O Cometa escrita por Carol, thammy horan jones, renatatwifan


Capítulo 12
12. A Lista de Jacob.


Notas iniciais do capítulo

Oooi meninas, tudo bom?
Antes de tudo eu quero dar as boas vindas às novas leitoras e dizer que eu amei muuuito os reviews do cap anterior, flores.
Então, sobre o nome do capítulo: sim, é o que vocês estão pensando. Eu fiz um trocadilho com "A Lista de Schindler", não resisti =P
Aaaaah, mais uma coisa, a letra da música que vai aparecer aí é a tradução de Kissin' U - Miranda Crosgrove. (eu sei, isso é uó, mas eu achei a letra fofiinha *-*).
Boa Leitura...



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O Cometa

12. A Lista de Jacob.

Jake sorriu e pegou minha mão, me levando até seu Rabbit. Eu acenei para Mark por sobre o ombro, despedindo-me, ele acenou de volta sem muito entusiasmo. Gritei para Alice que estava saindo, ela assentiu com um sorriso no rosto. Jacob abriu a porta para mim e me colocou o cinto de segurança, deu a volta e entrou no carro.

-Para onde você quer ir, anjo? - perguntou já dando a partida.

-Você está com problemas. - foi a única coisa que falei, ele revirou os olhos.

[...]

Acabamos na praia novamente, acho que aquele lugar nos atraía.

Saímos do carro e caminhamos de mãos dadas até a nossa pedra. Jacob sentou-se na areia e se recostou na grande pedra, eu caminhei até a beira do mar, tirei as sandálias e molhei meus pés na água. O dia não estava quente, mas havia esquentado bastante se levássemos em consideração o frio dos últimos dois dias. Comecei a pular as ondinhas, Jake me observava com um sorriso bobo no rosto.

Desisti da minha brincadeira quando ele deu um tapa no lugar ao seu lado, convidando-me a juntar-se a ele. Quando me sentei, Jake me envolveu em seus braços e beijou meu cabelo.

-Você, Ness, é a criatura mais linda do mundo. Você é a razão da minha existência. - segredou em meu ouvido.

Mordi o lábio inferior ao sentir meus olhos umedecerem. Virei meu rosto na direção oposta, não queria que ele percebesse o quanto eu estava emocionada.

-Eu não quero que você diga isso - falei baixinho - Não quero que faça isso. Droga, Jacob! Por que você não pode agir comigo da mesma forma que age com as outras? Por que você tem que ficar dizendo essas coisas para mim? Eu odeio isso, odeio a forma como as suas palavras parecem verdadeiras. Eu não quero acreditar nelas.

Ele pôs a mão sob meu queixo e virou meu rosto para encarar o seu. Esperou até que eu olhasse em seus olhos, olhos esses que continham mais amor, paixão e adoração do que eu poderia julgar possível. 

-Escuta Ness, eu sei o que aquele imbecil fez com você. Sei que ele te machucou muito mais do que você deixa transparecer, e sei também que eu não tenho moral para falar dele, quando eu mesmo já fiz isso muitas vezes, com muitas garotas que não mereciam. Mas eu juro, jamais faria isso com você. Você é uma parte de mim, e não uma parte qualquer, é a mais importante. É vital. Por favor, confie em mim. Doi demais saber que você se sente incerta com relação aos meus sentimentos, eu me sinto um lixo.

Suas palavras me deixavam confusa. Como alguém que me conhecia há tão pouco tempo poderia me considerar a parte mais importante de sua vida? A razão de sua existência? Virei meu corpo, ficando de frente para ele. Passei minha mão em seus cabelos, acariciando-o enquanto falava.

-Eu não entendo, Jacob. Eu queria tanto entender!

Ele, lentamente, aproximou seu rosto do meu até encostar seu nariz em minha pele. Beijou ternamente a minha bochecha e depois deslizou até meu pescoço, inspirando profundamente.

-Eu amo tanto o seu cheiro. Ele é perfeito, embriagante. - sussurrou, sua voz rouca abafada em minha clavícula.

Faíscas voam

É como a eletricidade

Eu poderia morrer quando esqueço como se respira

Você fica mais próximo

E não há outro lugar neste mundo em que eu preferiria estar

Meu corpo inteiro ficou mole, eu estava zonza. Ele parecia gostar das sensações que provocava em mim, pois cada vez que minha pele se arrepiava, ele sorria. Eu entendi o que ele estava fazendo: estava tentando me explicar através de seus carinhos aquilo que ainda não podia explicar em palavras. Fez o caminho de volta até minha boca e deu um beijo molhado no canto dos meus lábios. “Jacob” - resmunguei, ele riu. Sabia que eu estava ansiosa por seu beijo, sua língua, e por isso ficou me torturando.

O tempo para

Como se tudo em volta de mim estivesse congelado

E nada mais importa a não ser esses poucos momentos

Em que você abre a minha mente para coisas que eu nunca vi

Seus braços me envolveram e ele me encaixou em seu peito nu, absolutamente forte e indecentemente quente. Eu já estava meio que deitada por cima dele, mas aquilo era tão bom que nem me importei com o que as pessoas pensariam ao ver aquela cena, afinal a First Beach não estava lá muito deserta. Ele traçou uma linha de beijos por meu maxilar e desceu até meu pescoço novamente, beijando carinhosamente dessa vez. Deu uma leve mordidinha na minha orelha, e eu não pude evitar que um gemido escapasse por minha garganta. Na verdade, foi um som quase felino, um ronronar. Jacob pareceu perder o rumo com isso, e avançou sobre mim.

Tomou meus lábios para si com uma urgência que beirava o desespero, sua língua quente invadiu a minha boca reacendendo todas as esperanças de felicidade, que há muito haviam sido extintas de mim.

Porque quando beijo você os meus sentidos ganham vida

Quase como as peças que eu estive procurando para o meu quebra-cabeça

Cai direto no lugar

E é você quem pega

Minhas dúvidas desaparecem

Quando eu beijo você

Eu retribuí ao seu beijo com igual entusiasmo, sua boca era absolutamente deliciosa. Enlacei seu pescoço com meus braços, entrelaçando meus dedos em seus cabelos. Era impressão minha ou estava ficando calor? Talvez fosse apenas a pele de Jacob, eu não me surpreenderia se ele estivesse com 50°C agora. Mordi seu lábio inferior e foi a sua vez de gemer. Ele me apertou ainda mais contra seu corpo, sua língua voltou a invadir a minha boca, explorando cada canto dela com movimentos circulares.

Quando eu beijo você

Tudo começa a fazer sentido

E todas as perguntas que tenho em minha cabeça

Como: “Você é o certo?”

“Devo realmente confiar?”

Se esclarecem quando eu beijo você

Interrompi o beijo, ofegante. Eu precisava respirar, meus pulmões já estavam gritando por ar. Jacob colou nossas testas enquanto, assim como eu, tentava pôr um pouco de oxigênio para dentro.

-Sabe, Ness, eu tenho que confessar uma coisa... - ele falou baixinho - Estava tentando te distrair para você esquecer que estava brava comigo, mas eu não consigo te enganar, então, pode me bater se quiser.

Eu ri alto.

-Eu não esqueci que estava brava com você, bobinho. Mas acho que já te perdoei, na verdade você me livrou de uma situação bem complicada, eu não queria ter que dar outro fora em Mark. Ele é um cara legal.

Jacob bufou.

-Um banana, você quer dizer. O cara virou gelatina só com o meu pequeno alerta.

Eu balancei a cabeça.

-Pequeno alerta?! Você é louco! Quase fulminou o coitado só com o olhar, fica longe da minha garota, rá!

Ele riu.

-Certo, eu peguei pesado. Mas é bom, assim eu tenho um a menos na minha lista.

-Lista? - eu perguntei com uma sobrancelha arqueada.

Jake assentiu.

-Dos desafortunados que ousam dar em cima de você, chama-se: “Engraçadinhos que eu preciso matar ou deixar paralíticos”.

Arregalei os olhos.

-Você não está falando sério, está?

-Yup! - ele falou, com o polegar virado para cima em sinal de ‘positivo’.

-De novo: você-é-louco!

Ele me abraçou com um pouco mais de força, colando seu corpo no meu. “Louco por você, princesa” - sussurrou no meu ouvido, depositando um beijo ali em seguida.

Eu prometi que não iria fazer isso até saber que era o certo pra mim

Mas ninguém, nenhum garoto que eu conheci antes,

conseguiu fazer eu me sentir tão bem e segura

E você já reparou que me faz  perder o foco e o mundo a minha volta desaparece

Eu capturei seus lábios para mim rapidamente, e tão rapidamente os larguei. Jacob queria mais, percebi isso pela forma com a sua boca se entreabriu esperando por minha língua, mas agora era a minha vez de torturá-lo um pouco. Desci meus lábios até seu pescoço, minhas unhas arranhando levemente a sua nuca. Mordi fraquinho o lóbulo de sua orelha, arrancando um gemido dele. Ri baixinho e continuei meu trabalho, passei minha língua levemente em seu pescoço, para depois depositar vários selinhos ali. Ele não parava de mexer a cabeça, sua boca em uma busca frenética pela minha.

-Me beija Nessie, por favor. - ele suplicou.

-Já não estou beijando, baby? - provoquei.

Ele desistiu de ser paciente, pegou meu rosto em suas mãos e me beijou de uma forma tão intensa que me deixou tonta. Mas não tonta daquele jeito ‘tontinha, tontinha’, não. Me deixou tonta de verdade, e as coisas começaram a girar. Ele se assustou.

-Ah meu Deus, Ness... Você não vai desmaiar, né? - perguntou alarmado.

Eu sacudi a cabeça.

-Você só pode culpar a si mesmo por isso, Black. - credo, até a minha voz estava estranha!

Ele riu.

-Vem aqui, sua maluca.

Me colocou sentada na areia e ergueu meus cabelos que estavam grudados na nuca. Soprou em meu rosto, na intensão de me despertar do transe.  

-Não está ajudando. - sussurrei. Seu hálito quente e delicioso só me empurrava cada vez mais para o estado de hipnose.

-Ok, então. - Jacob falou, pondo-se de pé de repente.

Eu fiquei confusa.

-Aonde você vai? - perguntei.

-Aonde nós vamos? - corrigiu-me - Dar uma volta na praia para ver se conseguimos oxigenar um pouco o seu cérebro. - falou com um sorriso sapeca.

Eu lhe dei a língua, mas não pude contestar. Na verdade, era o meu corpo inteiro que estava precisando de oxigênio no momento, e não só o cérebro.

Levantei da areia e peguei sua mão, que estava estendida em minha direção. Começamos a caminhar em silêncio, e eu posso bem imaginar o que todos na praia deviam pensar ao nos ver andar de mãos dadas. Namorados. Jacob não parecia se importar muito com isso, na verdade, eu arriscaria dizer que ele estava gostando disso. Eu também gostava.

-Ah, Jake... - comecei baixinho, não sabia como perguntaria isso a ele - Eu quero te perguntar uma coisa, mas não precisa responder, ok? Só se você puder e... Isso é, se você quiser também, mas, hm.

Ele me olhou com o cenho franzido.

-Eu fiz uma confusão aqui. - falei com a cabeça abaixada.

Ele riu baixinho.

-É só falar pequena, pode perguntar qualquer coisa, eu não guardo segredos de você.

Eu arqueei a sobrancelha.

-Sei de uma exceção. - falei, ele balançou a cabeça.

-Você não deixa passar uma, não é? Mas isso não é um segredo propriamente dito, é só uma coisa que eu estou me preparando para te contar.

Assenti.

-Tudo bem, pulemos essa parte. O que eu queria que você me contasse é, tipo, como funcionam as coisas na matilha. Quero dizer, você é meio que o líder, né? - perguntei tentando não parecer idiota.

Foi a vez dele de assentir.

-Sim, eu sou o alfa.

-OK, mas o namorado da sua irmã, o Sam, ele não é mais velho do que você? Porque se não for, pelo menos parece.

Ele deu um sorriso torto.

-Eu sei que você ama a minha carinha de bebê - falou rindo. Eu só revirei os olhos, rindo também. - Você tem razão, o Sam é mesmo mais velho, e é lobo há muito mais tempo do que eu. Mas, isso não significa nada. O “poder” - ele fez aspas no ar - não pertence ao mais velho, pertence ao mais forte.

Arregalei os olhos.

-Vocês definem isso lutando?

Ele franziu a testa, minha pergunta o havia confundido. Ficou pensativo por um instante, até que a compreensão iluminou seu rosto.

-Ah - arfou - Não! Claro que não. Se bem que, eu acho que foi isso que dei a entender. Mas não tem nada a ver, nós nunca lutamos entre nós. Eu já te expliquei que os genes lupinos são hereditários, não?

Assenti novamente.

-Então, eu sou o hedeiro direto dos genes Ephraim Black, o grande alfa do último bando. Sam possui os genes de Levi Uley, alfa da terceira matilha. Entende agora por que eu sou o maior e mais forte de todos? Está no meu DNA, eu nasci para liderar. - ele não dizia isso com orgulho, pude perceber que ele nem gostava tanto assim da ideia de ser alfa - Sam se tornou o alfa porque ele foi o primeiro a se transformar. Paul e Jared vieram depois e, pela ordem natural das coisas, eles seguiram o mais velho, pois o verdadeiro alfa, eu, ainda não havia se transformado. Quando eu sofri a mutação pela primeira vez, aos dezesseis anos, eu fiquei muito revltado, senti como se minha vida tivesse sido arrancada de mim. Eu não tive escolha. Sam me ajudou muito com isso, e mesmo sabendo que eu deveria liderá-lo, eu não quis. Gostava de ser integrante de sua matilha, segui-lo, receber suas ordens. E confesso que tinha medo de tanta responsabilidade.

Ele parou de falar. Eu estava me roendo de curiosodade, mas não sabia se era certo pedir para continuar, aquele não parecia um assunto muito agradável para ele. Apenas mordi os lábios e esperei.

-Você quer saber o resto? - perguntou.

-Você quer me contar o resto? - devolvi a pergunta.

Ele sorriu.

-Claro. Até meus dezenove anos, eu fiz parte da matilha de Sam. Fazia tudo que ele mandava sem contestar, obedecia suas ordens com prazer, e não só porque ordem de alfa é inquestinável. Eu o admirava. Mas, de repente, eu comecei a ficar muito estressado. Tudo me irritava. Os anciãos começaram a se preocupar, eu já era lobo há três anos, mas meus sintomas eram os mesmos de um garoto que está prestes a se transformar. Eu não conseguia me controlar, tudo era motivo para gritos e objetos embaçados na parede. Meu pai, que já estava cansado daquilo, resolveu reunir o Conselho.

-Conselho? - perguntei, interrompendo seu relato.

-É. - ele respondeu sorrindo. Aparentemente, ele estava gostando do fato de eu me interessar por suas histórias - É formado pelos anciãos da tribo, que são, no momento, meu pai; Harry e Sue Clearwater; e o velho Quil Ateara.

-Espera aí! Todos eles já foram lobos? - eu estava realmente curiosa.

Ele sacudiu a cabeça.

-Não. O único membro do Conselho atual que já se transformou um dia é meu tio, Quil.

-Quil?

-Uhum. Mas não aquele que estava na praia ontem, não. O Quil que você conhece é bisneto do velho, e meu primo, a minha mãe era tia dele. Por isso eu sou o lobo alfa: filho de uma Ateara com um Black.

-Ah, entendi. - eu não me atrevia a abrir a boca para dizer mais do que  algumas palavras, Jacob ficava tão lindo narrando suas histórias.

- Então, como eu estava dizendo, meu pai reuniu o Conselho. Eles pesquisaram em muitas escrituras, mas não encontraram nada satisfatório. Nunca havia tido dois alfas na história Quileute. Nesse caso, eu tive que descobrir por mim mesmo.

“Não foi um acontecimento em si que me fez perceber o que estava acontecendo, foi tudo. Eu notei que já não aguentava mais apenas seguir, estava no meu sangue, eu tinha que fazer algo a mais, liderar.

Foi assim durante um tempo, as ordens do Sam não faziam sentido para mim. Não que ele liderasse a matilha de forma errada, é só que eu ficava comparando as ordens dele com as que eu daria se estivesse em seu lugar. Isso o irritava, mas acredite, irritava mais a mim. Até que um dia eu simplesmente não aguentei, era demais para mim, aquele dia foi um choque para todos nós:

Sam usou o tom dual de alfa para ordenar que saíssemos preparados para matar um bando de sanguessugas. Nós havíamos sentido um cheiro diferente ao sul, com certeza eram vampiros, mas não carregavam consigo o cheiro de sangue humano. Sam ordenara que atacássemos, pois assassinos são assassinos e nós não podíamos correr ricos. Eu não concordei com ele e, pela primeira vez, contestei sua palavra. Falei que se aquelas criaturas, por algum motivo, não se alimentavam de humanos, não eram nossos inimigos. E por isso eu não obedeci sua ordem, e foi incrível, sabe, ela simplesmente não teve efeito sobre mim. Nós discutimos feio naquele dia, e eu deixei a matilha. O silêncio que tomou minha mente, surpreendentemente, soava agourento.”

Eu não sabia o que dizer, estava estática. Quando poderia imaginar que Jacob já havia passado por tantos problemas?

-Oh, eu sinto muito, Jake. Eu... - parei de falar, realmente não tinha o que dizer.

Ele riu, balançando a cabeça.

-Não sinta. - falou ainda rindo - Eu não fiquei vagando como um lobo solitário por anos, assim como nos filmes dramáticos. Na verdade, foram apenas algumas horas, até o moleque vir atrás de mim. Seth. Eu podia ouvir a mente dele, apenas a dele. A princípio, eu não entendi a razão daquilo, por que só conseguia ouvi-lo e ninguém mais? Foi ele quem encontrou a explicação: Ele agora estava me seguindo, fazia parte da minha matilha. Eu surtei, briguei com ele, não queria minha própria alcateia, eu só queria ficar sozinho. Seth me disse que só iria embora se eu ordenasse, mas eu sempre tive repugnância por esse negócio de tirar o direito de escolha dos outros, então não fiz nada. Logo Quil e Embry juntaram-se a nós, assim como Leah, ela queria se livrar de Sam.

Franzi a testa.

-Ela não gosta do Sam?

Ele negou com a cabeça.

-Gosta. Esse é o problema. Eles eram namorados, estavam quase noivos, eram muito apaixonados. Mas, um dia a prima da Leah, Emily, veio visitá-la e... - ele não terminou.

-Prima? - perguntei, indignada - E a garota não se sentiu uma traidora? Nossa, o Sam realmente pisou na bola.

-Você está julgando mal, Ness. Ninguém teve culpa. Absolutamente ninguém. Ele não queria magoar Leah, mas ficou irreversivelmente apaixonado pela Emily, e o amor e a devoção eram tão grandes que ela acabou não resistindo. Leah ficou arrasada durante muito tempo, mas depois que ela se transformou, passou a entender. Claro que isso ainda a machuca muito, todos podemos ver isso em seus pensamentos, mas agora ela compreende.

-Por quê? - perguntei, curiosa. Realmente não via como a transformação poderia ter, de alguma forma, ajudado Leah a entender aquela situação tão complicada.

Jacob hesitou, e eu resolvi encerrar o assunto por ali. Não queria que ele pensasse que eu era uma enxerida ou algo do tipo, se o assunto era pessoal, então eu não queria saber.

-Tudo bem, Jake. Não precisa dizer.

-Eu vou dizer - ele disse, me pegando de surpresa - Mas não agora. Juro que vou explicar, e espero que você entenda.

Assenti.

-Quando você me explicar, eu vou fazer de tudo para entender. - prometi.

Ele me abraçou pelos ombros e eu envolvi sua cintura com meus braços. Olhei para o céu, estava começando a escurecer. O tempo passava tão rápido quando eu estava com ele, e sempre parecia que não era o bastante. Muito de má vontade, eu o chamei.

-Jake? - ele olhou para mim - Eu tenho que ir embora agora, já está tarde.

Ele me olhou com carinha de cachorro que caiu da mudança.

-Ah, Nessie... - resmungou emburrado - Nem está tão tarde assim, você não pode ficar só mais um pouquinho?

Eu neguei, tristonha.

-Desculpe, mas eu tenho que ajudar a minha avó com o jantar, a Marie não está trabalhando.

-Ela não está? - ele perguntou - Ah, claro... Eu já deveria ter imaginado.

Senti minha testa se franzir denunciando toda a minha confusão.

-Como assim?

Ele coçou a cabeça.

-Você não sabe o que aconteceu? - balancei a cabeça negativamente - O irmão dela fugiu de casa. Bom, pelo menos é isso que a família dele acha.

Parei de caminhar, agora eu estava realmente confusa. Eu nem sabia que ele conhecia a Marie.

-Jacob, eu não estou entendendo.

-Christopher. - ele falou - Quatorze anos, o mais novo integrante da minha matilha. Foi por isso que Leah me chamou tão desesperada na terça-feira, lembra? - ele estava se referindo ao momento em que estávamos na biblioteca do meu avô e ouvimos aquele uivo. Assenti, confirmando. - Então, ela e Quil encontraram o garoto na floresta, deitado no chão, nu e chorando muito. Nessas horas sempre sobra para o alfa, né? Por isso que eu demorei tanto para aparecer na sua casa.

-Espera, espera - falei afobada - Você está dizendo que esse Christopher é o irmão “desaparecido” da Marie?

Ele assentiu.

-Sim, não é seguro que ele volte para casa já, ainda não consegue se controlar. Ele está hospedado na casa dos Clearwater. - explicou-me.

Eu pisquei umas quatro vezes.

-Aaaaaah bom, agora eu entendi.

-Faísca atrasada. - ele disse, rindo.

Mas não estava debochando de mim. Seus olhos eram um poço de carinho e proteção, eu me sentia única quando ele me olhava. Como se realmente fosse importante em sua vida.

Não resisti, joguei-me em seus braços, enlaçando o seu pescoço. Puxei seu rosto para baixo, colando-o ao meu. Ele veio faceiro. Seus lábios, gentis e cheios de ternura, dançavam com os meus.

Jake me levou para casa, mas antes de ir ambora, puxou-me para si em mais um beijo delicioso. Ele me convidou para um lual que teria em La Push no domingo, para comemorar o início das férias de verão. Aceitei prontamente. Recebi um beijo na testa, protetor e amoroso, para depois ganhar um selinho demorado. As borboletas em meu estômago voavam livremente enquanto eu via a luz do farol de sua moto desaparecer ao longe, na estrada.

Eu nunca senti nada assim

Você está fazendo eu me abrir

Não há sentido em sequer tentar combater isso

Sinto que é amor.


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Notas finais do capítulo

Já que chegou até aqui, não custa deixar um review u_u