A Estátua de Atena escrita por maridomingos
A noite, eu e Annabeth ficamos sentados na floresta, conversando sobre como seria a missão. - Acha mesmo que vamos conseguir? - eu perguntei. - É claro que sim. Isso não é nada perto do que já passamos. - Eu sei, mas... Ah, deixa para lá. Ela olhou para mim e sorriu. - Você está com medo. - Não tô não. - Ah, está sim. Olhei para baixo. - Como você disse, há coisas que nós já fizemos muito mais perigosas. - Sim, e construir uma estátua não é perigoso. - Achar os materiais, sim. - Peercy, pare com isso. - ela me deu um empurrão no ombro - Está sendo pessimista. - Estou sendo realista. Ela chacoalhou a cabeça. - Sempre é assim. Pare de falar que tudo vai dar errado, e confie em você mesmo! - Ta, ta... - Vai fazer isso? - Sim. - Eu sei que se fosse algo para Poseidon, você estaria bem mais animado. - Eu estou animado. Ela olhou para mim sacarsticamente. - Percy, está quase dormindo enquanto eu falo. - Não estou não. Minha cara devia estar de tédio profundo. - Percy, se quiser, pode ir dormir. Olhei no relógio: Eram 22:30. - Ok, preciso ir mesmo. - me levantei desajeitado. - E se quiser, não precisa ir amanhã. - O que? Como assim? - Sei que não está muito interessado. - Claro que eu estou. - Aham, claro. Dei meia volta. - Vou dormir. Até amanhã. - Até, Cabeça de Alga. - ela se levantou da grama e caminhou até o seu chalé. Fiz o mesmo. De manhã, acordei perfeitamente bem, pelo fato de não ter tido sonhos/pesadelos. Isso podia ser um sinal de que nada aconteceria de errado. Percebi que havia me jogado na cama de tênis e tudo, e mal havia me cobrido. Eu estava mesmo cansado, e veio á minha mente se Annabeth ainda estava brava comigo. Saí do chalé e encontrei Annabeth e Grover andando em círculos. Quando me viram, sua expressão era de surpresa. - Até que enfim! - Annabeth gritou. - Que sono é esse? - perguntou Grover. - Temos que ir! - Annabeth me puxou pelo pulso. Não protestei. Segui eles Colina Meio Sangue abaixo, até chegarmos na estrada. - Um táxi vai nos levar a Nova York. - explicou finalmente Grover. Assenti. O táxi chegou, e fomos o caminho todo em silêncio. Ele nos deixou na rua de minha casa. Annabeth pagou e saltamos do carro. - Por que estamos aqui? - perguntei. - Não vamos á sua casa, Percy. - ela disse. - Vamos ao verdadeiro monumento de Atena. - E onde isso fica? - Você verá. Adoro quando ela diz isso. A segui não muito longe, até um parque, com muita movimentação, onde eu tinha ido muitas vezes quando era criança com minha mãe. - Como, sabe, pretendemos achar uma estátua de Atena aqui? - perguntei. - Cale a boca. - ela disse e entrou no parque. Eu segui ela, e ela encarou um grande local no parque. - Hã, está aí? - fiz um comentário impertinente. Annabeth assentiu lentamente, mas logo olhou em volta no parque, para a multidão. - Vamos ter que mandar todos embora. - concluiu Grover. Annabeth assentiu outra vez. - Sua tarefa, Cabeça de Alga. - ela disse e me deu um empurrão no braço. Olhei para ela, confuso. - Como assim, 'minha tarefa'? Ela simplismente apontou para uma gigante fonte de água no centro do parque. Logo entendi. - Com liçença. - disse e fui para frente. Me concentrei na fonte. Fechei os olhos e pensei no que queria que acontecesse. Joguei as mãos para cima, e abri os olhos. A água tinha invadido o parque. Pessoas corriam de um lado para o outro desesperadas. Eu estava com água até os joelhos. Annabeth me puxou para o lado, e sussurrou em meu ouvido: - Bom trabalho. Eu sorri, ela também. - Ei, gente. - acenou Grover. - Podemos deixar isso para depois? Temos uma missão, se lembram? - Hã, er sim. - eu disse, parecendo um idiota. Annabeth não conseguiu guardar o sorriso e virou o rosto. Andamos até a porta do 'grande local' no parque. Tentamos abrir, mas estava quebrada. - Claro que está. - disse Annabeth - Ninguém quer que as pessoas saibam que um grande monumento está quebrado. Grover e eu assentimos. Olhei para trás: O parque estava completamente vazio. - Temos que achar um jeito. - eu disse - Mas vai ser muito difícil, porque deve estar cheio de chaves, e... De repente, Annabeth dá um chute na porta de vidro, que faz um barulho ensurdecedor e que se espalha em cacos de vidro por todo o chão. - Ah, então tudo bem. - murmurei, de novo, parecendo um tolo. Entramos, e vimos a tragédia. Havia pedaços da estátua por todo o chão. Braços á minha direita, pedaços por todo o chão, uma cabeça gigantesta rachada. Trabalhadores se lamentanvam enquanto varriam e limpavam o local. Quando nos viram, largaram tudo e vieram á nossa direção. - Vocês... São as crianças que vão nos ajudar? - um deles parecia desesperado. - Hã, sim. - eu disse. Ele sorriu. - Demoraram. - outro disse, mal-humorado. - Desculpe. - Grover disse. Annabeth se ajoelhou bruscamente e levou as mãos ao rosto. Percebi que ela soluçava. - O deu nela? - um outro trabalhador me cutucou. Não sabia o que responder. - Ha, ela é... Uma futura arquiteta. - não menti - E... essa estátua tem um grande valor sentimental para ela. Me saí bem. Ele assentiu. - Pobrezinha. Assenti. - Então, vocês devem... Achar três pérolas da estátua. - ele continuou. - Não sei como, e por que chamaram vocês três. Não sei mesmo. Eu assenti. - Tudo bem, vamos conseguir. Ele sorriu. - Tomara. Dei um tapinha nas costas de Annabeth. - Vamos. - eu disse. Ela não se moveu. Tirou as mãos do rosto, e seus olhos estavam inchados de tanto chorar. - Tudo bem. - ela se levantou, e viu a cena que havia armado, todos olhando para ela. - Vamos atrás dessas pérolas. Os trabalhadores não se moveram. - Vamos. - Grover nos puxou para fora do local. Saindo, demos de cara com polícias para todo o lado, observando o local, murmurando entre si. Quando nos viram, apontaram. - Eu, vocês. - um deles gritou. - Parados. Nós paramos. - O que fazem aqui? - um deles perguntou. Nós nos entre-olhamos. Claro, a primeira a abrir a boca foi Annabeth, com suas ideias estranhamente geniais. - Nós... Estávamos numa excursão de escola... Quando isso aconteceu. - ela apontou para a imundação. Um deles franziu a testa. - Excursão de escola? Nas férias? - Sim. Nossa escola é maluca. Eles se entre-olharam. - Onde estão o resto dos alunos? - Fugiram. Nós nos escondemos. - ela continuou. O policial tentou olhar o local com a porta destruída atrás de nós. - E o que é isso aí? - Isso aí o que? - ela perguntou. - Essa porta destruída. Annabeth olhou para trás. - A água. Destruíu. - Mas o que tinha aí? - Nada. Um local totalmente vazio. Ele observou mais uma vez. - Estão liberados jovens. - ele disse. Nós passamos por eles em silêncio, e quando estávamos distantes, olhamos para trás novamente. - Essa foi por pouco. - eu disse. - O que eu faço que não dá certo? - disse Annabeth. - Ok, isso não é nada pelo o que está por vir. Temos que achar as 3 pérolas da coroa. - Grover disse. Annabeth pareceu pensativa. Grover também. Depois de um tempo, cutuquei Grover. - Está pensando o mesmo que eu? Ele assentiu, relutante. - Se está pensando em uma lata de refrigerante bem saborosa, sim, eu estou. - ele disse sorrindo. Dei um empurrão em seu ombro. - Concentração, cara! - Desculpe. - ele murmurou. Me voltei para Annabeth. - Está pensando o mesmo que eu? Ela não olhou para mim. - Se está pensando em que devemos achar as 3 pérolas com os 3 deuses grandes, sim eu estou. Abaixei a cabeça. - Não, mas é bem melhor. - No que estava pensando? - Idiotice. - Como sempre. - Então! - Grover interrompeu - Acha mesmo que pode ser isso? Annabeth assentiu. - Tenho certeza. - Ok. Agora é só ir buscar. - eu disse. - 'Só ir buscar'. - repetiu Annabeth - Vai ser difícil. - Que tal começarmos pelo deus mais fácil? - sugeriu Grover. - Essa é fácil. Meu pai. - eu disse. - Pode convence-lo á nos dar a pérola? - perguntou Annabeth. - Acho que sim. Só temos que ir no mar mais próximo. Chegamos á alguma praia que eu ainda não conheçia, por meio do táxi. Ela era completamente vazia, e suja. - Acha que consegue achar o palácio dele aí? - perguntou Grover, encarando a sujeira do mar, com nojo. - Sim. - eu disse, tirando os sapatos. - É só me esperarem. Annabeth assentiu. - Vai lá. Eu sorri, e caminhei até o mar, dando um mergulho fundo. Nadei, nadei, nadei... Você deve estar pensando: Nossa, como ele consegue, ou, nossa, ele é louco. Mas quando se é filho de Poseidon, estar na água é como estar na terra, você nem sequer se molha. E você também pode respirar, falar, e nem engolir água, tampar o ouvido, etc. Eu adorava ficar na água, então para mim não era um problema. O palácio de Poseidon era fundo o bastante para nenhum mortal conseguir alcançar. Não foi difícil eu ver uma grande luz amarela no fundo do oceano, para perceber que havia encontrado. Nadei mais um pouco para avistar o enorme palácio de Poseidon. Ele era cercado por peixes com pequenas espadas nas nadadeiras, que me encaravam furiosamente. O que quer aqui, mortal? - Quero falar com Poseidon. Sou filho dele. Os peixes me encaravam. Quem é você? - Perseu Jackson. Os peixes reviraram os olhos, e abriram caminho para o palácio com suas lanças. Andei no caminho um pouco constrangido por todos os animais marinhos tivessem virado para me olhar. Entrei no palácio, e era tudo maravilhoso. Eu já estive lá antes, mas parecia melhor ainda. A primeira coisa que me veio á vista foi Tyson, meu 'irmão' antigo amigo de colegio, que é um ciclope, correndo em minha direção, saltitante. - Peeeeeercy! - ele me agarrou e me jogou para o alto, como se eu fosse um boneco de pano. - Ei, grandão... Estou... sem... ar! Ele me soltou. - Como assim, sem ar? Estamos no oceano! Eu não pude deixar de rir. - É bom ver você. - Por que veio? Ah, estava com tantas saudades! De você, da Annabeth, e um pouco também daquele sátiro estranho... Como vai as coisas no acampamento? - Estão indo bem, eu acho... - olhei em volta - Onde está papai? - Ele logo vem... - ele olhou para trás - Ele chegou! Meu pai veio caminhando com seus bermudões floridos, e sua camiseta estampada. O cabelo parecia despenteado, e sua expressão era de cansaço. - Papai! - disse Tyson - Olhe só quem apareçeu! - ele apontou para mim. Poseidon me encarou. - Percy? O que faz aqui? Caminhei até ele. - Oi, pa... Poseidon. - eu disse - Vim aqui para um motivo nobre. Ele continuou me encarando, e depois pediu para que as 'pessoas' no palácio se retirassem por um minuto. - Depois a gente se vê! - acenou Tyson e saiu saltitando palácio a fora. - O que aconteceu dessa vez? - É... Aconteçeu um desastre lá... A estátua de Atena desmoronou por algum motivo, e se quebrou completamente... E acho que como é do seu conheçimento, que os filhos que levam as culpas pelos acontecimentos com as estátuas... E Annabeth Chase, minha amiga lá no acampamento... Ela é filha de Atena, e precisamos reconstruir a estátua o mais rápido possível, antes que a senhora Atena saiba... E havia 3 pérolas na coroa, que precisamos acha-las... E pensamos, que as 3 pérolas, poderiam estar com os 3 deuses grandes... Por isso estou aqui para... - Para mim te dar a pérola. Assenti, de cabeça baixa. Ele cruzou os braços. - Ah, Percy... - Tudo bem - eu ergui os braços na defensiva - Eu nem devia ter vindo. Atravessei o oceano, mas tudo bem! Eu to indo, ta... - me virei, mas ele segurou meu braço com sua mão enorme. - Não, Percy... Eu te dou a pérola. Me virei para ele. - Hã, sério? - Sério! Mas... Tem que me prometer uma coisa. Ah, não... - O que? - Antes, promete? Suspirei. - Aaah... Ok, eu... Prometo. Ele sorriu. - Nunca mais deixe sua mãe preocupada... Nem Paul. - ele não parecia se importar falando do meu padrasto - Nunca mais seja expulso de uma escola, nunca mais fuja... Prometa isso para mim? - Ah, pai... Você sabe que isso... - Obrigado. Sorri. Ele simplismente abriu a mão, e uma pérola gordinha azul brilhante apareçeu em sua mão. Ele passou ela para mim. - Muito cuidado, Percy. Eu assenti, e a coloquei no bolso. Estava indo para a porta do palácio, quando ele me chamou mais uma vez. - O que foi, pai? Ele sorriu. - É muito legal o que está fazendo pela sua amiga. Eu sorri. - Hã, é... Ela faria o mesmo por mim. Ele assentiu. - Aham... Como é o nome dela mesmo? - Annabeth. - Aah, sua mãe já me disse algo a respeito dela, no seu aniversário de 15 anos... - Tchau pai! Saí correndo porta do palácio a fora, de repente, nadando para cima o mais rápido possível, em direção da luz do dia. Enfiei minha cabeça para fora, e nadei para a areia. Annabeth e Grover estavam sentados na areia, fazendo um castelo de areia deformado. Quando me viram, os dois se levantaram e pisaram em cima do castelo, fazendo-o em pedaçinhos de areia novamente. - O que? Conseguiu? - começou Annabeth. Sentei em uma pedra, exausto. - Não. A raiva tomou o rosto de Annabeth. Ela saltou para cima de mim e agarrou a gola de minha camiseta. - Como assim, não?! - ela gritava, e estava prestes a me dar um soco, quando Grover correu para segura-la. - Calma, calma, calma... - eu disse, e consegui pegar a pérola do meu bolso e colocar em frente ao seu rosto - Eu consegui. Annabeth relaxou e saiu de cima de mim. - Por que fez isso? - ela ainda estava brava. - Queria ver a sua reação. - eu segurava o riso mais do que nunca - Agora eu sei. Grover não conseguiu se segurar e explodiu na risada. Não pude deixar de acompanha-lo. - Isso não tem graça! - Annabeth tomou a pérola de minha mão. - Ok, não tem. - eu tentei ficar sério. Grover ainda ria. - Vocês vão mesmo ficar aí rindo, ou vão me ajudar a pegar as outras duas pérolas? - Annabeth perguntou. Grover ficou sério artificialmente. - Vamos ajudar. - Muito bem. - disse ela se virando - Vamos, temos uma longa viagem até Olimpo. Quando ela se virou, eu e Grover rimos mais um pouco, até ela virar e fazer cara feia para nós. Já era de noite, e decidimos descansar um pouco na praia, para no dia seguinte ir para Olimpo. Já eram 22:00, estava um frio de tremer na praia, estávamos sem nada para nos cobrir, e com poucas roupas. O único que conseguiu dormir foi Grover, coberto com seus pêlos mesmo... Eu e Annabeth estávamos sentados na areia, tremendo. - Perrrcy. - ela disse, tremendo, olhando para o mar, parecendo constrangida. - O que foi? - Me desculpe, aque-e-ela hora... - Tudo be-em. - Sabe... Isso é muito importa-ante pra mim... E não gosto quando não levam a sério. - Eu entendo. - Se eu não consertar essa estátua... - ela parecia preocupada - Vou ter uma penalidade. - Annabet-th... Mesmo se a gente não conseguir consertar a estátua, eu dúvido que a sua mãe te penalize. Ele sacudiu a cabeça. - O problema não é minha mãe, Percy. É Zeus. São leis dos deuses, e se minha mãe não respeitar, ela também vai ser penalizada. Assenti. - Nós vamos conseguir. - E o pior nem é isso... Ne-em tnho muito medo de penalidades. - ela estava distante - Quando eu vi aquele estatu-ua destruída... - Ela tinha lágrimas nos olhos - Vi meu orgulho destruído também. Ela estava com um bolo na garganta, e segurava as lágrimas. Eu não sabia muito o que fazer, então a envolvi em meus braços. - Vai ficar tudo bem. - eu disse, aninhando sua cabeça em meu peito - Eu prometo. Ela soluçava. - O-obrigada, Percy. Enfim, aquela era uma posição perfeita para um bom sono, para um dia de muitas lutas, eu acho.
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