Assim que tive forças para isso parei de chorar.

Enxuguei minhas lágrimas e funguei um pouco.

– Desculpe, não é de minha natureza eu me descontrolar assim. (N/A: Eu não ia postar um P.O.V. Nico di Ângelo só para mostrar esse pensamento então aí vai:

Apesar de Selena morar esse tempo todo na Inglaterra e provavelmente ser britânica, Selena não tinha sotaque, mas as vezes tinha esse jeito meio antigo de falar das coisas, quer dizer, que adolescente em tempos modernos iria falar: Não é de minha natureza?)– Mas, não vai acontecer de novo, prometo.

Com a mão livre, ele acariciou meu rosto e enxugou uma lágrima fugitiva e disse:

– Não, Selena. Fico feliz que você chore.

Minha cara foi Hã?! o suficiente para ele explicar:

– Quando você chora você tira um pouco do peso de dentro de você. Você disse que não chorava já havia anos. Talvez toda essa tristeza e saudade poderiam ter sido muito mais fáceis de agüentar se você tivesse chorado. Não quer dizer que você não seja forte, Selena. Você é. Todos sabemos disso. – Ele perguntou.

Talvez fosse verdade. Talvez não. Mas Nico me deu essa possibilidade de pensar. Minha mãe morreu, para atrasar Joe e me salvar, ela sabia que se também tivesse se escondido ele procuraria por nós e nos acharia, e eu achei que se eu não fosse forte eu estaria estragando seu sacrifício, mas agora tenho o beneficio da dúvida. Valeu, Nico!

Mas, segundo alguma coisa que eu li,mas não faço idéia aonde, sei que Annabeth concordaria, os tolos tem muitas certezas, os sábios, muitas dúvidas.

– Talvez você esteja certo, Nico. Mas seja o que for, eu não deixarei de me recuperar. Eu vou levantar dessa cama, lavar o rosto e seguir adiante. Eu não sou assim. Não vou ficar sentada esperando sabe-se-lá o quê. Eu vou levantar e vencer a profecia e todo e qualquer obstáculo que vier da minha frente. – Eu disse, me levantando. – Por que eu sou forte. – Sorri.

  Nico riu.

– Claro. Mas me faz um favor, Selena?

– Depende. – Fiquei com medo do que ele fosse pedir, mesmo sem ter a menor idéia do que poderá ser.

– Nunca mude, você é perfeita do jeito que é. – Ele sorriu. Corei.

Antes, nada me fazia corar, mas passei as férias com Bella e adquiri esse mau hábito dela.

Isso me lembrou de uma coisa. Anotei mentalmente para me lembrar de depois fazer isso.

– E aí, tá a fim de aprender a tocar violão?

Nico riu, mas assentiu.

Nico era um bom aluno, e algo me disse que se eu persistisse seria ótimo.

Sua voz fazia o tipo Justin Bieber, e ele até parecia um pouco com ele.

Pensando bem, se Justin Bieber tivesse cabelo preto e olhos idem ele seria o Nico.

Enfim, por esses motivos trabalhei com o One Time com ele. Era uma das poucas que eu sabia do Justin inteira, então foi essa que eu escolhi.

Ele me olhava intensamente, como se a música fosse para mim. Ri-me por esse pensamento. Ele me ama? Ah, tá. pensei. Quer dizer, eu ainda estava com o rosto um pouco inchado, com pontos vermelhos aqui e ali, estava com o cabelo pingando um pouco, das lágrimas, por que eu misteriosamente saí completamente seca do meio do oceano.

Por falar nisso, eu estava com um blusão branco meio transparente, de praia,com meu biquíni(sabia que o navio tinha piscina?) por baixo e um short jeans, e coloquei de volta meus óculos Ray-Ban, que joguei longe quando ouvi as sereias.

– Isso. Bem melhor.

– Obrigado, você ensinando é fácil entender.

– Obrigada. Agora tente cantar, e eu toco ok?

– Ok.

E assim passei à tarde.

Depois do jantar, onde todos pareceram bem felizes em constar que eu estava melhor, liguei para minha prima querida.

– Alô?– Ouvi uma voz do outro lado.

– Alô? Bella? Aqui é a Sel.

– Ah. Oi, Sel. Achei que minha mãe ia ligar para você.

Fiquei muda.

– Acho melhor falar com você pessoalmente. O que acha de eu passar o fim de semana aí em algum lugar de julho?– Perguntei.

Ela pareceu surpresa e ao mesmo tempo resignada.

– Ok. A segunda semana de julho, ok?–Ela perguntou. Essa era minha prima. Tão organizada que chega a ser irritante. – Renée vai adorar. Você sabe que ela nunca se resignou com o fato de você ter ido morar com seu Padrinho.

– Sei que não. A segunda semana de julho está ótimo.

– Beijos, Bella.

– Beijos, Selena. Tchau.

– Tchau. – Desliguei.

– Espero que você não fique muito animada. – Murmurei para o telefone. – Não tenho certeza se vou estar viva na segunda semana de julho.

  Fiquei no convés em pé e apoiando na lateral do navio pegando uma brisa fresca de olhos fechados. Senti alguém s aproximando por trás de mim. Eu sempre fechava a Legimência para que as pessoas pudessem pensar em paz, mas os pensamentos de Annabeth gritavam.

– Olá, Annabeth. – Disse ainda sem abrir os olhos.

Ela pareceu surpresa.

– Como...?

– Seus pensamentos. – A interrompi. Abri os olhos e olhei para ela. – É como se houvesse uma assinatura com o nome do Percy como plano de fundo.

Ela pareceu chocada.

– Você... Você consegue ler pensamentos?

– Consigo. Mas eu normalmente eu prefiro deixar que as pessoas tenham privacidade, mas quando alguém não-identificado chega por trás, eu seria uma louca se não olhasse. – Eu disse.

– E, além disso, você está gritando.

– Ah, eu... Ãnh... Peço desculpas.

– Ah, imagina, fui eu que entrei na sua cabeça lembra?

– Tá. Vamos fingir que isso nunca aconteceu.

– Pode perguntar.

– Mas você já sabe!

– Nunca aconteceu, lembra?

– Eu... Queria saber... Se você acha que o Percy... Escolheu certo quando me pediu em namoro. – Ela perguntou. – Quer dizer, não sou tão bonita e preocupada com a aparência como uma filha de Afrodite, sei que às vezes dou nos nervos falando de arquitetura para ele, e devido a nossos pais nós devíamos se odiar, e que somos completamente diferentes,e ele anda tão aéreo esses dias...

– Minha querida Annabeth, apesar de você ser tão insegura, eu acho que você é perfeita para Percy. Percy não agüentaria uma filha de Afrodite, ele me contou todas as histórias até o episódio da guerra do ano passado e acho que o conheço o suficiente para dizer isso. Filhas de Afrodite o daria nos nervos com suas superficialidades, e você é linda, ele me narrou os fatos da perspectiva dele e ele nunca poderia sequer olhar para uma filha de Afrodite com você por perto.– eu disse.– E quanto a você serem diferentes, não tenho um mínimo de dúvida ao afirmar que é por isso que vocês se encaixam tão bem. Percy é impulsivo e é você que coloca alguma razão na cabeça dele, e, ao meso tempo, ás vezes precisamos parar de pensar e realmente agir rapidamente quanto a algo. Eu escuto como Percy fala de você, e não só ele, mas também os outros, e sei que você é muito,mas muito,muito irritante mesmo, mas eles não te adorariam tanto quanto te adoram agora se fosse de outra forma. E se ele está aéreo, certamente está preocupado com a profecia e com você... – Foi aí que eu percebi que falara demais.

– Quê profecia?

Oh-Ou.

– Eu... ãhn... não importa.

Ela suspirou e se apoiou na lateral do navio como eu, ao meu lado.

– E aí... Tem uma profecia sobre mim,não é,Annie?

O rosto de Annabeth revelava choque e assombro, e medo, muito, medo.

Eu dei uma gargalhada gostosa.

– Era o que eu temia– Eu disse.

– Não está com medo?

– Claro que sim. Medo de não fazer o certo. Medo de morrer? Que nada... Eu sei que há coisas muito piores no mundo dos viventes. Se essa profecia dizer que eu posso morrer, paciência. Mas a morte será acolhida como uma velha amiga para mim, se essa for sua vontade, e se não esperarei pacientemente por ela até que seja a hora.

– Mas... Você ... Não tem medo da morte?

– Se eu tivesse medo da morte,você acharia que eu namoraria Nico? Não... Conheço bem o conto dos três irmãos e tudo sobre as relíquias da morte, assim como você, imagino. Não tenho medo disso. Mas na vida, principalmente como semideusa, eu paro e me pergunto: Por que tudo tem que ser tudo tão difícil?

– A vida de um herói é sempre difícil e sem certezas. Não podemos simplesmente desistir de lutar por isso.– Ela disse,em tom de censura.

– Sei que não.– Suspirei.– Se quisermos um dia ter paz, temos que lutar no lado bom agora. Temos que provar que o triunfo do bem, o poder na inocência e a força da lealdade existem e que são essenciais.

Ela me olhou surpresa como se eu tivesse dito uma fórmula mágica que embora a maioria saiba, todos se esqueceram.

– Que foi? Eu disse algo de errado?

– Não.– Ela mexeu a cabeça negativamente, sorrindo. – Você está completamente certa.

– Mestres. A profecia que foi feita para a garota, isto a está corroendo por dentro, sei disso. Sei que ela vai ficar muito desequilibrada quando descobrirem minha traição. Será o momento perfeito para levá-la para o lado certo. O nosso.

– Sabemos o que vai acontecer. Ela é perfeita. O destino traçado, muitas perdas, muitas perdas. Perdas que a magia negra pode trazer de volta. Será muito fácil convencê-la.– Disseram em uníssono.

– Mestres. Temo que sua criação...

– Sabemos como a garota foi criada. Ela deverá resistir um pouco, mas a magia negra é tentadora demais para se resistir a ela.

– Eu sei que sim, milordes.

– Tem mais algo a dizer?

– Não, milordes.

– Então pode retirar-se.

– Eu... Ãhn... Eu não... Imediatamente, meus senhores, – Ela se retirou.

– A garota está presente. – Um deles disse, ainda olhando para o ponto em que a garota encapuzada saiu.

Eles se levantaram e vieram em minha direção.

Tive medo. Fechei os olhos e desejei sair dali.

Levantei de minha cama suando frio. Mellannie me encarava.

– Isso não é bom. Vamos, troque de roupa e vamos para a proa do navio. Chegamos na ilha de Perséfone.

Troquei de roupa, coloquei as roupas que sai do acampamento. Uma blusa branca de algodão, casaco de couro de dragão, jeans negros e tênis all star.

   Estávamos chegando bem perto da ilha. Havia um vulcão nada natural lá. Era de prata, como se tivesse acabado de ser construído. Flutuando em uma esfera mágica, presa, bem no centro, em cima do vulcão estava encolhida a Rainha do Reino dos Mortos.

Logo abaixo, havia um trono gigantesco de ouro e veludo vermelho, com um homem  de cabelos ruivos sentado nele.

Em frente ao homem, estavam curvados um verdadeiro exército de monstros.

Joe virou diretamente para nós e disse:

– Sejam bem-vindos, heróis, ao local de sua morte.– Disse ele estendendo os braços em um gesto amigável.