A Nova Vida de Ruby Menninger escrita por Between the moon and the sun


Capítulo 21
Uma nova descoberta




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–Conversar? - Eu disse olhando pra ele, nervosa.

–Calma, linda. Vai ficar tudo bem, gata. - Disse Apolo, sorrindo confiante e me fazendo sentir aquela confiança, assim como Austin fazia. Eu sorri pra ele e corei, voltando a olhar pro meu pai. A deusa dos olhos que mudavam de cor ainda me olhava fixamente.

–Você sabe quem eu sou, Ruby? - Ela perguntou, ficando do tamanho de uma humana e vindo pra mais perto de mim, olhando em meus olhos. Eu me perdi com todas aquelas cores cintilando em seus olhos. Não me pergunte como, mas eu sabia.

–Íris? - Ela sorriu ainda mais.

–Sabe, tem uma coisa que eu preciso te falar...

–E o que seria?

–Eu não costumo enrolar pra entregar mensagens... Essa é meio especial, mas tentarei ser breve... Eu sou... Sou sua mãe, Ruby.

–Como? Me desculpe, Lady Íris, isso é algum engano. Minha mãe morreu quando eu era mais nova, atacada por uma mantícora. - Eu olhei pro meu pai, ele estava muito pensativo, esperando minha reação.

–A sua... "Mãe", era uma semideusa, filha minha. Quando eu fiquei grávida, eu contei a ela e ela por coincidência, tinha tido um caso de uma noite com seu pai, mas ela não podia ter filhos. Eu não queria problemas com os deuses maiores... E Sophia se parecia tanto comigo. Ela pegou você pra criar como filha.

–Então... Ah não, tipo... Isso não pode ser sério. A minha mãe mortal é minha irmã e você é minha mãe? Ah, não mesmo. Me desculpe, mas eu acho que isso foi um terrível engano. - Então ela me olhou nos olhos e me mostrou algumas imagens entre as cores. A barriga dela crescendo dia após dia, a preocupação dela, o cuidado pra me manter segura, pra que os deuses maiores não quisessem me destruir. -M-mas... Meu pai...

–Sim, seu pai é mesmo Poseidon, querida. - Ela disse me olhando e sorrindo carinhosamente. Eu ainda estava perplexa. Eu não sabia e nem queria saber como meu pai acabou ficando com Íris, desse jeito. Devia ser uma das festas doidas que o Dionísio dava no Olimpo.

–Mas isso não é possível, eu não sou deusa. Eu não faço nada demais e quase morri na minha missão. E eu não tenho as mesmas habilidades que as outras filhas de Íris. - Tudo bem que eu não fazia idéia quais eram as habilidades das filhas de Íris.

–Não é que você não tenha, você só nunca tentou fazer o que elas fazem, mas você tem as mesmas habilidades que minhas outras filhas. Sobre ser deus, ninguém nasce deus. Mas quando os pais da criança, ambos os pais são deuses, eles costumam nomear a criança deus de alguma coisa logo ao nascer. Como você estava no mundo mortal... Bem, você é por direito uma deusa. Só temos que decidir deusa do que ainda e... - Eu não sei como eu não tive um ataque histérico com todo aquele excesso de informação. Talvez por que aquela altura do campeonato, nada mais me impressionava tanto assim. Eu olhei pro meu pai e lembrei que meu irmão tinha recusado aquilo tudo, por mais incrível que parecia, e eu não entendia muito bem como ele pôde recusar isso. Agora eu entendia. Que graça tinha viver eternamente se todos os que eu amo iriam envelhecer, morrer... Não que eu não gostasse dos deuses. Mas eu não queria ser um deles.

–Mãe - A palavra saiu naturalmente da minha boca, o rosto dela parecia muito com o rosto da... Minha irmã que eu chamava de mãe. - Eu não posso... - Ela me olhou perplexa.

–Como assim?

–Pai, depois dessa missão... Eu tenho algum desejo ou algo assim? - Zeus me olhou com raiva.

–Você além de ser deusa por direito e estar viva depois de tudo isso, ainda assim quer mais?! Que insolência! - Ele iria me torrar se não fosse... Apolo impedir? Tipo... Apolo?!

–Zeus, não faz isso com a moça... Talvez se ela se explicar, possamos compreender que o desejo seria melhor que tudo isso. Reduzi-la a pó, nesse momento, só deixaria dúvidas. E... Eu teria que fazer haikus muito tristes. - Parece que o que impediu Zeus, foi a palavra "haikus" e isso me fez segurar uma risada.

–Fale então. - Disse Zeus, impaciente, olhando pra mim.

–Meu único pedido é continuar sendo mortal. Nada de imortalidade pra mim.

–Mais um filho seu recusa o melhor presente dos deuses. - Disse Zeus, olhando pro meu pai.

–Zeus, não me entenda mal. Isso é tudo muito tentador, mas... De que valeria tudo isso, se tudo o que eu amo e sou acostumada lá em baixo, vai morrer um dia? Eu não quero ser imortal pra ver meus amigos morrem. Pra ver meu irmão morrer... Só peço uma vida normal. Isso evitaria a discussão sobre deusa do que eu seria. - Meu pai olhou pra mim e sorriu. Afrodite finalmente falou algo.

–Ai que coisa mais linda! Vocês não vêem? Essa garota está cheia de amor, gente... Que mal há nisso? - Ela olhou pra Zeus, sorrindo de uma maneira que ele não poderia dizer "Não" pro meu pedido. Eu era o novo brinquedinho de Afrodite, mas no momento eu estava feliz por isso.

–Está bem. Quer continuar sendo mortal? Por mim tanto faz. É um deus a menos por aí. - Disse Zeus, tempestuoso. Eu sorri pra ele, o que não o deixou muito feliz. Ele queria me deixar zangada, com medo. Olhei pra Íris de novo. Senti o amor que ela tinha por mim, mesmo que eu não a conhecesse, ela me conhecia muito bem. Fui até ela e a abracei.

–Mãe, eu te entendo, sério. Sei que não teve escolha. Obrigada, se não fosse pela sua escolha eu nunca teria sido mortal. - Ela me abraçou com força.

–Agora que você já sabe disso... Mesmo que volte ao acampamento, poderá escolher ficar no chalé de Íris ou de Poseidon.

–Hm... Eu vou ficar no de Poseidon, meu irmão e eu somos inseparáveis. Mas obrigada por me assumir como filha. - Eu sorri, me soltando do abraço. -Acho que devo ir agora. - Me curvei em reverência e agradeci a todos, um por um. Mas Apolo não estava mais ali. Enfim...

Quando cheguei ao pátio do palácio, senti uma mão quente no meu braço.

–Espera aí, você vai mesmo embora sem me dizer tchau? - Era Apolo, sorrindo pra mim, todo radiante. Era impressão minha ou ele... Ah, com certeza é impressão.

–N-não... É que eu não te vi quando saí de lá, você... Quer dizer, o senhor, tinha sumido. - Ele riu e pegou um dos cachos do meu cabelo, brincando com o cacho entre os dedos, me deixando totalmente envergonhada.

–Tudo bem. Só queria conhecer a garota que meu filho gosta tanto. Rose, certo?

–Ruby... - Eu disse rindo e ele riu também.

–Ok, Ruby. - Então ele me olhou com um olhar do tipo "É uma pena já ter dois na fila." ou "Como eu queria que você tivesse escolhido ser imortal." com certeza ele estava flertando comigo. Esse Apolo não toma jeito. -Sabe, eu fiz um haiku sobre a missão de vocês, soube o quanto você foi heróica. - Então ele limpou a garganta e ia começar a recitar o tal haiku.

–Hã... Tenho mesmo que ir agora, meu irmão deve estar preocupado. - Ele sorriu pra mim e se aproximou como se fosse me beijar. Beijou minha bochecha. OBRIGADA, DEUSES. Eu não queria ficar caidinha por Apolo. Dois já eram mais que suficiente pra quase me enlouquecer.

–Toma conta do meu filho. Austin realmente gosta de você. Se você acabar ficando com o filho de Hades... Converse com Austin com jeito. Filhos de Apolo não parecem ter muita sorte no amor. Dizem que é por causa da minha fama. - Ele riu. -Bom... Agora vá, te vejo em breve. Vou recitar meu haiku pra você da próxima vez. - Ele piscou pra mim e desapareceu em fumaça cor de raio de sol.

Eu saí do palácio. Me senti aliviada por ver Percy, Annabeth e Austin ali, me esperando. Percy veio e me abraçou. Eu o abracei de volta.

–O que aconteceu lá?

–Muita coisa... - Eu disse enquanto me soltava de seu abraço gentilmente e começávamos a andar.

–Conta logo. - Ele disse curioso e preocupado. Então eu contei tudo o que aconteceu lá dentro comigo - tirando a parte da minha conversinha com Apolo - e ele sorriu pra mim.

–Viu? Você não é o único idiota que recusou a imortalidade. - Eu disse rindo.

–Somos os primeiros e últimos a recusar, tenho quase certeza. Mas fico feliz por você ainda ser mortal, sentiria falta de alguém pra perturbar e ler os pensamentos.

–Você pode ler o pensamento de cavalos e animais marinhos, ainda. E você perturba todo mundo. - Eu disse rindo e ele riu e rolou os olhos.

–Tonta.

–Eu amo você, irmão.

–Ah fazer o que né? Todos me amam. - Ele disse e eu bati no ombro dele devagar. -Brincadeira! Também te amo. - Ele sorriu e nós todos, eu, ele, Austin e Annabeth, entramos no elevador e depois saímos do Empire State.


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