Caçada aos Monstros escrita por maridomingos
Quando acordei, estava flutuando mar abaixo, ainda segurando Annabeth e Mary. Elas estavam desacordadas. Juntei toda minha força, e as puxei para mar acima, procurando a superfície. Subi, subi, subi, até achar a areia de uma praia. Joguei Annabeth e Mary na areia, e verifiquei seus corações. Estavam batendo. Chacoalhei as duas, gritando: - Acordem! Acordem! Annabeth foi a primeira a abrir os olhos, e guspir um jato de água em cima de mim. - Eca - consegui gemer. Annabeth estreitou os olhos. - Estamos vivos - ela disse, e sua voz saiu mais fraca do que eu imaginava. - Acho que sim. - Como? Como sobrevivemos? - Eu acho que, quando eu estou ligada á uma pessoa, ela também esta com poderes. - HÃN? - Afundamos no mar. Eu me agarrei á voce e a Mary. Vocês ficaram protegidas, assim como eu. E não morreram. Ao lado de Annabeth, Mary tossiu e se levantou. - Onde estamos? - Quem dera eu saber - eu disse. - Onde... Onde está o navio? Annabeth olhou para ela. - Explodiu. Afundamos. Percy nos salvou. Estamos aqui. Mary franziu a testa. - O vento parou. - É, eu percebi - retrucou Annabeth. - Ei - eu intervi - Temos que saber onde estamos. - Minhas roupas estão incharcadas - resmungou Mary - Por que Percy está seco? Agora que eu percebera isso. - Porque ele é filho do deus do mar - disse Annabeth - Ele só se molha no mar quando ele quer. Os olhos de Mary brilharam. - Isso é bem legal. Obrigada por nos salvar, Percy. Estou em segurança com você. Annabeth fincou a faca de bronze celestial na areia. - De nada. Annabeth de repente, arregalou os olhos e olhou em volta. - Meu livro... AH DEUSES! Ela começou a chorar. - Ei, estamos no meio de uma praia deserta, sem localização, sem nada, e você está preocupada com... Mary!! A sua carteira mágica! Está com você? Os olhos de Annabeth brilharam. Mary fuçou no bolso da jaqueta. - Sim - ela olhou, franzindo a testa - Estranho. Eu devia ter perdido ela no mar. Annabeth assentiu. - Sim, isso é muito estranho. - Estranho? Somos filhos de deuses e lutamos contra monstros, e vocês acham isso estranho? - eu disse, me levantando - Venham meninas, vamos descobrir onde estamos. Caminhamos o que parecia por horas. Estávamos completamente cansados. Caímos na areia, ofegantes. - Deixa eu raciocinar - disse Mary - O navio explodiu onde? Annabeth franziu a testa, pensativa. - Foi... Perto da barragem! Não navegamos muito! - Então não estamos muito longe. - Tem razão! Sacudi a cabeça nagativamente. - Quando afundamos, podemos ser levados para qualquer lugar. Podemos estar a milhas de distância. E ainda não sabemos por quanto tempo eu fiquei desacordado. Annabeth sacudiu a cabeça. - Não Percy. Não somos tão leves. Ficamos parados no mesmo lugar! - Eu sei mais sobre mares do que você. - Eu sei mais do mundo do que você! - Isso não ajuda em nada! - Ajuda sim! - Eu sou filho do deus do... - Parem vocês dois! - interveio Mary - Longe, perto, tanto faz. Não temos para onde ir, estamos perdidos! E eu estou assustada. Me imaginei no lugar de Mary. Sua primeira missão, completamente perdida, com dois malucos discutindo. - Desculpe - murmurei. - Tem que ter um jeito de sair daqui - Annabeth disse. - Mas nem sabemos onde estamos! - gemeu Mary. Annabeth pareçeu ter uma ideia. - Percy, faça uma bolha na água... Minha garganta se fechou. Acho que eu e Annabeth pensamos na mesma coisa. Verão passado, no último dia de acampamento, eu e Annabeth fomos despejados no lago de canoagem do acampamento, e eu fiz uma bolha d'água, para nos dois, e lá nos beijamos. Mas atualmente, fingimos que nada disso aconteceu, o que não me faz muito... Deixa pra lá! De qualquer modo, Annabeth estava vermelha como um pimentão, e Mary com cara de interrogação. - Não é uma má ideia - murmurei, e senti o sangue em meu rosto. Mary me fitou. - Qual seu problema? - Nada. - Está mais vermelho do que um tomate. - Não é nada, é só o calor. Annabeth soltou a respiração. - Você pode ou não fazer essa bolha? Estava ancioso para mudar de assunto. - Acho que sim, eu só preciso de... Ar. E só. Mary franziu a testa. - Está parecendo um idiota. Com toda a certeza, sim. Agarrei o ar como se fosse uma bola de basquete, e entrei no mar. Soltei o "ar" de minhas mãos e vi uma pequena bolha. Fui fazendo um movimento de crescer com as mãos, e a bolha me acompanhava. Em poucos segundos, estava no tamanho ideal para nós três. Saí da água e chamei elas. - Mas para onde vamos? - perguntei. - Você verá - disse Annabeth. Iria retrucar, mas aprendi a não fazer isso com Annabeth. Descemos para o mar, e simplismente entramos na bolha. Mary e Annabeth podiam respirar, falar e ouvir perfeitamente. - Você consegue rolar essa coisa? - perguntou Annabeth. - Hã, eu nunca tentei. - Boa hora para tentar - comentou Mary, admirada dentro de uma bolha no mar. Comecei a empurrar a bolha facilmente, Annabeth e Mary me ajudando. - Encontre um cavalo-marinho ou algo parecido para se comunicar - me disse Annabeth. - É uma boa ideia. - Eu sei. Uma das coisas que você deve aturar em Annabeth é seu orgulho. Empurramos a bolha até eu avistar um cavalo marinho dando cambalhotas no fundo do mar. - Achei um - alertei - Estou indo lá. Annabeth agarrou meu braço. - Ei, tome cuidado, Cabeça de Alga. - Tomarei. Ela deu um sorriso. - Cabeça de Alga? - repetiu Mary, angustiada, mas não fiquei lá a tempo de ver a resposta de Annabeth. Mergulhei para a escuridão do mar, a procura do cavalo-marinho. - Ei - eu disse, e quase ri com o jeito que minha voz saía embaixo d'água. Chefe! - Hãn, primeiro: Não me chame de chefe. Segundo, preciso da sua ajuda. O que você quiser, chefe. - Preciso de uma carona para o Mar de Monstros. O cavalo-marinho pareçeu rir de mim. Mas você está no Mar de Monstros, chefe. - Como assim? Essa é a parte sem muitos monstros do mar. A parte mais afastada. Você pareçe estar com sorte, chefe! - Eu preciso chegar a parte com mais monstros possíveis! Pode me levar? Mas... Isso seria suicídio, chefe. - Preciso ir. Consegue carona para mais dois amigos? Claro desde que eles não sejam ciclopes gigantes, ou bodes peludos... - Eles são normais - me apressei em dizer. Ele pareçeu recuar. Bom, não posso fazer nada a respeito. Ele fez um ruído ensurdecedor na água, e mais dois cavalos-marinhos apareçeram na escuridão. Chefe! - Não me chamem de chefe - eu disse - Agora me sigam. Subi novamente até a bolha, com os três cavalos-marinhos atrás de mim.
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