Obviously escrita por NoOdle


Capítulo 6
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Aqui está mais ummmm
tomara que gostem! estou pensando no próximo capítulo haha
Beijos!



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Calor e sol na praia, todos se divertindo, sorrindo, crianças com seus alegres pais vivendo uma vida feliz.

“Propaganda de TV...” Falei em um tom descontraído, olhando a tela da televisão antiga em minha frente, a qual a família que eu havia acorrentado estava assistindo poucos minutos antes deu entrar. “A vida não é assim. Não é tão fácil.” Continuei, chegando mais perto. “Se fosse, por que viveríamos?”

Eles balançavam as cabeças, sem conseguir falar nada por causa do pano em suas bocas.

“Acho que vocês são a ultima família rica desta cidade.” Virei o rosto, olhando meu irmão. “Alec, por favor...”

Virei às costas, andando tranquilamente até a rua. Gritos agoniados conseguiam ser ouvidos por todos os lugares, fazendo o coral bonito da minha vitória.

Três ou quatro dias se passaram desde quando comecei a matar todos. Não exclusivamente todos, mas aqueles que não me davam interesse. Por exemplo, havia uns quatro que eu não tinha acabado de chupar o sangue, três deles sobreviveram à transformação e agora eram vampiros.

Mas nada de muito interessante. Aliás, podia dizer que já estava até entediante, eu e Alec acabamos com a mídia primeiro, que só conseguiu avisar a população local sobre algum ser que matava silenciosamente e não deixava rastros.

Olhei para cima, a neve caindo em meu rosto sereno. Eu continuava indiferente, igual. Aquilo era frustrante.

Possuir minha pequena cidade não mudava nada. Precisava de mais, precisava terminar de tomar todo o mundo humano para enfim dar o primeiro passo no mundo vampiro. Se ao menos eu soubesse como achá-los...

“Está feito.” Falou Alec, agora ao meu lado. “Tem mais alguma idéia de família?”

Continuei a fitar o céu, cujo crepúsculo se fora a mais ou menos quatro horas atrás. “Não.” Respondi, olhando para frente. “Vamos reunir Karen, George e Courtney. Se não temos mais nenhum humano para matar está na hora de avançarmos.”

Ele assentiu e pulou por cima dos telhados, correndo para encontrar os vampiros pedidos. Andei calmamente pelas ruas, a praça em que nós cinco nos reuníamos era a um quarteirão dali. Não tinha pressa alguma, ao contrário, tinha a vida toda para chegar lá.

Meu vestido e cabelo voavam com o vento, fazendo uma mistura de cores escuras e bonitas. Aquela cidade pequena não me satisfazia, já imaginava.

E aquele tanto de vampiros que deixamos vivos... Não concordava com aquilo. Alec parecia gostar de Karen, a morena de cabelos curtos. Besteira.

Não temos tempo para gostar de ninguém. Não devíamos nem ter sentimento, na verdade. Mas o fato de Alec estar sempre ocupado com Karen me deixava mais tranquila, ele estava satisfeito e eu não precisava mover um músculo.

Agora Courtney e George já eram um casal. Eu mesma transformei a garota, que me pediu para transformá-lo também. Algo na menina me chamava atenção, talvez uma lembrança do passado.

Sentei no banco, fitando o chão ao pensar nessa palavra: lembranças. Recordações. Quase não as tinha, e às vezes isso era horrível, não poder saber o porquê sou tão fria. Porquê não tenho piedade.

É estranho pensar assim, mas acho que só transformei Courtney pela emoção de saber que tive mesmo um passado, ou então pela vontade de fazer ela me contar quem eu realmente fui.

Respirei fundo e fiquei rígida, sentindo o cheio de muitos vampiros perto de mim. Olhei para trás, eles estavam ali.

“Muito bem.” Disse, levantando e observando todos. “Como viram, não temos muitos corpos restantes aqui. Sugiro continuarmos e mudarmos de cidade.”

Parei, querendo que todos absorvessem a sentença. Karen me olhou, querendo falar algo, bem tímida. “Eer...” Começou, sem coragem para continuar. “Não que eu queira contrariar suas decisões, Jane, mas... Eu senti o cheiro de outros... Sabe, outros como nós, bem no fim da cidade...”

Franzi as sobrancelhas, agora realmente interessada. “Continue, por favor.”

Ela relaxou, percebendo que eu não estava com nenhuma intenção de torturá-la por se referir diretamente a mim. “Bom, eu os segui, tentando ouvir algo. Eles disseram uma coisa como... que não podiam nos deixar prosseguir... Iam pedir a permissão de um tal de Aro, Caius e Marcus para acabar com tudo de uma vez...”

Andei até ela, entendendo o que acabara de falar. Havia, então, mais de nós. E já tinham nos encontrado.

“Falaram que deviam ser novatos para não saber das leis...” Continuou Karen, mas eu a parei com um olhar assustado.

“Leis?” Disse, surpresa. “Tem certeza de que foi isso que ouviu?”

“Sim, ham...” Ela olhou para baixo, visivelmente envergonhada. Courtney se manifestou.

“Mas como poderia haver leis em nosso mundo? Então teria que existir vampiros para fazer estas serem colocadas em prática, não?”

Analisei a observação da garota. Para mim aquilo parecia absurdamente...

Perfeito.

Minha mente só se voltou para uma coisa: se existiam aqueles que governavam, eram eles que tinham o poder. E era com eles que devíamos estar lutando, ou pelo menos nos tornando parte e liderando também.

Um fio de agonia passou pelas minhas costas. Meu corpo não era tão acostumado com a alegria momentânea, e agora que a tinha parecia uma reação diferente. Olhei Karen, tentando procurar algum vestígio de que sua informação era falsa.

“Falaram quando vão entrar em contato?” Perguntei, por fim.

“Sim...” Ela falou, olhando novamente para baixo, não completando a frase.

“E quando seria isso?” Disse, minha curta paciência já se esgotando.

A vampira me encarou nos olhos, com olheiras fundas. “Hoje à noite.”


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