Caçada aos Monstros escrita por maridomingos


Capítulo 9
A filha de Afrodite me ajuda, muito.


Notas iniciais do capítulo

quero estrelas! *-*



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Entramos no Campo de Elísios, e tudo ao meu redor estava bem melhor.

Silena tirou a tunica preta, e o capuz. Seus longos cabelos castanhos caíram a suas costas. Ela usava um vestido branco, liso, mas estava encantadora. Seus olhos grandes e castanhos encontraram os meus, e ela sorriu, mas eu só recuei.

Sua expressão mudou.

- Você me odeia - ela desviou o olhar.

- Não! - me apressei em dizer - É só que...

- Tem muitas perguntas a fazer?

- É, sim.

Ela assentiu.

- Bem, começe então.

Pensei um pouco.

- Por que se juntou a Cronos?

Ela deu uma risadinha e franziu a testa para mim.

- Francamente, Percy. Pensei que iria fazer perguntas mais inteligentes.

- O que quer dizer?

Ela riu mais uma vez, tirando o cabelo dos olhos.

- Percy, isso é um pouco óbvio. Para nos sentirmos mais fortes. Mais importantes. Mais copetentes.

Franzi a testa.

- Mas você poderia ser uma meio sangue útil para...

- Não - ela me cortou - Eu não sou útil. Sou uma imprestável filha de Afrodite, não sirvo para batalhas, só sirvo para espionar meus amigos, e contar fofocas aos titãs para eles derrubarem o Olimpo! Eu só sirvo para isso! - ela gritou, e começou a chorar, dolorosamente.

- Silena... - tentei passar a mão em seu cabelo, mas só tateei o vento.

- Percy, tudo bem - ela levantou os olhos, vermelhos e úmidos para mim - Eu só sou uma morta agora. Nada posso fazer para mudar o que fiz.

- Ei, você foi uma heroína.

Ela fungou.

- Não, eu não sou. Não precisa me consolar.

- Se não fosse, não estaria aqui, no Campo de Elísios. Aqui só vão pessoas que morreram heróicamente. Igual a você.

Ela revirou os olhos, não muito convencida.

- Me desculpe - ela murmurou.

- Não foi nada, e... - eu pensei bem se faria a pergunta, mas arrisquei - Você, hã, achou Beckendoford por aqui?

Ela arregalou os olhos, completamente surpresa.

- Oh deuses, Percy! Eu... Tenho que procurá-lo! Tenho que lhe contar a verdade, e passar a eternidade com ele aqui.

- Você... O amava?

Ela suspirou.

- Amava, Percy. Mas eu fui uma traidora. Preciso lhe pedir desculpar. Charlie era tudo pra mim.

Assenti.

- Ache-o, Silena. Ele ficará muito feliz em te ver.

Ela sorriu, mas logo sua expressão mudou.

- Annabeth! Como está Annabeth?

Engoli em seco, angustiado.

- Bem, eu não sei. Está perdida no Mar de Monstros.

Ela arregalou os olhos.

- Sei onde ela está!

- Sabe?

- Sim! E a resposta está aqui, no Mundo Inferior.

- Como você sabe?

Ela cruzou os braços, e agora parecia uma filha de Afrodite.

- Quer minha ajuda ou não.

- É claro que eu quero.

- Então vamos!

Ela saiu correndo entre os espiritos tão rápido, que tive que correr o mais rápido que pude para alcança-la.

Ela parou diante de um rio. Preto e borbulhante. Quando o vi, sugeri que era o Rio Estige, onde eu já havia me banhado - a pior sensação de minha vida - para me tornar ivulnerável. Mas o Rio

Estige mostrava algo a mais. Tinha um brilho mais tenebroso, que eu não sentia nesse.

- Ok, o que é isso? - perguntei.

- É uma saída do Mundo Inferior para o alojamento dos ciclopes no Mar de Monstros. E Annabeth está lá.

Ergui uma sombrançelha.

- Como você sabe disso?

- Mitos.

- Eu não acredito em mitos.

- Bom, então, acreditando ou não, ela tem 90% de chances de estar viva no alojamento dos ciclopes, e 10% de estar morta. Em qual você acredita?

Recuei um passo.

- Annabeth está viva.

- Exatamente.

Observei mais um pouco o rio.

- Isso dói?

Ela dei uma risadinha.

- Sim, um pouco. Mas para você, que mergulhou no Estige, e sobreviveu, não vai passar de uma simples dor. Acredite.

Suspirei fundo.

- Vou confiar em você.

- Pode confiar.

Eu olhei para ela mais uma vez.

- Me deseje sorte.

- Boa sorte, Percy.

Então, fiz diferente do Rio Estige. Fechei os olhos forte, e dei um salto para o mar, tudo de uma vez.

A dor era insúportavel. Eu parecia cair profundamente mar a dentro, a pele queimando. Os ouvidos faziam um zuido ensurdecedor. Eu parecia estar morrendo, me derretendo.

Até que, quanto mais eu afundava, a dor cessava. Não abri os olhos uma única vez, com medo de ficar cego.

Até que, eu não sentia mais dor. Claro, minha pele estava completamente dolorida, mas a dor passara. Eu me sentia flutuando, e caindo lentamente, em algo gelado. Não era mais o Rio borbulhante.

Arrisquei abrir os olhos. Eu estava afundando em um mar, tão limpo, tão azul, que fiquei admirado.

Peixes nadavam em volta de mim. Todas as criaturas marinhas que você possa imaginar. Um lugar lindo.

Eu afundava, o que era estranho, porque geralmente você boia. Mas eu respirava - obviamente - perfeitamente. Então começei a ouvir vozes. Vozes grossas. Que eu reconheçia.

- Podemos comer agora? - uma voz dizia, parecendo angustiada.

- Espere, irmão - um outro disse - O resto do jantar ainda vai chegar.

Eu continuava caindo em direção as vozes. O mar ficava cada vez mais azul, mas a quantidade de peixes em volta de mim abaixava cada vez mais.

- Tudo bem - o outro disse.

Então, BUM!. Me senti no chão de algo, uma superfície de pedras. Levantei a cabeça, e olhei á minha direita. Annabeth estava acorrentada á uma pedra, e quando me viu, arregalou os olhos como nunca antes.

Os dois ciclopes me encararam surpresos.

- IRMÃO! - um deles gritou - Filho de Poseidon!

O outro abriu um sorriso desdentado.

- Vamos come-lo?

O outro ciclope lhe deu um beliscão.

- É claro que não.

Eles ainda sorriam para mim pateticamente, enquanto Annabeth lutava inútilmente contra as correntes.


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