A Fênix da Água escrita por Akanees


Capítulo 14
Minha Passagem pela Ilha das Sereias


Notas iniciais do capítulo

Um novo capitulo fresquinho saindo! Espero que gostem! Nos vemos nas notas finais!



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Depois daquilo, houve um pequeno banquete na sala de jantar. Não era como o jantar preparado pelas Harpias ou o pequeno banquete na corte de Poseidon, mas, modestamente falando, eu me viro bem na cozinha. Fiz frango assado, bifes de carne, batata frita, carne de soja, enfim, um pouco de tudo.

Entretanto mal toquei na comida e descobri que aquele tinha sido um surto curto de felicidade, como fogos de artifício que estouram e deixam lindas cores no céu, mas que só duram poucos segundos e só deixam fumaça onde antes havia brilho.

Fiquei bem quieta e cruzei com os olhares de Percy e Nico o tempo todo no jantar, acho que era porque eram eles que se importavam mais comigo. Eu corei com esse pensamento e de conseqüência ganhei mais uma série de olhares preocupados. Baixei os olhos para o prato de comida.

Por fora da minha bolha, as crianças estavam comemorando. Pelo que parece, quando Percy conseguiu sair vivo pela última vez, houve algo como um navio explodindo, uma série de quase-mortes, e essas coisinhas pequenas pelas quais todo meio-sangue passa.

Assim que pude, escapei para a proa do navio. Lá tinha uma boa vista do Mar de Monstros. As águas ficaram mais verdes e mais sinistras e juro que vi um pedaço de uma cobra gigante passeando alegremente pelas águas. Mas ainda assim eu estava bem de estar em alto mar. Acho que os filhos de Poseidon te sempre o mar como segunda casa. Pelo menos no meu caso, como primeira.

Todas as vezes que eu senti saudade, fiquei com raiva, ou simplesmente triste, eu olhava para o mar e sentia um calor, conforto, dentro de mim e sentia como se alguém me dissesse ‘‘ vai ficar tudo bem’’, acho que no final e contas, havia realmente alguém me dizendo que ia ficar tudo bem.

  Eu ri com esse pensamento. O pôr-do-sol estava lindo, mas acho que depois daquele troço com a cobra não poderia ver a total beleza enquanto estivesse no Mar de Monstros.

Pensativa? Me surpreendi com a voz conhecida. Me virei e vi um par de olhos cinzentos me observando com cautela.

Oi, Annie. Tudo ok?

Foi o que eu vim te perguntar.

Olhei seu rosto bronzeado. Seus cabelos loiros estavam soltos em cachos caprichosos.

Tudo, é só que... Bom, acho que é muito cedo para festejar, né? Quer dizer, eu estou feliz e tudo com a entrada no Mar de Monstros, mas... Eu disse. Bem. Isso é só o começo. Temos que encontrar a ilha certa antes do término do prazo, levar Perséfone de volta para o Olimpo e tudo isso. Deixei que minhas palavras pairassem no ar, sem dizer meu certo medo sobre certas linhas da profecia.

Annabeth, filha de Atena, entendeu que eu escondia algo.

As profecias nem sempre tem um único significado, Selena. É bom que você saiba disso.

Ergui as sobrancelhas.

– Por que todo mundo fica me dizendo isso?– E antes que eu pudesse dizer mais alguma coisa, Annabeth disse:

– Por que é verdade.

Com um pequeno e baixo gemido voltei para o mar aberto de olhos fechados. Deixei que o ar refrescasse meu rosto.

Annabeth ficou quieta. Ela deu um suspiro e fez o mesmo que eu.

– E aí, é verdade? Digo, sobre você e Nico?

Abri os olhos e me virei vagarosamente para ela.

– Como você sabe?

Vi Nico pulando de alegria na cozinha no meio da noite. Eu perguntei o que ele estava fazendo lá e ele disfarçou e disse que não conseguia dormir e foi comer alguma coisa. Sério,ele estava literalmente pulando Disse ela olhando para mim com cara de quem está se segurando para não rir. Eu própria ri. Acho que a primeira parte foi verdade. Supus que se ele estava feliz, era por algum motivo, e esse não foi muito difícil de achar. Disse ela olhando sugestivamente para mim. Corei.

Havia dois dias que estávamos navegando pelo Mar de Monstros. Percy estava me mostrando o funcionamento do navio, que era antigo e ao mesmo tempo novo, feito completamente de madeira e a vela, mas com cômodos modernos, com chuveiro, ar-condicionado e tudo mais, que eu fiquei surpresa em constar que eu manuseava bem.

Annabeth olhava para nós, sentada numa cadeira de praia. Ela sorria.

As filhas de Afrodite também estavam ali, porém, se maquiando. Mellannie era menos superficial e gostava mais de maquiar do que ser maquiada. Já Sophie gostava mais de brilhar. Grover estava sentado tocando flauta enquanto, como Annabeth, nos observava.

Nico estava no seu quarto.

Percy congelou quando olhou para o lado.

A ilha das sereias.

Vou chamar Nico e pegar a cera. Disse Annabeth

Virei-me para Percy.

Quero ouvi-las.

Ele olhou para mim com cara incrédula e sobrancelhas erguidas.

Não vamos ter outra Annabeth no navio.

Como assim?

Ele se ligou que eu não sabia do que ele estava falando e mudou o discurso.

Por quê?

Eu sei tudo que se pode saber sobre magia, Percy. Eu sei batalhar perfeitamente. Sei histórias e mitos da mitologia e aprendi tudo sobre magia com Hermione e Hogwarts. Sei que há uma profecia sobre mim, Percy. E eu quero saber muito e já ter visto de tudo, talvez assim eu possa ficar um pouco preparada. Não sou idiota, Percy. Sei que isso tudo tem mais do que potencial para me machucar. Mas também te potencial para me fortalecer. Ele ainda não parecia 100% convencido Ah, qual é? Sou uma Grifinória, Percy. Ousadia e Sangue Frio são o me diferem dos demais.

Diante deste argumento, Percy não pôde dizer mais nada. Ele me levou e me amarrou com cordas no mastro principal, onde todos poderiam me ver com clareza e me impedir se necessário. Tomou a minha espada e armadura.

Eles colocaram a cera nos ouvidos e se sentaram em circulo em volta de mim.

Foi quando eu ouvi.

E eu não estava mais lá. Na ilha da frente estava minha mãe. Minha mãe, meus amigos e Poseidon esperavam num piquenique. Minha mãe estava sentada, com um vestido branco esvoaçante, esperando por mim. Ela acenava dizendo para eu prosseguir.

De algum modo eu sabia que lá não havia aquecimento global. Era tudo claro e iluminado, com prédios brancos e arvores centenárias em harmonia.

Tudo havia sido consertado. De algum modo eu sabia que ali não havia guerras, mortes, tristeza. Não tinha dor.

Não havia profecia.

Tudo o que havia era um lugar limpo, lindo, onde uma vida longa e maravilhosa me esperava.

  Eu olhei para mim, presa naquele mastro. Pensei em todos os modos de me soltar. Foi ai que eu lembrei que esqueceram de me tirar a varinha.

Peguei-a e gritei:

Accio Espada!

Uma espada veio para minha mão. Percy correu, mas ele era lento. Muitos vieram. Derrotei todos. Mellannie foi a primeira. Dei um golpe em sua espada e ela se desequilibrou lhe dei um chute na barriga e ela caiu. Veio Sophie mas ela mal havia aprendido a lutar. Estava desarmada e bastou um soco para ela cair no chão. Grover fez crescer com sua flauta plantas para me segurarem, mas eu as cortei com a espada. Lutei com Percy durante um tempo e trapaceei muitas vezes, admito. Mas no fim ele acabou se desequilibrando, o que me deu tempo de correr.

Escapei e pulei dentro da água. Ela me deu força e fui nadando. Foi quando senti uma mão em meu braço. Era Nico.

Eu gritei para ele me soltar. Será que ele não via?

Eu tinha uma família na ilha. Tinha minha mãe de volta. Meu pai nunca me abandonou. Minha mãe nunca morreu. As pessoas não tinham feito tudo errado. Eu tinha consertado tudo. Não havia guerra. Não havia buraco na camada de ozônio. Tudo se resolvera num feitiço.

Eu continuava a lutar. Ele me puxou para perto e fez a última coisa sob a qual não imaginei que ele faria. Ele me beijou.

Em seus lábios macios eu me perdi.

Por que nada mais importava. Não importava se haviam guerras, lutas,mundo acabando.\t\t\t\t\t\t\t\t   

Eu tinha Nico. O resto eu ia levando.

  Mas Percy pulou na água. Ele me segurou mais firme do que eu poderia lutar e me levou para o fundo da água. Lá o som das sereias era impossível de ouvir. Ele me segurou e fez uma bolha de água de ar para Nico, que nos seguiu o tempo todo.

Eu tentei ver como estava minha cara. Arrasada.

‘‘Você está bem?’’

“Não. Mas eu consigo voltar sem lutar.”

Fiquei quieta no caminho de volta.

Eu consegui não chorar ao chegar no navio. Olhei para a ilha novamente já com os ouvidos tampados e vi as sereias. Estavam rodeadas por ossos de pessoas que não conseguiram ter autocontrole como eu. Eram mulheres com corpo de urubus, pés de gente e a cara mudando, virava o rosto de minha mãe, Nico, meu irmão, os Potter, meus amigos... Menos a boca. A boca continuava sempre uma boca com restos de comida e sangue. Fiz uma careta.

Pedi desculpas para as crianças.

Ah, não esquenta,não,Sel. Mellannie disse, e ainda tentou me animar: Você realmente tem um chute de direita bem forte. Disse sorrindo. Isso piorou, e muito, as coisas.

Eu disse que ia para eu quarto.

Sentei na cama e chorei.

Pela primeira vez em nove anos, eu chorei. Chorei tudo que eu não chorei. Chorei a morte de minha mãe, o abandono de meu pai, a dor de quando caia, o suspiro dos dementadores, chorei todos os machucados e todas as dores que havia muito já havia esquecido.

Mas, principalmente, chorei o que eu havia chegado tão perto de recuperar e vi deslizar de minhas mãos.

Chorei e chorei.

P.O.V. Percy Jackson

Eu encostei a orelha na porta. Ela estava chorando. Chorando como nunca ouvi. Eram soluços de tristeza de partir o coração quase piores que os de Annabeth.

Eu me quebrava ao ouvi-los. E ao mesmo tempo sabia que não era eu que devia consolá-la.

Por sorte, Nico veio neste momento.

– Ela está muito mal?– Ele perguntou aos sussurros.

– Está. E acho que é você que deve consolá-la. Vá e use seu charme ou qualquer coisa.

– De todas a pessoas, nunca pensei que ia ouvir isso de você.

Mellannie também estava á porta.

Calma aí.

Ela ajeitou o cabelo dele e ele em si. Acho que de todas as coisas, essa foi a que ele realmente ficou assustado. Se Selena estivesse o realmente armando o plano que me explicou, o pobre garoto ficaria traumatizado pelo resto da vida.

Nós saímos do caminho e Mellannie fez questão de me chutar para fora do corredor falando algo sobre como é errado ouvir as conversas dos outros.

P.O.V. Selena Alexandra Joy

  Enquanto chorava vi a porta de abrir levemente e Nico entrando. Ele veio ao meu encontro, se sentou na cama e me colocou no colo. Coloquei o rosto em seu peito e continuei chorando. Se qualquer outra pessoa tivesse entrado eu teria enxugado as lágrimas e me feito de forte, enquanto estivesse chorando por dentro, mas com Nico, não.

Eu me senti bem melhor enquanto ele me falava baixinho:

Calma, vai ficar tudo bem. Vai ficar tudo bem.

Ele me beijou de novo.

Eu... Eu pensei que... Eu queria que... Tudo se resolvesse num toque de mágica... Que... Que tivesse um feitiço... Para tudo ficar em seu devido lugar... Mas... Mas esqueci... Esqueci que... Eu tentava falar e ele me olhava co olhos angustiados. Esqueci que a mágica causa tantos problemas quanto os resolve.

Ele assentiu levemente, como se tivesse medo que isso me fizesse chorar mais.

Entre ele dizendo que tudo ia ficar bem, tudo as poucos foi ficando tudo bem.


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Notas finais do capítulo

Oi, aqui eu de novo!
Espero que tenham gostado!
Mereço reviews? E indicações?
Vocês ganham Nyah Cash e eu um estimulo para continuar postando!
Viu? Todo mundo fica feliz!
Beijinhos,
De uma autora mais louca que nunca!
P.S.- Eu sou toda certinha com erros de português e se alguém estiver procurando uma revisora, eu tô aqui!



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