Vamos voltar no tempo, mais o menos uns vinte anos atrás. Eu havia acabado de completar meus treze anos. Era mais conhecido como o ninja hiperativo de Konoha. Eu comecei a passar por algumas mudanças. Afinal, estava saindo da infância para a pré-adolescência. Já não enxergava as meninas ao meu redor como inimigas. As brincadeiras e xingamentos pararam de fazer sentido. De repente, elas se tornaram interessantes aos meus olhos. Dentre elas, havia uma que chamava a minha atenção de uma maneira especial, Hana.
Ela era linda e muito forte, eu a admirava demais. Mesmo ela sempre fazendo pouco caso de mim, eu sempre fazia de tudo para ser notado por ela.

– Ei! Hana-chan, você já vai ir embora para a casa? – O dia havia sido cansativo na Academia. Era obvio que ela estava indo para casa. Resolvi perguntar aquilo apenas para puxar uma conversa.

– É claro que sim Naruto! Onde mais eu poderia estar indo cansada dessa maneira? - Respondeu ela mal humorada e continuou a andar.

– Você parece estar bem cansada mesmo. O professor Iruka pegou bem pesado com a gente hoje! - Falou correndo para andar ao lado dela que pareceu não gostar nem um pouco daquilo. - Err... Hana-chan, você não está com fome? Eu estava pensando... Nós poderíamos ir comer um ramen, que tal? - Perguntei sorridente, torcendo por dentro para que ela aceitasse o convite.

– Estar com fome eu estou Naruto, mas não estou com um pingo de vontade de ir comer com você... O seu jeito de ser é tão irritante. - Sentou-se em um banco e cruzou os braços.

– Essa tal de Hana é a minha mãe, tenho certeza!

– E posso saber o porquê você tem tanta certeza disso?

– Porque a mamãe vive dizendo que você é irritante!

– Mas ela não é a única que diz isso... Posso continuar a contar a história?

– Pode. - Falou desanimada por estar errada.

– Vai ficar aí me olhando ou vai ir embora? - Aquela pergunta me pareceu mais como uma ordem para que eu me retirasse dali. Porém antes que eu pudesse falar algo, ela se levantou e saiu correndo. Eu apenas fiquei parado olhando ela.

– Yuu-kun! Você já está indo embora? Não está com fome? Podemos ir comer alguma coisa juntos se você...

– Não Hana, não estou com fome. Apenas com pressa para ir embora. Até mais.

Enquanto Hana observava Yuu ficando cada vez mais distante eu me aproximei dela novamente.

– Vamos Hana-chan! Eu prometo que não serei mais irritante, por favor! - Olhei-a com o meu olhar mais implorador.

– Tudo bem, eu aceito! - Ela sorriu para mim. Foi um sorriso simples, mas me que alegrou muito.

O tempo foi passando e o que eu sentia por Hana aumentava cada vez mais. Já não me restavam duvidas, aquilo era realmente amor. Bom, da minha parte eu tinha certeza, porque ela ainda não demonstrava sentir o mesmo por mim, mas já não me tratava tão mal como antigamente.
De uma hora para outra ela começou a me tratar mais amigavelmente e nos tornamos ainda mais próximos. Certo dia eu tomei coragem e resolvi pedi-la em namoro. Para minha surpresa, não recebi nem um soco ou algum xingamento, e sim um abraço e um "aceito" dela.

Após um mês de namoro, convidei a Hana-chan para dar uma volta. Eu havia acabado de voltar de uma missão, comer e descansar poderiam ficar para depois. Estava morrendo de saudades dela, não desejava outra coisa naquele momento a não ser vê-la e poder passar um tempo com ela.

– Não sabe o quanto eu estou feliz por você ter aceitado o meu convite Hana-chan!

– Fico feliz por você estar feliz, Naruto-kun! – Ela disse sorrindo. Um sorriso que me pareceu meio forçado.

Nós passeamos pela vila, encontramos com alguns amigos e comemos ramen. Descansar poderia esperar, mas com o Ichikaru Ramen tão perto, comer não.

– Poxa pai, fala sério! Como você tem coragem? Convidar a garota que você ama para dar uma volta na vila que ela conhece de cor e salteado e ainda por cima, pagar um ramen pra ela?

– E você gostaria de ser convidada para ir onde e comer o que, posso saber?

– Bem, pra que sair quando se pode ficar em casa assistindo um filme debaixo das cobertas e comendo pipoca ao lado da pessoa que você ama?

– Vou começar a acompanhar as suas aulas na academia... – Falou Naruto assustado.

– Ah Papai, eu vi um casal em um filme fazendo isso e achei legal!

– Ta! Tudo bem! Agora eu posso continuar a contar a história ou você quer que eu pare?

– Não! – Ela gritou. – Continue... – voltou a falar com seu tom de voz normal.

Em meio ao nosso passeio o tempo fechou. As nuvens negras tomaram conta do céu de Konoha em questão de alguns minutos. Como estávamos perto de minha casa, convidei Hana para ficar lá pelo menos até que a chuva passasse. Aquela era a minha chance, eu tinha a situação perfeita e não iria perdê-la. Completamos um mês de namoro e ainda não havíamos nos beijado. Já não agüentava mais aquilo, a tinha do meu lado, os lábios dela sempre tão próximos, mas sempre que tentava beijá-la, ela fugia de mim. Pensei que aquilo era por causa da timidez. Em minha mente, timidez era o único motivo para ela agir daquela forma.

– Sente-se Hana-chan e, por favor, não repare a bagunça. Vou pegar uma blusa para você vestir. O tempo mudou e eu não quero que você pegue um resfriado.

Observei ela acomodar-se no sofá e fui rapidamente até meu quarto. Procurei feito louco por uma blusa de frio limpa, até que depois de um bom tempo procurando eu encontrei uma.

– Aqui está Hana-chan! – Ela se levantou e tentou pegar a blusa.

Não sei de onde tirei coragem de fazer aquilo, mas fiz. Segurei-a pelo braço e puxei o corpo dela para junto do meu. Ela me olhou confusa, porém não se afastou nem proferiu nenhuma palavra de indignação contra a minha atitude. Tomei aquilo como uma permissão para continuar e a beijei.

– Eu sabia que ela é a minha mãe, eu sabia! Aposto que depois desse beijo você tirou o seu pênis para fora da cueca e...

– Hana-chan! Eu não vou te contar mais nada! Boa noite! – Naruto levantou-se e começou a andar em direção a porta.

– Ah não papai! Eu prometo não faço mais isso, por favor! Foi sem querer... – Pulou da cama rapidamente em um momento de desespero e agarrou-se na perna do pai. – Por favor, paizinho lindo!

– Não adianta vir com esse papo de paizinho lindo que não vai funcionar. Vá dormir, Tenshi! – Ele disse sério tentando fazê-la soltar-se de sua perna.

– Por favor, eu não vou conseguir dormir sem saber o final papai... – Mais uma vez ela utilizará o seu ataque fatal, o olhar implorador. Havia herdado aquele ataque do pai.

– Ah! – Naruto mexeu nas madeixas loiras. – Você e esses seus olhos... Tudo bem, eu vou voltar a lhe contar a história, mas você vai me prometer primeiro que vai parar de dizer essas coisas que aprendeu na Academia hoje!

– Tudo bem, eu prometo! – Com a mesma agilidade com que ela havia saltado da cama para impedi-lo de ir embora, ela havia voltado e se encontrava da mesma maneira de antes. – Agora continue! – Disse sorrindo.

Naruto suspirou derrotado e voltou a sentar-se na cama dando continuidade a história.

Eu estava realizando o meu maior sonho, eu estava beijando a Hana-chan, porém aquilo não estava sendo da maneira que eu havia pensado. Eu não sentia aquele algo mais que esperava sentir.
De repente a Hana-chan pareceu despertar de um pesadelo, porque ela deu um grito tão alto que eu aposto que toda a Konoha escutou.

– NÃO! Isso não podia ter acontecido, não podia...

– Me desculpe Hana-chan, eu não resisti e a beijei... Me descul...

– Não! A culpa não foi sua Naruto. Nada mais normal do que você beijar a sua namorada. Quem tem que pedir desculpas aqui é eu, uma vez que sou a culpada por tudo isso. Não deveria ter aceitado o seu pedido de namoro, eu amo outra pessoa. Naruto... Desculpe-me... – Ela disse aquelas palavras em meio ao choro. Fiquei olhando-a até ela sumir pela porta. Fui atrás dela, mas quando sai a vi desaparecer em uma nuvem de fumaça.

Por um bom tempo eu fiquei parado na chuva tentando processar a bagunça que se encontrava a minha mente e o meu coração. Por que ela havia aceitado o meu pedido de namoro se não sentia nada por mim? Por que eu não senti nada ao beijá-la? Será que era realmente amor o que eu sentia por ela?

– Sem dúvidas papai, não era amor!

– E como você tem tanta certeza disso Tenshi? – Naruto agora estava deitado na cama ao lado da filha.

– Primeiro: Se você a amasse de verdade, teria sentido algo ao beijá-la. Segundo: Quando ela lhe confessou que amava outro, você ficaria nervoso e teria uma crise de ciúmes. Terceiro e último: Você a procuraria após ela sumir, eu te conheço bem papai, aposto que a encontraria facilmente, mas não o fez. Logo eu chego a conclusão de que não era amor!

– Então a Hana está descartada? Ela já não tem nenhuma chance de ser a sua mãe?

– Hum, não sei... Conte-me a sua história com as suas outras duas namoradas e ao final eu digo!

– Ok então... Bem, a minha outra namorada se chamava... Hum, deixei-me pensar em um nome... Yumi. É! Yumi é um belo nome!

Continua...