Ponto de vista de Éris:

Fui para o meu templo, reconstruí-o com o meu poder, sentei-me em meu trono e comecei a pensar... A próxima parte estava em uma ilha, então, eu nadaria até lá.

Mas tudo deu errado, pois aqueles malditos Cullen pegaram a parte e pensaram que poderiam me fazer de boba e me exorcizar.

Aqueles Cullen estavam mesmo querendo me irritar!

            Os desgraçados pegaram uma das partes e ainda estavam me esperando em um barquinho imbecil... Idiotas!

            Até aquele momento, eu estava levando tudo com serenidade, mas, depois de vê-los conspirando contra mim, tentando me exorcizar do corpo da minha escolhida e me prender novamente, eu estava irada!

            Então, eu usei meu poder e fiz com que todos me vissem, só que deixando que a minha imagem lhe causasse dores fortes na cabeça.

-         Seus idiotas, vocês pensam que podem enganar a mim? Eu sou Éris, a deusa da discórdia! Vocês são tolos se pensaram mesmo que poderiam enganar-me! Não importa o que façam, eu sempre estarei milhares de passos à frente de vocês! – falei, gargalhando perversamente – Eu não ia causar tantos danos... Ia apenas pegar o meu guerreiro e partir, mas, se querem jogar um joguinho, que joguemos! Mas, saibam, não serei eu a perder!

Eu ia concluir a visão, mas pensei em faze-los sentir mais dor, só que de outra maneira... Uma dor emocional...

-         Para que vocês morram de dor, deixarei-os falar pela última vez com a menina de vocês – então, eu deixei a menina adormecida dentro de mim tomar o controle e fiquei quieta.

-         Mãe, pai... Desculpem! Eu fui boba! Acreditei na moça da maçã... Ela me parecia tão boa... Ela é má... Não me deixa sair... Ela está rindo de mim... Disse que vai me matar...! Socorro! – berrou a menina, antes que eu retomasse o controle.

-         Viram? Fui boazinha com vocês, já agora, chegou a parte terrível... – falei, gargalhando.

Peguei um punhal perto de meu trono e, sorrindo para eles, enfiei-o na minha barriga.

-         Estão felizes? – perguntei, rindo.

Oh, como eu gostaria de estar lá para vê-los chorando e com os olhos tomados pela tristeza...

Novamente, deixei a garota tomar o controle, menos dá mão, pois comecei a rodar o punhal dentro de mim.

-         Aaaaah – gritou ela – Que dor! Por favor, pare! Dói demais! Minha família... Você está mostrando para eles! Eu não quero que eles vejam... Eu estou... – então, ela tombou a cabeça para trás, deixando o seu espírito sair pela boca, e morreu.

Retomei o controle, novamente e gargalhei.

-         Viram? É isso que dá, mexerem com uma deusa... – disse eu, entre gargalhadas.

Esperei até me recompor e disse:

-         Se quiserem me reencontrar, eu estarei no Mundo Inferior... Podem ir, pois eu os aguardarei... E, a propósito, a entrada fica na parte de trás do templo de Zeus – sorri com maldade no final e me bloqueei novamente, acabando com a visão.

Mesmo eu não querendo, senti o espírito da garota voltando ao corpo, ou seja, ela reviveu, afinal de contas, eu era uma deusa e não um demônio, o que fazia com que meu receptáculo estivesse sempre bem.

-         Nhéééé – ouvi um barulho vindo da entrada de meu templo... Um intruso.

Fui até a entrada de meu templo e vi que um grupo de jovens entrava.

-         Vamos zoar muito nesta casinha... – disse um deles.

Casinha? Eles iam ver o que era a casinha!

Fui até a lareira e a acendi.

Todos os jovens olharam na minha direção e ficaram pasmos com a minha beleza.

-         Você é linda... – disse um.

-         Maravilhosa... – disse o outro.

-         Não, ela é perfeita... – disse mais um.

-         Ela é tudo! – disse mais um outro.

Iria usar a minha discórdia contra eles, fazendo-os se matarem.

-         Ela é linda, não, apenas, maravilhosa... – disse um.

-         Maravilhosa é mais que linda... – disse o outro.

-         Perfeita é mais que os dois... – disse mais um.

-         Ela é tudo! – disse mais um outro.

Depois de baterem boca por mais alguns minutos, todos se encararam com ódio e se atacaram.

Aquilo era uma apresentação para mim... Vê-los brigarem por causa da minha discórdia era ótimo... Tão ótimo que não parei de emanar discórdia até vê-los dor o golpe fatal uns nos outros, ou seja, todos caídos mortos.

Assoviei e a sujeira logo sumiu.

Sentando-me no meu trono, percebi que só me restara ir para o mundo Inferior, pegar a última chave e espera-los.

Então, foi o que fiz.

Fui até o templo de Zeus, abri o portal para o Mundo Inferior e, antes de pegar a parte da chave, fui até uma parte alta daquela droga de lugar e tive uma visão que, mesmo sendo de dor e sofrimento, era terrível. Os campos de  Asfódelos tinham um monte de gente sofrendo no trigo... Só podia ser Deméter...

Eu nunca gostei muito desta deusa, afinal de contas, para quê tanto trigo? Para que cereais?

Depois, avistei as Ilhas Abençoadas, onde os heróis ficavam... Pena que nenhum de meus filhos estava lá...

Logo depois, localizei os Campos Elísios, onde deveria estar as deusas e os homens virtuosos... Fiquei tentada a ir lá, mas lembrei-me da minha tarefa de pegar a parte da chave e que não tinha muito tempo até os vampiros e meu guerreiro chegarem, então, procurei por algo brilhante e achei.

Advinha onde a outra parte estava?

Presa na porta do Tártaro.

Sai do lugar alto em que eu estava e corri para a porta do Tártaro.

Pegando a parte luminosa de bronze, olhei para a entrada do Mundo Inferior e avistei os Cullen e o meu guerreiro... É eles chegaram na hora...!

Fiz com que meu poder irradiasse uma luz lilás para servir como sinalização e os esperei.

Aquela era, com certeza, a hora.