Caçada aos Monstros escrita por maridomingos


Capítulo 8
Encontramos a traidora morta




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- Annabeth! - eu gritava, com a cabeça para fora da bolha.

- Ela pode estar em qualquer lugar - gemeu Mary.

- Mas nós vamos acha-lá - acrescentei, tentando soar firme, mas vindo de mim, saiu um pouco tolo.

Mary não respondeu.

Saímos rolando pelo mar, perguntando para vários cavalos-marinhos se tinham a visto. Nada.

Avistamos mais montros do que o normal, mas pelo poder da bolha, não nos viam nem sentiam nosso cheiro.

Uma parte de mim dizia: ela está viva. Annabeth é muito inteligente. Mas outra parte dizia: Se passaram uma hora. A essa altura, ela foi comida por monstros.

Mary caiu deitada na bolha, exausta.

- Me desculpe, Percy! - ela disse exasperada, tentando se levantar novamente, mas eu a acompanhei na caída.

- Não foi nada - minha voz saiu fraca - Eu... Também estou com... Muito sono - de repente, eu estava com sono.

Mary se espreguissou.

- Vamos... Continuar?

A última coisa de que eu me lembro, foi de eu caindo no chão da bolha, cansado.

Eu poderia ter dito que, quando acordei, eu estava no lugar exato onde eu estava anteriomente.

Errado.

Olhei em volta, atordoado. E eu conheçia aquele lugar: O Mundo Inferior.

Mary já havia acordado. Estava abraçando os joelhos, tremendo como nunca antes. Quando viu que acordei, arregalou os olhos.

- Percy! - ela disse - Pelos deuses, onde estamos?

Eu a fitei.

- Estamos no Mundo Inferior. A terra dos mortos.

Ela poderia ter dito: Mentiroso!. Mas só assentiu.

- Como viémos parar aqui?

Encolhi os ombros.

- Não sei - admiti - Mas sei que vai ser difícil sair.

Os lábios dela tremeram.

- O que quer dizer com isso?

- Hãn... Vamos procurar uma saída, está bem?

Ela não pareceu muito convencida, mas assentiu lentamente.

Não demorou muito tempo, até uma coisa acontecer no Mundo Inferior. Duas pessoas encapuzadas, com o rosto tampado, com um buraco só nos olhos. Usavam tunica preta, que se misturavam aos espiritos dos mortos. Era tenebroso.

Eles pararam diante de nós.

- Percy Jackson. - o da direita disse, e se virou para Mary - Mary Jane.

Mary franziu a testa.

- Como sabe o meu nome?

O homem ignorou.

- O que o trazem aqui?

Pensei um pouco.

- Por que diria a verdade para você?

O homem se aproximou de mim com passos largos, e agarrou a gola de minha camisa, me erguendo para cima com apenas uma mão. Atrás de mim, Mary gemeu de medo.

- Porque senão, heróizinho, eu te mato.

Consegui sacar Contracorrente de meu bolso, e destampa-la.

- Então vamos lutar - consegui dizer.

Atravessei Contracorrente por seu corpo, e nada aconteceu. Ele me soltou, comigo caindo de traseiro no chão.

- Você é mortal! - eu consegui exclamar, me levantamdo.

Ele deu um sorriso maléfico.

- Não tire conclusões preceptadas querido amigo - disse o do lado, que na verdade, era a, pois tinha voz de uma garota. Então, quando eu não estava entendendo nada, a garota tirou o capuz e a máscara. Cambaleei para trás, tonto, quando vi quem era.

Silena Beaurearg, filha de Afrodite, antiga espiã de Cronos, antes de morrer.

Mary fitou minha expressão.

- Você a conheçe? - ela perguntou.

Assenti, o estômago revirado.

- Sim. Antiga amiga do acampamento.

Silena abriu um sorriso bondoso.

- É bom ver você de novo, Percy.

- Para que? Para me picar em pedaçinhos? Não, muito obrigado.

Ela abaixou a cabeça.

- Percy, eu... - percebi que ela tinha lágrimas nos olhos - Eu fui tão estúpida! Vocês... Quer dizer... Oh deuses!

Franzi a testa.

- Era para você estar morta.

Ela ergueu uma sombrançelha.

- Bem... Esse é o meu lugar, certo?

Olhei ao redor, parecendo um tolo.

- Ah sim - minha voz saiu fraca - Claro.

Eu tinha tantas coisas para perguntar a ela, mas minha língua me traiu.

- Venha Percy - ela me chamou - Vamos dar um passeio no Campo de Elísios.

Pensei por que diabos Silena fora para o Campo de Elísios. Ela foi uma traidora!

- Mary, você vem... -começei, mas Silena me cortou.

- Temos que conversar em particular - ela disse, sombria, de modo que eu nunca vira antes - Sua amiga pode ficar com meu companheiro, Jonathan.

O homem mascarado assentiu, mas Mary se encolheu de medo.

- E como posso ter certeza de que esse cara é confiável?

Silena cruzou os braços, contrariada.

- Ele é um morto. Como eu. Não pode fazer nada.

Pensei um pouco a respeito. Pisquei para Mary.

- Ei, vai ficar tudo bem.

- E Annabeth? - ela questionou.

Esse ponto fez meu coração pareçer de chumbo. Eu estaria lá, conversando com uma morta, no Mundo dos Mortos, enquanto Annabeth poderia estar correndo perigo em qualquer lugar do Mar de Monstros. Mas eu não poderia fazer nada no momento.

- Vamos - Silena tentou pegar minha mão, mas como um espírito, passou por mim como o vento.

Eu a segui, entre os espiritos, com os pensamentos correndo em minha mente.


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