The Evil Angels escrita por Missfic


Capítulo 13
Capítulo 12 - Efeito Reverso




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Mesmo eu tendo um quarto inteiro só pra mim, já que Dark dormiria na sala do trono, eu queria dormir acompanhada. Era péssimo me sentir sozinha - e ainda com possível morte durante a noite, do jeito que Celéstica estava brava.

Eu sabia que era errado, mas mesmo assim fiz, pois há coisas na vida que valem a pena fazer errado para que no final elas tenham um bom resultado. Bom, somente nesse caso, os fins justificam os meios. Na verdade, acho que Maquiavel foi um gênio ao citar essa frase; não pelo fato de me servir como desculpa para fazer tudo que eu quero e do jeito que eu quero, mas porque por muito tempo não teorizaram essa prática tão comum. Ele deu nome às loucuras que fazemos, e eu o agradeço por tamanha audácia.

Fui andando lentamente pelos corredores, até que achei a porta que tinha um ar muito misterioso e sombrio. Ao abri-la, deparei-me com escadas e mais escadas que desciam direto para o subsolo, e que direcionavam a luz vinda do corredor para uma outra porta que ficava do lado esquerdo do fim da escada.

Observei se havia alguém ali, e fui em direção à escuridão. Preferi ir descendo a pé mesmo, até porque minhas asas não estavam em boas condições de uso, e eu poderia cair. Mesmo com um pouco de medo, o pior que podia me acontecer já tinha me acontecido. Morrer era a menor das minhas preocupações. Já conseguiram tirar minha virgindade, minha liberdade, minha honra... nada mais me abala.

As escadas tinham um som estranho a cada pisada. Pareciam fazer uma melodia, de sons altos e baixos, que iam diferenciando a cada movimento brusco demais. Dark não poderia saber que eu estaria indo a sala do trono. Só os chefes podem pisar lá. Na verdade, agora, o único que poderia colocar os pés naquele lugar era o Moreno. Ao assumir o lugar do pai, apoderou-se de todo um império.

Em certa parte de minha descida, deslizei em um dos degraus, e acabei rolando pelo resto inteiro da escada. Graças aos anjos, já estava no final. Minha asa esquerda ficou ainda mais dolorida; já havia perdido algumas partes dela e, sinceramente, prefiro ficar sem voar a ter de sofrer toda essa dor maldita que me acomete nessa minha asa. Quando parei de rolar e estagnei no chão, estatelada no mármore frio, fiquei olhando pro teto, vendo as escadas em espiral indo em direção a porta que dava para os corredores longos. Tentei sair dali, mas não consegui levantar.

Passado alguns minutos, me levantei com muita dificuldade, apoiando nos corrimões da escada, e segui mancando para a porta que levava a sala do trono. Dark estava sentado, observando a sala, solitária, quieta. A coroa de poder que eu tinha visto no quadro realmente estava lá. Ficava do lado do trono, em um pedestal um pouco menor que o normal. Dark encarava o vazio, e a coroa de poder dava uma energia sombria a sala. Senti arrepios quando a olhei.

Ao pisar no lugar proibido, senti que meus demônios e anjos se inquietaram. Começaram a brigar dentro de meu corpo. Tentei me acalmar. Cheguei por trás do trono de Dark.

_ Preciso falar com você... - minha voz saiu um pouco manhosa e chorosa por causa da dor da briga dos demônios e anjos. Me apoiei no trono, e Dark lentamente se virou.

_ O que faz aqui? - me encarou com os olhos vermelhos.

_ Queria te pedir um favor, Dark - minha voz saiu ainda mais manhosa. Os demônios iriam me matar se não parassem.

_ Prossiga.

_ Primeiro, aquiete os demônios do meu emocional - fiz uma cara de dor - e em segundo... por favor, me deixe dormir na casa de Alexandra - ele bufou.

_ Por que, Emil?

_ Tenho medo do que Celéstica pode fazer. Sei que você vai ficar aqui pelo resto da noite. Por isso não estarei protegida lá em cima - e apontei para o teto.

_ Terá de voltar amanhã cedo, senão, já sabe, não é?

_ Sei, sim.

Saí da sala com um pouco mais de esperança no coração. Quando subi as escadas de novo, demorei quase duas horas. A dor estava me matando lentamente, e eu não conseguia nem raciocinar direito.

Quando voltei aos corredores longos, abri a porta do quarto de Dark e peguei minha mochila de roupas. Abri a porta dos fundos, mas antes, fui até o jardim, na parte de trás, onde meu jardineiro preferido estava regando as tão amadas margaridas.

_ Rozz? - eu disse com uma voz um pouco melhor, porque a dor estava passando.

_ Sim, Emil? - ele sorriu. Os cabelos grisalhos de Rozz estavam lhe caindo nos olhos, o que o incomodava bastante.

_ Estou indo de volta para casa, mas voltarei amanhã. É só por uma noite - falei olhando para o chão.

_ Vá com os anjos, querida - e ele continuou a regar as margaridas.

Eu sabia que já estava de noite, porém, fui andando mesmo, como eu disse antes, eu não estava mesmo em condições de voar. A minha situação estava pouco crítica - meus passos eram lentos demais. Continuei andando lentamente, até avistar poucos rapazes andando em minha direção.

Subi em cima da árvore. Os rapazes ficaram me preocurando no escuro, por causa do breu. Assim que eles foram embora, fui andando por cima da grama, e não mais por cima da calçada, como eu estava fazendo antes.

Logo não muito longe, avistei finalmente uma casinha amarela, pequena, com a luz acesa. Sorri de felicidade pela primeira vez desde aqueles últimos dias que eu havia passado naquela mansão cabulosa.

Bati na porta. Não foi necessário bater mais de duas vezes. De início, Alexandra estava conversando no telefone sem dar importância para quem estava na porta, porém, depois que ela parou para olhar direito, deu um pulo no meu pescoço.

_ Emmy! Que saudades suas... - ela me olhou com um ar triste ao perceber que outro pedaço de minha asa havia quebrado.

Vi que Ray estava sentado na mesa da sala, e que ele e Stormie viam um filme. Quando cheguei à sala, cumprimentei Stormie e sentei no sofá. Várias perguntas vieram, como "O que ele fez com você lá?", "Onde quebrou suas asas?", "Quem conheceu?".

Primeiro contei-lhes a notícia de que Mag havia morrido, e depois, lhes falei que só passaria a noite, porque Dark estava receoso do que eu poderia fazer. Elas arrumaram uma cama para mim no sofá, e foram descansar. Apenas deitei.

No meio da madrugada, comecei a ouvir barulhos, principalmente de uma porta se abrindo. Levantei e, quando acendi a luz, Celéstica estava me olhando dormir, sentada, do lado do sofá.

Ela estava com uma faca na mão e o controle do televisor na outra. Dei um grito que acordou todos da casa, e principalmente, os meus demônios e anjos, que repentinamente, começaram a brigar.

Quando observei bem que haviam câmeras na casa, eu deixei que ela fizesse o que bem queria. Ela colocou a faca no meu pescoço, e quando foi rasgá-lo, Ray pulou em cima dela os dois caíram no chão. Ligamos para a polícia, que veio em menos de dez minutos, já que a polícia é aqui do lado.

Liguei para Dark mesmo sabendo que ele estava na sala do trono. Percebi que ele e Celéstica usavam a mesma aliança com o brasão dos Hullmin. Avisei que eu a levaria para a delegacia, porque ela tentou me assassinar.

A melhor cena de todas foi quando Dark chegou bufando de raiva na delegacia. Começou a gritar e pediu pra ver a noiva.

Ele pediu a mão dela, e assim que conseguiu tocá-la, puxou a aliança que estava no dedo dela e a jogou no lixo. Ela começou a chorar desesperadamente. Tentou inutilmente segurar a mão de seu prometido, seu noivo, seu porto seguro. Dark não lhe respondeu; apenas foi pra casa e encerraram a visita.


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