The Evil Angels escrita por Missfic


Capítulo 4
Capítulo 4 - Além da Porta


Notas iniciais do capítulo

Todas as pessoas possuem um objetivo. E, se elas quiserem mesmo alcançá-lo, elas vão fazer de tudo e mais um pouco, para conseguir o que querem. E vão conseguir: por bem, ou por mal. (Recadinho da autora lá embaixo!)



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/105643/chapter/4

Eu corri pelos corredores. Tentei abrir todas as portas. Só uma estava destrancada; suspeitei, mas não temi. Entrei.

Eu havia marcado meu próprio destino.

Quando entrei, era uma coisa estranha aos meus olhos. Havia uma pintura de Dark na parede, em cima da cabeceira de uma cama. Ao lado, uma escrivaninha, com um livro grosso, preto, com cadeado e tranca. O guarda-roupa, sujo e empoeirado. Os objetos do quarto, já mofados e velhos. Algumas baratas já deveriam estar habitando naquele lugar há um bom tempo.

Apesar da enorme pintura na parede, do livro e do relaxo com os próprios pertences, não sabia dizer ainda se aquele lugar pertencia a Dark. O quarto me parecia vazio e inóspito, e eu estava cansada demais para ficar sozinha por muito tempo longe do apoio de minha querida irmã.

Foi o encontro do útil com a oportunidade.

Meu vestido estava sujo e rasgado - e bem nojento por sinal, já que eu não o havia tirado desde a minha última transformação. Quando começo a relaxar e a me espreguiçar, sinto uma mão acariciando minha cintura. Olho para trás, e vejo Dark. Ele me jogou na cama e prendeu meus pulsos. Como levemente estava começando a amanhecer, minhas forças do trifásio estavam esvaindo. Eu estava virando a Emil de novo!

Segurei suas mãos em minha cintura para que não descessem para nenhum outro lugar. Ele beijou meus ombros, subiu os beijos para meu pescoço e parou em minha orelha. Agarrou-me pelo quadril e desceu as mãos. Fiquei quieta, submissa e angustiada, já que eu nada poderia fazer. Ele rasgou meu vestido bem lentamente, e começou a beijar minha barriga. Arrancou meu sutiã e sorriu.

Fechei os olhos.

Se eu nunca tinha me envolvido com um homem antes, provável que eu nunca tenha beijado alguém e transado. Eu já via isso como um ato pecaminoso e inconsequente, principalmente quando passa para a parte do abuso. Eu não o desejava de nenhuma maneira, nem mesmo como um amigo - os olhos dele me causavam medo constante, de uma maneira que nunca tive antes. Sempre fui livre e nunca me arrependi de nada, mas naquele dia, me arrependi pela primeira vez - e amargamente, por ter sido tão burra. Me senti um lixo. E o pior de tudo, é que as anjas malignas possuem um código de manter a virgindade até os vinte anos, senão, sofrerão as consequências. Acho que chegou minha hora, não é?

Eu sabia também que, se eu culpasse o Dark de ter me violentado e ter me molestado, ninguém iria acreditar, nem mesmo o seu pai, a Cheffia. Celéstica nunca iria levar isso a sério. Se eu o denunciasse, quem seria presa seria eu, por 'Sedução Ilícita'. Imagine a cena: Dark, um anjo enorme, com quase dois metros de altura, em cima de uma menina como eu, baixinha, fraca. Tinha uma mancha de sangue enorme sobre a cama, e ele não se importava em fazer aquilo com a cama completamente suja e com o quarto imundo. Mas eu sim, principalmente se fosse antes dos vinte anos, e com uma pessoa que eu não queria.

Tudo que eu mais queria era morrer naquele momento, em pensar que tinha um brutamontes em cima de mim, tentando me beijar e me forçando a transar com ele. Convenhamos que a culpa em parte é minha também, por ter ficado com sono e o primeiro lugar que achei pra dormir, foi o quarto do filho do meu chefe. Mas ele era um safado filho de um pai - Dark não tinha mãe - e que não respeitava nenhuma mulher. Acho que nem ele mesmo se respeitava. E fico imaginando se ele já fez isso com outras meninas.

A dor é mais do que insuportável. Dark estava sedento demais – não sei se era a primeira vez dele, pelo jeito não, porque ele tinha umas manias muito nojentas. Eu estava tão fraca que acho que não conseguiria andar por uma semana – asas pra quê te quero – e, ainda por cima, ficaria com trauma de homem pelo resto da vida. Que droga.

Tentei imaginar que Dark fosse uma pessoa de quem eu gostasse. Mandei o comando pro cérebro, mas quem disse que consegui? Fiquei ainda mais enojada, mais confusa, com mais medo, com mais dor.

Nós anjos temos uma voz extremamente encantadora, e digamos que comecei a tentar balbuciar algumas frases meio cantadas. O cheio de cigarro com o adocicado do perfume, junto no balanço da minha voz, fez com que ele parasse e adormecesse. Suspirei de alívio, mas extremamente chocada. Estava chorando.

A primeira vez que tentei levantar, caí como se estivesse aprendendo a caminhar. Depois, me apoiando nos móveis, consegui.

O ronco de Dark era baixo, ritmado e calmo.

Eu estava com muita dor, estatelada. Saí o mais rápido que pude de lá, e por incrível que pareça, quando cheguei no corredor, peguei a Cheffia e Celéstica imprensados em uma parede, se beijando. Eles pararam assim que me viram, e eu e Celéstica fomos embora.

– Emil, infelizmente, agora teremos que vir aqui todos os dias. Ordens de Mag. São os treinamentos – fiz uma cara de desentendimento –, quando você fizer o primeiro você saberá o que é. Mas então, o que fez esse tempo todo que sumiu?

Aquela era uma pergunta que eu preferia guardar pra mim mesma.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O capítulo foi realmente constrangedor. Foi necessário postá-lo. E este foi um dos únicos capítulos desta história que eu não quis reescrever, pois ainda preciso situar e me localizar com as palavras. Espero que tenham gostado. Até o próximo capítulo.



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Evil Angels" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.