A Estátua de Atena escrita por maridomingos


Capítulo 3
Capítulo 3




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Eu tive um sonho péssimo, e que me fez sentir medo.

Eu estava em algum lugar muito escuro, e me sentia cansado. O lugar tinha chero de mofo, e eu não conseguia me mecher, mesmo não sentindo nada me prendendo.

De repente, uma luz se acendeu do outro lado do local. Grover estava acorrentado, e gemia.

Estava completamente machucado, e soava.

Grover...

eu não conseguia falar também, o que me deu ainda mais raiva.

Outra luz se acendeu. Annabeth estava também amarrada, e sua roupa estava coberta de sangue, e havia ferrugem em seu rosto.

Seu cabelo estava emanharado em um rabo de cavalo, e frizado, parecendo que ela não o penteava á meses.

Queria gritar, me levantar, e desamarrar meus amigos. Mas eu não conseguia nem sequer falar.

- Percy. - Annabeth sussurrou, com dor em sua voz - Você prometeu.

Grover gemeu mais uma vez, e tudo se apagou.

Uma luz bateu em meu rosto.

- Ei, acho que ele está acordando. - ouvi a voz de Annabeth.

Abri os olhos. Ela sorriu.

- Bom dia.

Gemi, me levantando e esfregando os olhos.

- Oi, Annabeth. - fiquei olhando para ela, com a testa franzida, me lembrando dolorosamente do meu sonho.

- O que foi? - ela perguntou, seca.

Revirei os olhos, e olhei o mar.

- Nada.

Estava completamente decidido a não contar de meu sonho para ninguém.

Ela sacudiu a cabeça e se levantou.

- Vamos, Percy. Temos uma viagem pela frente. Não pode ficar aí dormindo.

Me levantei em um salto.

- Claro, hã, vamos.

Ela ficou me encarando.

- O que deu em você? - ela perguntou - Tá com cara de quem viu fantasma.

Sacudi a cabeça, descontraído.

- Não é nada, vamos.

Ela franziu a testa, mas achou melhor deixar pra lá.

- Onde está Grover? - perguntei enquanto caminhávamos na praia.

- Ah, ele foi caçar algo para nós comermos, e disse para nos encontrar no ponto de táxi da Quinta Avenida.

Assenti.

- Vamos á Olimpo agora? - perguntei.

Ela assentiu, olhando o mar.

- Lembra que dissémos para irmos do mais fácil para o mais difícil. E você sabe o que é mais difícil.

- Ainda estou em dúvida. - murmurei.

- Sobre o que? Sobre quem vai ser mais difícil nos dar a pérola? Hades ou Zeus.

Assenti.

- Olhe, eu pensei a mesma coisa. Mas ainda acho Zeus.

Dei de ombros.

- Seja o que os deuses quiserem.

Ela assentiu.

Fomos até a Quinta Avenida a pé, e encontramos Grover sentados no ponto de táxi.

- Ei, até que enfim. - ele se levantou. Estava usando seus pés falsos e sua calça jeans surrada. O cabelo arruivado estava despentado, e ele usava uma camiseta marrom velha e suja de tinta.

- É, alguém aqui não sabe a hora de acordar. - disse Annabeth, olhando diretamente para mim.

Dei de ombros.

- O táxi chegou. - disse Grover e apontou para o motorista. - Empire State, por favor.

A ida para o Empire State era muito cara, então dividimos as dispesas. Chegamos no monumento, e havia um segurança meio dorminhoco sentado em um banco, lendo uma revista de imóveis.

- Temos problemas. - murmurei.

- Nós nunca temos problemas junto a mim. - disse Annabeth - Sigam-me.

Ela seguiu na frente, e eu e Grover seguimos atrás. Ela ia entrando no local, quando o segurança chacoalhou a cabeça e apontou para ela.

- Ei, moçinha! Onde pensa que está indo?!

Ela arregalou os olhos e olhou para o segurança.

- Vou entrar, ué.

Ele juntou as sombrançelhas.

- Não estamos no horário de visitas.

- É mesmo? Onde está escrito isso?

Ele pareçeu confuso.

- Olha, você não pode entrar!

Ela foi até ele.

- Você deve ter argumentos e provas. Me mostre uma!

Ele abria e fechava a boca seguidamente, tentando achar algo para falar.

- Eu vou chamar o segurança chefe! - ele gritou.

Annabeth deu de ombros.

- O que ele vai fazer?

- Vai tirar você daqui!

- Bom, então é melhor eu correr.

- ela começou a correr em direção ao elevador, e eu e Grover seguimos correndo atrás.

- Ei, voltem aqui! - a voz do segurança foi sumindo atrás de nós.

Entramos no elevador, e Annabeth foi apertando frenéticamente a porta de fechar.

- Aaah, mas que lerdísse! - ela parecia desesperada, o que não era típico dela.

- Foi muito bem - murmurou Grover - agora temos um bando de seguranças atrás da gente.

Annabeth encostou a cabeça no elevador, sem se importar.

- Acredite, o último lugar que eles vão nos procurar, vai ser no sexcentésimo andar.

Assenti, relutante.

- Vai ver, porque no mundo deles não existe. - eu disse.

- Exatamente. - concordou Annabeth.

Enfim, a porta do elevador se abriu, e nos encontramos no caminho de pedras em direção ao Olimpo.

- Lá vamos nós. - murmurei.

Percebi que Annabeth cruzava os dedos em suas costas.

Andamos até a sala de tronos, e batemos á porta.

Nada.

Percebi que Annabeth estava prestes a dar um chute na porta, quando ela se entre-abriu.

- Devemos entrar? - perguntou Grover.

- É claro. - disse Annabeth e abriu a porta, fazendo sinal para entrarmos.

Entramos devagar, e encontramos Hermes sentado em seu trono, olhando o teto.

Ele nos olhou e sua expressão era de surpresa.

- Como entraram aqui? - sua voz era seca.

- Hãn, é... A porta estava aberta. - eu disse.

- E quem dá o direito dos jovenzinhos irem entrando assim, de repente?

- Toda. - disse Annabeth. - Queremos falar com Zeus.

Ele assentiu, nada convencido.

- Falem para mim que eu mando a mensagem.

Nós nos entre-olhamos.

- Hã... Diga a Zeus que precisamos da pérola. Ele vai saber qual é. - disse Annabeth.

Hermes assentiu novamente.

- Darei o recado. Mais alguma coisa.

Nós nos entre-olhamos novamente.

- Não. Acho que nada. - eu disse.

- Tudo bem. Vou ter que pedir que esperem aqui. - o deus disse e entrou em uma porta no fundo do salão.

Ficamos em silêncio, encarando um a cara do outro de uma forma ridícula, quando Hermes entrou novamente no salão de tronos, junto com Zeus.

- Mas que diabos de pérola é essa? - berrou Zeus, diante de nós.

Até Hermes se encolheu.

Nós nos entre-olhamos.

Nós não poderíamos falar que pérola era. Como Annabeth disse, Zeus tem regras, que obrigam os deuses á castigarem os filhos. Se ele souber, Annabeth e os outros filhos de Atena seriam castigados.

- Hã... - eu começei, mas Annabeth me interrompeu.

- A pérola da coroa da estátua de Atena. - ela disse.

Zeus ficou a encarando, incrédulo.

- Por que você quer isso? A pérola já está lá, não há nada de errado!

Annabeth abaixou a cabeça.

- Não está. A estátua de Atena foi destruída, senhor. Temos que reconstruí-la.

Encarei Annabeth incrédulo.

A expressão de Zeus era de surpresa absoluta.

- Aaaah, então a estátua de Atena fora destruída? - ele coçou a barba, pensativo - Quem a destruiu?

- Não sabemos! Mas precisamos da pérola!

Zeus olhou Annabeth.

- Querida, hoje é o seu maior dia de sorte. Você não será penalizada. Ainda vamos pensar se vamos reconstruír a estátua de Atena.

- Hã, então, não serei penalizada?

- Não.

Annabeth não parecia feliz.

- Mas... Eu quero a pérola. - ela disse.

Zeus franziu a testa.

- Para que? Você não precisa reconstruir a estátua.

- Mas eu quero.

Zeus sorriu, parecendo se divertir.

- Querida jovem, você escolhe: Saia daqui sem penalidade nenhuma e sem pérola antes que eu mude de ideia, ou leve a maldita pérola com você e tenha a penalidade que nunca pensou que teria.

- Eu quero a pérola!

Grover deu um empurrão em Annabeth.

- Não é melhor, sabe, nós irmos embora... - começou Grover.

- Eu quero re-construir a estátua de minha mãe, não estou nem aí para essa penalidade estúpida! - disse Annabeth, diante de Zeus.

Zeus se aproximou mais de Annabeth.

- Se é assim que deseja...

- Espere! - eu gritei, com todos olhando para mim - Precisamos conversar... - puxei Annabeth e Grover para mais fundo do salão.

- Então, sabe, Annabeth... - eu começei, olhando para a expressão furiosa de Zeus - quem sabe a gente possa, sabe, ir embora daqui o mais rápido possível?

Annabeth sacudiu a cabeça.

- Não, Percy. Foi como eu te disse na praia: A pior parte de tudo isso, não é a penalidade. É meu orgulho ferido. Eu quero reconstruir a estátua. Eu não ligo se eu vou ser castigada.

Grover não parecia nada convencido.

- Semi-deuses. E seus orgulhos. - ele simplismente murmurou.

Annabeth se virou para Zeus.

- Me dê a pérola.

Lá no fundo, eu confiava em Annabeth. E bem no fundo mesmo, eu sabia que o que ela estava fazendo, era certo.

- Tudo bem então. - Zeus parecia se divertir - Construa essa estátua.

Annabeth sorriu.

Mas então, de repente, eu nunca tinha ficado tão feliz em ver uma pessoa na minha vida.


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