A lua iluminava o céu escuro, a noite não estava nem quente e nem fria. Al e eu estávamos fechando a porta pra irmos a “tal festa” que as meninas desejavam tanto ir. Alguém me explica de novo como elas nos convenceram? Ah! Elas queriam ir sozinhas, mas é LÓGICO que não deixaríamos elas irem sozinhas, além de ser perigoso, a festa era à noite. O Al disse que era pressão, mas não pensei a mesma coisa.

Se bem que ele iria de qualquer jeito, mas EU tinha que ir para protegê-los, principalmente a Winry, que não sabe lutar, a única arma dela é aquela chave assassina, mas isso não conta.

Enquanto o Al trancava a porta, observei as duas garotas que estava a mais ao menos seis metros de distancia de mim. Elas pareciam animadas e a cada hora riam. Não entendia por que essa “tal festa” deixaria uma pessoa animada.

- Ed, vamos alcançar as garotas! – Falou Al, visivelmente animado também.

- Sim – Respondi não tão animado assim, e nos dirigidos as garotas.

Fiquei sabendo que iríamos a pé, caminhando pela praia, ao banhar da lua. Isso é estranho... Muito romântico para meu gosto, percebi quais eram as verdadeiras intenções do Al quando “grudou” na May, e apertaram um pouco o passo, o suficiente para ficarem caminhando sozinhos, ligeiramente na frente.

Sobrou Winry e eu atrás. Não sei por que, mas me sentia um pouco desconfortável em andar ao lado dela, apesar de ver o casal um pouco à frente, eu estava sozinho com ela. Na verdade eu não sabia ao certo o que sentia por ela, queria vê-la sorrir, odiava quando ela chorava, queria protegê-la, não importasse o que acontecesse. Nesses dias comecei a pensar como minhas inquietações se resultavam nela: eu adorava me perder naqueles olhos azuis, me sentia eufórico quando estava perto dela, como meu coração acelerava quando ela falava comigo. Balancei a cabeça, tentando afastar tais pensamentos, a Winry é como uma irmã para mim!

- Hmm... Ed, eles parecem bem apaixonados não é?  - Disse Win, quebrando o gelo. Virei para olhá-la, ela não me encarava, percebi que seu rosto delicado estava ligeiramente corado, seus olhos extremamente azuis fitavam o casal que se encontrava caminhando abraçados.

- Sim, da para ver a mudança de humor que ela causou no Al. – Falei, arrastando meus pés na areia seca. Comecei a observar a lua, estava linda, seu reflexo iluminava o mar levemente agitado.

Continuamos nosso caminho até uma casa grande que tinha raios de luzes coloridas que escapavam da janela, eu não sabia o que dizer a ela, pensei em mil coisas, mas não conseguia falar. Vi ela abri a boca de vez em quando, mas fechava.

- É ali! – Falou May. Virou-se correndo até a Win e puxando ela para dentro daquela casa, seguidas pelo Al. Havia umas pessoas bem animadas dançando fora da casa, pareciam não se importar em se sujarem na areia, já que a casa era aberta diretamente para a praia.

Tapei os ouvidos, quando entrei na festa, o som era muito alto, havia uma banda tocando lá. Aff! Que música era aquela? Mas as pessoas dançavam e riam alto, não se importando com o vocalista desafiado. A casa era decorada propriamente para festas, havia luzes que oscilavam e mexiam do teto, sendo as únicas que iluminavam a casa escura, o chão também tinha luzes, porém não eram fortes, eram bem mais escuras, nem podia ser consideradas acesas.

Não conseguia ver o rosto de ninguém, comecei a procurar eles, dei muitas voltas, havia muita gente! Cadê eles? Como vou achar eles aqui nesse inferno?

- Ed! – Escutei um grito familiar, era a May, acompanhada pelo Al. – Por que está parado? Dance com a Win! - Jogou a Win na minha direção, puxando o Al para a pista de dança. Ficamos um tempo parados, os poucos segundos que passavam pareciam se arrastar.

- Então... V-vamos dançar? – Win perguntou, não conseguia ver seu rosto, mas julgando o gaguejo, ela devia estar corada.

- P-pode ser. – O QUE EU FALEI? Meu primeiro pensamento foi recusar, além do mais eu não sabia dançar! O sangue subiu ao meu rosto sentindo ela me puxar até onde Al e May estavam.

Apesar da pouca luz, conseguia ver ela, seus olhos se recusavam a me fitar, seu rosto delicado estava vermelho, e muito. Eu não sabia o que fazer, eu não sabia dançar, sem pensar direito, comecei a mexer meu corpo, sei lá o que eu estava fazendo.

Win olhou para mim e começou a rir. Pow meu! Mas logo ela timidamente começou a me imitar, com o tempo comecei a me divertir, rimos muito um do outro. Percebi que estava começando a me divertir. Ela se aproximou para falar alguma coisa, gritando no meu ouvido, mas eu não escutei, pois o som estava muito alto, devido minha cara de interrogação, ela girou os olhos e começou a dançar com movimentos mais ousados.

Não fiquei a trás, permitindo-me a dançar melhor também e mais perto dela, olhei naquele mar azul, senti me mergulhando nele, quando dei por mim, meus lábios estavam quase se encostando...

- AAAAH!!! – Senti muita raiva por ser interrompido, me peguei sentindo vontade de dar um soco nas pessoas que corriam desesperadas.

- O que está acontecendo? – Win perguntou, extremamente rubra e confusa. Olhando para o lugar que as pessoas fugiam. Se soltando dos meus braços.

De repente senti um soco no meu estômago. Escutei o grito de desespero da Win, ela veio em minha direção, mas algo a empurrou para longe.

- WINRY! – Gritei, vendo-a ser arremessada em direção a parede, mas logo foi pega pelo Al, ela estava inconsciente.

Meu corpo foi dominado pelo ódio. Perdi a cabeça. QUEM ELE PENSA QUE É PARA MACHUCÁ-LA??

Levantei na hora, olhando para aquele que eu podia matar a qualquer instante.

- SCAR! – Rosnei, rangendo os dentes. – VOCÊ VAI PAGAR PELO QUE FEZ COM ELA!!

- Huhu, parece que arranjou uma namorada, Alquimista do Aço. – Falou sorrindo. – Farei questão de matá-la na sua frente, quero que você saiba o que é perder entes queridos! O que é sentir dor!!

Apertei os punhos, trincando os dentes. Avancei nele, desejando quebrar todos aqueles dentes que ele deixava expostos em um sorriso.