O Cometa escrita por Carol, thammy horan jones, renatatwifan


Capítulo 13
13. Tensão: Lobo furioso.


Notas iniciais do capítulo

Hola ticas, tudo na paz?
Ok, como sempre, eu quero agradecer muito muito muito aos reviews do capítulo passado. Eu sei que eu não respondi, gente, mas é que com essas mudanças do Nyah!, ficava dando erro na página e eu não consegui responder =S... Mas eu li todos com muito carinho
Bem vindas, novas leitoras, vocês são muito importantes para mim ♥
E antes que eu me esqueça: meninas que tem a fic apenas nos favoritos, vocês precisam clicar em 'acompanhar a história' para continuarem a ser notificadas sobre as atualizações da fic *mudançasdoNyah!*
Então, é isso, boa leitura...



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O Cometa:

13. Tensão: Lobo furioso.

-Ai tia - resmunguei pela quinquagésima terceira vez (de verdade, eu estava contando) - Assim já está bom, daqui a pouco ele vai desistir de me esperar.

Agora eram aproximadamente cinco horas da tarde de domingo, tia Alice estava me arrumando para o luau que haveria em La Push daqui a pouco, e eu estava prestes a socá-la por demorar tanto para fazer a maldita maquiagem.

-Para quieta, Nessie! Desse jeito eu vou borrar e nós vamos ter que começar tudo de novo. Acalme-se, garota, o sol ainda nem se pôs.

Eu bufei irritada e afundei na cadeira. É claro que o sol ainda não havia se posto, alôou, ele nem havia aparecido hoje.

Jacob já havia chegado há uns vinte minutos, tadinho, teria que esperar muito mais. Alice sabia ser bem irritante quando queria - e quando não queria também. Fechei os olhos e comecei a lembrar da tarde de ontem, para passar o tempo. Eu passei a tarde inteira na reserva, conhecendo os lugares dos quais Rachel havia me falado. A turma inteira estava reunida, então, eu aproveitei para tirar muitas fotos e até fiz alguns vídeos. Ficaram maravilhosos, meus novos amigos eram muito divertidos, faziam piada e riam o tempo todo.

Levaram-me até as piscinas naturais, depois nós fomos ao antigo porto. Eu estava tão feliz aqui, tudo era bom e perfeito, eu me sentia viva. Depois de um dia incrível, Jake, Embry e Leah me trouxeram para casa, pois aqui ficava no caminho para a ronda deles.

Hoje eu passei o dia inteiro ansiosa, mas estranhamente triste por saber que só veria Jacob à noite. Ficava me arrastando de um canto ao outro da casa, meus pés se moviam com o mesmo entusiasmo dos ponteiros do relógio, que pareciam estar em um complô para me deixar louca. Finalmente a tarde chegou, e com ela, a minha tortura começou. Alice rebocou todo o seu equipamento de beleza até o banheiro do meu quarto e começou a me arrumar.

-Ainda não deu? - perguntei carrancuda.

Alice fez um muxoxo desgostoso.

-Deixa de ser rabugenta, Renesmee. Eu estou me empenhando para você ficar perfeita para essa festa, você poderia pelo menos fingir que é grata por isso. - ela falou com mágoa na voz.

Ai, ai... Ela sempre fazia chantagem emocional comigo, e o pior: sempre colava.

-Você sabe que não é isso, tia Allie... É só que o Jake já chegou faz tempo e...

-Eu sei, eu sei: Você não quer deixá-lo esperando. - falou passando um gloss Christian Dior em meus lábios.

-Exato.

-Bom, se é só isso, não se preocupe - falou sorrindo - Eu já terminei, ficou linda!

Levantei-me da cadeira rapidamente, tirei o robe e ergui os braços para que ela colocasse o vestido em mim sem estragar meu cabelo. Assim que terminou de ajeitar meu vestido, ela me puxou para fora do banheiro e fechou a porta, deixando-me assim, consequentemente, de frente para o grande espelho de corpo inteiro.

Nossa, eu estava realmente bonita! Tia Alice havia feito uma maquiagem leve em mim, apropriada para um luau, e eu estava com um vestido tomara-que-caia bem simples, mas lindo. Meus cachos vermelhos estavam soltos, e caiam como cascatas pelas minhas costas e ombros. Nos pés, eu calçava uma sandália rasteira cor marfim. Ela havia posto um bracelete de miçangas em meu braço direito e agora prendia, com a ajuda de um grampo, uma flor cor-de-rosa imediatamente acima da minha orelha esquerda.

Eu parecia uma daquelas havaianas que vemos nos filmes. Bom, não exatamente uma havaiana, pois a cor da minha pele e de meus cabelos entregava completamente as minhas origens europeias, mas, eu estava me sentindo como uma daquelas dançarinas de hula.

Avaliei mais atentamente a minha imagem no espelho, e então bateu a insegurança.

-Tia? - chamei sussurrando, pois sabia que, com sua super audição, Jacob podia ouvir tudo o que dizíamos ali em cima - Você acha mesmo que eu fiquei bem? Quero dizer, o vestido combinou com o meu tom de pele? E os meus seios, você não acha que eles são grandes demais para um vestido tomara-que-caia? E eu acho que não deveria deixar as minhas pernas à mostra dessa forma, eu sou tão branca!

Alice balançava a cabeça negativamente, desaprovando a minha atitude ansiosa e infantil.

-Ah Nessie, agindo desse jeito você parece uma menina de quatorze anos que está indo ao seu primeiro encontro. - ela falou seriamente, repreendendo-me.

-Shhhhhhh! Você não pode falar um pouco mais baixo? Ele pode nos ouvir, sabia? - sussurrei injuriada.

Ela arregalou os olhos e cobriu a boca com as duas mãos.

-Desculpe querida, eu havia me esquecido disso - cochichou, depois sorriu - E agora, quanto a você: Deixe de ser boba, menina! Você está linda, sua pele é linda e seu corpo é lindo.

Sorri para ela.

-Obrigado.

-De nada. Agora vamos logo, para quem estava tão preocupada com o horário, você está se enrolando muito.

Ela pegou minha mão, minha mochila que estava sobre a cama e saiu me arrastando para fora do quarto, falando por sobre o ombro.

-Então, Jacob vai levar e trazer você, certo? - assenti - Ok. Procure não abusar dos coqueteis alcoólicos durante a festa, você não é acostumada a beber. Divirta-se, mas entre as 12:17 e 12:34 procure um lugar coberto para ficar, vai cair uma garoa fina e com o clima fresco da praia você pode se resfriar. Se acontecer alguma coisa, qualquer coisa, ou se estiver com saudades, pode ligar a hora que for que eu irei te buscar... - ela foi despejando sua enxurrada de instruções em cima de mim enquanto descíamos os dois lances de escadas até a sala de estar, onde Jake me esperava.

Eu ouvi tudo que ela tinha a dizer prendendo o riso. Alice estava agindo exatamente como a minha mãe agiria se estivesse aqui comigo. Quando chegamos ao último degrau da escada, vó Esme veio se despedir de mim.

-Oh, querida... Você está tão linda! - falou me abraçando.

-São seus olhos, vovó. - falei envergonhada.

Ela sorriu balançando a cabeça e Alice fez um som de escárnio.  

-Bom, se sua beleza está apenas em nossos olhos - falou rindo - Então o Jacob deve estar com um sério problema de miopia, olha só a cara de dele.

Jacob. A simples menção do nome dele já me provocava arrepios gostosos pelo corpo. Virei-me na direção que Alice indicara, e claro, lá estava ele.

Usava uma camiseta cinza-chumbo, uma bermuda jeans escura e tênis. Seu cabelo levemente desalinhado conferia um ar ainda mais sexy ao seu visual. Resumindo: ele estava deslumbrante.  

Olhei-o dos pés a cabeça, mas deixei seu rosto por último, pois sabia que sempre me perdia quando olhava em seus olhos. A sua expressão era tão venerativa que chegava a ser meio abobada. Ele me fitava com a boca aberta em um pequeno ‘o’, e seus olhos não se desgrudavam de mim, de meu corpo.

-Você está linda. - sussurrou quase que inaudivelmente.

Senti meu rosto esquentar, maldita timidez! Mas também, não era para menos: Jake estava quase me comendo com os olhos. No sentido chulo mesmo. Alguém limpou a garganta e Jacob pareceu acordar de seu transe - um pouco desconcertado, diga-se de passagem. Tio Jasper encarava-o de uma forma quase que... ameaçadora? Foi estranho.

Mas eu pude entender sua atitude, todos os homens da minha família eram superprotetores. É que eu nunca fui de sair muito, o único garoto que eu namorei de verdade em minha vida foi o Alex, e como eu saí muito ferida daquela relação, eles ficaram ainda mais cuidadosos.

-Olá, Jacob. - Jasper falou afavelmente, mas sem, contudo, baixar a guarda.

-Ah... Oi. - Jake estava envergonhado, pois olhava fixamente para seus próprios pés.

Fuzilei meu tio com os olhos, ele estava fazendo com que meu lobinho se sentisse mal. Jazz ergueu as mãos em sinal de rendição.

-Quem é seu amigo, Nessie? - Carlisle perguntou de forma amigável, percebi que estava tentando descontrair a situação.

Jake olhou para ele aliviado, parecia estar pensando ‘ah, pelo menos um que é normal nessa casa’.

-Jacob Black, prazer. - ele disse, estendendo a mão para meu avô.

Quando pegou na mão de Jacob, Carlisle arregalou os olhos e abriu a boca.

-Garoto, você está ardendo em febre! Eu acho que nunca vi alguém com uma temperatura tão alta em toda a minha vida.

Vovô estava realmente assustado, o que já era de se esperar, levando-se em consideração o diploma de medicina pendurado em seu consultório.

-Ah, não - Jake disse, eu imagino que ele já devia estar cansado de tanto explicar sua temperatura para as pessoas - Eu sou assim mesmo, coisa dos nativos de La Push.

Carlisle balançou a cabeça em sinal de negativa, olhando-o de forma estranha.

-Sinto muito, mas não posso aceitar essa explicação. Eu sou médico, Jacob. Sei bem que essa temperatura não é comum, e já atendi vários nativos no posto de saúde, nenhum deles era assim quente.

Jacob me olhou pedindo socorro, eu resolvi tomar as rédeas da situação.

-Vovô, lembra quando o senhor chegou à conclusão de que havia uma magia forte protegendo os      Quileutes das visões de Alice? Pois é, estava certo. Agora não pergunte mais nada sobre isso, por favor, nós não podemos responder.

Carlisle assentiu, envergonhado. Ele, assim como eu, detestava passar por enxerido.

-Espero que perdoe essa minha intromissão, Jacob.

Jake sorriu.

-Claro.

-Ah, e antes que eu me  esqueça, cuide da minha neta esta noite, ouviu? - todos nós arregalamos os olhos - O quê? Vocês são muito maliciosos, mesmo. - vovô falou desconcertado - Quando eu digo “cuidar”, estou falando para não deixar nada de ruim acontecer a ela.

Esme, pude perceber, estava tentando abafar o riso. Já Alice, escandalosa que só ela,  riu abertamente. Oh my Lord! - pensei comigo - Parabéns, vovô, o senhor conseguiu deixar o negócio ainda mais embaraçoso!

Caminhei até o lado de Jacob e peguei em sua mão. “Vamos logo, isso já passou do limite de constrangimento que eu posso aguentar” - falei através de minha mão. Ele assentiu prontamente.

-Tchau, família! - falei por cima do ombro enquanto andávamos rapidamente para fora de casa.

“Boa noite” - todos falaram em coro. Menos Alice, é claro, ela ainda estava rindo histericamente ¬¬’.

Caminhamos até o quintal, eu não conseguia pensar em nada para dizer. Queria muito encontrar uma frase coerente para que ele não pensasse que eu era louca de hospício igual a minha família, mas a única coisa que eu conseguia fazer era abrir a boca e depois fechá-la novamente. Ele me olhava curioso. É, esquece o negócio de provar que eu sou mentalmente capaz, com certeza ele está achando que eu sou pancadona da cabeça.

-Moto? - perguntei quando chegamos à calçada.

Sua Harley, preta e imponente, estava estacionada perto do meio-fio.

-Algum problema? Achei que você já tivesse superado isso. - falou confuso.

Eu sorri, balançando a cabeça.

-É claro que eu já superei isso, hello darling, eu sou uma mulher corajosa. - falei mexendo o quadril e jogando o cabelo para o lado, do jeito que as garotas de filmes adolescentes fazem para ilustrar seu poder feminino. Ri da minha própria criancice, enquanto Jake tinha seus olhos vidrados em mim. -Mas, se não percebeu, eu estou de vestido.

Sua boca estava entreaberta agora.

-Mocinhas devem tomar certos cuidados quando estão de saia. - falei tentando imitar as broncas que a minha mãe me dava quando eu era pequena e subia de vestido nos pés de goiaba da antiga  casa dos meus avós, em Londres.

Jacob me olhava embasbacado, mas antes que eu pudesse perguntar o que ele tinha, senti minhas costas sendo prensadas contra o muro.

Ele cheirava meu cabelo e beijava meu pescoço, faminto. Senti meu corpo ferver.

P.O.V Jacob Black.

-É claro que eu já superei isso, hello darling, eu sou uma mulher corajosa. - ela falou mexendo o corpo graciosamente, fazendo charme. Se ela soubesse o poder que tem sobre mim! Deixou-me completamente hipnotizado só com sua simples brincadeirinha.

Ela estava muito, tipo... Woooow com aquele vestido. Gostosa demais.

Suas curvas eram tão perfeitas, a pele branquinha, os olhos de chocolate derretido, o sorriso delicado de anjo fazendo contraste com os cabelos cor de fogo. Ela era um anjo endiabrado, ou um diabo angelical. Um paradoxo inexplicável. Parecia frágil, mas suas atitudes eram destemidas; era tímida, mas não tinha papas na língua para defender suas opiniões; era tão linda que me tirava o fôlego, mas sua modéstia e até mesmo a falta de confiança em si mesma deixavam claro o quanto ela era humilde; seu rosto e seu sorriso eram tão menina, ao mesmo tempo em que seu corpo e certos gestos seus, mesmo que involuntariamente, eram absurdamente sensuais.

Ela era a minha estrela-guia. Não, estrela não. Ela era mais misteriosa e mais bonita do que uma estrela.

Ela era um cometa. Meu cometa.

- Mas, se não percebeu, eu estou de vestido. Mocinhas devem tomar certos cuidados quando estão de saia. - falou teatralmente, acho que estava tentando fazer graça.

Mas não foi engraçado. Foi sexy. É disso que eu falo quando digo que ela é naturalmente sensual, não precisa nem querer para despertar desejo nos homens, e confesso que isso me causa insegurança. E irritação. Eu definitivamente não suporto ver todos os marmanjos daqui - os que não sabem que eu sou um lobisomem e que ela é minha impressão, é claro - quase escorregando na poça da própria baba quando ela passa.  

Ela me olhava confusa agora, provavelmente divagando sobre a minha cara de idiota. As pequenas rugas que se formavam entre suas sobrancelhas quando ela franzia a testa eram adoráveis. Uma força maior me puxou para ela, como se fosse um ímã, e eu prensei-a contra o muro da casa de seus avós.

Céus, seu cheiro! Nunca imaginei que poderia haver no mundo uma fragrância como aquela: ela cheirava a mel, lilases e morangos silvestres. Usava uma colônia também, mas essa eu fiz questão de ignorar. Não que não fosse boa, era ótima, mas não era páreo para o perfume natural de sua pele.

Cheirei seus cabelos, mordisquei sua orelha e beijei seu pescoço com vontade. Vontade até demais, diga-se de passagem, pois a marca vermelha que ficou logo abaixo da linha de seu maxilar com certeza ficaria roxa e demoraria alguns dias para sumir por completo. Ela não parecia estar se importando muito com isso, na verdade acho que nem havia percebido, pois estava completamente mole em meus braços. Isso me deixava imensuravelmente feliz, saber que causava esse tipo de reação nela.

Subi com uma trilha de beijos até seus lábios e beijei-os demoradamente antes de pedir passagem com minha língua. Sua boca era doce,  tinha gosto de morango. Eu me sentia nas nuvens ao beijá-la. Quando minha língua tocou a sua, macia e deliciosa, a racionalidade simplesmente desapareceu. Agora só existiam os sentimentos. Quando eu poderia imaginar que conseguiria conquistá-la e teria ela para mim, nem que fosse por alguns poucos dias? Ela, a mulher mais importante do mundo, a minha essência. Tê-la em meus braços me fazia sentir completo, como se nada mais importasse, e na verdade não importava mesmo. Porque o mundo poderia acabar e eu nem notaria, se ela continuasse aqui, o meu mundo continuaria girando.

Doía no âmago do meu ser pensar na ideia de que ela iria embora em uma semana. Eu não permitiria isso, ela tinha que ficar pelo menos até o final de suas férias aqui comigo.  O meu único conforto era saber que ela realmente queria ficar. Falaria com seus tios, seus avós, eu até gastaria as minhas economias em passagens de avião para NY para falar com seus pais se fosse preciso, mas não deixaria que ela partisse antes do estritamente necessário. Pus um pouco mais de força no abraço que a prendia a mim, como se eu realmente pudesse segurá-la aqui, abraçá-la para sempre.

Ela notou a mudança súbita na aura que nos envolvia, afastou-me delicadamente de seu corpo para poder olhar em meus olhos.

-Algum problema? - perguntou de forma doce, tentando me passar tranquilidade.

Eu neguei com a cabeça, falaria sobre isso depois. Agora tinha algo bem mais importante a fazer.

Um nervosismo violento tomou  conta de meu corpo ao me dar conta de que o momento estava chegando. De repente o pacotinho guardado em meu bolso passou a pesar cinquenta quilos.

Fim do P.O.V Jacob Black.

Jake estava estranhamente apreensivo, e, embora negasse, eu sabia que estava preocupado com alguma coisa também. Mas eu não iria insistir, sabia que uma hora ou outra ele acabaria falando.

-Então, já que eu não posso ir de moto - falei, indicando o meu vestido - Podemos ir no meu carro?

Ele apoiou o queixo na mão, como se estivesse ponderando.

-Podemos! - falou por fim - Mas... com uma condição.

Fitei-o, confusa.

-Condição?

Ele me olhou com os olhos pidões.

-Posso dirigir? - pediu - É que, sabe, não é todo o dia que eu tenho a oportunidade de pilotar uma nave como aquela.

Segurei a vontade de pular nele e apertar sua bochecha, Jake era muito fofo. Assim como ele havia feito a pouco, fingi pensar no assunto.

-Huum, deixa-me ver... - ele nem piscava, estava em expectativa - Ah, é claro que sim, seu bobo! Nem precisava pedir.

Jake sorriu largamente e me deu um abraço de urso sufocante.

-Obrigado, pequena. - falou sorrindo que nem criança.

[...]

-E aí, Jake? - Embry cumprimentou assim que chegamos à praia - Oooolá Nessie - falou com entusiasmo e beijou minha mão, Jacob lhe deu um tapa forte na parte de trás da cabeça.

-Ai, Jake! PQP, seu viado, isso dói! Eu só estava sendo educado. - reclamou massageando o lugar que foi atingido.

Jake bufou.

-A não ser que você queira perder os dois braços, acho bom parar com gracinhas. - avisou seriamente.

Embry revirou os olhos, mas se afastou.

Eu e Jacob caminhamos até onde estava a turma, eles estavam terminando de arrumar a decoração para a festa. O ambiente estava lindo, o luau seria perfeito. Tinha tochas, drinques coloridos, música havaiana, uma mesa enorme que mais tarde estaria cheia de frutos do mar, e tinha uma pick up para um DJ também.

-Oi maninho, oi cunhadinha. - Rach veio saltitante até nós.

Eu balancei a cabeça, rindo.

-Eu não sou sua cunhada, Rachel. - falei sorrindo.

Ela deu um sorriso torto.

-Ainda. - falou misteriosamente, eu rolei os olhos - Jake, você sabe que eu te amo, não é, pirralho?

Eu ri alto. Mesmo Rachel sendo a irmã mais velha, era engraçado vê-la  chamando Jacob de pirralho, uma vez que ele era do tamanho de um armário. Jake fechou a cara.

-Eu não sou pirralho, e pode ir falando, o que é que você quer?

Rachel arregalou os olhos.

-Só porque eu disse que te amo você acha que eu quero alguma coisa? - perguntou se fazendo de ofendida.

-É, acho. - ele respondeu simplesmente.

Ela levou as mãos ao peito teatralmente, mas quando viu que Jacob não se abalara com isso, desistiu da encenação.

-Tudo bem, você está certo. Eu preciso de um favorzinho.

-Sério? - Jake perguntou debochadamente.

-É. Eu preciso que você vá até em casa buscar umas luzes que eu esqueci, é urgente.

Jacob fez um som de desdém e abraçou a minha cintura.

- Pede para o seu namorado. Nem fodendo que eu deixo a Nessie, linda desse jeito, sozinha no meio desse monte de lobos babões. - falou seriamente para ela.

Minhas bochechas adquiriram um tom escarlate. Rachel bateu o pé no chão, impaciente.

-Isso são modos, Jacob? Quantas vezes eu vou ter que dizer que odeio quando você fala palavrões?

Jake bufou.

-Jacob Ephraim Black, se você não for capaz de fazer esse favorzinho para mim, esquece que tem irmã! - nossa, Rachel realmente sabia fazer um drama.

-Eu ainda tenho a Rebecca. - ele disse, provocando.

-A Becca mora no Havaí, e, se você não quiser que eu me mude para lá também, acho bom fazer o que eu estou pedindo. Eu não posso pedir ao Paul porque ele ainda não chegou da ronda!

Jacob perdeu a paciência.

-Droga, Rachel! Eu já disse que não vou! Olha quantos marmanjos tem aqui, manda um deles.

Rachel olhou-o com os olhos marejados.

-Ai, tá bom, tá bom. Eu vou... Satisfeita?

Ela sorriu.

-Muito! A caixa com as luzes está em cima do armário do meu quarto.

-Ok, mas você cuida bem da Nessie enquanto eu não estiver presente, entendeu? Pode avisar aos engraçadinhos de plantão que se eles espicharem os olhos para cima dela, eu os deixo cegos!

-Jacob! - protestei.

Ele fingiu não ouvir.

-Pode deixar, maninho, os garotos me respeitam. Acho que ser a irmã do alfa me confere certa autoridade, e além do mais, mesmo que eu não estivesse vigiando, duvido que algum deles teria coragem o suficiente para mexer com a garota do maior e mais forte lobo da alcateia.

Eu corei, eles ficavam falando de mim como se eu não estivesse presente.

Jacob ergueu uma sobrancelha.

-Eu já não disse que vou, Rach? Não precisa ficar bajulando.

-Eu não estou bajulando - ela disse fingindo incredulidade, Jacob estreitou os olhos - Tudo bem, talvez um pouquinho. Mas tudo o que eu disse é verdade, não é? Você é mesmo o lobo maior e mais forte.

Ele meneou a cabeça para o lado.

-Talvez, mas eu não gosto de gente puxa-saco.

-Ok, então, senhor Humildade-Em-Pessoa, desculpe-me pelo meu deslize. Agora vai logo, garoto! Eu preciso das luzes para hoje!

Jacob veio até mim, beijou minha testa, sussurrou um “não demoro” em meu ouvido e saiu a passos largos da praia.

Rachel pegou-me pela mão e me levou até onde a turma estava reunida.

-Nessie! - Leah e Kim disseram em coro e vieram me abraçar.

-Oi meninas. - falei sorrindo.

Tinha bastante gente na praia, todos nativos, e boa parte eu ainda não conhecia. Entre os homens, eu podia distinguir facilmente quais eram os lobisomens. Óbvio. Os lobos tinham, sei lá, o dobro do tamanho de um cara normal. Assustei-me ao constatar que eles eram um número muito maior do que eu pensava, devia ter pelo menos uns quinze aqui, e isso que Paul, Sam e Jake não estavam presentes.

-Nessie, eu queria te apresentar à minha prima, Emily. - Leah falou me puxando pela mão. Kim e Rachel vieram conosco.

Surpreendi-me com isso. Pelo que Jacob havia me contado, Emily era a garota que roubara Sam de Leah, mas a loba não parecia guardar ressentimentos.

Leah foi até a beira da água, onde uma garota de média estatura observava o mar. Ela estava de costas para nós, e eu tive que me segurar muito para conter o susto quando Leah cutucou seu ombro e ela se virou, me permitindo ver seu rosto.

Três enormes cicatrizes desfiguravam o lado direito da face da mulher, repuxando o canto de seu olho e boca, e transformando sua expressão em uma careta permanente.

Ela sorriu ao ouvir algo que Leah cochichou em seu ouvido, caminhou até mim ainda sorrindo e me estendeu a mão. Apertei-a.

-Prazer, sou Emily Young.

-Renesmee Cullen.

Seu sorriso se alargou.

-Eu sei quem você é - disse docemente - O Jake tem bom gosto.

Ouvimos um riso alto.

-Bom gosto? - um garoto perguntou às nossas costas.

Viramo-nos para ele, que nos olhava sorrindo. Eu me lembrava vagamente de seu rosto, do dia em que estive na First Beach pela primeira vez. Se não estava enganada, o nome dele era Colin.

-Bom gosto que nada - falou ainda rindo - O Jake é o filho da mãe mais sortudo que existe, isso sim. Quero dizer, essa é a garota mais linda que eu já vi na vida, sem ofensas meninas, e foi escolhida para ele. Agora me diz se isso não é sorte.

Eu franzi a testa, como assim ‘escolhida’? Leah fuzilou o garoto com os olhos.

-Sorte ou não, ela não é para o seu bico. - Rachel falou, brava.

O garoto ergueu as mãos em sinal de rendição.

-É claro que ela não é para o meu bico, eu nem cogitei isso - explicou-se rápida e nervosamente - Sabe, eu tenho amor à vida.

Kim bufou.

-Pois não parece.

-É, mas eu tenho. Então, será que podemos deixar esse assunto longe dos ouvidos do Jacob? - ele implorou.

Olhei-o com pena, ele estava amedrontado e parecia tremendamente arrependido pelo comentário - que cá entre nós, foi muito inocente - que fez. Pelo que pude perceber, todos tinham muito respeito por Jacob. E medo.

-Tudo bem, moleque. - Rachel disse - Contanto que não volte a acontecer.

Ele sorriu aliviado e saiu rapidamente. Eu encarei as quatro garotas à minha frente - Emily, Kim, Rachel e Leah.

-O que foi isso? - perguntei a ninguém em especial.

-O meu irmão me pediu para ficar de olho, então... - foi Rachel quem respondeu, dando de ombros.

Eu a olhei, incrédula.

-Hei - Kim chamou - Vamos lá na pick up ver o que o DJ vai tocar de bom? - perguntou, mudando de assunto.

O céu estava começando a escurecer agora, a brisa marítima era gelada. Todas nos animamos com a ideia de Kim, e rumamos de volta para a pista, onde o pessoal terminava de decorar o ambiente. No meio do caminho eu senti uma mão em meu braço, me segurando.

-Stacey?

Ela deu um sorriso debochado.

-Oi, monstrinha.

Estreitei os olhos.

-Do que você me chamou? - perguntei entre dentes.

-Ah, relaxa aí, vamos dar uma volta? - seu tom era descontraído.

Meu queixo caiu.

-O que você quer? - indaguei, desconfiada.

-Ela não quer nada! - Leah falou, colocando-se à minha frente.

-Eu quero sim! - Stacey disse, contornando Leah e pegando na minha mão.

Eu estava pasma, nunca havia dado intimidade para a vadia me tratar como se fôssemos amiguinhas.

-Olha aqui, garota, é bom você soltar a Nessie agora se não quiser que eu arrebente a sua cara. - a loba avisou.

-Não - falei, Leah me olhou surpresa - Está tudo bem, Lee. Eu só vou ver o que ela que porque sou muito curiosa, mas não se preocupe, eu não confio nesse surto de simpatia dela, portanto, não iremos muito longe.

Leah assentiu meio relutante, lançou um olhar de alerta à Stacey e saiu.

-Tudo bem, fala logo, garota. - eu disse.

-Ai, para quê essa grosseria toda, Nessie? Vem, vamos caminhar um pouco.

Eu não estava gostando nada daquela súbita mudança na forma como ela me tratava, seus atos eram, no mínimo, suspeitos. Mas a curiosidade desmedida me instigou a segui-la.

Já havíamos andado quase um quilômetro e ela ainda não falara nada, eu me cansei.

-Ok, agora já deu. - falei - Se você não vai falar, tchau, eu estou voltando.

Ela, novamente, segurou meu braço.

-Não, aqui já está bom. - falou me puxando para trás de umas pedras bem grandes.

Olhei-a curiosamente.

-Então... - incentivei-a a começar.

Ela sorriu malignamente.

-Então - ela repetiu - Eu soube que o Jacob já está te pegando. - falou sem rodeios.

Abri a boca, perplexa.

-O quê? Você me trouxe até aqui para isso? Nossa, honey, isso é que é dor-de-cotovelo por ter sido chutada. - falei sem conter as palavras venenosas.

Ela me olhou com raiva.

-Eu se fosse você não diria tanta besteira - avisou seriamente - Sabe, eu poderia me zangar, e aí todo o mundo ficaria sabendo da sua esquisitice.

Meu estômago gelou.

-E-eu não... não sei do q-que você está faland-do. - gaguejei.

Ela parou na minha frente e colocou a mão sob minha mandíbula, apertando fortemente minhas bochechas.

-Não se faça de sonsa, Barbie - falou friamente, em voz baixa -Você sabe exatamente do que eu estou falando.

Virei meu rosto para o lado bruscamente, livrando-me de sua mão.

-Quem te disse isso? - perguntei, olhando para o mar.

-O meu primo. Ele faz parte da matilha de Sam e, por acaso, estava transformado quando Sam viu o seu little secret na mente de Jacob. Sabe, o Jaden não fez por mal, ele não sabia que essa informação me seria tão útil.

Eu me virei para ela e encarei seus olhos com calma.

-E o que você vai fazer agora? - perguntei devagar, as palavras carregadas de nojo - Me chantagear? Me extorquir? Vá em frente, eu não tenho medo de você!

Ela agarrou meu braço, cravando com força as unhas em minha pele.

-Pois deveria ter! Você está em minhas mãos, Srta. Anomalia.

Pronto! Aquilo bastou para que a raiva me dominasse. Ah, vai pra P*RRA, garota mais abusada! Bitch! Puxei meu braço com um safanão, mas não consegui tirá-lo de seu aperto, fazendo com que ela pressionasse ainda mais suas unhas ali. Senti um pouco de sangue escorrendo, e doeu bastante.

Mas eu não iria me rebaixar, não mesmo. Olhei-a com cara de inocente para falar.

-Antes anomalia do que piranha, não acha? (n/a: #euacho)

Ela me olhou de boca aberta.

-Como é que é? - perguntou inflando as narinas.

Dei meu melhor sorriso irônico.

-Você ouviu, vadia. - ok, acho que agora eu fui longe demais.

Ela deu um tapa violento em meu rosto, tão forte que meus olhos lacrimejaram. Apertei-os com força para não chorar na frente dela e coloquei a mão na face que ardia, preparando-me para revidar. Eu sabia que iria apanhar feio, mas não me importei. Abri os olhos lentamente e... Stacey estava a três passos de mim, estática, amedrontada.

Eu não entendi sua atitude, ela estava com medo de mim? Não, isso era bem pouco provável. Principalmente pelo fato de que seu olhar temeroso não era dirigido a mim. Ela olhava fixamente por cima do meu ombro, para algo que estava às minhas costas. Seu rosto estava sem cor, assim como seus lábios. Ela estava claramente apavorada.

-Desculpe, eu não tive a intenção. - sussurrou, ainda olhando por cima de meu ombro.

Cara, qual era o problema dela?

-O quê? - perguntei unindo as sobrancelhas.

Ela arregalou os olhos e deu mais um passo para trás.

-Jake, calma. Eu só...

-Jake? - me virei para onde ela olhava.

Jacob estava parado a margem da floresta que cingia a praia, a uns quatrocentos metros de distância.

Suas mãos estavam cerradas em punho ao lado do corpo, que tremia violentamente. O ódio mortal contido em seus olhos seria capaz de pulverizar alguém.

-Você.Bateu.Nela - grunhiu furiosamente - Você machucou ela!

Um rosnado animal rolou por seu peito e, depois disso, tudo aconteceu muito rápido.

Ele correu três passos e saltou, mergulhando de cabeça no ar. Seu torso se curvou para baixo e, com o som áspero de algo se rasgando, ele meio que explodiu. Sua roupa foi reduzida a farrapos, que se espalharam no ar, e quando ele voltou a tocar o solo, já não era mais humano. Agora ele era um lobo castanho avermelhado, lindo, gigante e enfurecido, que avançava com determinação surpreendente e velocidade assombrosa para seu alvo. Stacey.

Dei dois passos para trás, horrorizada.

-JAKE, NÃO! - gritei em desespero.


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Notas finais do capítulo

Aaaaah, e agora? O que acontece?
Gente, não me matem por parar bem aqui, ok? É que eu tenho MUITAS ideias para o próximo capítulo, e nem sei quando ele vai ficar pronto, não posso prometer uma S
Maaaas, quem sabe, se eu receber bastaaante reviews eu me empolgue, hehe. Façamos assim: se vocês capricharem nos coments e eu receber, talvez, uma recomendaçãozinha beem lindiinha*---*, eu posto logo o próximo para vocês não surtarem. O que acham? Uma troca de favores
Beeeeeijo, amores :*
(Não esqueçam :"ACOMPANHAR A HISTÓRIA"!)