- AAAI! – disse Harry se reequilibrando ma vassoura após levar um balaço – No rosto não, véi!

       - Que é isso? Vai desistir?! – James gritou para poder ser ouvido. O tom de ironia era visível em sua voz.

       Os times haviam sido divididos. Time nº 1: Harry e Roxanne. Time nº 2: o resto. O jogo já tinha começado a cinco minutos e o placar 40X10 pra o time 2 (também conhecido como a reca).

       - Pô, tio Harry! Joga direito! – gritou Roxanne.

       - Oh, Roxy! Eles se utilizam de meios ilícitos, tá? Tipo fingir que vão se jogar no chão ou que estão brigando...

       - Então deixa eles se lascarem e joga direito!

       - Mas e eles caírem quem morre sou eu!

       - Aff, devia ter ficado no outro time.

       - Tá me desvalorizando?!

       - Óbvio que tô.

       - Aposta que eu acho o pomo?

       - Aposto. A sua visão não é mais a mesma, idoso tio Harry.

       - Você vai ver.

       - Eu vou sim, quem não vê nada aqui é você!

       Só que Harry já estava longe o suficiente pra não ouvir.

       À medida que o jogo passava, Harry ficava com mais desvantagem no placar. 60X10; 90X10, 120X10; quando chegou em 140X10 ele já tinha entrado em desespero.

       - Roxy, para de arrancar o esmalte e vai jogar!

       - Mas a gente já perdeu...!

       - O jogo só termina quando o juiz apita.

       - Esse jogo não tem juiz!

       - Claro que tem, o juiz sou eu!

       - Então porque você não rouba em nosso favor?!

       - Porque seria injusto.

       - E daí?

       - Não, eu não vou roubar.

       - Então qual é a utilidade de ter você no meu time?

       - Que? Só podia ser filha do Jorge mesmo...

       - Alguma coisa contra o meu pai?!

       - Não, nada.

       - Que bom, porque eu tenho um bastão e não tenho medo de usá-lo.

       - Tá... o.Õ

       Foi quando Harry viu o pomo do outro lado do campo, alguns metros acima de onde Lucy e Molly estavam brigando. Não parou pra pensar e inclinou sua vassoura naquela direção, então percebeu que James também estava à procura do pomo. Isso foi um incentivo pra que ele voasse o mais rápido que podia, além de que essa seria sua única chance de vencer o jogo.

       Ele tentou esquecer que pegar esse pomo era realmente importante e que, se seu filho fizesse, sofreria umas da piores derrotas de sua vida para conseguir se concentrar. O pomo estava próximo, se movendo rápido. A pequena esfera dourada estava ficando cada vez mais próxima e chegando à ponta de seus dedos... Mas o que era aquela coisa branca e azul no fundo?

       Ele bateu a cara na parede e despencou da vassoura. Ao cair no chão todos o olhavam.

       - Eu sabia que ele não deveria jogar! Ele é velho, claro que ia se acidentar! – Molly, de 14 anos, disse com os olhos preocupados.

       - Não tem velho nenhum aqui! – Harry falou enquanto se levantava, ainda com dor de cabeça e percebendo que segurava o pomo entre os dedos – Ahá! O velho aqui venceu!

       - Você não disse que não tinha nenhum velho a dois segundos atrás? – Louis perguntou confuso.

       - Que seja. Eu venci essa droga... Como recompensa agora todo mundo vai dormir.

      - Hum... Tio Harry?!

       -Que foi?

       - NÃO!

       -Que?! Mas eu venci...!!!!

       -E daí?! É cada uma que ma aparece!

-Não, minha gente, agora é sério. Todo mundo DORMIR!

-São cinco da tarde.

-Não quero saber!

Teddy e Victoire se entreolharam, rindo internamente do desespero de Harry.

-Mas vocês vão mesmo obedecer ele?! Que coisa de bebê! – Disse Teddy com o mais irônico dos sorrisos

-É , tipo assim, total coisa de criançinha!

Os lábios de Harry fizeram um ameaçador “Teddy e Victoire” sem emitir som algum, o que só aumentou o sorriso dos adolescentes.

-Eu tava pensando aqui... – Falou Fred

-Você pensa Fred? Desde quando? – Disse Teddy

-Eu quero dar uma festa de arromba hoje à noite. Quem tá afim?!