POV Andresa

Eu não sabia por que estava me arriscando tanto com aquela águia, quer dizer, eu sabia que era por causa do meu pai, mas eu não sabia por que eu estava fazendo isso por ele, eu não conheço ele muito bem, mas eu sinto que preciso fazer isso, como se eu conhecesse ele desde criança, a águia me atacava com raios muito rápido... Mas mesmo assim era visível que eu estava ganhando, a criatura ficava mais fraca e cansada a cada golpe que eu lançava nela com a minha lança de raios nova, obrigada Ares, mas continuando, mesmo a lança sendo muito boa, era forte demais, eu não estava conseguindo controlar direito, eu vi o Percy se aproximar e mandei ele se afastar, não queria acertar ele, pois se essa lança é capaz de competir com uma criatura das trevas criada para destruir um deus, acho que ela pode tostar um humano facilmente.

-Andresa, o que estão acontecendo? –Perguntou o meu Gabriel.

-Querido, por favor, fique longe, não quero te ferir! –Gritei.

-E por que você faria isso? –Perguntou ele se aproximando.

-Eu não sei quanto poder essa coisa tem... AAHHH. –Gritei, infelizmente o monstro me atingiu com um raio, eu deixei minha lança cair e um raio foi em direção do Gabriel.

Vi ele desabar, e meu mundo caiu, será que ele morreu? O Meu Gabriel, morto? E por mim? Corri até ele para ver se estava bem.

-Querido, você está bem? –Perguntei preocupada, me lembrei da profecia, dizia que um iria morrer, não pode ser. –Por favor, Gabriel, não vai... Em direção a luz, fica comigo, por favor, fica comigo, não vai. –Meus olhos começaram a queimar, senti fúria, desespero, raiva, mas acima de tudo medo, medo do mundo, medo dos inimigos, sem o Gabriel, eu não podia continuar, ele já me salvará tantas vezes, o que seria de mim sem ele? Apertei ainda mais a mão dele. –Não vai, eu te amo...

Ouvi gritos, olhei para trás e vi a águia atacando meus amigos, olhei de volta para Gabriel, seus rosto esculpido, seus cabelos escuros que já tinham crescido um pouco e tapavam parte dos olhos, que no momento estavam fechados olhei de novo para Percy e os outros, eles não podiam vencer a águia sem mim, tinha que escolher, entre salvar meu amor, ou meus amigos, voltei meu rosto para Gabriel, toquei nossos lábios por um breve momento, queria que o tempo parasse, mas não, tive que nos separar e olhar pela a ultima vez para ele, peguei minha lança caída, me concentrei e joguei o raio mais forte que podia na direção da águia que me fizera atacar meu amor, e quando eu lancei, ela ficou parada, parou de atacar meus amigos, e quando vi, se partiu ao meio, eu fiz aquilo? De qualquer jeito, as duas parte se desintegraram, senti um milhão de toneladas caírem em cima de mim e desabei, eu me virei e me arrastei até o Gabriel de novo, eu não conseguia andar, mas segurei a mão dele.

-Por favor Gabriel, se você ainda estiver ai, aperta minha mão, me de um sinal, qualquer coisa. –Falei, mas nada, um toque suave tomou conta das minhas costas, me virei e vi Annabeth de joelhos atrás de mim.

-Andresa, me desculpa, mas...

-Não, não fala isso, eu sei o que você vai dizer. –Eu disse e a Annabeth fez uma cara bem compreensivo, eu sei o que ela ia falar, mas o fato de ela não falar não mudava nada, fiquei louca, comecei a berrar, usei toda a minha força, todo o ar do meu pulmão, gritei alto, gritei até não poder mais, só parei quando um soluço me obrigou a isso, o Gabriel foi a pessoa que eu mais amei na vida, minha mão nunca me deu atenção com seu alcoolismo e meu pai nunca nem entrou em contato, e eu só aguentei ficar no acampamento por causa dele, meu Deus, e agora? Eu estou sozinha.

-Andresa, nós estamos aqui, não se preocupe, vamos te ajudar... –Começou Percy, mas eu o interrompi.

-Cala a boca. –Solucei mais uma vez. –Por favor, cala a boca.

-Nós também gostávamos muito dele. –Disse Bárbara.

--Não, eu não ligo, eu amava ele, ele era tudo para mim, por favor, isso tem que ser um sonho. –Falei.

-Andresa... –Falou Felipe, mas minha cabeça começou a doer, eu fiquei de pé e segurei ela com muita força.

-CALA A BOCA! CALA A BOCA! CALA A BOCA! Vocês não gostavam dele, eu amava ele, ele não podia ter feito isso comigo, ele me deixou sozinha, eu estou sozinha. –Minha cabeça começou a latejar de dor. –Calem a boca, todos vocês, parem.

-Andresa, ninguém falou mais nada. –Disse Samanta.

-AAAAHHHHHHHH. –Comecei a gritar, minha cabeça doía demais, eu estava escutando vozes, eu demorei a captar que eram vozes na minha cabeça, todas as vezes que eu e o Gabriel nos beijamos, o dia que ele pediu para namorar comigo, a missão de Afrodite, a vez que nós quase perdemos a virgindade um com o outro, tudo, fazendo minha cabeça doer, meus olhos lacrimejarem, isso não podia ser normal, eu sei que não, mas não conseguia pensar direito, eu corri para a floresta, ouvi passos, todos estavam me seguindo, mas eu era mais rápida que todos eles.

Meia hora depois, quando eu não ouvia mais passos, parei de correr e abri meus olhos, que até então estavam fechados, tudo parecia um borrão, mas vi alguma coisa se movendo, enxuguei as lágrimas e vi, vi seus cabelos negros soltos ao vento, seu jeito elegante de andar, a cabeça erguida, demonstrando auto confiança, mas não, eu não estava ficando louca a ponto de ver o Gabriel, era a Santana, ela também tinha todas essas características, nem me dei ao trabalho de tentar me defender, do que iria adiantar? Se ela me matasse, melhor, todo o sofrimento iria acabar antes de começar, mas ela se sentou a minha frente e passou as mãos nos meus cabelos, com um olhar materno.

CONTINUA...