A Menina dos Olhos de Prata. escrita por Deeh-chan


Capítulo 1
A vida de uma lutadora.


Notas iniciais do capítulo

Gente, esse capitulo conta um pouco da vida que a hinata levava antes de começar na faculdade, que sera no proximo capitulo, uma entrada cheia de surpresas.
Um capitulo leve de se ler, e muito facil.

Espero que gostem.
Ah! O boris, o gatinho que vocês vão ler é real ^^

Beijos.*

Reviews ?



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/103583/chapter/1

Pena, que eu não podia ver os seus olhos uma ultima vez...

Muitos me perguntam, Porque eu não choro por nada em minha vida... A resposta eu ainda não sei, talvez seja o fato de não ter com o que sofrer, de não sentir o mesmo que você, pois tudo é diferente no mundo em que vejo, no mundo em que tento esquecer todas as manhãs... Um dia eu ainda sonho em ter motivos para chorar, sendo de alegria ou ate mesmo tristeza, a única coisa que quero, é viver.

Tóquio Japão.

Era época das flores caindo pelo chão, à melhor fase do ano, pois esta seria a mais bela de todas. Eu caminhava por este mesmo parque que há tantos anos estaria com minha mãe, que falecerá há três anos, eu sentia um falta tremenda de tê-la comigo nas horas difíceis, me ajudando a seguir sem ter medo, pelos caminhos desta vida cheia de pedras.

Cemitério Santa rosa.

__Mãe... A senhora esta bem? –Apalpando com dificuldade seu tumulo, eu me ajoelhava, e tentava encontrar o nome da lápide. __AH! Sim, tenho medo de te confundir com outra senhora, coitada dela ter que me ouvir em vão... –Eu ria um pouco com a minha própria ironia.

Colocava as flores sobre seu tumulo.

__Mamãe, a senhora já sabe para onde vou...?! –O vento daquele cemitério vazio, em meio à tarde de ventos fortes, meu cabelo balançava ameaçando derrubar o lenço que o segurava.

__Consegui passar para faculdade... Aquela se lembra? Que a senhora tanto queria que eu fosse...

Sentia as formiguinhas passando velozes pelas minhas mãos, e a terra gelada, com alguns matinhos crescendo em volta do tumulo.

__Alguém deveria limpar isso aqui... A senhora merecia um lugar melhor mamãe...

Levava minha mão pálida ate a lápide, tentando de alguma forma consolar a mim mesma.

__Sinto sua falta...

Eu sabia que de alguma forma ela estava ali comigo, acariciando minha mão frágil e tentando me alegrar com suas palavras doces, e seus deliciosos docinhos de mel... Era do que eu mais sentia falta, das pequenas coisas que mesmo eu não podendo ver, eu sentia todo o amor que vinha de suas mãos quentes e do doce mel que escorria pelos bolinhos macios, a única vez que eu fora amada por alguém nesta vida.

__Moça! A visita acabou! Já são 06h00min vamos fechar! –Um moço velho e rabugento, provavelmente o jardineiro gritava.

__Mais... –Eu me levantava assustada.

__Saia, vamos!

__Senhor aonde esta a porta?! –Me apoiava na bengalinha que me ajudava a andar sem esbarrar com tudo nas coisas.

__De trás de você!

__Ótimo, se não viu que eu sou cega, só pode ser mais cego que eu! –Eu dava meia volta, resmungando, com dificuldade, seguindo o caminho das pedrinhas até o portão, deixando mais uma vez o tumulo de mamãe.

Abrindo as grades enferrujadas, eu tentava guardar na memória o caminho para não repetir o mesmo erro, e também para não ter que ouvir a ignorância de certas pessoas que não entendem o que é uma necessidade.

__OK, vamos embora... –Eu suspirava aliviada.

Bom... Sou uma garota extrovertida apesar de tudo, com 19 anos já passei por muita coisa, menos um grande amor... Nunca desisto do que quero, e sempre corro atrás da independência. Gosto de tudo com um toque de ‘’quero mais’’. Andando pelas ruas da cidade, eu passo por diversos apuros por ser cega, os mínimos detalhes podem me prejudicar em todos os sentidos, mais fazer o que, eu estou sozinha. Tenho de me virar por conta própria, principalmente depois que mamãe morreu. Confesso que a minha mente por muito tempo pensou no escuro, mais o meu coração esta sedento por luz, e os meus olhos não me tiram a palavra, pois são luminosos e prateados como a luz pura do próprio sol.

Um senhor se ofereceu para me dizer quando o meu ônibus chegaria, foi então que eu tive de ir embora. Saia do banco do ponto de ônibus, e me punha a batalhar espaço com as pessoas.

Tenho vontade de voar, mais o medo de cair não me deixa sair do chão, Sinto certa insegurança com certos assuntos, mais me encanto facilmente quando alguém me consegue descrever certinho a figura de um livro, ou a cor de um simples lápis de pintar, até mesmo uma pessoa, um animal, uma cidade, uma roupa, enfim... Minha imaginação voa longe, cada coisa que me vem a mente, coisas inacreditáveis a respeito...

__Sente-se aqui moçinha... –Uma senhora idosa me dava o seu lugar.

__Não senhora pode ficar, estou bem de pé... –Segurando minha bengalinha, e o ferro para não cair, lotada de pessoas que, como favor, me deixava espaço.

__Como você sabe que eu sou idosa?! –Ela voltou a se sentar.

__Senti em você o cheirinho da minha vovó... Biscoitinho de chocolate não é? –Eu sorria.

Neste momento todos olhavam para pequena ceguinha que tivera encantando a velha enrugada.

__Si-sim, querida... –Ela tinha mesmo o cheirinho de biscoito de chocolate, eu sabia que ela era uma senhora, pois a minha vovó sempre cheirava á doces.

O ônibus parava.

Eu contava que do cemitério até o meu ponto eram 17 pontinhos a frente, quando bateu a minha conta, eu logo tinha de sair dali.

__Adeus senhora... –Me despedi da velhinha, e corria entre os passageiros. __Licença, licença, to passando... –Eu metia a bengalinha nas pernas alheias que ainda ameaçavam estar em meu caminho.__Uff!

Respirei. Havia sido mais uma vitoria. Eu comemorava no meu intimo de cotas vitoriosas driblando os perigos da cidade.

Sim! Para mim, o mínimo já é extraordinário, cada coisa que eu consiga fazer sozinha, já é uma vitoria.

__Agora tenho de ir... –Eu arrumava a blusa de frio, e a pequena bolsinha que eu mantinha em meu pescoço, junto com meus sapatinhos vermelhos combinando com o lenço no cabelo preto. __Vamos...

Descia do ponto, caminhando pela rua, já estava escurecendo. O sol já não brilhava mais.

Chegava em casa, abrindo a porta com as libras escritas na chave, eu conseguiria saber o apartamento.

Finalmente. O silencio do meu pequeno apartamento.

__Cheguei Boris! –Eu ajoelhava, e logo sentia a pequena bola de pelos ronronar em minhas mãos. __Quer leite?!

‘’’Miiiaaauuu Miiiiaaaauuuu’’’

__Toma aqui... -Eu despejava um pote cheio para ele se deliciar. Em seguida subia para o quarto, apalpando as paredes.__Tivemos um dia cansativo não é Boris...

Estávamos no meu quarto. O danadinho chegou primeiro do que eu, e deitou na minha cama.

__Vou tomar um banho...

Ele se esparramava pela cama, eu não sabia que cor ele tinha, mais sabia que era muito fofinho e gordo.

Eu sentei na cama, tirei os sapatos, e logo a calça.

__Boris, cadê a toalha?! Ah! Achei não precisa mais...

‘’Miiiiiaaauuuu Miiiaaauuu’’’

Tirando em seguida a blusa, e logo estava de sutiã e calcinha. Indo para o banho quente que me aguardava.

No Japão, os dias eram ensolarados, com as flores caindo para em seguida vir as noites frias, do inverno que se aproximava.

__Boris... –Eu estava no banho.__Não faça nada na minha cama ouviu!

Ensaboando, lavando o cabelo, um ótimo banho, tudo o que era necessário. Logo então eu me enxuguei, com calma, e voltei para o quarto.

__Ah, cama... Aqui! Achei! –Eu me sentava, e vestia meu pijama de calça e blusa, quentinho de lã. __Vem no meu colo, vem!

A bola de pelos novamente se enroscava em meus dedos.

__Vamos ver... -Eu respirei fundo.__Cartilhas de faculdade...

Eram escritas em libras, especialmente para mim.

__Amanha vou começar uma nova vida Boris... –Ele dormia no meu colo quente, mais eu continuei a falar.__Uma faculdade de pedagogia... Não sei por que, mais quero conviver com as crianças, são a minha paixão... –Eu acariciava seu pelo, enquanto lia com as mãos os papeis. __Sim... Sim... Amanha terei de estar lá as 07h00min em ponto! Espero não ter problemas em me enturmar...

Eu logo coloquei o gatinho debaixo da cama, ele adorava dormir lá.

__Boa noite amigo... Vamos apagar as luzes, amanha é um novo começo para mim...

Eu amarrei o cabelão preto, e então apaguei as luzes, e me deitei. Não via diferença em nada, mais percebia a quietude da noite, sentiria falta de um abraço, e nessas horas gostaria de poder ver o luar...

Amanheceu...

                                                      

                                                     Continua... 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Obrigada, espero que tenham gostado.

Dettebayo !