Caçada aos Monstros escrita por maridomingos


Capítulo 5
Rolamos em uma bolha




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Quando acordei, estava flutuando mar abaixo, ainda segurando Annabeth e Mary. Elas estavam desacordadas.

Juntei toda minha força, e as puxei para mar acima, procurando a superfície.

Subi, subi, subi, até achar a areia de uma praia. Joguei Annabeth e Mary na areia, e verifiquei seus corações.

Estavam batendo.

Chacoalhei as duas, gritando:

- Acordem! Acordem!

Annabeth foi a primeira a abrir os olhos, e guspir um jato de água em cima de mim.

- Eca - consegui gemer.

Annabeth estreitou os olhos.

- Estamos vivos - ela disse, e sua voz saiu mais fraca do que eu imaginava.

- Acho que sim.

- Como? Como sobrevivemos?

- Eu acho que, quando eu estou ligada á uma pessoa, ela também esta com poderes.

- HÃN?

- Afundamos no mar. Eu me agarrei á voce e a Mary. Vocês ficaram protegidas, assim como eu. E não morreram.

Ao lado de Annabeth, Mary tossiu e se levantou.

- Onde estamos?

- Quem dera eu saber - eu disse.

- Onde... Onde está o navio?

Annabeth olhou para ela.

- Explodiu. Afundamos. Percy nos salvou. Estamos aqui.

Mary franziu a testa.

- O vento parou.

- É, eu percebi - retrucou Annabeth.

- Ei - eu intervi - Temos que saber onde estamos.

- Minhas roupas estão incharcadas - resmungou Mary - Por que Percy está seco?

Agora que eu percebera isso.

- Porque ele é filho do deus do mar - disse Annabeth - Ele só se molha no mar quando ele quer.

Os olhos de Mary brilharam.

- Isso é bem legal. Obrigada por nos salvar, Percy. Estou em segurança com você.

Annabeth fincou a faca de bronze celestial na areia.

- De nada.

Annabeth de repente, arregalou os olhos e olhou em volta.

- Meu livro... AH DEUSES!

Ela começou a chorar.

- Ei, estamos no meio de uma praia deserta, sem localização, sem nada, e você está preocupada com... Mary!! A sua carteira mágica! Está com você?

Os olhos de Annabeth brilharam.

Mary fuçou no bolso da jaqueta.

- Sim - ela olhou, franzindo a testa - Estranho. Eu devia ter perdido ela no mar.

Annabeth assentiu.

- Sim, isso é muito estranho.

- Estranho? Somos filhos de deuses e lutamos contra monstros, e vocês acham isso estranho? - eu disse, me levantando - Venham meninas, vamos descobrir onde estamos.

Caminhamos o que parecia por horas. Estávamos completamente cansados.

Caímos na areia, ofegantes.

- Deixa eu raciocinar - disse Mary - O navio explodiu onde?

Annabeth franziu a testa, pensativa.

- Foi... Perto da barragem! Não navegamos muito!

- Então não estamos muito longe.

- Tem razão!

Sacudi a cabeça nagativamente.

- Quando afundamos, podemos ser levados para qualquer lugar. Podemos estar a milhas de distância. E ainda não sabemos por quanto tempo eu fiquei desacordado.

Annabeth sacudiu a cabeça.

- Não Percy. Não somos tão leves. Ficamos parados no mesmo lugar!

- Eu sei mais sobre mares do que você.

- Eu sei mais do mundo do que você!

- Isso não ajuda em nada!

- Ajuda sim!

- Eu sou filho do deus do...

- Parem vocês dois! - interveio Mary - Longe, perto, tanto faz. Não temos para onde ir, estamos perdidos! E eu estou assustada.

Me imaginei no lugar de Mary. Sua primeira missão, completamente perdida, com dois malucos discutindo.

- Desculpe - murmurei.

- Tem que ter um jeito de sair daqui - Annabeth disse.

- Mas nem sabemos onde estamos! - gemeu Mary.

Annabeth pareçeu ter uma ideia.

- Percy, faça uma bolha na água...

Minha garganta se fechou.

Acho que eu e Annabeth pensamos na mesma coisa. Verão passado, no último dia de acampamento, eu e Annabeth fomos despejados no lago de canoagem do acampamento, e eu fiz uma bolha d'água, para nos dois, e lá nos beijamos. Mas atualmente, fingimos que nada disso aconteceu, o que não me faz muito... Deixa pra lá!

De qualquer modo, Annabeth estava vermelha como um pimentão, e Mary com cara de interrogação.

- Não é uma má ideia - murmurei, e senti o sangue em meu rosto.

Mary me fitou.

- Qual seu problema?

- Nada.

- Está mais vermelho do que um tomate.

- Não é nada, é só o calor.

Annabeth soltou a respiração.

- Você pode ou não fazer essa bolha?

Estava ancioso para mudar de assunto.

- Acho que sim, eu só preciso de... Ar. E só.

Mary franziu a testa.

- Está parecendo um idiota.

Com toda a certeza, sim.

Agarrei o ar como se fosse uma bola de basquete, e entrei no mar. Soltei o "ar" de minhas mãos e vi uma pequena bolha. Fui fazendo um movimento de crescer com as mãos, e a bolha me acompanhava. Em poucos segundos, estava no tamanho ideal para nós três.

Saí da água e chamei elas.

- Mas para onde vamos? - perguntei.

- Você verá - disse Annabeth.

Iria retrucar, mas aprendi a não fazer isso com Annabeth.

Descemos para o mar, e simplismente entramos na bolha. Mary e Annabeth podiam respirar, falar e ouvir perfeitamente.

- Você consegue rolar essa coisa? - perguntou Annabeth.

- Hã, eu nunca tentei.

- Boa hora para tentar - comentou Mary, admirada dentro de uma bolha no mar.

Comecei a empurrar a bolha facilmente, Annabeth e Mary me ajudando.

- Encontre um cavalo-marinho ou algo parecido para se comunicar - me disse Annabeth.

- É uma boa ideia.

- Eu sei.

Uma das coisas que você deve aturar em Annabeth é seu orgulho.

Empurramos a bolha até eu avistar um cavalo marinho dando cambalhotas no fundo do mar.

- Achei um - alertei - Estou indo lá.

Annabeth agarrou meu braço.

- Ei, tome cuidado, Cabeça de Alga.

- Tomarei.

Ela deu um sorriso.

- Cabeça de Alga? - repetiu Mary, angustiada, mas não fiquei lá a tempo de ver a resposta de Annabeth.

Mergulhei para a escuridão do mar, a procura do cavalo-marinho.

- Ei - eu disse, e quase ri com o jeito que minha voz saía embaixo d'água.

Chefe!

, o cavalo-marinho disse.

- Hãn, primeiro: Não me chame de chefe. Segundo, preciso da sua ajuda.

O que você quiser, chefe.

- Preciso de uma carona para o Mar de Monstros.

O cavalo-marinho pareçeu rir de mim.

Mas você está no Mar de Monstros, chefe.

- Como assim?

Essa é a parte sem muitos monstros do mar. A parte mais afastada. Você pareçe estar com sorte, chefe!

- Eu preciso chegar a parte com mais monstros possíveis! Pode me levar?

Mas... Isso seria suicídio, chefe.

- Preciso ir. Consegue carona para mais dois amigos?

Claro

, ele respondeu,

desde que eles não sejam ciclopes gigantes, ou bodes peludos...

- Eles são normais - me apressei em dizer.

Ele pareçeu recuar.

Bom, não posso fazer nada a respeito.

Ele fez um ruído ensurdecedor na água, e mais dois cavalos-marinhos apareçeram na escuridão.

Chefe!

, todos gritaram em uníssono.

- Não me chamem de chefe - eu disse - Agora me sigam.

Subi novamente até a bolha, com os três cavalos-marinhos atrás de mim.


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