The Evil Angels escrita por Missfic


Capítulo 8
Capítulo 7 - O encontro


Notas iniciais do capítulo

Finalmente.



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Eu ainda estava completamente aos prantos. Minhas lágrimas não cessavam. Eu estava repleta de cicatrizes devido ao abuso e ao espancamento que eu havia sofrido há mais ou menos dois dias.

Lexi estava desamparada e me confessou estar desesperada também. Stormie estava chorando ao meu lado. Não queria deixar que eu fosse, e disse que queria tomar a minha dor. Não deixei.

_ Mas Emil, você não pode ir! Olha o que aquele... - ela tentou encontrar uma definição - monstro fez com você! - e ficava com a face assustada. Estava arrancando seus cabelos loiros a cada vez que os jogava pra trás em sinal de desolação.

_ Eu tenho que ir. Você não vai entender mesmo. Quem ele machucará se eu não for? Ele sabe aonde vocês moram. O que ele vai fazer? Talvez matar vocês? Estuprá-las? Não posso deixar - e fiz uma cara desapontada.

Terminei de colocar na bolsa as poucas coisas que eu levei para a casa das irmãs. Respirei fundo. Eu não podia demorar tanto. Meu rosto já estava inchado de tanto que chorei - porém, eu tinha toda a razão. Dark era um monstro, e ele viria atrás de mim, de um jeito ou de outro.

Já preparada - ou não - para o pior, tentei esticar minhas asas. Falhei. Caí no chão. Gemi de dor. Eu não aguentava mais de tanto sofrer. Eu precisava do outro pedaço da minha asa, mas mesmo que eu conseguisse, não iria conseguir colocá-lo em seu lugar de novo. Ou eu perdia minhas asas e parava de voar, ou eu ficava com uma asa quase imóvel e com risco de morte em todo vôo que eu fizesse.

Abri a janela dos fundos, que ficava perto do quarto da Stormie. Evitei me despedir, mas Lexi me abraçou. Tremi um pouco por causa da dor.

_ Que os anjos estejam contigo - e tentou sorrir um pouco.

Com a bolsa nas mãos, abri as asas e voei. Eu olhava para baixo, temendo minha queda. Quando eu parava para lembrar do que havia acontecido comigo nos últimos dias, eu praticamente perdia o equilíbrio e caía. As minhas quedas eram muito feias, e eu voltava a voar praticamente toda ralada. As cicatrizes ardiam e as outras feridas também.

Na última vez que eu olhei para baixo, eu avistei aquele jardim florido, com os leões rugindo. As cercas pontiagudas que rodeavam a casa; E Dark sentado na escada, impaciente, ao lado de uma mulher loira.

Fui descendo devagar, e me acomodei atrás de um arbusto que ficava na frente das cercas. Dark ainda conversava com a loira quando percebeu um movimento atrás do arbusto - que por acaso, era eu. Ele foi andando e me puxou pela gola da camisa.

_ Estava aí a quando tempo, Emil? - e deu um sorriso maquiavélico, que me fez estremecer.

Não respondi.

_ Dark, pare de conversar com essa garota e venha falar comigo. O que você fez com a minha filha não tem preço. Aliás, com a NOSSA filha, até porque, você me abusou primeiro e depois a abusou. Dark, ELA SÓ TINHA DEZ ANOS! - a loira parecia desesperada ao proferir essas palavras, e eu fiquei cada vez mais chocada, até porque Dark era um maníaco.

_ Susaj Maham... pare de ser tão dramática. A sua filha me pediu. - e Dark sorriu - E ela até falou que eu era atraente.

Quando ouvi aquela citação, de "ela até falou que eu era atraente", percebi o quão frio Dark ainda poderia ser: por pisar em uma mãe traída, abusada e rejeitada, e ainda fazer pouco caso de sua própria filha, a qual também havia abusado.

_ E quanto a mim, Dark? - a loira chorava. Dava para sentir em sua voz angustiada que ainda lhe restava esperança na alma; a esperança de que o moreno de olhos vermelhos voltasse ao seu romance interrompido.

Dark apenas a empurrou para fora dos portões da casa. Ela virou o rosto e saiu andando vagarosamente, o que podia ser explicado pelo enorme hematoma em sua perna esquerda.

_ Fez uma ótima escolha ao vir, Emil - e o cara de olhos avermelhados esboçou uma cara maliciosa. Evitei olhá-lo.

Ele abriu os portões da mansão. Minhas roupas ainda estavam lá fora. Eu adentrei os portais, e ele olhou para os lados e se certificou de que não havia ninguém.

_ O QUE QUER QUE EU FAÇA, HEIN? VOCÊ É UM - fui interrompida pelo soco que veio em direção a minha boca, fazendo com que eu sentisse gosto de sangue.

_ Ah, Emil... você não deve ter nem noção por que eu faço isso com você, não é? - eu estava me debatendo em seus braços, até que ele me jogou no chão, me fazendo bater com a cabeça no rodapé - Eu sei que tem visões. E sei que você me reconheceu na última que teve - eu o olhei incrédula. Como ele sabia daquele detalhe? - A verdade Emil, é que você não viveu durante tanto tempo na casa de Celéstica. Desde pequena você foi treinada aqui em casa.

_ O que? - quase balbuciei, eu acho. E digo que acho porque ainda não sei se consegui dizer isso ou não. Minha garganta parecia estar cortada.

_ Quando você se transformou em anjo você tinha cinco anos. Você morou aqui em casa até completar 13 anos de idade. Depois, foi devolvida para Celéstica.

_ É MENTIRA! - eu gritava desesperada. O que era aquilo?

_ Tem certeza? - ele foi até o quarto e abriu uma das gavetas. Eu estava presa, então, não consegui fugir. De dentro das gavetas ele retirou um pequeno álbum de fotos, e o mesmo aparentava ser muito velho.

Então ele abriu em uma página e apontou para duas fotos. Na foto de cima, estavam eu, minha mãe e meu pai. Na segunda foto, eu, ele, Cheffia e Celéstica. Ele me mostrou as fotos que se sucediam, onde se via eu brincando com o Dark, dormindo em sua cama e até mesmo tomando banho na banheira da Cheffia. Fiquei travada.

_ Você nunca foi minha irmã, Emil. E isso só me deu mais brecha para gostar de você - ele sorriu maliciosamente -. Eu aguardei tanto você voltar... e finalmente esse dia chegou. Eu não me importo de ter sido prometido a Celéstica. É em você que estou de olho desde pequeno - ele abaixou a cabeça e fitou o chão por um tempo.

_ E o que vai fazer agora, imbecil? Me estuprar? Arrancar outro pedaço de minhas asas? - e depois daquilo eu não senti nada além de uma pancada na nuca.

Acordei desejando estar inconsciente. Havia uma poça de sangue no chão. Eu vi que minhas roupas estavam novamente rasgadas e eu tinha ganhado uma nova ferida - um corte que rasgava meu rosto desde a sobrancelha até o canto a boca. Aquilo ardia demais. Olhei para o lado e avistei Dark sentado na escada - consegui vê-lo porque o portão estava aberto - e ele estava fumando. Tentei me levantar. Gritei.

Ele se levantou, entrou dentro da casa, e desta vez, minha bolsa de roupas estava com ele. Ele sorriu e me deu a bolsa na mão.

_ Apronte-se rápido. Papai daqui a pouco chega. Tome um banho, que eu ainda vou ter que limpar a sujeira que você fez - ele falou tão rígido que chegou a me dar arrepios. Tentei me lembrar do que tinha acontecido.

Eu tinha gritado para que ele parasse muitas vezes. A dor foi pior do que a primeira vez. O péssimo foi que eu tentei imaginar a dor de Susaj Maham - a loira com quem ele conversava - e a dor de sua filha. Uma filha do Dark. Aquele monstro é um sem coração.

Entrei no quarto dele e fui tomar banho enquanto ele limpava aquela poça de sangue. Durante o tempo em que a água quente escorria pelo meu corpo, fui reparando os milhares de machucados que estavam espalhados pelo meu corpo.

Coloquei as roupas após me enxugar com muito cuidado. Coloquei uma calça de moletom para esconder a marca das pernas, e uma blusa que era enorme. Daqui algumas horas aconteceria o meu trifásio, e seria péssimo ter que passar por aquelas fases com todas aquelas dores que eu sentia.

Dark entrou no quarto de supetão, e vi pela fresta da porta do banheiro que ele estava trocando de roupa. Ele tirou a calça - que estava suja de sangue - e colocou uma calça preta bem mais escura que a primeira. Ouvi o portão se abrindo. Provável que seja a Cheffia.

Agora eu descobri porque Dark havia me estuprado. Descobri que já fui quase sua irmã desde os seis até os 13 anos.

Eu realmente não tenho sorte.

Quando saí do banheiro, Dark me esperava na porta de seu quarto. Ele viu a Cheffia andando pelos corredores, e logo que o viu, saiu me puxando pelos braços para os corredores também. A Cheffia cumprimentou o filho.

_ Pai... Emil voltou para casa - e esboçou um sorriso. A Cheffia se limitou a me abraçar.

É. Parecia que eu realmente estava em casa.


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Notas finais do capítulo

Próximo capítulo tem personagem novaaaa!



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