Verdade e Consequências escrita por Lara Boger


Capítulo 20
A verdade


Notas iniciais do capítulo

Antes que alguém pergunte, continuo essa fic simplesmente porque gosto dela. Isso me basta.



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Acordou pela milésima vez seguida num curto espaço de tempo.

 

Dia? Noite? Adam não sabia dizer. Não tinha relógio, não havia janelas... não havia ninguém no quarto.

 

Sozinho...

 

Fosse quem fosse a pessoa que deveria estar com ele naquele momento, estava ausente. Café, água, banheiro, alguma conversa com o médico ou um tempo furtivo no corredor. Grandes possibilidades.

 

Estava sozinho. E Adam gostou disso.

 

Sentia-se mal e precisava extravasar isso de alguma forma. Precisava disso. Estava cansado de ser forte. Queria ter direito a um ou dois momentos de fraqueza.

 

Queria poder ser fraco, só pra variar.

 

Desde o dia em que se internara, podia classificar seus dias de duas formas: ruins ou razoáveis. Tudo de acordo com seu estado de espírito.

 

Seu dia estava bem longe de ser razoável. Sentia enjôo, fraqueza e dores mas fazia esforço para parecer bem. Não via serventia em causar preocupação nos outros. Eles sempre lhe perguntavam como se sentia, e Adam tinha consciência de que era uma pergunta feita apenas por hábito, ou educação. Se dissesse o que estava sentindo o que eles poderiam faer? Palavras amigas? Gestos de consolo?

 

Preferia doses cavalares de algo que o fizesse dormir. Há tempos não sabia o que era isso.  Seus cochilos eram muito leves. Seu sono não tinha sonhos.

 

Só queria descanso. Aliviar sua mente pelo menos o bastante para o tempo passar mais rápido e superar isso. Só queria alguns minutos para si.

 

Olhou para o teto branco. Pensava naquilo que havia feito, nos acontecimentos que o levaram até aquela situação. Não se arrependia. Por mais problemas que sua decisão lhe causasse agora, não conseguia se arrepender. O problema era a si próprio. Adam estava se cansando daquilo.

 

Há quanto tempo estava naquele hospital? Queria tanto sair dali, nem que fosse por somente algumas horas... só pra mudar um pouco de ares.

 

Queria poucas coisas, mas nenhuma delas estava ao seu alcance.

 

Só queria que tudo acabasse. Por mais incrível que parecesse não importava se isso pudesse significar sua própria morte.

 

Isso ia ter de terminar em algum momento.

 

 

- Addie? - a voz baixa de Cassie chegou aos ouvidos de Adam, que virou sua cabeça para olhar para a irmã, em resposta ao seu chamado. - Pensei que estivesse dormindo. Não queria te acordar.

 

- Eu já estava acordado.

 

- Se estava acordado até agora, quer dizer que não dormiu esse tempo todo. Há quanto tempo você não dorme?

 

- Durmo o suficiente.

 

- Suficiente pra manter as olheiras bem fundas.

 

- Olha quem fala, Cassie. Por acaso já se olhou no espelho?

 

- Droga... isso quer dizer que preciso usar mais maquiagem?

 

- Você entende as coisas de forma errada. Eu quis dizer que tem tido bastante ação na sua vida.

 

- Com certeza sabe bem do que está falando.

 

- Como tem se saído?

 

- Bem, na medida do possível. Acho que estamos indo bem.

 

- Você me parece cansada.

 

- É inevitável, sabe disso. Não dá pra escapar. - ela respondeu, suspirando ao ver o estado do irmão – Quer alguma coisa?

 

- Não.

 

- Não quer nada? Nada mesmo?

 

- Não.

 

- Nem que eu leia pra você?

 

- Não precisa. Eu só quero ver se consigo dormir um pouco. Não precisa ficar aqui, Cassie. Não vou fugir do hospital. Você precisa descansar.

 

- Vou esperar o papai chegar e vou embora. - rendeu-se – Quer que eu saia?

 

- Tanto faz.

 

- Vou esperar no corredor. Até mais, maninho.

 

- Até mais.

 

Cassie saiu do quarto, fechando a porta com cuidado. Sair não era sua intenção, mas sabia que Adam queria ficar sozinho. Era só ver em seus olhos. Isso parecia bem claro.

 

Estava preocupada com o irmão. A saúde dele estava se deteriorando muito rápido. Estava triste, cada vez mais calado. Adam sempre fora quieto, mas o que poderia fazer agora diante do silêncio dele? Diante das poucas palavras que estava disposto a soltar.

 

Tinha medo daquela tristeza, do que ela poderia fazer a ele. Seu irmão nunca pedia nada, nem aceitava oferecimentos. Dizia que estava tudo bem, mas sabia que não era assim.

 

Até que ponto Adam seria capaz de dizer que estava bem, mesmo sentindo inúmeros efeitos colateriais?

 

Conhecia seu irmão mais velho. Sabia que isso poderia ir muito longe se ele achava que era o certo.

 

Como ajudar quem diz não precisar de ajuda?

 

ooOOoo

 

A mudança em Adam foi sentido por todos. Eram pequenas atitudes, mas perceptíveis para quem lhe conhecia o bastante. Seu silêncio assustava, assim como sua fria determinação em dizer que estava tudo bem. Ninguém parecia saber o que fazer diante disso. Tratavam-o com atenção redobrada, vigilantes a todo e qualquer movimento seu. Sabiam que ele nunca reclamaria de nada ou daria mostras de desconforto a menos que fosse insuportável.

 

E o caminho encontrado por eles foi o pior possível para Adam, que sentia-se sufocado por todo aquele movimento à sua volta. Isso piorava seu humor, e minava sua resistência. Ele queria silêncio, paz. Queria ficar sozinho e ser fraco por pelo menos alguns minutos.

 

Queria ter seus desejos de morte em paz.

 

Desejo esse que a cada dia vinha adquirindo contornos mais nítidos. Adam sabia que sua doença não tinha cura. Não que os médicos tivessem lhe dito algo, mas era o preço por seus atos. Não morrera naquele dia, mas sabia dos riscos. Sua saúde se deteriorara e não havia remédios capazes de conter os avanços de sua leucemia. A morte seria lenta, mas inevitável.

 

Sabia disso, sabia que seu tratamento era inútil, mas não sua família. Queria desesperadamente sair daquele hospital e se livrar dos medicamentos, mas quem o deixaria desisitir do tratamento?

 

Não contaria a verdade a ninguém. Não podia fazer isso. Isso afetaria Carlos, mexeria com Cassie, acabaria com a amizade entre os dois, desestabilizaria os atuais rangers. Não queria prejudicar ninguém por conta de suas atitudes e a verdade prejudicaria a todos.  Era um problema seu.

 

Quem sabe tudo o que estava passando agora não era um castigo por seu egoísmo?

 

ooOOoo 

 

Alguns dias se passaram naquele mesmo ritmo.

 

Adam piorou, e isso se refletiu em seus gestos. Sentindo os efeitos colaterais cada vez mais fortes,  e determinado a se manter minimamente firme diante de todos, só encontrou uma saída: o silêncio.

 

Fechou-se, acabando por se isolar. Era melhor para si e para todos. Sua pequena concessão para os dias ruins. Algo que os médicos classificaram como depressão. A pior armadilha que seu tratamento podia reservar. Comum, mas perigoso demais para quem já estava tão fragilizado.

 

Adam estava a ponto de explodir. Ele não queria e tentava evitar isso a todo custo, mas era apenas uma questão de tempo.

 

OoOOoo

 

- Addie?

 

A garota olhou para dentro do quarto, querendo saber se seu amigo já estava acordado. Ao vê-lo e constatar que sim, chamara-o em voz baixa. O rapaz parecia perdido em pensamentos e não assustá-lo.

 

Adam ouviu e dirigiu seu olhar para ela. Abriu um pequeno sorriso ao ver quem era. Um gesto de simpatia, uma pequena concessão frente ao seu isolamento.

 

- Oi, Tannie.

 

Viu-a se aproximando e ergueu o corpo, esforçando-se para sentar na cama, em uma posição onde não parecesse tão debilitado. Como sempre, ela o abraçou antes de sentar-se na poltrona que ficava ao lado da cama, bem próxima a ele. Tanya sempre lhe dava um abraço leve, não por nojo ou medo de alguma espécie de contágio, como se leucemia pudesse ser algo transmissível. Simplesmente tinha medo de usar mais força e machucá-lo.

 

A presença de Tanya fazia bem a Adam e isso não era segredo para ninguém: ele tentava se mostrar mais aberto e disposto a falar. Pequenas reações, mas bastante significativas e valiosas. Tanya sabia disso e tentava fazer o que estava ao seu alcance para deixá-lo confortável.

 

- E aí, cara? Como está?

 

- Tudo bem e você? Como foi o seu dia?

 

- Movimentado. - fez uma pequena pausa – Quer alguma coisa?

 

- Não, obrigado.

 

- Nem dar uma voltinha pelo jardim?

 

- Bem que eu queria, mas não posso. A jalecada não está me deixando sair... mas valeu pela intenção.

 

- Disponha. - riu, observando a expressão do amigo. Havia um sorrisinho ali, mas tão discreto e fugaz que mal poderia ser notado. - Sua cara não está muito boa hoje.

 

- Hum, obrigado. Vindo de você devo crer que seja um elogio.

 

- Elogio?

 

- Sim. A Cassie quando entra aqui sempre diz que minha cara está péssima. Ela peca pela sinceridade e você pela diplomacia.

 

- Diplomacia não é um defeito, é?

 

- Não que eu saiba, mas acho que prefiro a sinceridade. Sei que estou mesmo péssimo.  Quando alguém me fala que não estou com uma cara muito boa me sinto como se eu fosse uma criança. Aliás, estão realmente me tratando como se eu fosse uma.

 

- É a sua família, Adam. Só estão tentando cuidar de você.

 

- Eu sei, não dá pra evitar.

 

- Evitar? Evitar o quê?

 

- Tudo.

 

A resposta surpreendeu Tanya, que ouvia atentamente. Ela começara a conversa sem grandes pretensões, apenas para faze-lo falar, nem que fosse apenas um pouco. Assim como todo mundo, também estava preocupada com ele, tentando mantê-lo confortável, cercado de atenção, mas de uma forma ou outra ele parecia tentar fugir disso.

 

Sabia que sua presença lhe fazia bem, e estava tentando tirar proveito da confiança que ele lhe depositava. Tanya não pretendia desperdiçar essa oportunidade.

 

- Deixa pra lá, Tannie. Eu ando meio mal humorado ultimamente.

 

- Imagino que sim. Tem todos os motivos pra ficar de mau humor. Só que não precisa esconder isso da gente.

 

- Esconder? Não estou escondendo nada.

 

- Tudo bem, então. Esconder talvez não seja o termo mais adequado. Omissão, então?

 

- Qual a diferença entre esconder e omitir? – ele perguntou, num tom que variava entre diversão e desconfiança.  Não sabia precisar até onde iria aquela conversa, mas era bom parecer disposto.

 

De qualquer modo, não estava falando com qualquer um. Era Tanya, sua melhor amiga. Seu algo-mais que ficava apenas nos sonhos. Precisava ficar atento, medir as palavras. Não podia errar.

 

- Tecnicamente nenhuma, mas é bom mostrar um pouco de erudição. – riu, fazendo-o rir também. Foi bom deixar o clima um pouco mais leve. Seu amigo merecia uma pequena trégua.

 

- Tá, agora que você já desfilou toda a sua cultura, será que pode me informar do que estou sendo acusado de esconder ou omitir?

 

- Você se esconde. – disse, simples.

 

- O que?

 

- Você se esconde.

 

- Me escondo do quê? Estou aqui pra quem quiser ver.

 

- Não é isso. Estou dizendo que se esconde de nós. Não fala conosco. Não se abre. Sempre diz que está tudo bem.

 

- Se eu digo isso é porque estou bem.

 

- Eu te conheço, Adam. Não tenta me enrolar. Você sempre foi assim.

 

- Assim como?

 

- Com o hábito de se fazer de forte. Não diz quando precisa de alguma coisa, não pede nada. Sempre diz que está bem, mas sabemos que não está. Eu sei disso.

 

- Tanya, não estou escondendo nada. Não preciso de nada e por isso não peço. E se digo que estou bem, é porque estou bem.

 

- Está? Tem certeza? Adam, pelo amor de deus! Eu sei que você mal come e não dorme. Sei que não consegue ler os livros que a Cassie traz. Sei que sente dores fortes e muito enjôo e não diz nada a ninguém. Eu sei, eu vi. – disse, lembrando do dia em que o viu passar mal no banheiro.

 

- Não tem sentido fazer reclamações a quem não pode ajudar.

 

- E quanto aos médicos?

 

- Não podem fazer nada mais que um ou dois remédios que não são de grande ajuda. Já estou dando muito trabalho. Não preciso bagunçar mais a vida de todo mundo do que já estou fazendo.

 

- Você não está bagunçando a vida de ninguém, Adam. Está é arriscando sua vida por isso!

 

- Não estou arriscando nada.

 

- Como não? É assim que trata a sua vida? Como se fosse pouco? É a sua família, estão aqui por você. Por que age dessa forma? – perguntou, surpresa.

 

- É justamente por eles que estou agindo assim. Eu não quero decepciona-los. Não estou reclamando, e prefiro que seja dessa forma.

 

- Addie, por favor.

 

- Por favor? Por favor o que, Tanya? Eu não posso reclamar. Não posso e nem vou. Não tenho esse direito.

 

- Do que está falando?

 

Percebendo que estava em um terreno perigoso, Adam se calou. Estava falando demais e precisava reverter aquela situação. Mudar de assunto, qualquer coisa.

 

- Tannie, desde que descobriram a doença não vejo mais o meu pai trabalhar. Já te falei isso outro dia. Ele mal saia do escritório pra dormir, mas e agora? Vive aqui, e parou o trabalho por minha causa. Minha mãe não está fazendo diferente... e a Cassie? Estou dificultando a vida dela. Você sabe como é ser ranger, sabe da responsabilidade que é, e ela não tem de se sacrificar ficando aqui. Não quero que parem a vida por minha causa porque não vale a pena.

 

- O que?

 

- Não vai valer a pena – repetiu, calmo. – Estão se esforçando por minha causa, mas é um esforço inútil.

 

- Adam! Eu não admito que você diga isso! – ela elevou o tom de voz.

 

- Só estou falando a verdade. Não vou conseguir me curar e não quero que se prendam por mim.

 

- Não pode saber disso, Adam. Como pode saber o que vai acontecer? Há vários tratamentos para leucemia, e...

 

- Tanya, me ouve! Não é questão de me entregar, nem falta de fé no tratamento. Eu sei que há alternativas, sei das chances de cura, mas não é o meu caso.

 

- Por que está dizendo isso? – perguntou, assustada pelas respostas do amigo.

 

- Porque eu sei, simples assim. Sou eu quem está doente, e não eles. A culpa é minha, o problema é meu. Estou fazendo o que é certo.

 

Mas foi uma tentativa em vão. Falar em culpa apenas incitou Tanya, que não entendeu aquela fala. A garota ficou ainda mais assustada.

 

- Não é culpa sua, Adam. Não se fica doente porque quer. Foi uma fatalidade, você não podia prever.

 

- Eu sei que foi, tenho certeza disso. Não quero que eles paguem por algo que eu fiz.

 

- E o que você pode ter feito pra se sentir culpado de alguma coisa? – perguntou, incrédula. – Não existe um caso sequer disso no mundo!

 

Esperou dele uma resposta, mas ela não veio. Adam preferiu se calar por saber que a conversa chegara a um ponto perigoso. Sabia que não ia conseguir sair daquela situação como se fosse algo comum e nada tivesse acontecido. Tanya não deixaria por menos e fosse qual fosse a sua saída, teria de encarar situações completamente fora de seu controle.

 

Se falasse, não tinha idéia de como a amiga reagiria. Poderia não acreditar em sua história e chama-lo de louco. Poderia agir de forma intempestiva. E se mantivesse o segredo ela ficaria preocupada e falaria sobre aquela conversa aos seus pais. E a partir dali, tudo pioraria. A vigilância sobre ele seria redobrada, e não suportaria mais. Tinha certeza.

 

Suspirou, exasperado por saber que era um caminho sem volta. Qualquer opção era ruim, mas precisava escolher o melhor para si. Ou o menos pior.

 

- Tanya, eu não posso te dizer. E mesmo se eu dissesse, você nunca acreditaria.

 

- Por que acha isso? – perguntou, tentando ser compreensiva. Sabia que ele tinha algo a dizer e não o deixaria recuar. – Nós somos amigos, Addie. Nós sempre nos entendemos. Eu gostaria de te entender.

 

Adam não soube explicar a razão, mas a alternativa que escolheu lhe pareceu naquele momento, inevitável. Fosse diante do olhar compreensivo da melhor amiga, ou pelo fato de se sentir isolado por aquele segredo.

 

Alguém precisava compreende-lo, e para isso acontecer, só se falasse a verdade.

 

As palavras foram tomando forma, se materializando em sua voz sem qualquer controle de sua parte. Todos os acontecimentos: Carlos, seu sucessor com dificuldades em cumprir sua missão e baixa autoestima, o oferecimento em ajuda-lo a treinar, a quase desistência do outro quando não se achou caoaz de honrar seu posto. A descoberta do antigo morfador em sua bolsa o aviso de Alpha sobre as prováveis consequências se o usasse, já que as moeda do poder fora destruída. O nomento em que foram atacados por monstros de Astronema, num número com o qual não teriam a menor chance. De como o morfador quebrado fora a única alternativa.

 

A partir dali não foi preciso dizer mais nada. Tudo se encaixou e passou a fazer sentido para Tanya. Tudo ficou claro.

 

Ela ficou perplexa, mal podia acreditar. Para qualquer um aquilo seria absurdo, mas ela sabia que era verdade. E saber o que aconteceu foi bem mais que o alívio de um esclarecimento. Foi um peso grande demais e não pôde continuar. Tudo isso marcou a expressão consternada da garota, praticamente em choque.

 

- Tanya... – Adam percebeu e temeu pela reação dela. Sua voz interrompeu o transe, mas não amenizar o impacto de suas palavras.

 

- Você... você não podia ter feito isso. – gaguejou, incoerente.

 

Adam viu-a levantar, recuando, afastando-se dele, chocada.

 

- Por favor. – tentou dizer, mas foi em vão.

 

Tanya deixou o quarto. Passos rápidos. Ela fugira.

 

“Fugiu de mim” pensou.

 

Esperava esse tipo de reação, mas não pôde impedir que seus olhos marejassem.

 

A verdade fez com que perdesse uma das pessoas que mais amava no mundo.                                       

 


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