Caçada aos Monstros escrita por maridomingos


Capítulo 4
Lutamos contra o vento




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No elevador, nos apresentamos. O nome dela era Mary Jane - sim, eu sei que você conheçe esse nome de algum lugar. Ela não estuda, mas de um jeito estranho sabe das coisas. Ela tinha 13 anos, e fugiu de casa aos 10.

Lhe contei sobre o Acampamento Meio Sangue, e sobre muitas das nossas aventuras. Ela parecia fascindada.

Quando chegamos ao térreo, não havia mais monstros, e os turistas passeavam normalmente.

Vi Annabeth sentada no banco, de braços cruzados, uma expressão triste.

- Annabeth! - gritei, e ela ergueu a cabeça.

Corremos até ela.

- Percy? - ela estreitou os olhos - Você está vivo?

- Bem, acho que sim.

Ela me deu um empurrão.

- Pensei que estava morto, Cabeça de Alga! - ela me deu um abraço rápido, e analisou Mary. - Quem é essa?

- Hãn... Mary, Annabeth... Annabeth, Mary. Hãn, a Mary é uma meio sangue. A conheçi no elevador.

Annabeth a analisou.

- Filha de quem?

Mary pareçeu desconfortável.

- Eu não sei. Fugi antes de saber.

Annabeth ergueu uma sombrançelha.

- Você fugiu?

Mary assentiu.

- Ah - disse Annabeth, dando um pequeno sorriso no canto da boca.

Annabeth também fugira de casa aos 7 anos, pensando que o pai e a madrasta não a queriam.

- Onde estão todos os montros? - eu disse, ansioso para quebrar um silêncio desconfortável.

- Dei um jeito neles - Annabeth deu de ombros.

- Você os matou?

- É claro - Annabeth soava óbvia - Enquanto você corria, feito uma garotinha!

- Mas... - eu olhei para ela perplexo - Você me abandonou!

Annabeth arfou.

- Porque pensei que você ia dar conta... Mas não!

Eu estava furioso, e bati o pé.

- Eu fiquei em pânico!

- Você é um...

- Parem vocês dois! - interveio Mary - Vão ficar o dia todo descutindo?

Annabeth suspirou pesadamente.

- Estou faminta.

Assenti.

- Eu também.

- Bom - Mary abriu sua carteira de dinheiro mágica - Acho que posso cuidar disso.

Sim, é o que você está pensando. Comemos até não aguentar mais, e Mary ainda emprestou dinheiro para Annabeth comprar seu livro de arquitetura, o que fez Annabeth abraçar Mary até ela ficar roxa de falta de ar. Nunca vira Annabeth tão feliz com uma garota.

- Puxa, então sua mãe te deu uma carteira de dinheiro mágica? - Annabeth perguntou, fingindo estar interessada, sem tirar os olhos de seu mais novo livro.

Mary assentiu, dando um gole em seu milkshake.

- Então eu consegui me sustentar durante três anos.

Dei mais uma mordida em meu sanduíche gigante.

Depois que terminamos de comer, me pus em pé.

- Precisamos ir - eu disse - Antes que monstros venham atrás de nós novamente.

Mary também se levantou.

- Concordo.

Annabeth não tirou os olhos de seu livro, mas também se levantou.

E juntos, fomos de volta para o nosso navio, decididos a matar alguns monstros em seu mar.

Quando nos aproximavámos do nosso navio, Mary ficou admirada.

- V-vocês... Pilotaram isso?

- Sim - eu respondi.

- Vocês não - respondeu Annabeth, já dentro do navio, nos esperando subir - Eu pilotei. - ela cruzou os braços satisfeita.

Mary arregalou os olhos, e eu a ajudei a subir a escada.

- Você? - ela disse, ao lado de Annabeth - Puxa, isso é muito legal.

- Bem, eu já pilotei aviões e helicópteros... Isso não foi um desafio para mim. - disse Annabeth, ainda cheia de orgulho.

- Annabeth é filha de Atena - expliquei, mal-humorado.

- Ah - Mary franziu os lábios - Eu... Eu gostaria de ser inteligente.

Depois de um tempo, em um silêncio constregedor, Annabeth se tocou de que devia dizer algo.

- Você provavelmente é filha de Afrodite - ela disse, analisando Mary.

- Isso... Isso é bom? - ela perguntou.

Eu e Annabeth nos entre olhamos, e creio que tivemos o mesmo pensamento.

No ano passado, sabíamos que havia um espião de Cronos entre nós, campistas. E esse espião era Silena, uma filha de Afodite, que morrera em combate durante a guerra. Ficamos em silêncio.

- Ah deuses - disse Mary, quebrando o silêncio - Qualquer que seja o motivo de tanto constrangimento, acho que precisamos ir antes de sermos invadidos por monstros.

Annabeth assentiu.

- Não, tudo bem - ela disse, engolindo em seco - Não é nada. É... Vamos, é.

Annabeth pareçeu um pouco atrapalhada, mas se dirigiu para pilotar o navio. Eu e Mary nos sentamos no navio, enquanto ele se movia pelas águas.

- Onde estamos indo? - perguntou Mary.

- Provavelmente para o Mar de Monstros.

- Por que?
- Porque estamos procurando monstros para matar. Eles... Estão causando acidentes ao mundo mortal. Somente nós podemos matá-los.

- Acha que temos chances?

Eu a fitei.

- Mas é claro. Já matei muitos monstros antes. Annabeth matou os da barragem. Nós damos conta.

- Percy, eu sou nova nisso, não sei o que fazer. Eu... Eu vou morrer.

- Não, nós não vamos deixar. Você deu um chute em um monstro comedor de gente. Isso foi muito corajoso.

Mary bufou.

- Você já viu coisas muito mais perigosas.

- Sim - admiti - Mas para uma iniciante, você se saiu muito bem. Quando cheguei no acampamento, estava apavorado.

Ela forçou um sorriso.

- Obrigada. Eu... Me sinto pelo menos um pouco mais confiante.

Eu sorri também.

- Ei vocês dois! - gritou Annabeth, por cima de um barulho ensurdecedor - Parem de tititi e venham me ajudar! Estamos com problemas!

Nos levantamos num salto. O navio começou a balançar violentamente, nos jogando para a outra lateral do navio. Mary gritou.

Me forçei a levantar. Batia o vento mais forte que eu já tinha visto. O vento me levava para trás, e eu lutava contra ela.

Mary se segurava no navio, apavorada.

Me arrastei pelo chão, agarrando tudo que via pela frente, tentando chegar até Annabeth. Mas, espere... Onde estava Annabeth?

- Annabeth! - gritei.

- Eu vi ela voando! - gritou Mary atrás de mim.

Voando

? Ah não.

- Annabeth! - gritei mais uma vez.

- Cale a boca! - uma voz gritou mais alto do que o vento atraz de mim. Annabeth estava invisível.

- Por que está invisível? - consegui gritar.

- Não sei bem. Monstros?

Consegui andar cambaleante até Mary.

- Estamos com problemas! - eu gritei, e ela assentiu - Eu vou pular no mar!

- Não! - gritou Annabeth. Agora ela estava visível, se agarrando ao seu livro de arquitetura, como se fosse mais valioso que sua vida. Os cabelos esvoaçando no vento, prestes a sair voando de sua cabeça.

- Preciso saber! Não podemos ficar aqui para sempre!

- Você vai... - Annabeth saiu voando para trás, e bateu de costas na lateral do navio - Morrer!

Ela parecia fraca, e prestes a desmaiar. Eu mal conseguia chegar até ela, contra o vento.

- Mary - eu me virei para ela - Não se solte, por nada! Você também Annabeth! - gritei - Se agarre aí! Aguente firme!

- Não, Percy! - ela conseguiu gritar.

Quando fui pular, vi que era tarde demais.

O navio explodiu em mil pedaços, e a única coisa de que eu me lembro, foi eu, Annabeth e Mary afundando no mar, comigo agarrando seus braços.


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