Vida Dupla de Claer - Round Two escrita por Razi


Capítulo 20
XIX - Intrigas


Notas iniciais do capítulo

Acho que algumas dúvidas virão com esse cap.



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Acordei com o despertador tocando no criado-mudo ao meu lado. Gabrielle ainda dormia com sua mão em minhas costas.

Se saísse, iria acordá-la.

Coisa que não estava planejando fazer.

Peguei sua mão com o maior cuidado possível saindo logo em seguida da cama, deixando-a dormindo.

Tinha que resolver muitas coisas hoje, mas precisava ver primeiro como a morena estava.

Ela precisava estar intacta e novinha em folha, para começar sua caçada que certamente faria.

Aprendi que ela era sedenta por explicações e vingança. Ao menos uma assassina nata era ainda mais com aquelas curvas sinuosas. Conseguiria resolver as coisas em dois tempos se estipulasse com entusiasmo.

Só que nunca fora do meu feitio ser tão precipitado assim, então é melhor ir aos poucos.

Sai depois do chuveiro, pegando uma roupa informal no closet que estava ainda organizado.

Gabrielle não era um exemplo de organizada, mas acho que chega perto disso.

Peguei a chave de meu carro, depois o que mais necessitava.

Silenciosamente, sai do apartamento me deparando com a vizinha tremendamente atraente de um apartamento próximo do nosso. Numa outra ocasião, até que tentaria paquerá-la, mas com a agressividade de Gabrielle, acho melhor não atiçar a fera.

Por raios,

Estou realmente ficando mole com essa loira, daqui a pouco acabarei parecendo um masoquista altamente submisso.

Respirei fundo antes de sair do elevador indo ao encontro de meu esportivo desativando o alarme e me enfiando logo em seguida dentro dele.

Logo meu celular toca quando dou a partida.

Cassie.

-Bom-dia, Comandante – disse ela sarcástica.

-O que houve? – perguntei serio enquanto manobrava o carro.

-Precisa entregar o colar o quanto antes – respondi ela soltando depois um xingamento por ter derramado algo certamente.

-Poderia ir à casa de Hale agora? – indaguei ignorando o incidente.

-Quer que eu cuide de entregar o colar? – replica ela cética e enfática.

-Naturalmente – disse serio e solene – Você irá fazer isso.

-Claro, o chefe manda os soldadinhos cumprem – satirizou ela – Não é mesmo?

-O que tem no seu café para ter tão agressiva assim? – perguntei fazendo uma curva para direita.

-Que tal o fato que aquele Yvan está na nossa cola, não me parece nada agradável – respondi ela novamente sarcástica – Olha Kisuke, sei que quer saber qual é a máfia que está acontecendo, mas aquele cara é um demônio, me dá arrepios está na mesmo lugar que ele.

-Acalme-se – a tranqüilizo – Ele não irá fazer nada, por conta da Hale, mas...

-Ela já é outra historia – ela me corta – Vai usá-la contra ele?

-É uma opção boa essa – concordei pensativo ouvindo-a bufar – Só que tenho algo melhor para ela.

-Luzt – disse ela seria – Francamente, Claer não irá cair em nada que diga sabe disso, como pretende fazê-la nos ajudar sem contar muito?

-Quem disse que vou contar algo? – repliquei cético estacionando em frente á casa do grupo – Quero você aqui em quatro minutos.

-Cinco – decreta ela – Mulher precisa de compreensão.

Revirei os olhos antes de desligar o celular saindo depois do carro vendo Russel na soleira da porta.

Uma loira espetacular certamente, mas que possuía alguns defeitos que poderiam colocar toda sua personalidade a perder. Isso nem chegava a ter dúvidas.

Quando me aproximei mais constatei que ela lia algo relacionado á medicina.

-Olá – a cumprimentei, teria que ser amigável com todos.

-Oi – disse ela com um meio sorriso – Claer já está melhor se quer saber.

-Você lê minha mente, garota – brinquei deixando um sorriso sair de seus lábios.

-Não apenas isso – disse ela seria fechando o livro que lia me encarando – Sei o que está fazendo com a Claer.

Tornei meu olhar duro no mesmo instante.

Não era de subestimar nada nem ninguém com aquela loira não seria diferente.

-Do que está falando? – perguntei cruzando os braços.

-Que vai usá-la para descobrir os podres das agencias – respondi ela cruzando as pernas – Quem está brincando com a King. Sei de tudo e mais um pouco, Kisuke. Sua intenção de nada tem de nobre, tal como o Yvan.

-Conhece-o também? – indaguei querendo parecer casual, o que consegui sem fazer esforço.

-Mais do que pensa – disse ela rapidamente – Uma coisa é certa, não me interesso pelo que vocês estão fazendo ou o que farão, mas... Quando Claer vier a descobrir essa palhaçada toda, tenha certeza que ela irá matá-los sem piedade.

Dei um sorriso sem humor.

Conhecia naturalmente como Hale era implacável, mas Russel ignorava o fato de que eu era Kisuke, estava acima dela e um passo a sua frente. Muitas coisas estavam fora de eixo para que a loira pudesse compreender o que estava acontecendo.

-Obrigado pelo aviso – agradeci antes de entrar na casa.

Deparei com tudo do mesmo jeito que ontem, a única diferença que estava bem mais arrumado. Voltei meu olhar para a escada onde Irian descia com uma bandeja repleta de louça suja.

-Ela está melhor? – indaguei serio

-Bom-dia senhor – me cumprimentou ele serio mais com deboche.

O encarei enquanto ia para a cozinha.

-Mesmo quarto – gritou ele enquanto já começava a subir a escada.

-Valeu – agradeci subindo minha voz duas oitavas.

Bati uma única vez na porta do quarto antes de entrar deparando-me com uma Hale de aparência serena apesar de cansada.

Ela me olhou opaca.

-Se veio para ver se estava morta, perdeu a viagem – satirizou ela.

-Naturalmente não quero sua morte – disse meio cansado – Outro alguém deve querer.

Ela arqueou uma sobrancelha antes de bufar; sinal claro que deixava para lá.

-Onde está Yvan? – perguntou correndo seu olhar por mim, Sandro e Zafira.

-Perdido em algum lugar – respondeu Zafira dando de ombros – Aquele agente é esquisito.

Fiquei tentando em concordar com ela, mas permaneci em silencio.

-Sabe qual a diferença entre vocês dois, Luzt? – indagou retórica Hale – Ele não mentiu uma única vez para mim.

Revirei os olhos.

Ela realmente estava querendo provocar.

-O que ele disse para você, sobre ser um agente? – perguntei me encostando na parede.

-Que era há quatro anos – respondeu ela me olhando desconfiada.

Deixei um sorriso de escárnio escapar de meus lábios.

-Não sei se te chamo de burra ou te ingênua por acreditar em uma mentira tão ridícula como essa.

Ela jogou contra mim um travesseiro que peguei antes que atingisse meu rosto.

Seu olhar era de pura raiva.

-Será que os dois deixarão de bancar os imbecis e pararem com essas afrontas? – indagou a ruivinha por entre os dentes – Temos que cuidar de resolver a missão.

-O colar de jade já foi pego – anunciei vendo a expressão de tédio no seu rosto – Pelo visto, não fica alegre com isso.

-É para ficar? – replica ela seria – Foi mal, banco de emoções está escasso.

-Claer – disse Yvan entrando no quarto atropelado.

Ótimo.

Chegou quem faltava.

-Yvan – disse ela com um sorriso faceiro.

Não me diga que ela ainda não tinha superado sua queda por ele?

Que coisa admirável.

-Está tudo bem? – indagou ele se debruçando sobre a cama para analisá-la – Alguma seqüela? Algum dano?

-O único dano que ela terá será de ficar zonza com tanta pressão que está fazendo – comenta Zafira bocejando.

Yvan a olha meio opaco, olhar que a ruivinha retribui.

Não sabia ao certo se aquela hostilidade entre eles poderia ser algo que se tiraria beneficio ou outra coisa.

-Parem com isso – ordenou Claer autoritária – Zafira mais respeito e controle esse seu gênio e Yvan não seja tão dramático, ficarei bem com algumas horas de sono.

Falta apenas a musica emo aqui para o momento ficar perfeito.

Ainda vomito vendo coisas do tipo alguma hora.

-Ah fala serio – resmungou Zafira saindo do quarto.

-Precisa de alguma coisa, Claer? – indagou Sandro prestativo.

Ela meneou a cabeça negativamente.

-Obrigada, Sandro – agradeceu ela enquanto já me postava entre o quarto e o corredor – E quanto a você Luzt, preciso que pare de instigar os demais á querer nos matar.

-Não fiz nada disso – me defendi – Não me culpe por uma atitude que não tem nada haver.

-Na real tem tudo haver – interveio Yvan me encarando – Se não tivesse dito aquelas palavras, talvez não estivessem na mira de todos.

-Estaríamos na mira deles de qualquer maneira – dei de ombros – Acha mesmo que não iriam cair em cima de nós? Sei onde coloco meus funcionários, senhor Casmine. Sei disso muito bem.

Sustentei meu olhar no dele.

Tinha que intimidá-lo, para fazer saí-lo da toca.

Claer era tão ingênua que seria melhor dar uma mão no que se diz respeito a mostrar as intenções claras e verdadeiras da MI6.

Essa história toda ainda estava metade presa na garganta e ficaria até que se revolvesse.

-Pelo visto tem razão – refletiu ele voltando-se para Claer.

-Pela primeira vez estou concordando – reforça ela me encarando.

-Imaginei isso mesmo – disse saindo do quarto enfim.

Tudo iria ser muito desgastante.

                                  


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Notas finais do capítulo

Até o próximo cap.
o/



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