Bloody Bones escrita por Bea


Capítulo 18
Capítulo 18




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Sweets estava sozinho na cozinha do lado leste do primeiro andar da mansão dos Hodgins. Segurava um copo de água firmemente nas mãos e encarava uma árvore da rua que batia seus galhos violentamente devido à força dos ventos. Pensava em Daisy e em como permitiu deixá-la escapar entre os dedos. Achava que ia ser pior para ele ficar mentindo sobre tudo, mas agora percebia que às vezes há um bom motivo para mentir. Quanto menos as pessoas soubessem sobre o que estava acontecendo, melhor.

O telefone da cozinha tocou e quebrou seus pensamentos. Sweets ficou alguns segundos parado pensando antes de atendê-lo.

- Residência dos Hodgins.

- Sweets, sou eu. – Era Hodgins – Pode subir aqui?

- Tá tudo bem?

- Só sobre aqui.

Os dois desligaram o telefone ao mesmo tempo. Sweets deixou o copo sob a mesa disparou pelo corredor, tentando se localizar dentro da mansão. Cerca de três minutos depois conseguiu encontrar a escadaria que levava à porta do laboratório. Subiu de 3 em 3 degraus.

- Hodgins?

- Aqui!

Sweets correu para onde Hodgins estava. O forasteiro estava deitado na maca, imóvel.

- Ele está dopado?

- Não... Eu não consegui...

O psicólogo chegou perto da maca e encontrou a ponta dos dedos na mão do homem morto. Ainda estavam quentes.

- É nessas horas que você me dá um daqueles conselhos de psicólogos, cara.

- Lamento... Eu só...

- Sei que todos esperavam tudo de mim. Como vou falar para Brennan que o cara morreu e que eu não tenho a cura? Que aquela criança vai morrer e que eles ficarão daquele... jeito... para sempre?

- Ainda há uma chance.

Hodgins respirou fundo e tirou as luvas da mão e as jogou sobre a mesa.

- Não Sweets. Não.

- Eu não tenho nada a perder! No máximo eu vou ficar como eles.

- Não, no máximo você vai ficar assim. – Hodgins apontou para o Forasteiro – Morto. Eu não vou ter mais nenhuma morte nas mãos.

- Isso é muito egoísmo, sabia?

- Egoísmo? Eu sou o cara do inseto! Este não é o meu mundo! Eu não preciso ficar me preocupando sobre vida e a morte. Eu cuido de insetos e não deveria matar pessoas!

- Se não fizermos nada, eles vão ter que matar pessoas! – A voz de Sweets estava descontrolada – Você acha que a cada paciente que um médico socorre no pronto socorro e morre, é a culpa do médico? Foi o médico que o matou? Espere! – Sweets não deixou Hodgins falar – Você vai me ouvir! Esse cara veio caminhando para a morte quando veio para cá. Ele sabia disso! Eu sei disso! A culpa não é sua e é egoísmo seu deixar que os dois matem e matem e matem cada vez mais para satisfazer. Eles não têm culpa de serem assim! Você não tem culpa do cara ter morrido! Mas se você desistir de achar a solução, aí sim você será o culpado de tudo!

- Alguém é culpado! Alguma coisa começou isso! E nada muda o fato que esse cara estava bem até deitar nessa maca e eu injetar o que causou a sua morte! Por mais que agora eu posso conseguir achar o que deu de errado, eu não vou mais fazer isso!

- Não, eu não acredito... Você tem a cura em mãos?

- Não, eu disse que talvez eu possa achar o que deu de errado nele!

- Então, está aí! Não pode deixar isso escapar!

Não-vou-fazer-isso! – Hodgins falou entre os dentes.

- Vai sim! Você estará traindo a mim, e aos dois se não fizer. O que dirá aos seus filhos quando perguntarem onde estão as pessoas de quem receberam o nome?

- Zack está MORTO!

Sweets não retrucou. O local ficou muito quito e o único barulho era uma leve estática que um dos aparelhos do laboratório fazia. Hodgins encostou-se na maca, abaixando a cabeça e respirando vagarosamente.

- Eu não posso fazer isso...

- Sim você pode, e vai.

- Booth e Brennan iriam me matar.

- Eles iriam de agradecer de joelhos por livrar eles dessa... maldição.

- Você pode morrer.

- Ou posso dar vida para Booth e Brennan novamente.

- Certo... – Hodgins assentiu repetidas vezes – Tudo bem. Mas você conta para eles.

- Certo.

- Bones... – Booth deslizou sua mão pela barriga de Brennan.

- Hmmn? – Ela abre os olhos, sonolenta.

- Eu sonhei com ela.

- Ela?

- Nossa filha.

- Não sabemos se é ela ou ele ainda, Booth.

- Mas eu sonhei.

Booth ajudou Brennan a sentar na cama. Ela tinha várias partes do corpo doloridos e com hematomas, devido aos processos não tão profissionais de medicina por que passou.

- Isso vai acabar logo.

- Você disse isso para mim um tempo atrás.

- Mas agora vai, de verdade. Seremos eu e você. Nós, e nossa filha, e meu filho, nossos amigos. Agora temos Hodgins, Angela, Sweets, Cam... Temos a Tempe e o Zack. Bones, agora temos FBI e Jeffersonian... Temos tudo o que tínhamos antes e mais um pouco.

- Você tem tanta certeza...

- É porque eu tenho que acreditar se eu quero que seja real.

- Mas pode dar errado.

- Bones, eu te amo. Demorei muito tempo para dizer isso e desde que disse, não me arrependo um segundo. Não me arrependo de nós. Não vai dar errado...

- Mas e der... – Ela o interrompe.

- Eu vou continuar te amando. Cada dia mais do que o anterior, porque a convivência nos permite ter espaço extra para amar mais e mais e mais.

- Você vê as coisas com tanta simplicidade...

- Porque é simples. – Booth segurou o rosto de Brennan nas mãos – Você não vai mais se livrar de mim, Temperance Brennan. E eu quero que você se case comigo.

Brennan abre a boca para falar alguma coisa, mas Sweets interrompe pela porta.

- Hey.

- Sweets. – Booth soltou Brennan e sentou poltrona onde antes tinha tirado com cochilo. – E aí, sabe como foi lá?

- Sei.

- Booth, acho que ele não tem boas notícias. – Sussurrou Brennan.

- Também notei. – Sussurrou Booth de volta.

- Eu consigo ouvir também quando vocês falam assim. – Sussurrou Sweets, mas voltou a falar normal depois – Infelizmente, Logan não resistiu.

Brennan soltou o ar todo de uma vez e Booth procurou sua mão e a apertou. O olhar os dois se encontraram e por ali compartilharam a dor. Sweets abaixou a cabeça querendo não assistir aquele momento, queria sair e deixá-los sozinhos. Mas não podia.

- Mas nós temos uma solução. Uma última pedida.

- Não. Sweets, não.

- Agora você lê mentes também, Booth?

- Sweets, posso ser uma aberração da natureza, posso não ter milhões de doutorados em psicologia, mas eu sei o que você quer. Fui do FBI.

- Vamos fazer isso com ou sem vocês.

- Do que vocês estão falando?

- Ele quer se tornar uma cobaia para experimento.

- Principalmente porque vocês têm um bloqueio com o meu sangue. Nossos sangues fariam guerra, Hodgins me disse isso quando estava fazendo os primeiros testes, quando vocês tinham recém ido.

- Mas para fazer os testes, você precisa ser um vampiro.

- Exatamente, Bones.

- Eu não vou fazer isso. – Brennan cruzou os braços sobre a barriga – Desculpe. Não bebo sangue de alguém que não seja Booth há algum tempo e isso acho que faria muito bem para mim e nem para a criança.

- E eu não vou fazer isso pelos motivos óbvios.

- Oi. – Hodgins bate duas vezes na porta já aberta e entra. – Vejo que Sweets já falou com vocês.

- Vocês estão loucos? – Booth perguntou sério, quase frio.

- Ele está decidido.

- E nós sabemos que não vamos fazer isso.

- Vamos Sweets, faça aquele discurso que você fez para mim. – Incentivou Hodgins.

- É mais fácil quando estou com raiva...

- Certo, vocês dois: nós vamos fazer isso.

- Vocês precisam de nós para isso.

- Ah não, tenho sangue suficiente de você, Booth, para fazer isso. Sem contar que tenho um cadáver cheio de sangue intoxicado ao meu dispor em uma maca na minha parte do laboratório.

- Vocês não fariam isso.

- Ah, sim. – Sweets assentiu vagarosamente.

Booth olhou para Brennan e agora os dois trocaram dúvida pelo olhar. Ela deslizou a mão pela barriga e Booth acompanhou a os movimentos da mão com o olhar.

- Não faça isso, Sweets.

- Eu vou. Eu só quero que você facilite as coisas...

- Eu não consigo, eu não quero!

- Booth, concentre-se. Sweets parou na frente da poltrona. - Levante-se.

- Sweets... – Booth levanta. – Você tem uma vida pela frente.

- Faça por Brennan.

- Não...

- Pela criança que vocês têm...

- Não bote as coisas desse jeito.

- Esse é o único jeito.

Em um único movimento, Sweets estava no chão desmaiado e Booth o matando aos poucos com o veneno que carregava na boca. Veneno que acreditava que o salvaria.


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