino. 

Terminamos de nos arrumar e seguimos para a casa da Rosalie e do Emmett. Alice e Jasper já estavam lá. Logo que entrei já fui recebida por um grito:
— A DINDA CHEGOU!- E um Brian todo feliz veio me abraçar. 
— Que saudade de você querido. - Disse abraçando ele apertado. 
— E o padrinho? Não ganha abraço, não? – Edward disse tentando esconder uma risada.
— Clalo, dindo. – Brian deu um abraço meio desajeitado em Edward e logo voltou para o meu colo, eu e Brian éramos muito apegados. 

O dia foi uma delicia, brinquei muito com Brian, coloquei o papo em dia com as meninas (me segurei muito para não dividir a novidade com elas) e dei boas risadas. Já era noite, estava eu, Alice e Rosalie na cozinha. Rosalie estava de costas lavando a louça, Alice enxugando e eu ajeitando as coisas, comecei a me sentir enjoada...

— Preciso ir ao banheiro - sai dali rapidamente com a mão na boca e é claro que Alice percebeu e foi correndo atrás de mim.

Quando sai do banheiro, Alice já estava ali me esperando.
— Bella, você ainda não foi ao médico? – Disse usando a mesma cara preocupada de Edward, que ainda bem, não estava por perto e não me viu sair dali daquela maneira.
— Eu fiz meus exames na quinta feira, vou buscar os resultados e segunda mesmo já vou passar com a Victoria. -  Eu detestava mentir, resolvi contar meias verdades para acalmar Alice. 
— Espero que você não esteja mentindo para mim, Isabella Swan Cullen! – Ela olhava atentamente para mim.
— Não estou Alice, não se preocupe! – Eu sabia que ela não tinha se convencido, mas até o fim da semana ela saberia o real motivo daquele enjoo.

Alice não tocou mais no assunto, voltamos e Rosalie ficou nos olhando de forma estranha, mas não perguntou nada e ainda nos chamou de loucas, essa era Rosalie. Conversamos mais um pouco, coloquei Brian para dormir e resolvi que já era de ir embora. 
Como eu já imaginava Edward tinha bebido um pouco a mais.
Nos despedimos de todos e eu voltei dirigindo para casa.
Assim que chegamos, Edward foi tomar banho e capotou na cama, não demorou muito e eu também dormi.

O domingo foi bem tranquilo, depois de almoçarmos eu Edward resolvemos curtir o domingo fazendo nada, ficamos assistindo filmes agarradinhos no sofá. Finalmente se tudo desse certo amanhã, eu contaria para Edward que estava grávida, essa perspectiva me deixa com um sorriso bobo no rosto. 

À noite fizemos amor antes de dormir, dessa vez sem nenhum enjoo. Dormi do jeito que eu mais amava. Nos braços de Edward. 
...

Acordei na segunda-feira meio estranha, não que isso não tivesse acontecido antes, então não me preocupei muito e mesmo porque hoje teria minha consulta com Victoria. O dia estava terrivelmente quente, era verão aqui em Nova York e as temperaturas estavam alcançando níveis absurdos. 

Esme tinha me dado mais hoje de folga, troquei alguns e-mails com Ângela, percebi que aquela sensação estranha tinha aumentado. A minha consulta era só mais tarde. Resolvi deitar um pouco e lá pelo fim da manhã Alice apareceu na minha porta. 
Estávamos organizando a festa de aniversário de casamento dos meus sogros e Alice perfeccionista do jeito que era, gostava de revisar tudo nos mínimos detalhes. Isso porque a festa era só daqui alguns meses. 

Ela já entrou falando, como sempre nem me cumprimentou. 

— Bella, como você tá pálida, o que você tem? Tá passando mal de novo?? 
— Calma Alice, minha pressão tá baixa, só isso, o dia tá muito quente hoje. – E estava mesmo, me dei conta que Alice estava com roupa de ginástica! Resolvi mudar o assunto. – Você estava na academia? Quer uma água? – Alice me olhou com aquela cara de desconfiada mas acabou respondendo o que eu tinha perguntado. 
— Na verdade, estava correndo no Central Park, o dia de hoje tá muito bonito e quente pra ficar dentro de uma academia! E eu aceito a água sim, esvaziei minha garrafinha. – Ás vezes eu me perguntava como Alice conseguia falar tanto em tão pouco tempo. 
— Vou buscar, sinta-se a vontade a casa é sua. – Eu disse fazendo graça para disfarçar, eu não estava bem e não queria que Alice percebesse. Ela me deu a língua brincando e foi em direção a sacada, tomar um ar provavelmente. 

Mas tudo desandou quando eu cheguei na cozinha, uma tontura forte me atingiu e eu tive que segurar na parede para não cair. 
Respirei fundo, fui até a geladeira e peguei a água para Alice, eu estava com o copo na mão quando uma dor horrível atingiu minha barriga, soltei o copo e ele se espatifou no chão, levei minha mão na barriga, que dor era aquela? Eu não podia acreditar que isso estava acontecendo. 
Olhei pra cima e Alice estava me olhando com cara de assustada. 

— Bella o que tá aconte... - A interrompi rapidamente.
— Alice, pelo amor de Deus, me ajuda, eu to passando muito mal. – Disse já chorando.

Alice veio pro meu lado, meio desajeitada, sem saber o que fazer. Tudo ficou ainda pior quando olhei pra baixo e vi sangue no meio das minhas pernas. Não era muito, mas foi o suficiente para me deixar apavorada. Me agarrei em Alice.

— Alice, me leva pro hospital, por favor. – Eu estava desesperada. – Eu não posso perder ele. - Eu já tinha me acostumado com a ideia de estar grávida, para mim tinha se tornado inconcebível não ter esse bebê, eu faria o impossível para ter essa criança.  

Entre as lágrimas olhei para Alice e um flash de entendimento passou pelo seu rosto.
Alice finalmente tinha entendido o que realmente estava acontecendo. Agora eu só rezava para que tudo desse certo. Eu não suportaria e não aceitaria passar por todo aquele sofrimento mais uma vez!

...