The Evil Angels escrita por Missfic


Capítulo 10
Capítulo 9 - O beijo, a proposta e o flagra




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Ainda era de noite. Talia ainda não tinha ido embora, hoje ela dormiria aqui na mansão, na ala oeste. Matew e Susaj passariam o resto da noite aqui também, já que não teriam onde ficar. Gitié foi presa no calabouço da mansão, que fica no porão.

Dark estava terminando de arrumar a sala de jantar antes que a Cheffia chegasse - a semana tinha passado muito rápido; muitos chefes dos clãs trouxeram seus filhos, suas roupas, treinaram no pátio da mansão. Bê o estava ajudando e confesso que eles faziam as coisas em uma velocidade impressionante. Nunca vi ninguém arrumar as coisas tão rápido desse jeito.

Vi Matew saindo de dentro do banheiro com uma cara maliciosa - e em parte, também preocupada. Ele foi para a sala de jogos e não saiu de lá.

Assim que Dark terminou de arrumar as coisas na sala de jantar, chegou a Cheffia. Todos os outros anjos se esconderam, e por graças ao nosso Pai, a Cheffia não tem sensibilidade para saber se existe mais alguém naquela casa. Ele só fitou a mim e a Dark com um olhar cansativo e disse que iria para a sala do trono, e que se fosse mais do que importante, ir chamá-lo. Pelo jeito ele não sairia de lá pelo resto da noite.

Vi Susaj Maham tentando abrir a porta do porão que dava direto para o calabouço onde Gitié estava escondida. Ela começou a chorar. Dark apenas abriu a porta do porão, chutou Susaj para longe e desceu as escadas. Com toda a certeza do mundo, Gitié seria violentada ou alguma coisa assim.

Eu comecei a lembrar como foi minha primeira vez. Sem ter vinte anos, com um brutamontes em cima de mim, me forçando a fazer coisas nojentas. No final da trifásio, as forças se acabando... se doeu em mim, imagine em Gitié, que era apenas uma criança de dez anos?

Saí daquela sala e fui para a sala de jogos, só que o único problema era que Matew estava lá. E eu não me sentia muito bem perto dele. Isso porque ele tem um olhar cínico, malicioso, em tudo ele coloca um pouco de maldade, ou melhor, muita maldade, aliás, ele sim era um anjo maligno. Não era como eu, Susaj ou Gitié, ou até mesmo como as chefes das outras províncias, que conseguem ver o bem em quase tudo, sentir piedade das pessoas. Eu não nasci pra ser um anjo maligno. Eu treinei desde os meus seis anos de idade com a Cheffia e com Dark, mas eu nunca aprendi nada sobre o mal.

Assim que cheguei na frente da porta, abri com um chute bem perto da maçaneta, fazendo a porta cair no chão. Sorri. Adentrei e fitei bem os olhos de Matew, que ainda tinham aquele ar malicioso e astuto.

_ Que bom que está aqui, Emil. Quero te fazer uma proposta - ele deu um sorriso e foi se aproximando de mim.

Matew ficou quase dois centímetros do meu rosto, sendo que se ele chegasse mais perto, teria me beijado. Estremeci e fiquei assustada. A última vez que um homem chegou tão perto assim de mim foi quando eu fui abusada. Fiquei receosa.

_ Emil... preciso que me ajude a matar não somente a Cheffia, mas Dark também.

E quem governaria os anjos malignos? Quem daria as ordens dali em diante? Todos os anjos do mundo possuíam algo de bom no seu emocional, mesmo que bem escondido, e o chefe dos anjos deve ser puro, só possuir o mal, respirar o mal, ter o mal passando nas veias. Parece algo exagerado, mas corromper o governo do mundo mid-espiritual seria uma ameaça a todos nós. Poderíamos morrer.

_ ISSO É LOUCURA! ESTÁ DOIDO? - eu fiquei realmente surpresa com a proposta que ele tinha feito. Como assim? Matar Dark?

_ Escute, Emil. Você não acha que se matássemos os dois chefes dos anjos malignos não poderíamos conseguir a liberdade? - ele indagou de uma forma muito singela, como se quisesse mesmo que eu acreditasse.

_ Anjos malignos possuem o bem, Matt. Só que não se importam em descobri-lo. Mas eu me importo em descobrir os meus dons que não fazem mal às pessoas. Que tipo de anjo você acha que é? Você não tem capacidade de governar nenhum de nós! Sabe o que é isso, Matew?

_ VOCÊ NÃO ENTENDE, NÃO É? - ele segurou uma mesa de ping-pong na mão e a jogou contra a parede - ELES ME CONDENARAM A SER ASSIM PARA SEMPRE! E não vai importar se eles mudarem de ideia, Emil. Nem o próprio poder deles pode ser usado em cima de um decreto que eles fizeram no passado. Eu faço mal para as pessoas desde quando eu tinha quatro anos de idade. Eu estou cansado - ele puxou uma cadeira e se sentou nela, começando a passar a mão pelos cabelos azuis com uma força capaz de arrancá-los.

Lembrei-me vagamente da nossa reunião bem rápida antes de discutirmos o plano que mataria nosso chefe; Dark havia mencionado que Matew fora submentido à uma maldição quando era bem novo. E que condenação poderia ser pior do que ser um anjo maligno para sempre, e estar fadado a machucar as pessoas a qualquer preço? Talvez Matew tivesse mesmo o mal correndo em suas veias.

_ Escute, Matew. Não posso te ajudar a fazer isso. Não mesmo. Aliás, preciso me preparar para amanhã. Já vou.

_ Você pode até não me ajudar, mas amanhã, Dark e a Cheffia serão anjos mortos.

Saí pela porta da sala de jogos e comecei a ouvir gritos, e principalmente, sons de objetos sendo jogados contra a parede. Eu ri, pensando de que maneira ele conseguiria matar o Dark. O Dark nunca comeria a comida com chihad. Que tipo de idiota esse Matew é?

Fui até o quarto onde Talia estava hospedada. Abri a porta e me deparei com uma cena nada agradável: Pedro, o marido de Clea, estava beijando Talia, que estava encostada no guarda-roupa. Parecia mais um filme. Enquanto Pedro massageava os seios de Talia, ela o mordia no pescoço e soltava uns gemidos baixos, que instigavam mais ainda o impulso sexual de Pedro; ele enfiou a mão debaixo da saia dela, e Talia sorria feito uma ninfomaníaca, pressionando a mão de seu amante contra sua saia. Enquanto Pedro colocava o rosto entre os seios de Talia, a mesma puxava o cabelo do homem.

Não consegui me mover.

_ MAS QUE DIABOS ESTÁ ACONTECENDO AQUI? - bati a porta na parede.

_ Emil... escute, eu... - Talia ficou tão envergonhada que nem soube onde enfiar a cara.

_ Você, Talia, é uma traíra. E você, Pedro... sinceramente, esperava mais de você, aliás, pensei até que já tinha ido embora. Onde está Clea?

_ Já foi governar a província - ele ficou vermelho.

_ Vocês dois são verdadeiros imbecis.

Saí andando e pisando duro, dei um chute na porta do quarto de Dark e o encontrei deitado na cama, olhando pro teto.

Que patético.

_ Por que você está tão nervosa? - às vezes eu me surpreendia em como Dark conseguia ser doce, apesar de toda sua brutalidade. Ele se levantou e chegou mais perto, alisando meus braços para que eu me acalmasse.

_ TIRE SUAS MÃOS DE MIM E NEM OUSE CHEGAR PERTO!

_ Quer me contar o que aconteceu, Emmy? - ele parecia preocupado. Eu desabei na cama e comecei a contar tudo.

_ Matew Coker... quer te matar. Pediu minha ajuda, e eu disse que não - ele ficou um bom tempo me fitando e eu continuei a falar - e eu acabei de pegar Pedro Hompkins e Talia Himiet se beijando no quarto dela. Quase arrastei Pedro para o inferno. Que nojentos.

_ E ONDE ESTÁ CLEA? - o Moreno parecia nervoso dessa vez, seus olhos vermelhos estavam alterando de cor.

_ Na província! - bati com a mão na testa - Como que Pedro consegue trair alguém como Clea? Me fala, Dark?

_ Emil, quando um anjo maligno se casa, eles já sabem que são sujeitos a traições, até porque, somos malignos e nascemos para machucar as pessoas - e ele apontou para a cicatriz que já estava bem menor em minha face, que ia da minha sobrancelha esquerda até o canto de minha boca.

Dark me selou no canto onde estava a cicatriz.

Eu ainda conseguia me surpreender mais com ele? Nunca vi criatura tão bipolar quanto o Moreno de Olhos Vermelhos. E o pior era que, do mesmo jeito como Bê havia dito, nos acostumamos com nossos agressores. Numa hora, eu estava odiando Dark com todo o meu ser enquanto eu apanhava e sofria; outrora, eu estava sentada em sua cama lhe contando tudo que tinha me estressado no dia.

Agora, ele estava depositando beijos em minha cicatriz, e eu estava deixando. Qual é o meu problema?

_ Dark... Há tempos que não vejo sua noiva. Onde ela está?

_ Desde que seja você que esteja ao meu lado na minha cama, não me importo sobre onde ela está. Boa noite, Emil.

Acho que ele tem razão.

Nós nascemos para machucar as pessoas.


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