Eu cheguei aqui no domingo. Digamos que o resto da semana foi bem mais fácil. Eu ia em todas as atividades normais do acampamento, como canoagem, eu jogava vôlei às vezes, nadava na praia, praticava esgrima, entre outras atividades. De vez enquando, as meninas do chalé de Apolo me convenciam a tocar violino no anfiteatro, enquanto elas tocavam outros instrumentos musicais, era divertido, fazia algum tempo que eu não tocava. Quase me esqueci de como tocar violino fazia eu me sentir muito melhor, mais leve. Sempre achei a música em si algo encantador. Você pode se expressar com as notas, muitas vezes você pode se expressar com a música melhor do que com as palavras.

Bom, sobre a canoagem, eu já estava me saindo muuuuito melhor na canoagem, sem Clarisse berrando do meu lado. Eu tinha uma nova companheira de canoagem. Uma filha de Hermes chamada Blair. Ela era super doidona e eu amava passar tempo com ela.

Blair tinha os olhos azuis como o céu. Olhos espertos e seu olhar tinha um brilho malicioso, como os olhos de alguém que sempre estava planejando algo. De fato, estava. Os cabelos de Blair eram loiros-acinzentado e caím lisos até a metade de suas costas. Ela tinha mais ou menos a minha altura, 1,70 e tinha 17 anos. Ela tinha a risada mais contagiante do mundo, ninguém conseguia não rir quando ela ria. Ela vivia fazendo piadas, ela era o tipo de pessoa com quem você passaria muito tempo sem se incomodar. Mesmo quando ela pregava peças em você, não dava pra se aborrecer com aquela doida.

Eu e ela pregávamos peças em todos. E é claro, ela também pregava peças em mim com os seus irmãos, mas eu não me importava com isso, era divertido. Só tinha que esconder as minhas coisas deles pra não ser roubada. Não que eu tivesse muitas coisas de valor, tirando as minhas velhas lembranças na minha bolsa. Mas aquelas velhas lembranças, só tinham valor pra mim. O colar no meu pescoço, dado por meu pai, era a coisa mais valiosa que eu tinha. Já tentaram roubar o colar, mas ele sempre voltava pro meu pescoço. Clarisse ainda me olhava torto pelo pequeno acidente com a canoa. Eu me dava bem com um dos irmãos dela, o Seth. Ele era meio estouradinho, mas era mais simpático que a Clarisse - o que não era difícil - e me ajudava com os treinos de espada, quando meu irmão estava muito ocupado. Seth tinha os cabelos castanho-avermelhados, curtos e espetados. Ele tinha 12 anos e era muito melhor com a espada do que eu, e eu tinha quase 15 anos, isso era meio constrangedor. Ele tinha os olhos escuros meio avermelhados de raiva, como se fosse o brilho do reflexo das chamas do fogo nos seus olhos castanhos. Os olhos dele eram raivosos com o de Clarisse, mas ele sorria mais e era mais bonito. Ele era alto pra idade dele, devia ter 1,80 e já tinha alguns músculos se formando no braço. Músculos demais para um menino de apenas 12 anos, o que mostrava que ele já tinha travado muitas batalhas. Como não tinha cicatrizes recentes, logo pode se dizer que o garoto é realmente corajoso. Coragem, eu tenho que admitir, é uma coisa que não falta nos filhos de Ares. Ele tinha algumas sardas salpicadas no rosto também, o que dava a ela uma aparência um pouco mais infantil.

Eu também participava de todas as outras atividades. Gostava de quase todas, menos dos treinos de arco e flecha. Aquilo era uma tortura pra mim e pra quem estava ao meu redor, eu era péssimo com aquilo.

Eu também passava muito tempo com Percy, Nico e Annabeth. Nico sempre me procurava pra ajudar com o cavalo, a montar e tudo mais, ele ainda não tinha prática. Ele deu um nome grego pro cavalo, άλογο φωτιά, que significava "cavalo de fogo". Nico era o único que o cavalo permitia que montasse nele. Depois dos treinos com o cavalo, nós ficávamos conversando e andando por aí. Eu conversava muito com Annabeth. Eu estava ensinando ela a falar português e ela se encantava com a nova língua. Ela era uma ótima aluna e sempre me impressionava quando lembrava de palavras que eu nem me lembrava de ter ensinado. Os irmãos e irmãs de Annabeth eram ótimos, com os filhos de Atena, você pode conversar sobre qualquer coisa, eles sempre vão entender sobre o que você está falando. Eu estava feliz ali, muito feliz. Não tive mais nenhum sonho estranho nem nada disso. Eu tinha conhecido o oráculo também. Quer dizer, Rachel. Ela era muito divertida, nós nos dávamos muito bem.

Conheci o Sr.D. e ele não é nada gentil ou compreensivo como Quíron. Porém os campistas se impressionavam porque eu consegui conversar com ele e ele não mencionou querer me matar nem uma vez. Acho que sobrevivi a primeira semana no acampamento meio-sangue sem me envolver em muitos problemas, tirando o pequeno acidente com a canoa e a Clarisse.