The Reason escrita por Princess


Capítulo 23
Revelations III


Notas iniciais do capítulo

Olá meus amores, ^.^ Capitulo dedicado a coisa fofa da JuMalfoy que deixou uma recomendação linda pra mim! *u*
Enjoy, ;]



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/104557/chapter/23

Scorpius Malfoy


Quando a mulher começou a se levantar novamente, senti um calafrio. Aquele sorriso de deboche... Era igual ao de Bellatrix.

Me lembrei de um recorte do Profeta Diário de muitos anos atrás onde eu via a mulher sorrindo como uma louca que precisava ser hospitalizada. Por um minuto eu senti medo, mas logo esse sentimento foi levado por preocupação. Com um movimento rápido, a loira havia se esquivado de um feitiço de Alvo e alcançado sua varinha.

Ela lançou um feitiço na direção dele, mas Alvo se protegeu. Ela grunhiu e em seguida avançou em nossa direção. Apontamos nossas varinhas para ela novamente e lançamos vários feitiços diferentes ao mesmo tempo, mas nenhum teve efeito. Ela parecia imune as nossas investidas.

Quando um dos feitiços lançados por ela passou a centímetros de Rose, vacilei um pouco e acabei baixando a guarda. Em um piscar de olhos, ela havia atingido Alvo no peito, fazendo-o voar alguns metros até uma arvore, onde bateu as costas e caiu no chão em seguida.

– Estupefaça! - gritei apontando a varinha na direção da loira.

Ela se jogou no chão, desviando do feitiço. Daniel e Noah lançaram inúmeros feitiços na direção da mulher, mas ela se protegeu de todos. Quando ela se levantou, lançou um feitiço em Luke, que havia acertado uma azaração em seu peito. O feitiço passou a centímetros de seu corpo, acertando uma árvore atrás dele.

Foi tudo muito rápido, mas devagar ao mesmo tempo. Eu olhava para Luke, me certificando de que ele estava bem quando escutei aquela palavra como se estivesse sendo dita pausadamente.

Es-tu-pe-fa-ça.

Olhei na direção da voz da mulher a vi apontando sua varinha para mim. Não tive reação alguma, eu havia sido pego de surpresa. Pisquei meus olhos esperando que o feitiço me acertasse no peito, mas... Ela não chegou. A dor que eu deveria sentir... Ela não veio.

Abri meus olhos e lá estavam eles. Aqueles lindos olhos azuis. Eles estavam arregalados, mas pareciam serenos.

Naquele instante eu percebi. Percebi o que ela havia feito por mim. Instantaneamente meu coração se encheu de angustia. Enquanto eu cuidava para que meu primo estivesse bem, ela cuidava de mim e ao perceber o que a mulher faria, me girou, ficando em minha frente para receber o feitiço por mim. Mas por quê? Porque ela faria isso?

– Rose... - eu disse ainda encarando aqueles lindos olhos azuis. - Por que fez isso?

– Você... Você teria feito o mesmo. - disse com a voz fraca.

Suas pupilas tremeram levemente.

Eu a segurei e a deitei suavemente no chão.

– Não, não, não, não... - eu disse pegando seu rosto entre minhas mãos. - Não feche os olhos, por favor.

Olhei para seu tórax. Ela havia recebido o feitiço bem próximo ao coração. O estupefaça é um feitiço bobo, mas se lançado com certa força pode fazer a pessoa que o recebeu ter sérios problemas.

Uma lagrima desceu por meu rosto, caindo em sua bochecha. Ela não podia me deixar, não podia! Eu não sabia continuar sem ela. Nada havia sentido sem ela para me incentivar. Eu não me esforçaria para ser um bom aluno se ela não estivesse sempre na minha frente; eu não seria um bom jogador de quadribol se ela não estivesse sempre me surpreendendo com novos passes; eu não seria o cara chato que sou se ela não estivesse me irritando sempre.

Eu não seria eu mesmo sem ela.

– Não me deixe Rose, por favor. Eu preciso de você. - eu disse vendo-a fechar os olhos lentamente.

– Não vou... - ela disse bem fraquinho. – Só vou dormir um pouquinho.

Eu ri.

– Prometo que não vou deixar você tão cedo, Malfoy. – Rose disse sorrindo de um jeito meigo.

– Rose! - escutei alguém gritar.

Só naquele momento me lembrei que estávamos travando uma batalha contra uma mulher louca.

Olhei ao redor e vi milhares de olhos me encarando. Luke, Daniel, Noah, Bianca, Lilly... Eles me olhavam com expressões assustadas. Não tirava a razão deles, mas não eram os únicos. Eu vi aqueles olhos gélidos me encarando e senti meu coração se apertar.

– Pai. - eu disse vendo-o correr até mim.

Haviam outras pessoas ali, mas não me incomodei com elas. Eu só queria que meu pai tirasse Rose dali.

Quando voltei a olhar para ela, para lhe dizer que ela ficaria bem... Seus olhos estavam fechados. Meu coração de apertou ainda mais. Olhei para seus lábios e encontrei um sorriso.

Ela só está dormindo, pensei um pouco aliviado encarando o sorriso que estava em seu rosto.

Senti uma mão me afastar de Rose. Quis gritar com a pessoa, mas percebi que era seu pai. Vi Ronald Weasley se curvar-se sobre a filha e checar seus batimentos cardíacos. Olhei ao redor e vi aquele animal já conhecido. Ele mostrava os dentes sujos de sangue para mim, mas não era um ato agressivo e sim compreensivo. Ele entendia minha dor. Ao seu lado vi as cabeleiras negras ensebadas do professor Smith, checando a loira louca. Me virei na direção de onde estaria Alvo e vi seu pai conversando com ele.

Graças a Merlin ele ainda estava consciente.

Olhei para Lillían e a encontrei no chão, chorando muito. Tiago a estava consolando, enquanto Luke, Daniel, Noah e Bianca estavam de pé, me olhando. Depois, olhei para a única pessoa que me confortaria em uma hora dessas... Meu pai.

Ele me abraçou com força.

– Eu vou te matar, seu fedelho irresponsável! - ele disse rindo logo em seguida.

Me afastei dele e olhei em seus olhos.

– A culpa é minha. - eu disse com aquelas malditas lágrimas nos olhos. - Tudo isso... É culpa minha.

– Não! - ele disse me forçando a olha-lo nos olhos. - Escute aqui... Esses garotos estão aqui porque escolheram isso. Você não os obrigou a fazer nada.

– Rose, pai... Ela se machucou para me salvar. Aquele feitiço era para mim. - eu disse me sentindo angustiado. - Louise e Alvo... Não sei o que aconteceu com eles, mas se eu não tivesse tido aquela estúpida ideia não teria acontecido. A culpa é minha.

Meu pai suspirou e olhou para o chão.

– Conversamos depois.

Ele me soltou e foi até Ronald. Os dois discutiram sobre algo que não entendi, mas acabaram concordando. Draco pegou Rose no colo e usou o típico transporte dos Comensais da Morte. Olhei para meu pai com a minha garota nos braços até que ambos se diluíram em fumaça negra.

Harry Potter pegou o filho e fez o mesmo que meu pai, deixando-nos com Ronald, o professor Smith e Hagrid, que não havia percebido que estava ali até aquele momento.

Escutei um rosnado alto, que chamou minha atenção. Olhei para nosso "amiguinho" e ele rosnava sem parar para nosso professor de Defesa Contra as Artes das Trevas.

– Ah, tenha paciência Connor! - o professor ralhou com o cão.

O cachorro latiu alto e mostrou os dentes para o homem.

– Você quer discutir? Vamos discutir então! - disse se levantando e encarando o animal.

– Hey! Parem com isso! - Ronald disse. - Deixem essa discussão familiar para depois, temos que voltar para Hogwarts.

Discussão familiar?

O ruivo Weasley nos reuniu e fomos guiados pelo grande animal peludo, que calculamos chamar-se Connor. Hagrid pegou a loira demoníaca e a jogou nos ombros, ficando no final da fila. Em nossa caminhada, explicávamos ao Sr. Weasley o motivo que havia nos levado até ali.

– E vocês pensaram na possibilidade de avisar um adulto? A diretora? – o professor Smith disse.

– Sim, mas... Naquela hora isso pareceu o mais certo. – Tiago disse.

– Sabe, vocês me fizeram lembrar da época em que eu era um adolescente. – Ronald disse dando uma gargalhada.

– Eram umas pestes! – Hagrid disse do fim da fila.

– Sempre agimos como vocês agiram hoje, então acho que eu não sou a pessoa certa para dar um sermão. – disse o ruivo – Só acho que foram imprudentes demais. Três pessoas saíram feridas. – completou.

Ouvimos um rosnado de nosso guia e alguns latidos do cão de Hagrid.

– O que foi agora? – Tiago perguntou ao professor Smith.

Ele apenas acenou com a mão e foi até o grande animal.

– Como ele consegue entender aquele cara? – Luke perguntou.

– Eles são irmãos. – Tiago disse – Quando estávamos procurando por vocês, fomos encurralados pelo grandão. O professor Phillip nos disse para ficarmos calmos e explicou tudo.

– Irmão? Como assim? – Bianca disse completamente confusa.

Acho que todos estávamos assim.

– Phillip e o irmão Connor cresceram juntos e muito próximos, mas se afastaram quando Connor se transformou em animago. Phillip ficou com inveja e começou a evitar o irmão. Depois de alguns anos, Connor estava quase noivo de sua namorada quando sumiu. A única notícia que tiveram era que sua namorada havia morrido. – Tiago contou se aproximando da irmã.

Aquela parte da história eu conhecia vagamente. Suspirei e desviei meus olhos para o céu.

Alguns raios de sol rasgavam o céu escuro. Minha mente vagava para a ruiva que salvara minha vida. Eu esperava que ela estivesse bem.



Cassandra Knight


Enquanto observava o céu, acabei cochilando.

Abri meus olhos quando algumas imagens passaram por minha mente. Eu vi o corredor que levava a enfermaria; havia um homem de costas para mim. Ele carregava uma garota nos braços, indo em direção a grande porta de madeira. Alguns fios do cabelo da garota se soltaram e percebi que eram de um loiro claríssimo.

– Louise... – eu disse me levantando.

Escorreguei na grama um pouco molhada, mas logo me levantei. Em meu breve cochilo, o número de alunos havia multiplicado. Metade da escola deveria estar ali. Todos os Weasley estavam com Hugo, inclusive sua mãe. Do lado oposto ao deles, Rayra e Améllia estavam abraçadas, uma apoiando a outra. Suas mães e o pai de Améllia estavam de pé logo atrás das garotas. Os outros alunos estavam divididos em grupos de acordo com suas casas.

Não fiquei observando por muito tempo. Comecei a correr até o castelo.

Pedi licença para alguns e simplesmente empurrei outros, até que cheguei ao pátio. Eu sentia o olhar dos alunos em mim, mas não liguei. Apenas corri até onde estaria minha irmã. Ao chegar no corredor que me permitira ver Louise, encontrei com o pai de Bianca e Rayra.

– Onde está Louise? – perguntei com um pouco de angustia na voz.

– Na enfermaria. – disse suspirando – Cassandra, você entenderia se eu pedisse para não entrar lá? – completou.

– Não. – respondi.

Ele suspirou e passou uma das mãos por meu cabelo.

– Vá vê-la, mas não demore por lá. – Leon disse – Você acabaria se arrependendo.

E então passou por mim e saiu. Fiquei parada no corredor por alguns poucos segundos e voltei a andar até a enfermaria. Quando passei pela grande porta de madeira, encontrei todas as luzes acesas e três enfermeiras correndo por todas as direções. Apenas uma estava parada. Ela verificava a única paciente que havia ali.

Andei um pouco hesitante até ela.

Quando meus olhos encontraram minha irmã, senti como se estivesse sendo esmagada. Ela estava visivelmente ferida. Muito ferida. Meu coração se apertou e uma lágrima desceu por meu rosto.

– Hey... – ela disse sorrindo.

Não consegui dizer nada, apenas me aproximei o suficiente para que ela alisasse meus cabelos. As lagrimas desciam com mais velocidade por meu rosto. Não conseguia pensar em mais nada que não fosse Scorpius, Louise e Luke. Eu esperava que meu irmão e meu primo estivessem bem e que minha irmã se recuperasse logo. Eles eram tudo o que eu tinha. Não podia perdê-los.

– Querida, - a enfermeira disse tocando meu ombro – por favor, deixe a enfermaria. Precisamos cuidar de sua irmã.

Sequei as lagrimas que desciam pelo meu rosto e concordei com a cabeça. Olhei para Louise e ela sorriu. Toquei seu rosto sujo e me virei para sair. Quando passei pela porta, não consegui ir muito longe. Me apoiei na parede ao lado da porta e me sentei no chão, chorando.

Não conseguia tirar a imagem de minha irmã da cabeça. As feridas no rosto, o modo como seu ombro estava torto, os hematomas roxos na pele tão branca dela... Aquilo me deixou assustada. Nunca pensei que algum dia encontraria alguém em uma situação como aquela. Eu nem mesmo vira Louise machucada alguma vez. Nem depois dos longos treinos de quadribol, ou de alguma briga... Nunca!

Eu estava tão distraída que me assustei ao ouvir um grito agudo que ecoou por todo o corredor de pedra. Alguns segundos se passaram até eu perceber que o grito era de Louise. Mais lagrimas desceram por meu rosto.

O jeito de seu ombro... Ele devia estar quebrado.

Eu ouvi na TV que quando se quebra algum osso do corpo, nosso organismo age imediatamente tentando colá-lo. Se demorasse muito tempo, o osso podia se colar do jeito errado, então o médico deveria quebrar o osso novamente para que ele pudesse ser colado da maneira correta.

A enfermeira devia estar fazendo isso.

Tapei meus ouvidos com as mãos. Não queria ouvir aquilo. Fechei meus olhos também, tentando aliviar de alguma maneira a angustia que eu sentia. Senti duas mãos geladas sobre as minhas e abri os olhos.

Encontrei Hugo parado em minha frente, tentando sorrir.

Os gritos haviam parado, o que me deixou um pouco mais aliviada.

Hugo se sentou ao meu lado e então ficamos em silêncio. Em algum momento, ele passou um dos braços por meu ombro, tentando me confortar enquanto eu chorava desesperadamente. Ele dizia que tudo iria ficar bem. Que se Louise já estava aqui, logo os outros também estariam.

Sequei as lagrimas novamente e sorri para o ruivo.

– Obrigada, Hugo. – eu disse com a voz fraca.

Ele sorriu, tentando me dizer que estava tudo bem.

... Qualquer coisa por você... Cassie...

– Você disse alguma coisa? – perguntei, me virando para ele.

– Não. – ele disse balançando a cabeça.

– Tem certeza? – perguntei.

A voz era tão parecida.

– Sim.

Deixei isso de lado e virei meu rosto na direção da porta de madeira que dava acesso à enfermaria. Os gritos de Louise haviam parado. Ela já estaria bem?

Quando esse pensamento surgiu em minha mente, uma imagem lampejou em meus olhos. Tio Draco carregava uma ruiva nos braços. Tão rápido quanto veio, ela se foi. Mas eu sabia onde ele apareceria. Virei meu rosto para o outro lado do corredor e fiquei esperando. Hugo olhou de mim para o corredor, achando estranho.

Ele abriu a boca para perguntar algo, mas fechou-a ao ouvir um estalido. Olhou para a mesma direção que a minha a tempo de ver tudo acontecer. Eu já havia visto aquilo algumas vezes, então não foi tão surpreendente para mim quanto para Hugo.

Era como se milhares de moléculas estivessem espalhadas e então começassem a se juntar rapidamente, quase não podendo acompanhar com os olhos. A imagem se formou em espiral vertical, que descia do meio do nada até o chão. Através de uma fumaça completamente negra, tio Draco surgiu carregado a irmã de Hugo. Rose Weasley.


Améllia Zabine


Eu e Rayra estávamos aflitas enquanto esperávamos no gramado.

Nossas mães tentavam nos acalmar, dizendo que logo Daniel estaria ali. Apesar da confiança que elas transmitiam, pude notar a incerteza na voz de ambas. Elas estavam tão preocupadas quanto nós e sabiam que coisas horríveis poderiam ter acontecido.

Eu estava tão aflita que não percebi a pequena Cassie até o momento em que ela passou por alguns alunos e correu até o Castelo. Notei que alguns grifinórios olhavam de maneira estranha para Cassie, inclusive a maioria dos Weasley. E por alguma razão, Dominique Weasley me olhava com intensidade. Corei fortemente ao perceber o olhar da ruiva.

Alguns minutos depois, Hugo Weasley se levantou e saiu dos jardins. Estranhei sua atitude, mas não disse nada. Apenas voltei a encarar a floresta, esperando que meu irmão e meus amigos saíssem logo de lá.

Cassandra voltou não muito tempo depois junto com Hugo Weasley. Eles disseram algo para os outros Weasley, que os encaram com expressões de aflição misturadas com alivio. Acompanhado de sua mãe e a senhora Potter, Hugo voltou para dentro do Castelo enquanto Cassie vinha em nossa direção.

– Louise e Rose já estão na enfermaria. – disse piscando os lindos olhos azuis, agora um pouco manchados de vermelho.

– Mas como?! Não saímos daqui! Como elas passaram por aqui e não vimos? – Rayra quis saber.

– Elas estavam feridas, então seu pai e meu tio as trouxeram usando um feitiço que apenas alguns aurores conhecem. – explicou à morena. – Alvo também já esta aqui. Ele disse que logo os outros chegaram. – Cassie completou saindo de perto de nós.

Aquela pequena conversa fez com que meu corpo esquentasse. Todos estavam bem e logo chegariam.

Não sei exatamente quanto tempo passou, mas o céu já começava a clarear e muitos alunos haviam se retirado dos jardins, voltando para o Castelo. Draco Malfoy havia vindo nos informar que Ronald Weasley estava acompanhando os outros e logo deveriam chegar. Ele disse mais algumas coisas sobre como Louise estava e então voltou para o Castelo acompanhado dos pais da garota, que haviam acabado de chegar.

Milhares de sentimentos fervilhavam em meu corpo e o dobro de pensamentos invadiam minha mente.

Eles só sumiram quando vi um cachorro babão sair de dentro da Floresta Proibida junto com um garoto alto e forte. Segundos depois mais pessoas saíram de lá. Uma garota ruiva acompanhada de outro ruivo; uma garota morena que andava determinada, apesar de mancar; um garoto moreno com três loiros ao seu lado; e mais atrás um homem enorme que carregava algo nos ombros acompanhado de outro homem e um garoto moreno.

Senti meus joelhos fisgarem e uma batida de meu coração falhar.

Sem pensar muito bem, me levantei e corri pelo jardim.

Enquanto corria feito uma louca para alcançar meu irmão, escorreguei algumas vezes na grama úmida, mas não parei em nenhum momento. Quando alcancei o loiro estúpido que meu irmão era, me joguei em cima dele, fazendo nós dois cairmos no chão.

– Améllia! – Daniel disse tentando se livrar de mim.

– Daniel Zabine, seu idiota! – eu disse completamente enfurecida enchendo-o de tapas. – Como você entra na Floresta Proibida sem um adulto?! Você é loiro, mas não burro! O que deu em você?!

Ele protegia o rosto com os braços enquanto eu batia em seu tórax. Lágrimas caiam de meus olhos.

– Você tem noção de como eu, a Rayra, nossos pais... Você tem noção de como ficamos, seu idiota? – perguntei sentindo as lágrimas descerem por meu rosto e pararem em minha boca.

Passei a mão pelo rosto, tirando as malditas lágrimas dali.

– Améllia... – meu irmão disse passando a mão por meu rosto enquanto me sentava na grama úmida. – Eu estou bem.

– Mas poderia não estar! – eu disse sentindo meu coração se apertar.

– Mas estou! – Danny disse ríspido.

Me encolhi com seu tom de voz. Senti uma mão sobre meu ombro e me virei. Era Scorpius. Ele me estendeu a mão, me convidado a levantar. Segurei em sua mão e dei as costas para meu irmão.

O jeito como ele havia falado comigo machucou muito. Ele não percebia que era meu único irmão? Um dos poucos que eu nunca abandonaria por nada? Ele não sentia a ligação forte que tínhamos? Ele não sentia a dor que eu sentia? Olhei por cima de meu ombro e vi Daniel abraçando Rayra de forma carinhosa. Meu corpo se esquentou ao sentir a inveja e o ciúme se apossarem de meu corpo.

Scorpius passou um de seus braços por minha cintura. Olhei para ele e sorri.

Naquele momento ele era mais meu irmão do que Daniel...



Luke Knight

Assim que saímos da Floresta, um sentimento de satisfação tomou conta de meu corpo. Eu estava vivo, afinal de contas. Mas tudo mudou...

Eu estava caminhando tranquilamente, quando notei alguém correndo em nossa direção. Pensei que seria Cassandra, mas era muito mais alto que minha irmã. Minha pele esquentou quando reconheci o sujeito. Era Sam Kingsley. Ele vinha na direção de uma certa ruiva, e só parou quando a tomou nos braços. Ele a abraçava e enchia seu rosto de beijos enquanto dizia o quanto estava preocupado.

Engoli em seco e continuei caminhando.

Ao passar por eles, senti como se alguém estivesse com um boneco voodoo meu e espetasse milhões de agulhas em todo o meu corpo.

Enquanto estava naquela floresta com ela, eu me senti diferente. Era como se todo o ódio que eu sentisse por ela fosse substituído por um afeto... Não tem como explicar. Ela havia me feito olhar para ela com outros olhos. Eu via a garota meiga, que sentia medo e, que por algum motivo, gostava de mim. Agora, ela havia voltado a ser a outra Lillían. A garota que só sabia me machucar. Suspirei.

Eu estava apenas me iludindo quando pensei que ao sair da floresta, eu e ela... Que nós pudéssemos nos dar bem. Doce ilusão a minha.

Ela conseguia transformar meu céu limpo, em uma tempestade turbulenta... Transformar o sentimento ruim dentro de mim, em algo bom... Mas não importa mais. Ela vai sair dos meus pensamentos... Do meu coração. Nem que para isso eu precise arranca-lo fora.

Não sei por que diabos me apaixonei por você Lilly Potter...

Eu não havia percebido para onde estava indo, até que senti alguém me abraçar. Eu estava tão apático que não retribuí o abraço, apenas fiquei olhando por cima do ombro da pessoa um lugar fechado e cheio de camas brancas. A enfermaria.

Eu conhecia muito bem aquele lugar. Por culpa dela, eu havia me hospedado ali por longas duas semanas.

– Filho, me responda! – minha mãe disse pegando em meu rosto.

Meus olhos entraram em foco e pude ver a expressão apavorada de minha mãe.

– O que disse? – perguntei distraído.

– Se você está bem. – repetiu olhando para mim com uma expressão extremamente preocupada.

– Sim. – respondi me afastando dela.

Olhei para a enfermaria e a encontrei cheia. Duas enfermeiras cuidavam dos ferimentos leves de Noah, Daniel e Bianca. Eles estavam sentados em macas e ficavam brincando um com o outro. Tiago estava recebendo um abraço de sua mãe e seus outros familiares. Enquanto todos recebiam medicamentos, broncas e avisos, meu primo estava sentado na maca mais afastada de toda a enfermaria.

Passei por alguns ruivos barulhentos e professores indo na direção de meu primo, mas parei ao passar por uma cama que estava envolta por uma divisória verde. Deitada como se fosse um fantasma, com os cabelos loiros espalhados pela cama e a pele muito pálida, estava Louise.

Ela parecia bem. Parecia. Tinha longos hematomas roxos pelos braços e vários cortes no rosto. Seu ombro esquerdo estava com algumas bandagens cobertas de sangue, enquanto o direito estava em uma tipoia. Uns dois dedos da mão estavam em talas e completamente enfaixados.

Caminhei até ela e depositei um beijo em sua testa gelada. Passei uma de minhas mãos por seus cabelos loiros e saí dali. Quando me virei para poder falar com meu primo, ele já não estava mais lá. Olhei para o outro lado e de lá vinha meu inferno particular. Lillían Potter.

Ela parou e ficou me olhando. Abria e fechava a boca inúmeras vezes, mas não saia nada.

Passei a ponta de meus dedos por seu rosto e a olhei no fundo de seus olhos.

– Luke... – ela disse franzindo as sobrancelhas.

Eu podia sentir a angustia em sua voz. A vontade desesperada de poder ficar comigo. A mesma vontade que eu sentia.

Mas não importa.

Retirei minha mão de seu rosto e caminhei até o outro lado da enfermaria, onde meu primo estava.

Eu sentia como se todos meus ossos pesassem toneladas, fazendo meu corpo ser puxado para baixo. Eu queria voltar, abraçar Lillían e beijá-la novamente. Mas eu não faria isso. Nunca mais. Meu coração se apertou.

Como aquela garota conseguiu fazer isso comigo em apenas uma noite? Mudar meus sentimentos e partir meu coração?

Tão rápido...



Scorpius Malfoy

Assim que entrei na enfermaria, procurei por meu pai.

Ele conversava com a enfermeira e a mãe de Rose.

– Pai... – eu disse me aproximando – Rose? Como ela está? – perguntei preocupado.

– Bem, na medida do possível. – a enfermeira respondeu – O feitiço foi lançado muito perto do coração e do pulmão, o que trouxe alguns problemas para a respiração dela. Mas ela logo ficará bem. Basta descansar e continuar tomando as poções que preparamos para ela.

– Alvo? – eu perguntei olhando para as pessoas ali. Eram muitas.

– Ele só trincou um osso, mas já está tudo no lugar. – a enfermeira disse sorrindo.

– Ele fica dizendo que sente dor o tempo todo e que devera ficar aqui por mais tempo. – a Sra. Weasley disse sorrindo – Não quer fazer as provas. Homens...

Sorri com o que ela havia dito.

– E Louise? – perguntei sentindo uma tensão estranha no corpo.

– O caso dela é um pouco mais grave. – a mulher disse limpando um pouco de suor da testa – Ela foi ferida por um lobisomem. Não corre risco de transformação ou mudança, mas as feridas não poderão ser cicatrizadas. E os ossos quebrados... Dois dedos, uma das pernas, um dos ombros e uma costela que quase perfurou o fígado. Precisamos colocar o ombro dela no lugar e... – ela não conseguiu terminar a frase.

A senhora Weasley olhou para mim e meu pai com uma preocupação evidente no rosto.

– Ela vai ficar bem, mas precisara ser transferida para o St. Mungus. Lá os curandeiros poderão cuidar melhor dela – completou olhando para sua prancheta.

Ela sorriu e se afastou, nos deixando a sós.

– Conheço excelentes curandeiros no hospital. – a mulher disse – Posso pedir para que cuidem de sua sobrinha, Draco.

– Séria maravilhoso se pudesse fazer isso Hermione. – meu pai disse um pouco abalado.

Eu tinha a sensação de que precisava dizer algo, mas nada saia de minha boca. Quando Ronald Weasley chegou perguntando de sua filha, me afastei de todos. Fui até onde Louise estaria, mas não tive coragem de entrar.

Aquilo tudo era culpa minha.

A culpa era toda minha.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Bom gente, como eu havia dito eu iria postar na semana passada, mas aconteceram muitas coisas comigo. Primeiro, tive que ajudar minha mãe com as malas porq ela ia viajar. E também porq eu briguei feio com meu namorado e fiquei muito muito muito deprêee.
Mas é seguir a vida, certo?
O capítulo não ficou exatamente como eu queria, =/ E eu nem revisei ele, :s Acho que ficou meio ruinzinho, mas foi o que saiu...
Gente, o momento dark do Luke foi feito ao som da música que está no link, escuteem ela, pliss!
Quem quer matar a Lilly de novo? o/ UHAUHA' Gentee, o que vocês acham de Louise e Tiago juntos? E a Cassie e o Hugo? ó.ò A Bianca e Noah ficam juntos, ou não? u_u Porq a Dominique olhou para a Améllia? O Danny devia ganhar um castigo por ter tratado a irmã mal? Quem vai ficar com o Alvo? ... Respondaam minhas perguntaaas, plisssssssssss! *.*
Deixeem reviews, suas coisas lindaaas!
Beeijos =*