Caçada aos Monstros escrita por maridomingos


Capítulo 3
Conheço a garota do dinheiro infinito


Notas iniciais do capítulo

LEITORES!



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Graças aos deuses o motor funcionou, e Annabeth com toda sua habilidade, conseguiu pilotar até o outro lado do mar.

E graças aos deuses, também, nenhum segurança veio atrás de nós.

Então estávamos lá, nos dois, em um navio roubado, como se nada tivesse acontecido.

Passou-se três horas, e avistamos a barragem. Deixamos o navio na beirada, e saltamos. Havia muitos turistas lá, o que dificultava se tivessemos de invadir navios novamente.

Logo quando saltamos do navio, nos demos conta: haviamos esqueçido todas as nossas malas no navio abandonado.

- Não! - eu gemi - Perdemos todo o nosso dinheiro, dracmas, a comida...

- Meu livro de arquitetura! - disse Annabeth - Estava lá! Ah deuses...

De um jeito estranho, Annabeth estava mais preocupada com seu valioso livro de arquitetura que tinha desde seus 7 anos, do que com todo nosso dinheiro.

- Ah cara - gemi.

Não sei por que, mas acabamos entrando dentro da barragem, talvez para conheçer. Ela era enorme, abarrotada de turistas. Havia lanchonetes, elevadores, e lojas com tudo o que possa imaginar.

Annabeth desviou a atenção para uma livraria, onde na vitrine, mostrava um livro grosso de arquitetura atual. O livro era mais grosso do que todos os livros juntos que eu li em toda minha vida.

Os olhos de Annabeth brilharam, e ela se apoiou na vitrine, admirando o livro.

- Meu... sonho... de... consumo - ela balbuciou.

A vendedora da loja ergueu uma sombrançelha para ela, desconfiada.

- Hãn, Annabeth - eu adverti - Melhor você ver o livro daqui, sabe...

Ela me ignorou totalmente.

- Você tem cem pratas? - ela perguntou, ainda olhando admirada para o livro.

- Não Annabeth - eu disse, firme - Não temos nem dinheiro para comer.

Ela suspirou fundo.

- Uma pena.

- Vamos - eu a puxei pelo braço - Melhor irmos antes de atrair monstros.

Mas eu disse tarde demais. Ao nos virarmos, nos demos de cara com gigantes criaturas com chifres. Eu não tive tempo de raciocinar o que era, antes dela correr em minha direção enfurecida.

Eu não sabia o que os turistas viram - a Névoa faz com que os mortais não vejam as coisas como são - mas os deixou assustados. Todos saíram berrando para os elevadores, ou para seus barcos, decididos á sair dali o mais rápido possível.

Saquei minha caneta esferográfica que se transformava em espada: Contracorrente, quando Annabeth fez uma coisa que eu não esperava: ela colocou seu boné na cabeça e desapareçeu, me deixando sozinho com os monstros. Me abandonara.

- Muito obrigado - murmurei para mim mesmo, mas sem tempo para reclamar mais: o monstro estava na minha frente, com seu chifre apontando para minha cabeça.

Peguei minha espada e cortei o chifre com toda minha força. O monstro ungiu de dor.

Ganhei tempo para entrar num elevador que acabara de parar no andar. Entrei, enquanto os outros três monstros corriam em minha direção. Rezei para as portas do elevador se fecharem logo, o que aconteceu, graças aos deuses.

Me virei para trás, suspirando ofegante, e havia uma garota encostada no espelhando, se esforçando para não rir.

- Você está bem? - ela perguntou para mim.

- Estou, por que não estaria? - minha voz saiu assustadoramente fraca.

- Porque está respirando ofegante e suando feio um porco - ela ergueu uma sombrançelha.

Mordi o lábio, procurando uma resposta.

- Eu dei uma corridinha. Só isso.

- Ah - ela disse - Pensei ter visto você lutando com aqueles monstros.

Epa.

- Você viu... Monstros?

Ela assentiu.

- Eram, não eram?

Não respondi.

- O que você é? - arrisquei dizer.

- Depende. O que você é?

Ergui uma sombrançelha.

- Talvez eu não deva te contar.

Depois de um tempo, eu vi o quanto aquela conversa estava soando ridícula, nos dois caímos na gargalhada.

- Prazer meio-sangue. - disse a garota, me apresentando sua mão.

Eu a apertei.

- Prazer.

As portas do elevador finalmente se abriram, nos revelando uma surpresa.

Um monstro do primeira andar mostrava sua garra para nós.

A garota foi para a porta do elevador, e, quando eu menos esperava, lhe deu um chute na barriga, forte, pelo jeito. O monstro cambaleou para trás, uivando de dor. Apertei frenéticamente o botão do último andar, quando as portas se fecharam novamente.

- Aquilo foi... Impressionante! - exclamei.

- Eu sei - ela disse, esfregando a sapatilha no tapete do elevador, enojada.

As portas do elevador se abriram novamente, dessa vez, sem monstros surpresa. Eu a puxei para fora do elevador, e a fiz sentar num banco ao meu lado.

- Me conte. Quem é seu pai ou sua mãe?

A garota engoliu em seco e encarou o chão.

- Eu... Eu não sei.

Eu a encarei.

- Você não sabe?

- Não. Mas sei que é uma deusa mulher! Ela deixou um bilhete em minha casa, me explicando tudo. Eu contei a meu pai, mas ele me achou maluca. Eu fugi.

Assenti, como se aquilo fosse a parte mais normal da história - e era.

- Desde então... Eu não tenho casa.

Eu a observei da cabeça aos pés. O cabelo castanho, cacheado, caia aos ombros. Uma jaqueta prateada, que me lembrava as Caçadoras de Ártemis, jogada em cima de uma blusa rosa de lantejoulas. A calça branca, até o tornozelo, sem um sinal de sujeira. Uma sapatilha prateada para completar. Bem, aquilo não é o tipo de garota que você considera uma moradora de rua.

- Bem, você está mentindo - conclui.

- Não estou! - ela exclamou - Eu te juro. Eu sei, eu não pareço nada uma moradora de rua, é só que... Minha mãe me deixou muito dinheiro. Muito mesmo. Eu moro num... Hotel de luxo. E eu tenho mais dinheiro do que você imagina.

Continuei encarando ela. Agora eu compreendia.

- Ah - eu disse - Você tem, hãn, dinheiro com você?

Tudo bem, tudo bem. Se você estivesse num monumento nacional, com um garoto de roupas esfarrapadas, lhe perguntando se tinha dinheiro, saíria correndo chamando a polícia. Mas a garota se limitou a puxar uma carteira dourada do bolso interno de sua jaqueta.

- Presente da minha mãe - ela disse, e abriu a carteira. Infinitas notas de cem dolares estavam lá - Mas, ela é mágica. Quando por exemplo, você pega 5 dolares para comprar uma camiseta, dez minutos depois, BUM!. Os 5 dolares re-aparecem na minha carteira.

Arregalei os olhos, completamente assustado.

- Você não deve estar falando sério.

- Eu estou! Os deuses são presentes mágicos para seus filhos, não dão?

Pensei bem. Annabeth tinha seu boné da invisíbilidade, se sua mãe. Bem, tudo que meu pai me deu foi uma bolacha de areia.

- Sim.

Ela sorriu.

De repente, me lembrei de Annabeth. Ela poderia estar em qualquer lugar da barragem agora, em perigo.

- Precisamos achar minha amiga - eu me levantei.

- Tudo bem - a garota se levantou - Gostaria de acompanha-los se não se importa.

Eu sorri.

- É claro. Não quer pegar nada no hotel?

A garota sacudiu a cabeça.

- Eu tenho dinheiro infinito, lembra?

Assenti, devagar, e juntos, entramos no elevador.


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