Obviously escrita por NoOdle


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

Jane: lalala, eu posso subir em um lago de gelo e voce nao (mostrando a linguinha) hahahaha
tomara que gostem ^^,



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Mais neve caia do céu, forrando todo o chão da praça onde estávamos reunidos, em silêncio. Alec segurava na mão de Karen, eu revirei os olhos, como se aquilo fosse protegê-la de alguma maneira.

Courtney respirou fundo e me olhou. “Bom, acho que se eles realmente virão é melhor nos prepararmos, não? Será que vão querer uma briga?”

A observei. Poderia muito bem fazê-la sofrer por não pedir para falar, mas era desnecessário, tinha que usar minhas forças para o momento que viria a seguir, com os outros vampiros. “Não.” Virei as costas, descendo os degraus que ficavam em volta do local. “Só descansem, não me importa o que farão, não era ao menos para estarmos sabendo dessa visita.” Olhei para trás, analisando-os. “Continuem com esse protocolo.”

Todos assentiram, ainda inquietos. Segui descendo a rua estreita, toda escura e cheia de cacos de vidro, rumando o lago congelado logo no fim da cidade.

Era para onde gostava de ir. Não sabia porquê, talvez uma recordação do passado, mas era bom passar o tempo na borda daquele lago quando não estava matando ninguém.

A lama suja entrou pelos meus pés, espalhando e fazendo pequenas marcas no chão. Sentei-me perto do gelo, observando mais um pouco dos flocos caírem.

Tranquilo. Sim, podia definir aquele momento como tranquilo. Sorri um pouco, o vendo absurdamente frio batendo em meu rosto, não causando nenhuma mudança em meu estado.

Podia parecer estranho, mas o que eu mais queria era desistir de tudo. Me matar de verdade, acabar com a minha vida – se é que eu a tenho mesmo, se ser vampira é viver.

Logo essa vontade se esvai, estou sozinha novamente, o escuro da noite é cada vez mais denso em minha volta, me sufocando.

Porque às vezes eu só queria entender a causa de tanto ódio em mim. Aprendi a responder esta pergunta do modo mais simples: meu pai, minha família, a rejeição. Mas não é o suficiente, preciso de mais informação.

A informação pode me ajudar a ficar mais forte, assim posso vencer qualquer batalha e ficar em primeiro.

Balancei a cabeça, encostando o pé sujo no lago, tentando me equilibrar. Não queria pensar na minha vontade psicótica de dominar tudo, não agora quando parecia que estava cada vez mais perto de realizar essa sede pelo poder.

Consegui ficar em pé no fino gelo. Sorri, feliz comigo mesma, me sentindo a melhor pessoa do mundo, aquela criança que ganhara o presente mais legal da pessoa mais amada.

Porém nada era assim. Não tinha ganhado um presente, muito menos de uma pessoa amada. Sentei, sem ligar para os barulhos estalados da camada fria querendo dissolver.

Alguém que me ame. Acho que no fundo era isso que eu queria, só alguém que me ame como nunca ninguém me amou. Passei as mãos em volta de meus braços, como um abraço gélido.

O toque de uma pessoa que quer te fazer bem, o carinho e o sorriso agradável. Nunca tive, pelo menos não me recordo.

Acho que é por isso. Presumo, agora, que seja por isso que mato tantas pessoas. Não tive afeto, por que os outros têm que ter?

Voltei a ficar séria; agora tudo estava claro. Minha necessidade de ser tocada, de ser amada ou mesmo de receber um abraço era tão grande que podia ser deletada. Excluída de minha mente, deixando somente um vazio enorme só com um objetivo: sangue.

Nas horas vagas, é claro, há o poder.

Respirei fundo, sentindo o cheiro de muitos vampiros se aproximando. Mas estes eram diferentes de Alec, Karen, Courtney ou mesmo George.

Arregalei os olhos, surpreendida. Realmente eles existiam, e estavam aqui.

Aqueles que queriam me matar.


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