A Estátua de Atena escrita por maridomingos


Capítulo 2
Capítulo 2




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A noite, eu e Annabeth ficamos sentados na floresta, conversando sobre como seria a missão.

- Acha mesmo que vamos conseguir? - eu perguntei.

- É claro que sim. Isso não é nada perto do que já passamos.

- Eu sei, mas... Ah, deixa para lá.

Ela olhou para mim e sorriu.

- Você está com medo.

- Não tô não.

- Ah, está sim.

Olhei para baixo.

- Como você disse, há coisas que nós já fizemos muito mais perigosas.

- Sim, e construir uma estátua não é perigoso.

- Achar os materiais, sim.

- Peercy, pare com isso. - ela me deu um empurrão no ombro - Está sendo pessimista.

- Estou sendo realista.

Ela chacoalhou a cabeça.

- Sempre é assim. Pare de falar que tudo vai dar errado, e confie em você mesmo!

- Ta, ta...

- Vai fazer isso?

- Sim.

- Eu sei que se fosse algo para Poseidon, você estaria bem mais animado.

- Eu estou animado.

Ela olhou para mim sacarsticamente.

- Percy, está quase dormindo enquanto eu falo.

- Não estou não.

Minha cara devia estar de tédio profundo.

- Percy, se quiser, pode ir dormir.

Olhei no relógio: Eram 22:30.

- Ok, preciso ir mesmo. - me levantei desajeitado.

- E se quiser, não precisa ir amanhã.

- O que? Como assim?

- Sei que não está muito interessado.

- Claro que eu estou.

- Aham, claro.

Dei meia volta.

- Vou dormir. Até amanhã.

- Até, Cabeça de Alga. - ela se levantou da grama e caminhou até o seu chalé.

Fiz o mesmo.

De manhã, acordei perfeitamente bem, pelo fato de não ter tido sonhos/pesadelos. Isso podia ser um sinal de que nada aconteceria de errado.

Percebi que havia me jogado na cama de tênis e tudo, e mal havia me cobrido. Eu estava mesmo cansado, e veio á minha mente se Annabeth ainda estava brava comigo.

Saí do chalé e encontrei Annabeth e Grover andando em círculos.

Quando me viram, sua expressão era de surpresa.

- Até que enfim! - Annabeth gritou.

- Que sono é esse? - perguntou Grover.

- Temos que ir! - Annabeth me puxou pelo pulso.

Não protestei. Segui eles Colina Meio Sangue abaixo, até chegarmos na estrada.

- Um táxi vai nos levar a Nova York. - explicou finalmente Grover.

Assenti.

O táxi chegou, e fomos o caminho todo em silêncio.

Ele nos deixou na rua de minha casa. Annabeth pagou e saltamos do carro.

- Por que estamos aqui? - perguntei.

- Não vamos á sua casa, Percy. - ela disse. - Vamos ao verdadeiro monumento de Atena.

- E onde isso fica?

- Você verá.

Adoro quando ela diz isso.

A segui não muito longe, até um parque, com muita movimentação, onde eu tinha ido muitas vezes quando era criança com minha mãe.

- Como, sabe, pretendemos achar uma estátua de Atena aqui? - perguntei.

- Cale a boca. - ela disse e entrou no parque.

Eu segui ela, e ela encarou um grande local no parque.

- Hã, está aí? - fiz um comentário impertinente.

Annabeth assentiu lentamente, mas logo olhou em volta no parque, para a multidão.

- Vamos ter que mandar todos embora. - concluiu Grover.

Annabeth assentiu outra vez.

- Sua tarefa, Cabeça de Alga. - ela disse e me deu um empurrão no braço.

Olhei para ela, confuso.

- Como assim, 'minha tarefa'?

Ela simplismente apontou para uma gigante fonte de água no centro do parque.

Logo entendi.

- Com liçença. - disse e fui para frente.

Me concentrei na fonte. Fechei os olhos e pensei no que queria que acontecesse. Joguei as mãos para cima, e abri os olhos.

A água tinha invadido o parque. Pessoas corriam de um lado para o outro desesperadas. Eu estava com água até os joelhos.

Annabeth me puxou para o lado, e sussurrou em meu ouvido:

- Bom trabalho.

Eu sorri, ela também.

- Ei, gente. - acenou Grover. - Podemos deixar isso para depois? Temos uma missão, se lembram?

- Hã, er sim. - eu disse, parecendo um idiota.

Annabeth não conseguiu guardar o sorriso e virou o rosto.

Andamos até a porta do 'grande local' no parque. Tentamos abrir, mas estava quebrada.

- Claro que está. - disse Annabeth - Ninguém quer que as pessoas saibam que um grande monumento está quebrado.

Grover e eu assentimos.

Olhei para trás: O parque estava completamente vazio.

- Temos que achar um jeito. - eu disse - Mas vai ser muito difícil, porque deve estar cheio de chaves, e...

De repente, Annabeth dá um chute na porta de vidro, que faz um barulho ensurdecedor e que se espalha em cacos de vidro por todo o chão.

- Ah, então tudo bem. - murmurei, de novo, parecendo um tolo.

Entramos, e vimos a tragédia.

Havia pedaços da estátua por todo o chão. Braços á minha direita, pedaços por todo o chão, uma cabeça gigantesta rachada. Trabalhadores se lamentanvam enquanto varriam e limpavam o local. Quando nos viram, largaram tudo e vieram á nossa direção.

- Vocês... São as crianças que vão nos ajudar? - um deles parecia desesperado.

- Hã, sim. - eu disse.

Ele sorriu.

- Demoraram. - outro disse, mal-humorado.

- Desculpe. - Grover disse.

Annabeth se ajoelhou bruscamente e levou as mãos ao rosto. Percebi que ela soluçava.

- O deu nela? - um outro trabalhador me cutucou.

Não sabia o que responder.

- Ha, ela é... Uma futura arquiteta. - não menti - E... essa estátua tem um grande valor sentimental para ela.

Me saí bem.

Ele assentiu.

- Pobrezinha.

Assenti.

- Então, vocês devem... Achar três pérolas da estátua. - ele continuou. - Não sei como, e por que chamaram vocês três. Não sei mesmo.

Eu assenti.

- Tudo bem, vamos conseguir.

Ele sorriu.

- Tomara.

Dei um tapinha nas costas de Annabeth.

- Vamos. - eu disse.

Ela não se moveu. Tirou as mãos do rosto, e seus olhos estavam inchados de tanto chorar.

- Tudo bem. - ela se levantou, e viu a cena que havia armado, todos olhando para ela. - Vamos atrás dessas pérolas.

Os trabalhadores não se moveram.

- Vamos. - Grover nos puxou para fora do local.

Saindo, demos de cara com polícias para todo o lado, observando o local, murmurando entre si. Quando nos viram, apontaram.

- Eu, vocês. - um deles gritou. - Parados.

Nós paramos.

- O que fazem aqui? - um deles perguntou.

Nós nos entre-olhamos. Claro, a primeira a abrir a boca foi Annabeth, com suas ideias estranhamente geniais.

- Nós... Estávamos numa excursão de escola... Quando isso aconteceu. - ela apontou para a imundação.

Um deles franziu a testa.

- Excursão de escola? Nas férias?

- Sim. Nossa escola é maluca.

Eles se entre-olharam.

- Onde estão o resto dos alunos?

- Fugiram. Nós nos escondemos. - ela continuou.

O policial tentou olhar o local com a porta destruída atrás de nós.

- E o que é isso aí?

- Isso aí o que? - ela perguntou.

- Essa porta destruída.

Annabeth olhou para trás.

- A água. Destruíu.

- Mas o que tinha aí?

- Nada. Um local totalmente vazio.

Ele observou mais uma vez.

- Estão liberados jovens. - ele disse.

Nós passamos por eles em silêncio, e quando estávamos distantes, olhamos para trás novamente.

- Essa foi por pouco. - eu disse.

- O que eu faço que não dá certo? - disse Annabeth.

- Ok, isso não é nada pelo o que está por vir. Temos que achar as 3 pérolas da coroa. - Grover disse.

Annabeth pareceu pensativa. Grover também.

Depois de um tempo, cutuquei Grover.

- Está pensando o mesmo que eu?

Ele assentiu, relutante.

- Se está pensando em uma lata de refrigerante bem saborosa, sim, eu estou. - ele disse sorrindo.

Dei um empurrão em seu ombro.

- Concentração, cara!

- Desculpe. - ele murmurou.

Me voltei para Annabeth.

- Está pensando o mesmo que eu?

Ela não olhou para mim.

- Se está pensando em que devemos achar as 3 pérolas com os 3 deuses grandes, sim eu estou.

Abaixei a cabeça.

- Não, mas é bem melhor.

- No que estava pensando?

- Idiotice.

- Como sempre.

- Então! - Grover interrompeu - Acha mesmo que pode ser isso?

Annabeth assentiu.

- Tenho certeza.

- Ok. Agora é só ir buscar. - eu disse.

- 'Só ir buscar'. - repetiu Annabeth - Vai ser difícil.

- Que tal começarmos pelo deus mais fácil? - sugeriu Grover.

- Essa é fácil. Meu pai. - eu disse.

- Pode convence-lo á nos dar a pérola? - perguntou Annabeth.

- Acho que sim. Só temos que ir no mar mais próximo.

Chegamos á alguma praia que eu ainda não conheçia, por meio do táxi. Ela era completamente vazia, e suja.

- Acha que consegue achar o palácio dele aí? - perguntou Grover, encarando a sujeira do mar, com nojo.

- Sim. - eu disse, tirando os sapatos. - É só me esperarem.

Annabeth assentiu.

- Vai lá.

Eu sorri, e caminhei até o mar, dando um mergulho fundo.

Nadei, nadei, nadei... Você deve estar pensando: Nossa, como ele consegue, ou, nossa, ele é louco. Mas quando se é filho de Poseidon, estar na água é como estar na terra, você nem sequer se molha.

E você também pode respirar, falar, e nem engolir água, tampar o ouvido, etc. Eu adorava ficar na água, então para mim não era um problema.

O palácio de Poseidon era fundo o bastante para nenhum mortal conseguir alcançar. Não foi difícil eu ver uma grande luz amarela no fundo do oceano, para perceber que havia encontrado.

Nadei mais um pouco para avistar o enorme palácio de Poseidon.

Ele era cercado por peixes com pequenas espadas nas nadadeiras, que me encaravam furiosamente.

O que quer aqui, mortal?

um deles disse.

- Quero falar com Poseidon. Sou filho dele.

Os peixes me encaravam.

Quem é você?

- Perseu Jackson.

Os peixes reviraram os olhos, e abriram caminho para o palácio com suas lanças.

Andei no caminho um pouco constrangido por todos os animais marinhos tivessem virado para me olhar.

Entrei no palácio, e era tudo maravilhoso. Eu já estive lá antes, mas parecia melhor ainda. A primeira coisa que me veio á vista foi Tyson, meu 'irmão' antigo amigo de colegio, que é um ciclope, correndo em minha direção, saltitante.

- Peeeeeercy! - ele me agarrou e me jogou para o alto, como se eu fosse um boneco de pano.

- Ei, grandão... Estou... sem... ar!

Ele me soltou.

- Como assim, sem ar? Estamos no oceano!

Eu não pude deixar de rir.

- É bom ver você.

- Por que veio? Ah, estava com tantas saudades! De você, da Annabeth, e um pouco também daquele sátiro estranho... Como vai as coisas no acampamento?

- Estão indo bem, eu acho... - olhei em volta - Onde está papai?

- Ele logo vem... - ele olhou para trás - Ele chegou!

Meu pai veio caminhando com seus bermudões floridos, e sua camiseta estampada. O cabelo parecia despenteado, e sua expressão era de cansaço.

- Papai! - disse Tyson - Olhe só quem apareçeu! - ele apontou para mim.

Poseidon me encarou.

- Percy? O que faz aqui?

Caminhei até ele.

- Oi, pa... Poseidon. - eu disse - Vim aqui para um motivo nobre.

Ele continuou me encarando, e depois pediu para que as 'pessoas' no palácio se retirassem por um minuto.

- Depois a gente se vê! - acenou Tyson e saiu saltitando palácio a fora.

- O que aconteceu dessa vez?

- É... Aconteçeu um desastre lá... A estátua de Atena desmoronou por algum motivo, e se quebrou completamente... E acho que como é do seu conheçimento, que os filhos que levam as culpas pelos acontecimentos com as estátuas... E Annabeth Chase, minha amiga lá no acampamento... Ela é filha de Atena, e precisamos reconstruir a estátua o mais rápido possível, antes que a senhora Atena saiba... E havia 3 pérolas na coroa, que precisamos acha-las... E pensamos, que as 3 pérolas, poderiam estar com os 3 deuses grandes... Por isso estou aqui para...

- Para mim te dar a pérola.

Assenti, de cabeça baixa.

Ele cruzou os braços.

- Ah, Percy...

- Tudo bem - eu ergui os braços na defensiva - Eu nem devia ter vindo. Atravessei o oceano, mas tudo bem! Eu to indo, ta... - me virei, mas ele segurou meu braço com sua mão enorme.

- Não, Percy... Eu te dou a pérola.

Me virei para ele.

- Hã, sério?

- Sério! Mas... Tem que me prometer uma coisa.

Ah, não...

- O que?

- Antes, promete?

Suspirei.

- Aaah... Ok, eu... Prometo.

Ele sorriu.

- Nunca mais deixe sua mãe preocupada... Nem Paul. - ele não parecia se importar falando do meu padrasto - Nunca mais seja expulso de uma escola, nunca mais fuja... Prometa isso para mim?

- Ah, pai... Você sabe que isso...

- Obrigado.

Sorri.

Ele simplismente abriu a mão, e uma pérola gordinha azul brilhante apareçeu em sua mão.

Ele passou ela para mim.

- Muito cuidado, Percy.

Eu assenti, e a coloquei no bolso.

Estava indo para a porta do palácio, quando ele me chamou mais uma vez.

- O que foi, pai?

Ele sorriu.

- É muito legal o que está fazendo pela sua amiga.

Eu sorri.

- Hã, é... Ela faria o mesmo por mim.

Ele assentiu.

- Aham... Como é o nome dela mesmo?

- Annabeth.

- Aah, sua mãe já me disse algo a respeito dela, no seu aniversário de 15 anos...

- Tchau pai!

Saí correndo porta do palácio a fora, de repente, nadando para cima o mais rápido possível, em direção da luz do dia.

Enfiei minha cabeça para fora, e nadei para a areia. Annabeth e Grover estavam sentados na areia, fazendo um castelo de areia deformado. Quando me viram, os dois se levantaram e pisaram em cima do castelo, fazendo-o em pedaçinhos de areia novamente.

- O que? Conseguiu? - começou Annabeth.

Sentei em uma pedra, exausto.

- Não.

A raiva tomou o rosto de Annabeth. Ela saltou para cima de mim e agarrou a gola de minha camiseta.

- Como assim, não?! - ela gritava, e estava prestes a me dar um soco, quando Grover correu para segura-la.

- Calma, calma, calma... - eu disse, e consegui pegar a pérola do meu bolso e colocar em frente ao seu rosto - Eu consegui.

Annabeth relaxou e saiu de cima de mim.

- Por que fez isso? - ela ainda estava brava.

- Queria ver a sua reação. - eu segurava o riso mais do que nunca - Agora eu sei.

Grover não conseguiu se segurar e explodiu na risada.

Não pude deixar de acompanha-lo.

- Isso não tem graça! - Annabeth tomou a pérola de minha mão.

- Ok, não tem. - eu tentei ficar sério.

Grover ainda ria.

- Vocês vão mesmo ficar aí rindo, ou vão me ajudar a pegar as outras duas pérolas? - Annabeth perguntou.

Grover ficou sério artificialmente.

- Vamos ajudar.

- Muito bem. - disse ela se virando - Vamos, temos uma longa viagem até Olimpo.

Quando ela se virou, eu e Grover rimos mais um pouco, até ela virar e fazer cara feia para nós.

Já era de noite, e decidimos descansar um pouco na praia, para no dia seguinte ir para Olimpo.

Já eram 22:00, estava um frio de tremer na praia, estávamos sem nada para nos cobrir, e com poucas roupas.

O único que conseguiu dormir foi Grover, coberto com seus pêlos mesmo...

Eu e Annabeth estávamos sentados na areia, tremendo.

- Perrrcy. - ela disse, tremendo, olhando para o mar, parecendo constrangida.

- O que foi?

- Me desculpe, aque-e-ela hora...

- Tudo be-em.

- Sabe... Isso é muito importa-ante pra mim... E não gosto quando não levam a sério.

- Eu entendo.

- Se eu não consertar essa estátua... - ela parecia preocupada - Vou ter uma penalidade.

- Annabet-th... Mesmo se a gente não conseguir consertar a estátua, eu dúvido que a sua mãe te penalize.

Ele sacudiu a cabeça.

- O problema não é minha mãe, Percy. É Zeus. São leis dos deuses, e se minha mãe não respeitar, ela também vai ser penalizada.

Assenti.

- Nós vamos conseguir.

- E o pior nem é isso... Ne-em tnho muito medo de penalidades. - ela estava distante - Quando eu vi aquele estatu-ua destruída... - Ela tinha lágrimas nos olhos - Vi meu orgulho destruído também.

Ela estava com um bolo na garganta, e segurava as lágrimas. Eu não sabia muito o que fazer, então a envolvi em meus braços.

- Vai ficar tudo bem. - eu disse, aninhando sua cabeça em meu peito - Eu prometo.

Ela soluçava.

- O-obrigada, Percy.

Enfim, aquela era uma posição perfeita para um bom sono, para um dia de muitas lutas, eu acho.


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