O Passado de Um Uchiha escrita por lekation


Capítulo 7
Capítulo 7 - O verdadeiro kekkei genkai


Notas iniciais do capítulo

Essa é a continuação da história e espero que gostem muito desse capítulo porque ele me deu muito trabalho! Desta vez, coloquei um pouco da minha criatividade e mudei a minha história original para dar um 'quê' fictício.

Divirtam-se!

'Aqui, em todas as letras, dedico todo o meu amor ao herdeiro Uchiha...'



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Kaid estava furioso com sua pupila, mas conseguia compreender porque ela era tão malcriada com ele. Realmente, ele não a tratou como alguém da família e nunca se preocupou com o que isso iria causar como efeito colateral. Entretanto, ele deveria seguir as ordens que o líder do clã Matsuyama havia lhe dito.

[Rapidíssimo Flashback: Kaid vai ao encontro de Enji e diz que irá haver um ataque contra o clã. Enji diz que já desconfiava que isso aconteceria e que sabia que o responsável para o estopim daquela batalha era culpa de Kaid, visto que ele denunciara ao Hokage do País do Trovão que o clã Matsuyama estava crescendo e se tornando mais forte. Kaid diz que se arrepende por ser um delator e se compromete a fazer qualquer coisa para recompensar o que fizera. Então, o líder do clã, Enji, diz a Kaid para cuidar de sua neta, Akemi, para que ela se vingue do País do Trovão e consiga controlar o kekke genkai da família: o espírito do dragão alado Inazuma. Kaid contesta e diz que Enji é poderoso e irá sobreviver, mas o shinobi diz que sabe qual é o destino de sua vida e de sua família e lamenta que não irá ver sua neta crescer. Enji ordena que Kaid a coloque no caminho certo, o mesmo que Shizuo Matsuyama seguiu para se tornar o grande shinobi que foi, e se preciso, tirá-la da felicidade e dos braços da família Uchiha, caso houvesse algum perigo ou fato que pudesse influenciá-la a tomar outro rumo. Kaid é instruído a vigiar Akemi até que ela esteja pronta para os treinamentos que Enji aplicava nos novatos da família, e também explicou aonde guardavam todos os pergaminhos que ensinam os jutsus secretos de Shizuo, o único que fora capaz de controlar os poderes de Inazuma por completo. Apesar de não ter conseguido torna-lo parte de sua alma, como deveria ser.]

O shinobi abaixou a cabeça e olhou para Akemi que estava absorta em devaneios e pensamentos. Ele reconhecia que era um grande fardo para uma pobre menina, suportar uma história tão trágica e ter que aceitar, sem qualquer outra opção, a sina de sua família.

[Kaid] – Concentre-se.

[Akemi] – Huh?

[Kaid] – Você quer falar com o espírito do dragão, não é? Então. Concentre-se e tente chamá-lo através do pensamento.

[Akemi] – Eu só consegui fazer isso uma vez, e acidentalmente. Eu não sei se consigo novamente. Talvez, ele não apareça.

[Kaid] – Como poderia? Ele está dentro de você!

[Akemi] - ...

[Kaid] – Faça o que bem entender. Eu preciso retomar o que estava fazendo. – ele retirou um anel do bolso de sua calça e o entregou à menina. – Isso era do seu avô. De qualquer forma, isto pertence a você e ele me pediu para que eu lhe entregasse quando for a hora de me despedir de você.

Akemi pegou o anel e ficou olhando para o objeto fixamente. Se fosse possível expelir fumaça porque sua mente está a mil por hora, com muitos problemas em pensamentos e muitas dúvidas, a cabeça de Akemi já teria entrado em erupção.

Ela desconfiava muito de Kaid e não gostava nada do que ele era. Não sabia se poderia confiar em alguém que estava envolvido em um plano de extermínio e muito menos em um espírito de um assassino.

[Kaid] – Eu não cumpri com o que prometi ao Enji, mas não sou obrigado a aturar sua insolência, apesar de ter culpa na personalidade que você adquiriu nesses últimos anos. No entanto, você sempre foi madura e capaz para tomar suas decisões. E agora, isso é um fato irrefutável. Sendo assim, concordarei com você: não tenho mais serventia. Meu trabalho acabou, já que você se tornou uma grande ninja.

O shinobi deu as costas à Akemi e pegou o jounin pelos braços, carregando-o como se fosse um saco de batatas. A jovem ouviu tudo aquilo, silente e sem fazer qualquer movimento ou ruído. Logo que o shinobi se virou para pegar o corpo de seu adversário, Akemi levou uma das mãos até a sua face, afastando sua franja dos olhos [Nota da autora: a franja dela é igual a do Sasuke, da saga clássica, ainda quando eram genins, ok?], para encarar o seu sensei.

[Akemi] – Kaid.

[Kaid] – Huh?

[Akemi] – Desista da missão. Não vá pegar aquela chave. Pare de se aliar àquele shinobi!

[Kaid] – A partir de agora, essa missão é sua. Porém, o que farei ou não já não lhe diz respeito.

[Akemi] – Ótimo. Então, te vejo na outra vida.

[Kaid] – Eu não sou simplório, Akemi. Eu sei que o Uchiha a encontrou.

A kunoichi arregalou os olhos e demonstrou certo espanto com a revelação de Kaid.

[Akemi] – O que?

[Kaid] – Eu fui espião durante a minha vida inteira. Acha que escutar uma conversa atrás da porta é tão complicado para um ninja do meu nível?

[Akemi] – Você está blefando.

[Kaid] – Itachi sabia que eu estava escutando e ele queria que eu soubesse da conversa de vocês. Ele não é burro, Akemi.

Sensei e aluna se encararam e estudaram um ao outro, fazendo com que um silêncio predominasse naquela parte da floresta da aldeia da Nuvem.

Akemi se sentia ainda mais confusa, receosa em cair em outra mentira e isso a fazia duvidar ainda mais do que antes, pois já estava em uma teia de farsas e histórias mal contadas.

[Akemi] – Admita, você fez outra coisa para descobrir isso! Itachi não é burro e jamais deixaria que você ouvisse tudo!

[Kaid] – Você ainda é muito ingênua, Akemi. Realmente, você ainda tem que caminhar um longo percurso nas sombras para adquirir um pouco mais de malícia e cumprir com o seu dever. Você ainda não conseguiu se livrar daquela criança apaixonada pelo Uchiha mais novo!

[Akemi] – Fecha essa boca ou eu mesma faço com que nenhuma palavra saia dela para o resto da eternidade!

Provocação e acordar pensamentos do passado. Duas situações que enfureciam a jovem Matsuyama.

A garota detestava quando Kaid mencionava o nome do Sasuke. E por conta disso, não hesitou e adiantou-se para atacar o seu sensei, realizando as posições de mãos, os selos, para conjurar um dos seus jutsus mais potentes. No entanto, sentiu novamente uma pontada de dor aguda na cabeça que interrompeu sua concentração, necessária para executar aquele ninjutsu.

[Kaid] – Você nunca aprende.

[Akemi] – Cala essa boca! Você fez alguma coisa comigo.

[Kaid] – Ora. Até pouco tempo, eu era tão inútil, mas agora sou tão habilidoso e ardiloso que me faz capaz de te boicotar? Hahahaha.

De repente, o Sol radiante foi coberto por um manto cinza, dezenas de nuvens cinzentas aglomeradas no céu, disparando trovões, um seguido de outro. Kaid suspeitou que a mudança climática estava relacionada com a ira de Akemi, pois já havia percebido essa ligação entre o humor e o clima desde a primeira vez que aquilo aconteceu. Kaid se lembrara do treino em que Akemi se enfureceu ao ser comparada a Sasuke, e como aquela provocação foi útil para liberar o chakra da menina.

[Kaid] – Você vai acabar entrando em coma se não poupar o seu chakra. Lembre-se do que eu sempre lhe disse: poder nunca significou força. Você pode ser poderosa, mas ainda não é forte o bastante para resistir a tanta carga. Ainda é uma criança!

Cada letra e cada frase que o shinobi dizia aumentavam a cólera de Akemi. O céu estava tão escuro que parecia que a noite já tinha caído. Os trovões chacoalhavam a terra e o som que era emanado por eles era ensurdecedor.

[Akemi] – Itachi tem razão. Você é só um palhaço que eu preciso tirar do meu caminho!

[Kaid] – Acha mesmo que agir como o Itachi, sendo fria e assassina irá tornar tudo mais fácil?

[Akemi] – Não. Eu acho apenas que a sua vida é desnecessária.

[Kaid] – É engraçado como você prefere acreditar no assassino do clã Uchiha e a quem fez tanto mal a quem você amava, do que alguém que ajudou você a vida inteira!

[Akemi] – É como você sempre disse: ás vezes a vida nos impõe decisões difíceis.

[Kaid] – Poupe o seu chakra, ou irá entrar em coma. Estou avisando, Akemi.

[Akemi] – Você está com medo tanto de morrer para continuar com mentiras?

[Kaid] – Não é mentira! Seu corpo ainda não está preparado para o taijutsu que eu ensinei. Pense, sua idiota, só a Tsunade, uma sannin, conseguiu dominar por completo essa técnica. Você, uma criança, que ainda falta obter resistência física, acha que pode suportar os efeitos colaterais?

Por mais que ele avisasse, Akemi não recuou. Novamente, ela refez as posições de mãos para executar o jutsu que havia criado sozinha: Hankei-Ken no Watsuru (A Valsa da Espada de Raios).

[Kaid] – Akemi! Pare com isso! Itachi pretende que você cometa suicídio fazendo isso! Ele sabe que o seu corpo não resistirá!

No interior de sua mente, Akemi escutou uma voz, além a de Kaid que ecoava por seus ouvidos, que lhe pareceu familiar:

"Minha criança, recue. Interrompa esse jutsu ou suas veias de chakra irão eclodir."

A voz petrificou as mãos de Akemi, interrompendo o jutsu, por mais que ela se esforçasse para continuar. Algo estava controlando seu corpo para que ela recuasse o ataque.

[Kaid] – É ele... – sussurrou para si mesmo, observando a garota paralisada e expressando facialmente uma emoção que ele não conseguia distinguir: era fúria ou uma confusão?

[Akemi] Solta o meu corpo!

[Kaid] – Eu não estou fazendo nada. É ele!

[Akemi] – Droga, solta meu corpo, seu espírito assassino!

"Irei soltar assim que disser ao Kaid que ele pode ir embora."

[Akemi] – Droga...não consigo me mexer!

"Diga..."

[Akemi] – Sai daqui, Kaid! Vai embora!

O shinobi olhou atentamente para a garota, que tentava insistentemente se movimentar de qualquer jeito, mas deduziu que era a melhor coisa a se fazer. Então, com um rápido movimento, ele saltou e desapareceu de vista com o corpo do jounin - que Akemi havia derrotado – no ombro esquerdo.

[Akemi] – Pronto. Ele já foi! Agora me solta!

Inazuma apareceu em uma projeção astral, mostrando-se em uma resolução deveras reduzida de seu tamanho real, para conversar com a herdeira de seus poderes.

[Inazuma] – Sua alma está tão sombria que não consigo me conectar a ela e obter contato com você. Tive que tomar posse de seu corpo para conseguir falar com você e aparecer nessa forma de ilusão para que eu possa lhe dizer algumas coisas.

[Akemi] – Tomara que isso não tenha sido uma crítica, porque foi você que pediu tudo isso.

[Inazuma] – Eu não pedi que você se tornasse quem é agora: grosseira, rude, infeliz, desprezível, insolente e impiedosa. Eu pedi que você esquecesse o seu passado, matasse todos os sentimentos advindos dele e se concentrasse nos treinamentos de Kaid.

[Akemi] – Bem, se eu sou assim foi porque meus treinamentos não foram lá um conto-de-fadas, sabe?

[Inazuma] – Espero que isso não seja uma crítica, porque você não precisava se tornar o que é devido aos treinamentos, embora eles fossem cruéis e difíceis. Porém, eles a tornaram forte o bastante para resistir ao Tsukuyomi do Uchiha, não é? Não fique exultante por isso. Na verdade, saiba que ele não usou toda a potência, pois do contrário, teria sido bem pior.

[Akemi] – Me diga, por que devo acreditar no assassino do meu clã? Aliás, nunca parei para pensar sobre isso e não tive a malícia de perguntar, pois era uma criança na época em que você apareceu pela primeira vez.

[Inazuma] – Eu disse que você não precisava e nem era obrigada a confiar em mim, mas que sabia no fundo do seu coração, você sentia que tudo o que eu disse era a mais pura verdade.

[Akemi] – Isso não responde a minha pergunta.

O espírito do dragão crispou os olhos e encarou a menina com certa incredulidade. Inazuma não acreditava que a menina se tornara tão diferente do que era.

[Inazuma] – Muito bem. Você pode buscar na sua memória o momento em que eu conjurei a tempestade, e ver que eu só fiz aquilo porque você foi entregue a família Uchiha.

[Akemi] – Sim, e daí?

[Inazuma] – Seu pai foi um covarde e te entregou para um destino amaldiçoado! Ele merecia uma punição!

[Akemi] – Ah, e por isso decidiu que matar todo o meu clã era a melhor solução?

[Inazuma] – Eu confesso, minha criança, que posso parecer um assassino, mas tudo que fiz até agora, foi para te proteger.

[Akemi] – De quê? Eu quero as respostas e quero agora, pois do contrário, abortarei a missão neste instante. Se você vai me matar ou procurar outro corpo, não me interessa. Já não me importo mais. Você e Kaid acabaram com minha vida!

[Inazuma] – Se é o que quer, então, prepare-se para as conseqüências e depois não venha me julgar ou reclamar da verdade!

[Akemi] – Tudo bem. Vamos, diga!

[Inazuma] – Muito antes de você nascer, há muitos anos atrás, a primeira da linhagem do clã Matsuyama, a kunoichi Sumire, fez uma coisa acontecer que eu pensei que não era possível.

Houve uma pausa na conversa e Akemi sentiu uma dúvida se aquele monstro que ela via em uma projeção astral, poderia ter sentimentos.

[Inazuma] – Eu me apaixonei por ela. Pensei que jamais poderia sentir isso e principalmente por um ser humano.

[Akemi] – E daí?

[Inazuma] – Ela teve um filho com membro do clã Uchiha. Este filho foi o Shizuo.

[Akemi] – Espera aí, então minha família tem o sangue Uchiha?

[Inazuma] – Na verdade, não. O pai de Shizuo não era efetivamente da família, mas era casado com uma mulher que de fato, tinha o sangue do clã. Ele era apenas um membro. Um estranho. Não era da família Uchiha.

[Akemi] – Hm, mas se ele era casado, por que se envolveu com a minha mãe?

[Inazuma] – Ele era um homem sem caráter. Ele foi responsável pelo sofrimento de sua ancestral. E até quando soube que ela estava grávida, tentou mata-la junto com a criança.

[Akemi] – E por que?

[Inazuma] – Para que ninguém descobrisse que ele traíra a esposa. Porém, a mãe de Shizuo era uma kunoichi incrível, uma mulher de fibra, que defendeu a vida do filho até o momento de sua morte.

[Akemi] – E quem a matou?

[Inazuma] – Não me lembro o nome. O que importa, Akemi, é que o destino sempre fez com que sua família devesse se afastar do clã Uchiha. E eu, quando vi que estava sendo entregue a eles, me enfureci e exterminei todos pela desonra a memória de Sumire.

[Akemi] – Mas não é só isso...você tem outro motivo!

[Inazuma] – Kaid a subestima. Você é muito mais inteligente do que ele pode presumir. Sim, há outro motivo.

[Akemi] – E qual é?

[Inazuma] – O meu mestre me advertiu sobre o futuro massacre do Clã Uchiha e o que aconteceria se sua família vencesse a batalha contra a ANBU. Se sua família sobrevivesse, provavelmente, haveria outros ninjas para matá-los e haveria mais derramamento de sangue e guerra. Por isso, eu decidi cuidar disso de uma forma menos dolorosa. Eu só não tinha coragem, mas quando percebi que seu pai tinha entregado você ao Uchiha Fugaku, percebi que se eu não interviesse, todo o meu sacrifício não valeria de nada.

[Akemi] – Ok, deixa eu ver se entendi: você matou todo o meu clã para impedir uma guerra certa entre os países, pois se minha família demonstrasse toda a sua força seria uma ameaça a todos. E consequentemente, meu clã seria exterminado de qualquer maneira, mas você decidiu fazer por sua conta?

[Inazuma] – É uma versão parcialmente correta. Eu sabia que você era a minha herdeira assim como Enji, e todos do clã fizeram com que você pudesse sobreviver para passar adiante a tradição Matsuyama, provando ao mundo que não eram assassinos.

[Akemi] – Dessa vez, eu não entendi.

[Inazuma] – Sua missão, Akemi, é restaurar a honra de sua família e provar ao mundo que o clã Matsuyama morreu injustamente. Você deve reformar a idéia do mundo inteiro sobre sua família, que, hoje, todos pensam ser a escória dos ninjas. Isso é porque o País do Trovão quis vingança do seu clã.

[Akemi] – Então...é isso. Vingança.

[Inazuma] – Não, minha criança. O objetivo de tirá-la dos Uchiha e pedir que fizesse tudo o que lhe falei na primeira vez, era para que você caminhasse no rumo certo. Se você permanecesse em Konoha, Itachi, provavelmente, a mataria e seria o fim. Todo o sacrifício da sua família para que você vivesse seria em vão.

[Akemi] – E isso tudo é importante para você por causa da Sumire?

[Inazuma] – Essa é uma das razões. Na verdade, eu tenho que mantê-la viva porque ainda você não completou uma missão que o meu mestre previu que realizaria...

[Akemi] – Seu mestre? Quem é ele?

[Inazuma] – Sim, o meu mestre é um dos Deuses que vocês, seres humanos mortais, desacreditam de suas existências.

[Akemi] – Espera aí, você disse "deuses"? Então são mais de um?

[Inazuma] – Sim. Eu tenho contato somente com o meu mestre e mais nenhum outro.

[Akemi] – Bem, e o seu mestre quer que eu viva?

[Inazuma] – Você ainda não compreendeu nada do que eu falei?

[Akemi] – Eu entendi! Eu preciso ficar forte e poderosa para me vingar do País do Trovão, restaurando o nome da minha família e fazer com que todo o mundo volte a respeitar o clã Matsuyama e blábláblá!

[Inazuma] – Talvez, o meu mestre tivesse razão quando me disse para não contar a você antes do momento certo. Akemi, você ainda não entende a gravidade do problema. Shizuo Matsuyama, o seu tetra-avô, morreu junto ao filho mais velho para tentar repassar os meus poderes adiante, como herança, um kekkei genkai, para que o clã continuasse com o respeito que todos tinham por eles. Shizuo queria um futuro glorioso para o seu clã e visava torná-lo em um exército invencível.

[Akemi] – Os poderes advindos de você não são um kekkei genkai!

[Inazuma] – Exatamente. Porém, há um meio de que isso aconteça...

[Akemi] – Como?

[Inazuma] – Somente o ninja forte suficiente, inteligente e habilidoso para ter controle total do chakra, poderá absorver o meu espírito e unir nossas almas para que tornemos um mesmo ser.

[Akemi] – Agora eu estou me lembrando! Você mencionou sobre isso quando apareceu pela primeira vez, mas não entrou em detalhes sobre isso. E...hey! Se você precisa de um corpo para manifestar os seus poderes, então você é só um espírito?

[Inazuma] – Eu sacrifiquei o meu verdadeiro corpo e me transformei em energia para entrar no corpo de Shizuo, pois quando Sumire morreu e o deixou desamparado, decidi que era o meu dever cuidar dele. Afinal, eu assumo minha culpa na morte de sua ancestral.

[Akemi] – Por que se culpa? Acha que deveria ter interferido no destino dela?

[Inazuma] – Não, mas ela morreu porque o meu mestre queria me castigar pelo o que eu já fizera no passado. A dor da perda de quem ama é o pior castigo.

O espírito do dragão tinha completa razão. As doces lembranças sobre a sua infância, enquanto ainda morava na vila Konoha, junto à família Uchiha, a companhia de Sasuke, e o carinho infinito que sua mãe adotiva proporcionara jamais sairiam da memória de Akemi, por mais que um ser supremo a ordenasse que o fizesse. Todavia, aquelas lembranças a faziam sentir dor e muito sofrimento, uma reação sufocante que nunca imaginou que pudesse sentir algum dia.

Inazuma, por estar dentro do corpo de Akemi, sabia o que ela sentia, pensava, falava e queria. Naquele instante, ele percebeu que o seu mestre tinha razão. Inazuma e Akemi eram muito parecidos e de fato, ela seria a herdeira de seu espírito. O dragão também pode sentir a vibração da alma da garota, verificando que ela ainda sofria por causa do seu passado.

[Inazuma] – Minha criança, eu concordo que não é justo que alguém tão jovem carregue um fardo tão pesado como o que fora colocado em suas costas, porém, eu não tenho escolha.

[Akemi] – O que aconteceu com o meu clã...só por minha causa, também não é justo.

[Inazuma] – De certa forma.

[Akemi] – Eu acho que compreendi, agora.

[Inazuma] – Akemi, eu posso alertá-la que ainda virão muitas tempestades na sua vida e que você terá que enfrentar com muita bravura.

[Akemi] – Como assim?

[Inazuma] – Eu não sei dizer o que irá acontecer, pois somente o meu mestre é capaz de prever o futuro.

[Akemi] – Então, só ele sabe se eu irei fracassar ou não?

[Inazuma] – Não. O Deus do Céu compreendeu o que eu fizera com Shizuo e me ajudou a encontrar alguém ao nível compatível para manipular meus poderes, pois percebeu que era um modo de expiar os meus erros do passado.

[Akemi] – Calma aí, mas o Shizuo é meu ancestral! Se você disse que eu sou a herdeira dos seus poderes, como é que ...?

[Inazuma] – Sim, eu disse e repito: você é a herdeira do meu espírito, criança. O Deus do Céu previu o seu nascimento, mas disse que eu não poderia repetir o que fizera com o seu tetra-avô, pois ainda havia muitas divergências na sua família sobre os meus poderes que poderiam ameaçar a sua vida.

[Akemi] – Minha família? Ameaçando minha vida?

[Inazuma] – Sim. O meu mestre me alertou que isso poderia gerar inveja sobre você e é um grande risco para mim que esperei tantos anos a sua espera. Eu espalhei parte da minha energia para todo o seu clã, e é por isso que acham que é um kekkei genkai.

[Akemi] – Agora faz sentido.

[Inazuma] – Eu temi sobre o que meu mestre dissera e então, pensei que se todos tivessem os poderes de Shizuo, ninguém iria invejá-la e, por conseguinte, matá-la.

[Akemi] – Eu não entendi uma coisa. Você mandou que eu abandonasse a minha vida e esquecesse o passado com que intuito? Só porque eu ia morrer e não completaria minha missão? Não. Eu não acho que é só essa razão. Você é imortal e poderia achar outro corpo para se alojar, ou então, cuidar disso com suas próprias mãos! Mas por que eu tinha que matar meus sentimentos? Por que esquecer o meu passado? Ah, não, espera, porque eu tenho que cumprir uma missão que é sua, porque eu preciso ficar poderosa, porque eu tenho que salvar a minha família, porque os Uchiha não é minha verdadeira família! Qual é! Isso não é uma justificativa para você me mandar fazer o que fiz! Eu preciso saber o porquê!

[Inazuma] – Eu concordo que o caminho que você deveria seguir e seguiu é um percurso em que se trilha nas sombras. Eu sei o quanto essa sina está te fazendo sofrer, minha criança.

A mente de Akemi repassava os momentos mais tristes de sua infância: o dia em que abandonara Sasuke e Konoha, os castigos que sofria quando fracassava nos treinamentos, os exercícios dolorosos que fora submetida por Kaid para que o corpo da garota fosse resistente, as lutas desnecessárias contra inocentes que fora obrigada a travar...tudo isso comprimia seu coração.

[Inazuma] – Por um momento, eu pensei que não batia mais um músculo em seu peito e sim uma pedra, mas pelo visto, você provou mais uma vez que eu estava enganado.

[Akemi] – Eu não posso esquecer...

[Inazuma] – Minha criança, por favor, entenda de uma vez por todas que esse era o seu destino.

[Akemi] – Eu quero as razões.

[Inazuma] – Muito bem. Você se recorda de um livro do Kaid sobre espiritismo?

[Akemi] – Sim, eu li quando ele me deu uma folga no treinamento, mas eu estava tão acostumada a virar noites, estudando e estudando, que já não conseguia ficar sem uma leitura.

[Inazuma] – Pois bem. No livro, dizia que há coisas que não se pode interferir, como por exemplo, no destino das pessoas.

[Akemi] – E isso tem a ver com o que?

[Inazuma] – O destino do Sasuke é completamente diferente do seu. E se você fizesse parte da vida dele, iria ter um sofrimento bem maior e era muito provável que se tornasse uma pessoa vingativa, muito pior do que se pode imaginar.

[Akemi] – Como assim? Eu não entendo...

[Inazuma] – Itachi procurou por você, não é?

[Akemi] – Sim, mas ele me disse que sempre soube que eu não era da família porque já tinha ouvido uma conversa do pai dele sobre mim. Ele disse que não pretendia me matar porque eu tinha que fazer algo pelo Sasuke, no momento certo.

[Inazuma] – E você sabe por que Itachi matou a família?

[Akemi] – Bem, o Kaid me falou algumas coisas sobre esse assunto e eu li algumas informações antigas que ele guarda desde a época que era membro da ANBU. Não sei se estou certa, mas Itachi era da ANBU e estava muito atarefado com as missões. Havia muitos relatórios das missões que o Itachi já tinha executado, mas eu notei que tinha uma parte faltando nos documentos do Kaid. Então, eu cheguei a uma conclusão própria.

[Inazuma] - E qual foi?

[Akemi] - Eu lembro perfeitamente do clã Uchiha e sei o quanto eles ainda tinham mágoas sobre a história de Madara. E isso me leva a crer que eles tenham sido alvo da ANBU como o meu clã. Porém, os poderes do sharingan são muito fortes e era mais fácil e sutil para o governo determinar uma só pessoa: Itachi. A ANBU resolveu se antecipar, porque ainda desconfiava do risco que um dia, o clã Uchiha elaborasse um golpe de Estado em Konoha. Um golpe de estado provocaria uma guerra mundial e acho que Itachi quis evitar tudo isso, de uma maneira estranha e que eu não compreendo.

[Inazuma] – Você estudou muito bem as memórias que Kaid te transmitiu. É uma jovem muito inteligente e sagaz.

[Akemi] – Itachi não sabe que eu sei qual é a razão do massacre. Eu não perguntei nada a ele porque achei que era melhor assim. Talvez, fosse melhor evitar uma luta, afinal, quando o encontrei, ele disse que não queria lutar...apenas conversar.

[Inazuma] – Bem, considerando o que vocês conversaram e tudo o que eu te falei, o que você conclui, minha criança?

[Akemi] – Sasuke acha que Itachi é o vilão da história, e irá atrás dele para se vingar do massacre de sua família. Porém, o Itachi é muito forte e Sasuke sabe que precisará treinar muito para alcançá-lo. E...

[Inazuma] – A vingança o cegará, Akemi.

[Akemi] – Huh? Não! Ele vai treinar como um verdadeiro shinobi! Ele já até deve ter se formado em uma academia como genin e agora deve estar se esforçando para ser um chunin! Eu sei que ele vai trilhar no caminho certo!

[Inazuma] – Ele não é mais a mesma pessoa, minha criança. Sasuke se tornou frio, solitário, arrogante, intransigente, mas sem dúvida, ele tem grandes habilidades. No entanto, meu mestre disse que o destino de Sasuke e o seu não poderiam se cruzar até que, somente no momento certo, os seus caminhos voltem a se encontrar.

[Akemi] – Então, eu tive que abandona-los porque a minha permanência afetaria o destino de Sasuke?

[Inazuma] – Exato, minha criança. Há um propósito para que Itachi tenha poupado a vida de Sasuke, mas eu realmente não sei qual é, porque meu mestre se recusa a dizer. Muitas coisas, ele não compartilha comigo, principalmente, quando o assunto é você. Para dizer a verdade, eu não sei o que te aguarda, mas posso enxergar muitos obstáculos e dificuldades.

[Akemi] – Eu só não entendo o porquê de esquecer tudo e ter que seguir uma vida carente de sentimentos.

[Inazuma] – No começo, eu também não entendi quando meu mestre me instruiu como eu deveria cuidar de você. E da mesma forma que está me questionando, eu fiz perguntas ao meu mestre e uma delas foi a justificativa de ter que guia-la longe dos Uchiha e fazer com que o seu sentimento pelo Sasuke seja esquecido, assim como todos os outros sentimentos relacionados com as suas boas lembranças de seu passado.

[Akemi] – E o que ele disse?

[Inazuma] – Até agora, minha criança, você compreendeu que o treinamento de Kaid fora apenas para que despertasse suas habilidades ninja?

[Akemi] – Sim, eu percebi há muito tempo.

[Inazuma] – A minha obrigação, o meu dever e a minha missão é protegê-la a qualquer custo, pois dessa forma, eu poderei pagar pelo que fiz a toda a sua família. Porém, eu preciso de você. Você e eu, juntos, poderemos vencer qualquer adversário que aparecer no nosso caminho, e ainda, nós poderemos proteger quem quisermos e assim, você provará que os poderes que eles achavam ser uma ameaça, na verdade, é uma arma para o bem.

[Akemi] – Eu já entendi isso.

[Inazuma] – Você queria as razões, então, estou dizendo cada uma.

[Akemi] – Você não está dizendo a que eu quero!

[Inazuma] – Pense um pouco: o seu destino, com os meus poderes, é proteger e lutar contra os males desse mundo para provar ao mundo que o Clã Matsuyama não eram shinobis cruéis e a escória da história dos ninjas, e mostrar a todos que sua família foi vítima da vingança do País do Trovão. E para conseguir isso, você precisa se tornar muito mais habilidosa e poderosa do que pode imaginar. Você deve ter uma breve idéia sobre a complexidade disso.

[Akemi] – Hunf, se eu não tivesse, não teria aceitado a convivência com Kaid durante todo esse tempo.

[Inazuma] – O destino de Sasuke se baseia em pura vingança, como é de imaginar. Você não pode ficar ao lado de uma pessoa que a tire do rumo certo. Por certo que você iria se unir ao Sasuke, caso sobrevivesse ao massacre, para se vingar de Itachi. No final, você e Sasuke acabariam lutando entre si até a morte para provar quem é o mais forte e o vingador do clã Uchiha.

[Akemi] – Itachi disse que não pretendia me matar! Então, eu sobreviveria ao ataque! Logo, não é desculpa para ter saído de Konoha como você disse! Por que mentiu?

[Inazuma] – Você era uma criança. Como iria dizer tudo isso a uma garotinha? Você demorou todos esses anos para reordenar as memórias que Kaid lhe passou, então, imagine o quanto demoraria a compreender que o destino está obrigando que vocês se afastem!

[Akemi] – Itachi teria me poupado e também pouparia o Sasuke, como ele fez. Se ele realmente me quisesse morta, teria feito quando nos encontramos.

[Inazuma] – Eu admiro as habilidades desse Uchiha. Ele é muito inteligente e sabe o que está fazendo.

[Akemi] – Por que diz isso? Só por causa do que ele fez?

[Inazuma] – Não é só isso, tem algo muito mais além do que se possa imaginar. Ele planejou a missão com todos os cuidados e se antecipou com muitas variáveis.

[Akemi] – É e para dizer a verdade, eu acho que isso é cruel demais.

[Inazuma] – Use a cabeça! Se Itachi poupou Sasuke e você é porque tem algum propósito! Itachi sempre soube do instinto competitivo de Sasuke e sabe que o irmão, um dia, irá procurá-lo para se vingar, mas ele também sempre soube do sentimento que você ainda tem pelo Sasuke.

[Akemi] – Está dizendo que ele esquematizou tudo isso?

[Inazuma] – Sim. Itachi deve tê-la procurado para ter certeza de que você não colocará o plano dele por água abaixo. Na verdade, eu estou deduzindo essa teoria, pois quem sabe o real objetivo de Itachi, é ele próprio e o meu mestre. Eu imagino que ele queira que todos vejam Sasuke como um herói, aquele que matou o vilão, o assassino de sua família. Afinal, a missão de Itachi é um segredo absoluto. Não acha estranho que um clã tão famoso tenha um final tão simples e o governo tenha ficado silente em vista dessa barbaridade? É um segredo de estado. Portanto, saiba que jamais poderá contar isso a ninguém.

[Akemi] – Que seja. Eu não vou dizer nada.

[Inazuma] – Eu suponho que Itachi considerou a possibilidade de Sasuke ficar cego por vingança, e percebeu que a única pessoa capaz, caso ele falhasse, seria você.

[Akemi] – Eu?

[Inazuma] – Sim. Talvez, seja essa razão para que ele tenha poupado sua vida. Você é como um plano "B". Na hipótese de Sasuke matar o irmão e mesmo assim não se sentir satisfeito, continuando em um caminho de sombras e vingança, Itachi imagina que você, movida pelos fortes sentimentos que sente por Sasuke, poderá salvá-lo.

[Akemi] – Então, por que matar o sentimento que eu sinto pelo Sasuke se é para salvá-lo no futuro?

[Inazuma] – O que eu acabei de dizer é apenas uma opinião particular. Não estou dizendo que é a verdade. Porém, eu considerei isso e percebi que o meu mestre não me instruiu a te ordenar esquecer tudo isso por nada. Raciocine comigo, criança. Se você alimentasse os sentimentos pelo Sasuke e pela família Uchiha, e permanecesse naquela vila, você não seria capaz de salvá-lo.

[Akemi] – Acho que eu já entendi.

[Inazuma] – Sem contar a possibilidade de descobrirem que você não era capaz de desenvolver o sharingan e isso vir à tona, revelando que você é a última da linhagem Matsuyama. Isso seria um grande problema. Konoha, em massa, iria caçá-la para matá-la.

[Akemi] – Então, foi por isso que Kaid me mandou livrar das roupas com o símbolo dos Uchiha e tudo que estava relacionado a eles.

[Inazuma] – Kaid não sabe de muita coisa, mas sabia o que poderia acontecer se te descobrissem fora do tempo certo.

[Akemi] – Mas Inazuma, mesmo assim, eu não quero...

[Inazuma] – Os seus sentimentos se tornarão fraquezas e seus inimigos irão despender esforços para te atingir da maneira mais vil.

[Akemi] – Você ainda não me disse qual foi a razão que seu mestre disse quando você perguntou qual era a justificativa!

[Inazuma] – Ele disse que eu tinha que instruí-la dessa forma porque se você não se afastasse do Sasuke, você caminharia para um destino sem salvação: se a sede de vingança já cegará o Uchiha, com você seria bem pior e ainda mais quando descobrisse a verdade sobre o seu passado, porque se tivesse ficado por lá, você ainda não saberia metade do que sabe hoje. Provavelmente, haveria uma grande guerra que Itachi estava evitando. Porém, afastando-se deles, isso muda o seu destino. A razão para esquecer o passado e os seus sentimentos é para que não volte atrás, pois há de concordar que alimentando tudo o que sente pelo Uchiha, você retornaria para ele com o sonho de viver ao seu lado, juntos e felizes. Entretanto, e infelizmente, ele não iria aceitar essa proposta e a recusa dele a faria sofrer ainda mais. De todas as formas, o seu sofrimento é inevitável e o meu mestre chegou a conclusão que seria bem menos doloroso seguir esse caminho, embora ainda seja um sacrifício.

[Akemi] – Inazuma, uma vida sem sentimentos é como seguir um caminho de vingança. Não faz sentido.

[Inazuma] – Eu concordo em certa parte, mas veja que minhas instruções a levaram a chegar a um nível de jounin com idade de uma genin. Se seguir conforme o planejado, você poderá cumprir a missão e será poderosa o suficiente para que nos possamos unir nossas forças.

[Akemi] – Você disse que o treinamento de Kaid era apenas o começo. Então, qual é o que me levará a me aperfeiçoar as técnicas do meu clã?

[Inazuma] – Antes, você precisa decidir de uma vez por todas o que quer.

Houve uma breve pausa entre a conversa. Akemi baixou os olhos, refletiu sobre tudo e concluiu que deveria acreditar em Inazuma, e mesmo que não fizesse o que estava destinada a fazer, já era muito tarde para voltar atrás. Além do mais, se queria realizar o sonho de viver ao lado de Sasuke, depois que tudo acabasse, como poderia encará-lo como herdeira de um clã com a reputação manchada pela vingança?

Certamente, Akemi percebeu que o seu nome deveria ser restaurado e aquilo era o que mais importava.

Inazuma observou atentamente ao que a garota pensava e teve a sensação de alívio.

[Inazuma] – Pelo visto, você finalmente entendeu tudo.

[Akemi] – Sim.

[Inazuma] – Qual é a sua escolha?

[Akemi] – Você está interligado comigo. Sabe o que eu decidi.

[Inazuma] – Minha criança, eu tenho poderes suficientes para arrancar o que sente pelo Uchiha, mas não para apagar as lembranças da infância que viveu ao lado dele, e mesmo que pudesse, isso seria prejudicial ao nosso plano.

[Akemi] – Você pode tirar esses sentimentos?

[Inazuma] – Sim, mas isso deve ser uma decisão convicta. Sem arrependimentos. Você deve refletir antes de escolher. Você nunca mais sentirá nada pelo garoto ou então quando se lembrar das recordações da família Uchiha. Você não sentirá absolutamente nada. Será um vazio em seu coração.

[Akemi] – Nunca mais?

[Inazuma] – Nunca.

Akemi sabia qual era a escolha certa, apesar de não ser a que queria. Era difícil pensar que todas as coisas boas que vivera seriam como um espaço em branco e inócuo na sua alma. Porém, havia muitas outras coisas em jogo e não era o momento para ser egoísta.

[Akemi] – Certo.

[Inazuma] – E então?

[Akemi] – Eu decido que o que eu realmente quero é...

Antes de dar o veredicto, ela puxou na memória todas as lembranças e aproveitou a sensação das emoções que seu coração sentira quando via o rosto de Sasuke e sua família adotiva. Akemi queria sentir, pela última vez, aquele calor dentro do peito e que por diversas vezes a fizeram uma criança feliz.

[Akemi] – Eu aceito que você retire esses sentimentos que me atrapalharão. Eu não os quero. Eles me tornarão fraca e me impedirão de atingir o meu objetivo.

[Inazuma] – Você está certa de sua decisão?

[Akemi] – Sim.

Por mais difícil que fosse, Akemi se convenceu de que aquela era a melhor escolha e estava disposta ao sacrifício.

Os olhos do espírito do dragão Inazuma brilharam como dois faróis, produzindo uma luz forte e clara, seguida por alguns estouros no céu de trovões.

A jovem Matsuyama fechou os olhos e colocou as mãos frente ao rosto, tentando se proteger da luz que parecia tentar cega-la, mas uma sensação estranha dentro do seu corpo a paralisou e provocou uma reação esquisita. Akemi se sentiu um pouco tonta e fraca, percebeu que estava começando a ficar inconsciente e supôs que deveria ser os efeitos de Inazuma atendendo à sua decisão.

De repente, Akemi perdeu a consciência e desmaiou no chão da floresta. A projeção astral do espírito do dragão cessou a luz dos olhos de rubi produzira há poucos segundos atrás, e observou, por um momento, a menina, caída e adormecida.

Inazuma pensou consigo: "Esse era um dos obstáculos mais difíceis que iria enfrentar, minha criança. Agora, é preciso esperar para ver a sua reação quando sentires o vazio. Foi uma tarefa complicada para mim. Nunca tinha visto sentimentos tão puros. É uma pena que tive que retirá-los de uma garota como a minha criança".


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