Chegando do trabalho louca para tomar banho, ir para o jantar e depois cama.

Esse seria o plano original caso eu não tivesse recebido uma mensagem avisando que meus adoráveis regentes estavam dando uma festinha.

Não seria um problema se eu fosse informada!

Quer dizer, se eu tivesse deixado.

Só que resolveram não fazer nem uma coisa nem outra.

Agora acabo de chegar em frente à casa de dois andares arquitetura de casa de campo misturada com o ar de moderna, a fachada branca azulada. Uma casa que neste momento estava repleta de pessoas transitando e um barulho ensurdecedor.

Eles me pagam.

Entrei na casa me deparando com um mar de jovens que se tiverem 18 anos é muito. O problema maior é o cheiro de bebida junto ao que pode notar de drogas.

Tem alguém que vai se arrepender de ter imaginado essa festa.

-Sai do caminho, tia – disse um piralho se esbarrando em mim.

Tia?

Morda a língua!

Agarrei a gola de sua camisa, fazendo-o ir de encontro ao sofá, sentando-se atordoado.

Caminhei rumo a outra sala onde vi que se tratava de uma pista de dança com Irian sendo DJ. Ele agitou a galera, mas seu olhar logo se voltou para mim, o que o deixou pálido que até parecia um zumbi.

Cruzei os braços enquanto via Zafira se aproximando com uma cerveja na mão.

-Claer – disse ela com um sorriso de surpresa

-Boa-noite – disse solene – A festa realmente está boa, não é?

-Cadê a cerveja, Zaz? – perguntou alguém por minhas costas

Ela o olhou, mas nada disse.

Voltei meu olhar para Irian, mas logo retornei meu olhar para ela.

-Arrumem isso agora – ordenei enquanto ia me sentar em um dos degraus da escada

-Claer – ela tentou argumentar

-Está me desafiando? – indaguei oca

Ela se calou e sumiu por entre as pessoas.

Sou extremamente rígida com eles, mas tinha que ser assim se tratando daquela dupla.

Irian tinha 17 anos, o perfil era razoável para um garoto da sua idade e pelo que sabia popular do colégio que estudava. O cabelo era curto e repicado, negro, olhos amendoados, a pele bronzeada, músculos bem definidos e distribuídos em seus 1,80 de altura. Tinha um piercing na orelha que usava poucas vezes, já que como assassino o erro é ter algo que possa defini-lo de cara.

Quando ele veio até mim parecia tão arredio que fiquei com vontade de jogá-lo de cima de um prédio ou então coisa pior. Seu comportamento era de um rebelde sem qualquer causa, parecia um delinqüente.

Talvez fosse por isso que o encaminharam para mim.

Já Zafira era praticamente seu oposto em tudo.

Possuía a mesma idade que ele, não era popular, mantinha-se na media. Tinha o cabelo mediano, ruivo com mechas pretas, liso artificialmente, olhos negros, a pele branca, odeia sol, magra sem atributos chamativos em seus 1,67 de altura.

Não me lembro de vê-la sorrir desde a primeira vez que nos encontramos, muito menos de falar coisas agradáveis para quem quer que seja. Na verdade ela é uma assassina nata, dê uma arma para ela e saia de perto do seu alvo.

Acho que ela é uma parceria considerável para Irian que sempre acaba perdendo a cabeça se deixar.

Uma dupla dinâmica e boa para dor de cabeça a qualquer um.

Via as pessoas saírem da casa desgostas com o termino repentino da festa. Alguns apoiavam-se uns nos outros de tão bêbados que estavam.

Revirei os olhos.

Quanta imprudência.

Demoraram-se exatos oito minutos para que todos tivessem saído e restassem apenas eu e eles dois na casa.

Tamborilei meus dedos na minha coxa enquanto eles se postavam na minha frente sem emitirem nenhum som.

-Ficarem calados resolve tudo – disse amarga os olhando irritada

-Não queríamos – disse Irian

-Pretendia fazer a festinha e não iriam me contar? – o cortei estreitando minhas sobrancelhas – Acham o que? Não iria ficar sabendo?

Nenhum deles expressou opinião. Me levantei descendo os degraus da escada logo em seguida.

-Já alertei que não quero segredos entre nós – disse solene – Não é do feitio de uma equipe fazer isso, fui clara?

Antes que me respondessem a porta se abriu deixando que Russel entrasse e pousasse seus olhos na dupla.

-Meteram-se em encrenca de novo? – indagou ela fechando a porta atrás de si

-Foi você que contou não é? – sugeriu Irian se voltando para ela completamente

Ela fez uma expressão pensativa depois deu de ombros fazendo um biquinho.

-Talvez – finalizou ela

Zafira iria avançar para ela e não colocasse no meio do caminho.

-Calma leoa – provocou Russel com seu sorriso sempre sarcástico

Voltei meu olhar serio para ela fazendo-a perder a expressão divertida.

-Parem já com isso – ordenei saindo do meio delas – Querem que eu fale quantas vezes que se houver brigas entre vocês se arrependerão das conseqüências?

Os três ficaram em silencio.

-Escutem bem – disse respirando forte – Não quero saber desse tipo de situação novamente. Não quero saber de segredos. Não receber informações de meus próprios agentes que sequer podem ficar sozinhos que já aprontam.

-Ouvirem não é, Regentes? – indagou Russel se voltando para dupla

-Quer engolir esse sua língua, loira de escritório de segunda?  - replicou Zafira a olhando irritada

-Fica na sua, tampa de garrafa – rebateu Russel.

-Querem parar no hospital mais cedo do que pensam não é? – indaguei seco – O que acabo de falar não surti efeito nenhum em suas mentes? Já avisei, não esperei uma segunda vez.

A porta novamente se abriu deixando que Sandro entrasse mostrando sua expressão entediada.

-Boa-noite – cumprimentou ele deixando sua jaqueta preta cair no chão

-Se é pra você, não é pra mim – disse Russel dando de ombros.

-Não me importo com você – rebateu ele voltando-se para Zafira – Ela andou de provocando não é?

-Descobriu isso sozinho? – satirizou ela cruzando os braços

-Chega todos vocês – me intrometi deixando meu olhar recair sobre cada um deles – Não quero ver mais isso, segundo limpem essa bagunça.

-Como é? – perguntou Russel quase gritando – Foram eles que fizeram isso!

-Primeiro, fale baixo – disse seria – Segundo não perguntei nada nesse assunto. Limite-se apenas á fazer o que pedi se quiser ainda ter aquele esportivo para ficar para cima e para baixo nessa cidade.

-Em outras palavras – disse Sandro – Cala a boca e faz o que foi mandado.

Ela ia abrindo a boca para replicar, mas Irian já a arrastava para a cozinha pela blusa seguido dos demais. Respirei fundo me sentei novamente no dos degraus da escada.

Russel logo passou por um mim com produtos de limpeza. Tive que rir da situação deixando ela mais enfurecida.

Ela parecia uma criança mesmo que tivesse 18 anos. Apesar de que em feições, de nada tinha de criança. O cabelo loiro ondulado e longo, olhos verdes, a pele rosada e meio rechonchuda, esbelta e com 1,75 bem claros.

Não me lembro dela ser gentil com alguém sem querer nada em troca. Interesseira pura. Talvez fosse o melhor defeito e qualidade que ela tivesse como delegada.

Agora Sandro é completamente diferentes de qualquer um deles. Por isso o deixava ao controle deles. O mais velho de todos com seus 19 anos, o cabelo era meio longo, castanho e liso, olhos verdes acobreados, a pele também bronzeada, os músculos mais definidos e distribuídos que Irian. E um pouco mais alto é claro, 1,85.

Na maioria das vezes ficava com uma expressão serena no rosto. Evitava o máximo que podia confusões, tal como sempre era cortês e educado com quem conversava. Talvez fosse por esse fator que o tinha colocado de novo na escola para ficar de olhos nos demais.

Estudam no mesmo colégio, series diferentes. Zafira e Irian ainda estavam no segundo ano, já Russel e Sandro no terceiro ano.

Não sabia muito da vida escolar de nenhum deles, pois nisso quase não me entrava. Eles precisavam que uma parte de sua vida fosse longe dos meus olhos.

Fiquei observando eles por algum tempo enquanto terminavam de limpar tudo.

Conversavam e tiravam brincadeiras um com outro que até parecia que tinham se confrontado minutos antes.

E era dessa maneira que eu queria que ficassem.