Um Amor Inesperado escrita por Raquel-Reh


Capítulo 3
3– Sentimentos aflorando! Os primeiros contatos


Notas iniciais do capítulo

Olá!
Bom, aqui estou com mais um capítulo para vocês!

Aviso: O que estiver entre " ", é pensamento...

E lembrando que:
• Foram mudadas algumas informações de CCS.
• Os personagens de Sakura Card Captors pertencem ao Grupo CLAMP

Boa leitura!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/105675/chapter/3

No domingo de manhã, foram à praia Sakura, Tomoyo e mais duas amigas, Naoko e Chiharu. Ao chegarem, foram logo ajeitando as toalhas na areia para deitarem. Shaoran foi até um quiosque alugar uma cadeira para ele. Voltou e sentou-se perto delas.

            Sakura realmente se destacava de suas amigas. Era mais bonita, magra, porém com o corpo já de mulher, tinha altura mediana e seus cabelos continuavam lisos, porém compridos. Ele não conseguia parar de olhar para ela, suas belas curvas eram perfeitas, nada a mais, nem a menos. Disfarçava muito para ninguém perceber o que ele estava sentindo, apesar de que nem ele mesmo soubesse o que era.

            Shaoran já era um homem, tinha tido poucas experiências com mulheres. Namorou uma vez, aos 16 anos, enquanto estava na Inglaterra, mas não durou muito tempo. Depois disso apenas conheceu algumas mulheres, sem nenhum envolvimento maior com elas.

            Na praia, ele ficava olhando para as pessoas, procurava outra garota ou mulher para direcionar seu olhar, mas não conseguia. Parecia que seus olhos eram atraídos somente por ela, Sakura. Shaoran não parava de compará-la com suas amigas, a garota superava na inteligência e beleza. Para tentar esfriar um pouco a cabeça e acalmar seu coração, ele resolveu ir para a água. Assim que entrou no mar, uma das meninas não se agüentou:

            - Saki, seu irmão é muito lindo! – exclamava Naoko quase babando.

            - Fecha a boca, Naoko, a baba ta escorrendo – falou Chiharu.

            - Ah, gente, ele não é meu irmão...

            - É como se fosse, vocês foram criados juntos ainda pequenos. – dizia Tomoyo desviando o olhar do mar para Sakura.

            - Pequenos nada, eu já tinha 7 anos. Ah, sei lá! Eu até o considero como irmão, mas na verdade a gente não é...

            - Sakizinha, você não quer levar a gente até esse monumento maravilhoso de Deus?

            - Você é uma figura, Naoko! – Sakura dizia rindo - Vamos lá! Vou aproveitar pra perturbá-lo.

Shaoran nadou um pouco e começou a relaxar achando que iria ficar um pouco sozinho, quando olhou para trás e viu Sakura e suas amigas, vindo em sua direção.

- “Já vi que não vou pode relaxar...” – ele pensou soltando um suspiro.

Mal terminou de se virar e Sakura já tinha se pendurado no pescoço dele.

- O que foi, Saki, não tá alcançando o chão? – ele debochou.

- Muito engraçadinho! Só por causa disso, não vou te soltar. – enlaçou o pescoço de Shaoran mais ainda.

- Fazer o que, né? “Ahh! Se você soubesse que era isso que eu queria... Ficar pertinho de você para sempre.” – ele segurou as mãos de Sakura para ela não escorregar dele e cair. Se bem que esse não foi um dos principais motivos...

O mar estava calmo, mas Sakura não desgrudou dele. Suas amigas ficaram ao lado dos dois admirando a lindíssima ‘paisagem’ que tinham.

Depois de um tempo, voltaram para a areia. As horas passavam e o sol já estava forte o bastante. A fome também já apertava, resolveram então voltar para casa. Deixaram as três meninas em suas casas e foram para a residência Kinomoto Li. Enquanto Shaoran dirigia, Sakura ficava pensando no que suas amigas disseram a ela.

- “Bom, até que Naoko não estava errada, Shao é realmente muito bonito! E a cada dia parece que fica mais. Esses brilhantes olhos âmbar são incríveis. E o cabelo? uau! Nunca tinha reparado como ele fica charmoso com esse cabelo rebelde. Caramba, como ele ta forte... Aiaiai, agora que eu percebi que ele ta sem camisa! Que vergonha...” – ela vira rapidamente o rosto para a janela – “Deixa eu olhar mais uma vez...” – e o observa de soslaio – “Uiuiui, ele é muito lindo, parece galã de novela...”.

- Sakura? - foi interrompida de seus pensamentos quando escutou que Shaoran falava com ela.

- O que você disse? – ela olhava pro chão para tentar disfarçar.

- Nossa, você tá no mundo da lua, Sakura. Eu perguntei o que você tanto olha.

- Eu? Er... Eu tava... Eu tava olhando seu cabelo... Quer dizer, que xampu você usa? Seu cabelo tá tão bonito.

- Bonito? Você tá bem Sakura? Meu cabelo tá cheio de sal, deve no mínimo parecer uma palha. – e deu uma risada.

- Bom, er... Só um pouco, mas... Mesmo assim... Cheio de sal... Tá... Brilhoso... – ele riu com o comentário.

- Você é demais, Saki... Pronto, chegamos.

- Que bom! – ela falou baixinho.

- O que você disse?

- Nada... Er... Estou com uma fome, você não?

- Eu...

- Bem, - ela cortou Shaoran já um pouco afastada do carro, precisava sair dali rápido - vou indo na frente ver o que tem para o almoço – e correu para dentro de casa.

- O que deu nela? A Sakura não tá bem hoje, não. – e entra em casa também.

  Estavam tão cansados que assim que terminaram de almoçar foram dormir e permaneceram assim a tarde inteira.

-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-

Na segunda, começou a mesma rotina para Sakura, Fujitaka e Yelan. Para Shaoran seria um pouco diferente, ele iria começar a procurar trabalho. À noite os quatro estavam junto jantando. Dificilmente Touya os acompanhava, ele costumava jantar com Misuki, na casa dela.

Terça-feira, à noite, Sakura estava com alguns livros na mão quando chegou perto de Shaoran.

- Shao, me ajuda a estudar?

- O quê? A garota mais inteligente da escola quer minha ajuda?

- Deixa de ser bobo, é para estudar inglês.

- Ah, tá! Vamos lá. “Será um prazer!” - e sentou-se na cadeira ao lado dela.

Ficaram acordados mais tarde que o normal, seus pais já estavam dormindo, quando acabaram.

- Ufa! Finalmente acabei. Não sabia que essa parte era tão difícil. Obrigada por me ajudar. – e deu um beijo no rosto de Shaoran.

Ao sentirem o contato da pele mais uma vez, seus corações começaram a acelerar. Dessa vez não foi apenas Shaoran que teve uma sensação estranha. As mãos de Sakura, que estavam firmes segurando os livros, agora estavam um pouco trêmulas.

- “O que tá acontecendo comigo? Porque tenho ficado assim perto dele?”

Por outro lado, as mãos dele suavam como nunca e o jovem perdeu a fala por alguns instantes. Ao perceber a situação que estava se formando, reuniu suas forças e assumiu o controle.

- De nada, Saki. É melhor ir dormir, amanhã você acorda muito cedo. Boa noite. – foi o mais rápido que pode para seu quarto.

- Boa noite... Shaoran. – ela saiu lentamente da sala.

E quem disse que os dois dormiram rápido? Ambos só pensavam no momento em que acabaram de passar e assim foi por um bom tempo naquela noite.

-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-

Passou mais uma semana. Sakura e Shaoran procuravam ficar o máximo de tempo possível juntos, às vezes ela pedia ajuda com os exercícios de inglês; eles estavam sempre conversando, lanchavam juntos todos os dias e cada vez mais, um admirava o outro. Não dava mais para segurar esse sentimento louco que estava surgindo entre eles. Nenhum dos dois falava sobre isso, mas os dois sentiam a mesma coisa. Procuravam disfarçar quando estavam acompanhados de outras pessoas, principalmente Touya que era o indivíduo mais ciumento que conheciam. Mas quando ficavam sozinhos, trocavam olhares, se admiravam e se declaravam indiretamente.

Certa noite em que conversavam, rolou um bate-papo muito interessante no sofá, em frente a TV.

- E ai, Saki, você já tem namorado? – mesmo sabendo que ela nunca havia mencionado nada a respeito disso nos e-mails e telefonemas, ele sentiu a necessidade de perguntar.

- Eu não. Sabe, Shao, os garotos que eu conheço, que são da minha idade, são bem infantis e bobos... Nenhum combina comigo...

- Hum... Bom, um dia você encontra o cara certo... Muitas vezes ele pode estar mais perto do que você imagina...

- É, pode ser... Você sabe que eu sou um pouco distraída, então, espero perceber logo. Mas me conta, Shao, você deixou alguma namorada lá na Inglaterra. – ela passava o semblante de pouco interesse, mas por dentro, seu coração estava apertado e ansiando pela resposta.

- Que nada! Faz tempo que eu não conheço uma garota que se encaixe com meu jeito. Às vezes acho que sou muito exigente, ou então, bem diferente de todo mundo. – ela ficou aliviada com essa resposta.

- Pois, então, somos parecidos nesse ponto! – Sakura sorria.

- Talvez não só nesse ponto, não é? – ele disse se ajeitando no sofá, mas discretamente sentou-se mais perto dela.

- É verdade. – ela disfarçava o olhar, sem muito sucesso.

O silêncio se instalou entre eles. Ficaram apenas olhando um para o outro, percebendo que seus corações batiam cada vez mais forte... De certa forma esse sentimento os assustava um pouco, pois ao mesmo tempo em que trazia uma alegria tão grande, trazia estranha preocupação.

- Bom, vou para meu quarto. Boa noite, Shaoran. – ela se aproximou para dar um beijo na bochecha dele, mas não sabia se deveria ou não, então voltou na metade do caminho, ficando um pouco sem graça diante da situação.

- Boa noite, Sakura. – ele rapidamente depositou um beijo na testa dela, acabando assim com a tensão que havia se formado entre eles.

Ela foi para seu quarto e Shaoran permaneceu por mais algum tempo na sala.

-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-

Finalmente chegou o dia do casamento de Touya e Kaho, era um lindo dia de primavera. Shaoran estava com uma vida nova no Japão, de volta com sua família, mas com uma diferença. Sua “quase meia irmã”, não era mais considerada uma “irmã” para ele. Ambos sentiam algo forte, além do que podemos chamar de amor fraternal. Era uma paixão surgindo entre um homem e uma mulher, mas eles jamais haviam falado sobre isso com ninguém, nem entre eles, havia além da preocupação, certo medo. Resolveram tentar não dar muita importância, pensavam ser algo passageiro ou apenas empolgação com as mudanças.

Como cada vez mais as tradições ocidentais estão tomando conta das do casamento tradicional japonês, Kaho optou por usar os típicos vestidos brancos ocidentais, em vez do quimono branco, enquanto Touya vestia um belo terno cinza. Mesmo com o traje ocidental, a cerimônia foi feita de modo tradicional, em um grande templo da cidade onde moravam. Sakura, Shaoran, Yukito e Tomoyo ocuparam o lugar de honra na cerimônia. Sakura vestia um lindo vestido longo de cor verde com flores desenhadas em preto, Shaoran vestia um terno preto, assim como Yukito. Yelan usava um vestido também longo todo na cor carmim bem escuro e Fujitaka usava um terno marrom escuro. Já Tomoyo optou por um vestido longuete azul escuro com detalhes cinza.

Enquanto Touya e Kaho trocavam votos e prometiam lealdade um ao outro, as duas famílias se olham frente a frente, conforme a tradição, em vez de olharem para o casal. Porém se alguém observasse com mais cuidado Sakura e Shaoran, que estavam um ao lado do outro, veriam que estes estavam a todo instante tocando a mão do outro ‘sem querer’.

Durante a recepção os convidados dançaram, cantaram karaokê, conversavam, tal como nos casamentos ocidentais. Sakura e Shaoran não se desgrudavam, até no karaokê cantaram juntos.

Os noivos se emocionaram bastante durante os discursos dedicados a eles. Kaho chegou até a chorar, mas Touya não deu o braço a torcer, só mostrava um sorriso tímido a todos, mas por dentro estava enternecido.

Sakura estava muito cansada depois da festa, que acabou dormindo no carro quando voltavam para casa. Não querendo acordá-la, Fujitaka pediu para Shaoran carregá-la até o quarto, o que o deixou nem um pouco triste. Como era boa aquela sensação que sentia ao tê-la em seus braços, sentir o perfume que saia de seus cabelos, sua pele macia, seu corpo frágil. Como ele adorava cada pedacinho dela. Quando percebeu para onde seus pensamentos estavam levando-o, ele sacudiu a cabeça e continuou andando. Colocou-a na cama dela, tirou os sapatos de seus delicados pés, cobriu-a, depositou um beijo na testa e foi para o seu quarto dormir.

Mas será que Sakura ainda dormia? Não mesmo! Acordou quando estava sendo retirada do carro, porém ao perceber que Shaoran a carregava fingiu que continuava dormindo e aproveitou o momento. Ah! Era maravilhoso o cheiro vindo dele, o perfume amadeirado que ela tanto gostava e que sentiu falta por muitos anos. Após sentir os lábios suaves em sua testa, deixou escapar um pequeno sorriso, que passou despercebido por Shaoran. Iria ser uma noite com lindos sonhos, para os dois...

-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-xXx-

Passado mais alguns dias, Shaoran começou a trabalhar. Como não achava vaga para professor de inglês sem ter cursado a faculdade, ele decidiu trabalhar na empresa de sua mãe, o qual um dia assumirá. Resolveu também que entraria num cursinho e prestaria vestibular. Mesmo morando na Inglaterra por muito tempo, uma faculdade fazia muita falta no currículo. Comunicou, então, a todos que faria as provas no final do ano, junto com Sakura. Ela ficou animada, seria muito bom os dois estudando juntos, um poderia ajudar o outro. Assim foi mais um jantar que os quatro (Touya foi morar com Misuki), como todos os dias, compartilhavam as novidades enquanto comiam.

Com essas mudanças, Shaoran e Sakura só se viam à noite. De manhã ela ia à escola e ele ao curso, à tarde ele ia para a empresa, enquanto ela ficava em casa, à noite eles jantavam com seus pais e depois estudavam juntos e às vezes conversavam um pouco. Mas isso não quer dizer que o sentimento entre eles havia mudado ou diminuído, pelo contrário, estavam cada vez mais apaixonados.

Durante os estudos após o jantar, havia sempre troca de olhares, sorrisos, brincadeiras inocentes, mas que na verdade se transformava numa maneira deles ‘sentirem’ o toque do outro. Certo dia, estavam estudando, quando entraram num assunto e de repente começaram a fazer cócegas e assim iam trocando ‘carinhos’, uma cosquinha no braço, no pescoço, na barriga... Não tinha nada de mais para quem visse de fora, mas para os dois era uma forma de demonstrarem o sentimento que tinham, sem quebrarem o ‘silêncio’ que se formou entre os corações e suas bocas. Ambos sentiam a mesma coisa, sabiam que era mútuo, mas permaneciam ignorando a paixão que já se alastrava por dentro.

E as semanas foram passando. Sakura e Shaoran não se declaravam de jeito nenhum, mas as indiretas continuavam.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Por enquanto é isso.
Fiz um capítulo um pouco maior dessa vez =D

Mais uma vez agradeço aos comentários de LiKinomoto, Corrida_Sakura, vanessascc, annaLI, FLORSAKURA1, Nitsu, rafha_chan.

Até mais. Beijinhos