O Passado de Um Uchiha escrita por lekation


Capítulo 8
Capítulo 8 - O reencontro com o passado


Notas iniciais do capítulo

Neste capítulo, há menção sobre o time sete e o que está acontecendo com eles.

Será que Sasuke já esqueceu de Akemi? O passado ainda o atormenta?



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'Aqui, em todas as letras, dedico todo o meu amor ao herdeiro Uchiha...'

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[Em Konoha...]

O grande Hokage havia chamado a equipe 7, com o jounin Hatake Kakashi, para uma missão muito importante em uma vila na fronteira entre Konoha e o País do Trovão. Aparentemente, um artefato do templo dos sacerdotes, em um vale da aldeia da nuvem, tinha sido roubado por um grupo de ninjas desconhecidos. As forças especiais shinobis de tal país já estavam se encarregando pela recuperação do artefato, porém, haviam outros problemas que o governo deveria cuidar, como por exemplo, o torneio ninja que seria celebrado dentro de poquíssimo tempo. Sendo assim, o Hokage do País do Trovão solicitou a ajuda de Konoha para proteger o templo dos sacerdotes para que nenhum outro item fosse roubado novamente.

Kakashi aceitou sua missão e comunicou aos seus pupilos que teriam que partir o quanto antes para solucionar logo esse problema. É evidente que Naruto, quem estava cansado de perseguir gatos e auxiliar na colheita de lixos nos riachos de Konoha, explodiu de alegria quando soube sobre uma missão com um pouco mais de ação.

Sem perder mais tempo, o time sete partiu rumo ao vale dos Sacerdotes, onde o templo estava localizado. Naruto, Sasuke, Sakura e Kakashi, finalmente, estavam em direção à ação e aventura.

Durante a viagem ao país do Trovão, o time sete foi surpreendido, diversas vezes, por ninjas desconhecidos da aldeia da Grama. Sasuke se destacou dos demais e demonstrou que era digno da fama de ser um Uchiha.

Kakashi, por sua vez, se impresssionava cada vez mais com o progresso de Sasuke e em contrapartida, isso deixava Naruto muito irritado e enciumado. E como todos sabem, Naruto e Sasuke vivem em pé de guerra, sempre discutindo e brigando em virtude de seus espíritos competitivos.

A última luta que tiveram, Sasuke conseguira derrotar um ninja de um nível muito mais elevado que o seu, deixando Naruto tão furioso que acabou, como sempre, em uma irritante discussão.

No exato momento em que os dois começaram a se atracar, Kakashi interveio entre os dois para separá-los. Novamente, o sensei voltou a dizer sobre o trabalho em equipe, mas viu que não havia jeito de colocar isso na cabeça de nenhum deles. Sendo assim, Kakashi ordenou que ambos fossem para suas respectivas barracas e dormissem, visto que teriam que acordar cedo para retomar a caminhada rumo ao vale dos Sacerdotes.

Naruto e Sasuke permaneceram aborrecidos até o momento de dormir.

Sasuke, por sua vez, ao contrário de Naruto que já estava no vigésimo sono, ficou acordado, pensando na sua infância, relembrando o trágico momento que encontrou seus pais mortos por Itachi. Seu passado estava com uma mancha que não poderia ser retirada ou superada, mas ele também tinha boas recordações da época em que nada disso tinha acontecido. Porém, o garoto Uchiha parecia se enfurecer ainda mais quando pensava no seu irmão e o quanto ele o enganara se fazendo de "bonzinho".

Ele se sentia como um tolo, um completo idiota e principalmente um fraco comparado ao irmão. O sentimento de inferioridade aumentava o ódio que sentia por Itachi cada vez que a imagem do mesmo vinha na mente do garoto.

Enquanto o sono não tentava dominá-lo, Sasuke se levantou e saiu de sua barraca para dar uma volta, com esperança de que o cansaço físico chamasse o sono para fazê-lo adormecer.

Kakashi o advertiu que não era para sair do acampamento, mas Sasuke não deu ouvidos e continuou se distanciando do local, seguindo em direção ao centro da floresta.

O jounin do time sete não se preocupava com Sasuke, pois sabia que ele era um genin extremamente forte e já não duvidava que o sobrevivente do clã Uchiha sabia se cuidar sozinho, tendo em vista a última luta que ele vencera sem muitas dificuldades. Sendo assim, Kakashi deixou que o garoto fosse fazer sua caminhada.

Ao mesmo tempo em que um passado pode trazer lembranças ruins, aquelas que tanto queremos esquecer e apagar da nossa memória, também há lembranças boas e felizes. Sasuke parou de caminhar e baixou os olhos para o chão, se lembrando da única pessoa que realmente trouxe momentos felizes para sua vida, mesmo que na época ele não tivesse noção sobre isso.

[Flashback de Sasuke: Era o seu aniversário de sete anos. Todos os membros do clã Uchiha prepararam uma grande festa e lhe deram muitos presentes. Porém, quando recebeu o presente de seus tios, ficou muito empolgado quando viu que era uma caixa cheia de shurikens. Sasuke pulava de alegria e mostrava para todos o que tinha ganhado, mas sua alegria acabou quando sua mãe disse que Akemi tinha outro presente para ele]

A lembrança de sua prima Akemi, com o rosto completamente ruborizado, dando-lhe um pequeno passarinho amarelo, dentro em uma gaiola, com um lacinho vermelho na pata esquerda, trouxe à mente de Sasuke a dúvida se o que ele sentia quando pensava naquela garota era o sentimento de saudade.

A dúvida intrigava tanto o garoto que mesmo que vasculhasse na memória, ele não encontrava uma resposta esclarecedora.

Ainda se lembrando de seu aniversário, Sasuke esboçou um meio sorriso nos lábios quando se lembrou da cena em que sua mãe dissera a ele para agradecer o presente de sua prima, e mesmo que ele dissera a 'palavra mágica', toda a sua família, até mesmo Itachi, o incentivou/ pressionou a dar um beijo na bochecha de Akemi. Quando ele o fez, Akemi explodiu de felicidade e emoção, abraçando o seu querido 'nii-san'.

Sasuke não sabia se Akemi estava viva ou morta, pois ela tinha abandonado a vila antes do massacre do seu clã. Porém, ele tinha um mau pressentimento sobre isso. Ele acreditava que Itachi a perseguiu e a matou, como fez com todo o resto da família Uchiha. E mais uma vez, suas lembranças alimentaram a sua sede de vingança.

Sasuke ergueu a cabeça e continuou caminhando floresta a dentro, lembrando-se das batalhas divertidas que tivera com Akemi e o quanto ela se esforçava para surpreendê-lo. Ele também se lembrou do último momento em que a viu e sobre a shuriken que ela lhe entregou como um presente. Naquele instante, Sasuke tirou do bolso de trás da bermuda a shuriken que ganhara de Akemi e olhou fixamente para o objeto como se buscasse alguma resposta ou alguma pista.

A voz de Itachi, na sua cabeça, dizendo o que estava escrito na shuriken, despertara algumas dúvidas de Sasuke e, de certa forma, fizeram com que ele se conformasse com a impiedade de seu irmão e que este matara Akemi. Logo, as suas esperanças que alimentava sobre a possibilidade de Akemi estar perdida e sozinha, porém viva, em algum lugar do mundo, foram quebradas como um cristal arremessado contra a parede.

Sasuke deixou de acreditar nisso, pois não conseguia imaginar a ínfima chance de Itachi poupar a vida de mais alguém se não seu irmão mais novo. O genin do time sete sentia remorso pela falta de carinho que demonstrava pela prima e fantasiava, em sua mente, como poderia ter sido diferente se fosse um pouco mais apegado com Akemi, mas acabou concluindo que teria sido bem pior e o seu sofrimento pela perda seria muito maior.

Entretanto, Sasuke não conseguia compreender o porquê do aperto que sentia no peito quando a imagem de sua prima vinha na cabeça, ou o porquê que nenhuma das kunoichi de Konoha, da academia que se formara, de todas elas, eram capazes de lhe interessar enquanto sua prima produzira efeitos nele que jamais sentira.

Sasuke se sentia perdido e confuso, mas sabia que não tinha tempo para se preocupar com o lado sentimental se queria a vingança de Itachi. Era preciso estabelecer o foco: restabelecer o seu clã e matar Itachi pelo massacre contra os Uchiha.

Determinado a alimentar seu ódio pelo irmão, Sasuke atirou a shuriken que segurava nas mãos contra uma árvore, deixando-a presa no tronco. Logo em seguida, ele tirou do bolso uma fita vermelha e a amarrou no orifício da shuriken.

Ele olhou para a arma shinobi como se olhasse para um caixão, fechou os olhos por um instante e baixou a cabeça.

O silêncio tomou conta do local, sendo possível escutar apenas o farfalhar das folhas nas copas das árvores ao redor de Sasuke que ainda permanecia imóvel frente ao tronco da árvore atingida pela shuriken.

[Sasuke] – Eu juro. Eu juro, Akemi. Aonde quer que você esteja...eu juro.

Após dizer essas poucas palavras, Sasuke deu meia-volta e retornou o caminho, em direção ao acampamento do seu time.

No momento em que Sasuke adentrou um pouco mais da floresta, ele percebeu a presença de alguém bem próximo e que se tratava de um possível ataque surpresa.

Sasuke parou com a caminhada e, rapidamente, guarneceu suas mãos com kunais e shurikens, atentando-se a todos os cantos do seu campo de visão. Ele sentia que o vulto estava se movimentando na sua retaguarda, porém presumiu que a melhor opção era permanecer quieto e imóvel, vez que se contra-atacasse, poderia ser muito arriscado uma vez que não possui conhecimento da força e da habilidade do oponente.

De repente, Sasuke notou que na direção sudeste um corpo se movimentara e por instinto e reflexo, saltou para o alto de uma árvore mais próxima e procurou se esconder, conforme os ensinamentos da academia: em situações de perigo, o verdadeiro shinobi não baixa a guarda e procura um esconderijo adequado para se proteger do inimigo. O bom shinobi sempre se esconde muito bem.

Sasuke era um dos primeiros da turma. Portanto, para ele, um simples movimento para se esconder era muito fácil e simples.

O vulto tomou velocidade e sumiu do campo de visão do Uchiha, deixando este completamente atordoado e preocupado com sua defesa. Sasuke percebeu que a velocidade do sujeito era muito maior que a sua e que a melhor solução era esperar pelo primeiro movimento dele.

Na espreita de qualquer ação ou barulho, Sasuke se esgueirou pelo galho da árvore e olhou ao redor para tentar encontrar o dono daquele vulto que o perseguia, mas não conseguiu ver ninguém.

Após alguns minutos, sem quaisquer indícios da presença de outra pessoa, Sasuke concluiu que a pessoa deveria ter ido embora e desistido da luta contra ele. Sendo assim, ele desceu da árvore rapidamente e pousou no chão com abrupto.

Sasuke já estava guardando suas armas no bolso de trás, quando o vulto fez um movimento célere na sua retaguarda, deixando-o assustado, e em poucos segundos, parou diante de Sasuke, revelando a sua identidade.

O vulto era de um shinobi mascarado, de cabelos grisalhos e um porte físico robusto e viril. Era Kaid, sensei de Akemi.

[Kaid] – Sasuke Uchiha?

[Sasuke] – Quem é você? – disse ele, empunhando duas kunais e levantando a guarda contra o shinobi que desconhecia.

[Kaid] – Meu nome não importa. A única coisa que deve saber é que não estou aqui para uma luta e sim, para conversar com você, Sasuke Uchiha.

[Sasuke] – Conversar? Eu nem te conheço. Diga logo porque está me seguindo! O que quer comigo?

[Kaid] – Eu já respondi, garoto. Eu estou aqui para conversar com você. Como adversário, você não me interessa e se não notou, estou com uma máscara da ANBU.

[Sasuke] – Acha que sou idiota? Você não é um shinobi da ANBU. As suas habilidades e a sua velocidade não são de alguém que faz parte de uma organização tão simples.

[Kaid] – Muito esperto. Porém, o seu irmão não era membro da ANBU?

[Sasuke] – O quê?

[Kaid] – Itachi tinha incríveis habilidades e era membro da ANBU.

[Sasuke] – Isso não interessa. Eu quero que me diga o que quer.

[Kaid] – É, você é genioso como eu imaginava. Pelo visto, se eu não começar logo a conversa, não iremos a lugar nenhum.

[Sasuke] – Você está falando do que?

[Kaid] – Sasuke, você se recorda de uma garota de cabelos azuis escuros, olhos cor de âmbar e que vestia um kimono com o símbolo do clã Uchiha nas costas?

As características citadas pelo shinobi foram recebidas por Sasuke como se fossem balas de chumbo. O genin se espantou como aquele homem desconhecido sabia sobre sua prima e pior, aquela conversa aparentava suspeita demais para ele. Sasuke começava a se perguntar se responder ao que ele disse poderia trazer algum prejuízo. Sendo assim, ele se calou e manteve o olhar fixo no shinobi.

[Kaid] – Foi o que eu imaginei. Você acha que a sua prima Akemi ainda está viva?

[Sasuke] – Eu acho melhor você dobrar a sua língua para falar da minha família.

[Kaid] – Ora, eu só estou aqui para te comunicar uma coisa.

[Sasuke] – Então, diga logo! Não quero ficar perdendo tempo com um cara que não fala coisa com coisa!

[Kaid] – Ela está morta, Sasuke. Eu lamento.

[Sasuke] – O quê?

As incertezas de Sasuke já não existiam mais. Naquele momento, a afirmação do shinobi comprimiu o coração do garoto e este o sentiu espremido dentro do peito, como se aquilo fosse o sufocar até que ele desfalecesse.

Sasuke, por breve milésimos de segundos, ainda tinha um feixe de esperança que sua prima estivesse viva, porém, aquela conversa acabara com tal ilusão.

[Kaid] – Sim. Você se lembra do dia em que ela deixou Konoha e se despediu de você, dizendo que tinha que ir embora da vila, Sasuke?

[Sasuke] – Ela não me disse nada. Eu não lembro!

[Kaid] – Chega de mentiras, Uchiha! O que eu tenho para falar é sério e você tem que ouvir com muita atenção.

[Sasuke] - ...

[Kaid] – Akemi foi obrigada a se retirar da vila por ordem do Hokage.

[Sasuke] – Ordem do Hokage?

[Kaid] – Isso mesmo. Eu não sei qual a justificativa para isso, mas é essa a explicação para que a sua prima tenha abandonado sua casa e o clã.

[Sasuke] – Então, você é aquele shinobi mascarado que estava com ela?

[Kaid] – Sim. Era o meu dever avisá-la sobre a ordem.

[Sasuke] – E depois? O que aconteceu?

[Kaid] – O Hokage me ordenou que eu a guiasse até um internato nas fronteiras da vila da nuvem, mas no caminho, o seu irmão, Itachi, apareceu e a matou.

[Sasuke] – Ele encontrou vocês e matou só a Akemi?

[Kaid] – Na verdade, ele me atacou com um genjutsu que me impossibilitou de proteger sua prima. Logo após, eu acordei em um hospital do país do Trovão e recebi a notícia de que ela estava morta. Eu tive que ir ao necrotério para reconhecer o corpo dela e, embora não seja perito neste assunto, pelos sinais e marcas, eu creio que Itachi a torturou até a morte.

A notícia se tornava cada vez pior. Sasuke estava cego de ódio por Itachi. Cada gota de seu sangue borbulhava por vingança.

Kaid não se sentia confortável por contar tamanha mentira ao garoto e ter que assisti-lo se empanturrar de ódio por algo que não existe, mas tinha que ir até o fim com a história para atingir o seu objetivo final.

Sasuke, por sua vez, se esforçava por demasiado para não derrubar nenhuma lágrima a mais por causa do massacre do seu clã, porém, as imagens daquele dia fatídico não saíam de sua cabeça.

[Sasuke] – AHHH! Chega! Vai embora daqui! Suma! Eu não quero ouvir mais nada! Sai daqui!

O garoto levou ambas as mãos nas têmporas, entrelaçou seus dedos entre os cabelos e ajoelhou-se no chão, se sentindo completamente derrotado pelo sentimento da perda e do ódio. A sensação de impotência perante a morte de sua família fazia com que Sasuke odiasse a si mesmo. Sasuke não agüentava mais suportar aquele fardo e ter que conviver com as cicatrizes de seu passado.

Tudo era uma agonia.

Kaid se sentiu satisfeito com o resultado do plano que havia bolado. Sendo assim, ele atendeu ao que Sasuke mandara e desapareceu em um jutsu de teleporte, deixando um genin atordoado e agonizando com a notícia de uma suposta morte de Akemi.


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Notas finais do capítulo

Olá leitores!

Estou com problemas no word. ¬¬

Por isso, o capítulo anterior saiu bem menor do que deveria, mas tudo bem! Este aqui é a continuação...



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