Dont Stop Believin escrita por Nizz e Cherry
Capítulo 12
O ano das mudanças.
— Eu não sei porque ela ainda tenta. – Ágatha reclamou em meio à crescente irritação. Sentou-se no único espaço desocupado da cama de George com ono colo, já que o quarto dos gêmeos estava abarrotado de bugigangas e caixas com ingredientes e objetos para suas invenções. Fred estava sentado no chão ao lado do irmão, confabulando sobre a próxima criação.
Ágatha chegara na Sede da Ordem da Fênix naquela manhã. Não aguentava mais ficar em casa ouvindo a mãe comentar sobre o Ministério o tempo todo - o motivo da sua reclamação atual, inclusive. Isabelle estava na casa dos avós até voltar às aulas, para sorte dela.
— Sua mãe tenta... – Fred argumentou, dando de ombros. – É culpa do Ministério, não dela.
— Ela tenta me convencer de que o Ministro não é tão cego assim, de que as coisas vão se resolver, de que a volta de Você-Sabe-Quem pode ser revertida antes de levar a público e causar alvoroço, mas só faz isso pra ficar de consciência limpa. Eu esperava mais de alguém que faz parte da Ordem...
— MENINOS, ALMOÇO! – ouviram a senhora Weasley berrar lá do primeiro andar.
Os Weasley estavam ali na Sede da Ordem havia um bom tempo, então a senhora Weasley administrava o lugar como fazia com a Toca.
Ágatha desceu as escadas como uma bruxa civilizada, mas não conteve o riso quando deu de cara com os gêmeos já na cozinha. Eles haviam passado no teste de aparatação, assim como ela, mas ficavam se exibindo a ponto de tornar a prática irritante. A senhora Weasley era sempre a mais afetada.
– Vocês vão acabar me deixando louca com esses sustos! – ela exclamou, dando alguns tapas nos ombros dos filhos. Quando eles se sentaram, de frente para Ágatha, sorriram para ela. A loira ergueu a caneca para esconder o sorriso divertido. – Deveriam seguir o exemplo da Ágatha. Ela é tão educada e comportada. – Fred e George entreolharam-se, caindo na gargalhada em seguida.
— Ah, Remus. Sirius. – Molly cumprimentou os outros dois participantes do almoço. Ágatha virou-se ao ouvir o nome do pai, sorrindo abertamente.
— Ágatha. – ele sorriu de volta, recebendo-a num abraço carinhoso. – Chegou hoje? Como você vai?
— Bem... Na medida do possível. Mamãe está pirando por causa do trabalho. – ela tomou cuidado para não citar o Ministério na frente da senhora Weasley, por causa de Percy e da devoção fanática dele ao novo emprego lá.
Sirius deu uma risadinha, assentindo imediatamente.
— Sally sempre foi dedicada demais ao trabalho dela.
— Conheceu minha mãe? – ela indagou curiosa.
— Estudamos juntos. – Remus explicou.
— Muito bem, chega de conversa. Hora de almoçar. – Molly ordenou enquanto servia a comida.
— Remus, você soube alguma coisa da carta que o Harry recebeu? – Hermione indagou ao adentrar a cozinha, antes que Molly a impedisse.
— Não foi boa notícia. – ele não olhou para a senhora Weasley. – Parece que o Ministério resolveu expulsá-lo.
— Oh, oh, oh... Calma lá! – George exclamou. – O que tá rolando?
— Harry expulso?
— Ele foi atacado por um grupo de dementadores e usou o feitiço do patrono. – Remus explicou. – E por estar na presença de um trouxa, recebeu a carta do Ministério.
— Mas que injusto! Ele deve ter salvado o trouxa. – Ágatha replicou.
— O Ministério não considerou isso. Na verdade, eles nem averiguaram. Não sabem que foi um ataque de dementadores. – Sirius disse.
— Não me surpreende. – Fred disse. – Dementadores naquela área? Quero dizer, foi intencional, com certeza, mas o Ministério nunca acreditaria nisso. Eles nem acreditam que Você-Sabe-Quem retornou.
— Mas não podem fazer isso! Eu já pesquisei e... – Hermione começou a discutir.
— Não se preocupe, Hermione. – Sirius a interrompeu. – Dumbledore conseguiu uma audiência para o Harry. Organizamos um grupo para ir buscá-lo hoje à noite.
— E por falar nisso. Tonks não deveria ter chegado? – Molly indagou com as mãos no quadril.
— Imagino que o atraso dela tenha um bom motivo. – Sirius deu de ombros. – Ainda temos tempo.
— Tonks? – Ágatha indagou.
— Uma auror do Ministério. É membro da Ordem também. – Remus disse. – Vai conhecê-la logo.
— Temos que tirar os vasos do caminho. – Rony brincou.
— A Ágatha chegou hoje e eles continuam intactos, acho que tá tudo bem. – Fred brincou, ganhando uma careta da loira.
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— Já sei que eu tenho que descer, mãe. Me dá mais cinco minutos! – Fred pediu assim que a porta do seu quarto se abriu. Porém, quando se virou, um sorriso animado ganhou seu rosto. – Oi, Ágatha. – ela revirou os olhos, fechando a porta atrás de si. – Aproveitando que eu estou sozinho aqui? Sabe que se a mamãe nos pegar ela vai nos mat...
— Fred! Fica quieto! – Ágatha tapou a boca dele. – Eu vim conversar. Só isso. – Acrescentou apressadamente.
— Sobre o quê?
Ágatha respirou fundo.
— Eu quero saber como a gente está.
— Bem, até onde eu sei. Ou você tá se sentindo mal?
— Quero dizer como um relacionamento, Fred!
— Eu já sei a resposta desde a noite do baile de inverno. – ele confessou com um sorriso. Ágatha sorriu de volta, e deu um passo para trás, em direção à porta.
— Concordamos sobre isso, então. - o sorriso dela se dobrou em um provocativo, ganhando um estreitar de olhos dele.
— Ágatha...
— O quê?
— Nem um beijinho?
— Acho que dessa vez eu posso aliviar pra você. Só dessa vez. – ela acrescentou. A diversão se dissipou quando ele a abraçou.
— Tudo bem então, senhorita só-dessa-vez. Vamos aproveitar então. – ele retrucou divertido ao beijá-la.
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Ágatha estava sentada na beirada da escada com um de seus livros em mãos, enquanto Fred e George tentavam ouvir o que se passava na reunião da Ordem no andar debaixo. Usavam as Orelhas Extensíveis que haviam inventado e que pareciam funcionar perfeitamente bem.
— Você poderia estar participando. – George disse para Ágatha. – É nossa sócia, certo?
— Correto, George. Mas sou sócia nos negócios e não na incrível habilidade de ouvir conversas alheias.
— Você é que está perdendo uma bela...
— EU PASSEI QUATRO SEMANAS PRESO NA RUA DOS ALFENEIROS...
— Olha só, o Harry chegou. – George concluiu.
— Jura? – Ágatha replicou, fechando o livro enfim. – E parece bravo.
— Jura? - George rebateu, ganhando o riso dela.
— Não é surpresa. O coitado estava na maior solidão na casa dos tios, e sem nenhuma notícia. – Fred disse. – Eu ficaria zangado.
— Que tal irmos até lá para aliviar um pouco o clima? – George sorriu para o irmão.
— Muito bem pensado, George.
Antes que Ágatha pudesse argumentar, os dois já tinham aparatado para o andar de cima, provavelmente assustando Harry, Rony e Hermione. Com um suspiro resignado, ela os seguiu pelas escadas, chegando no quarto pouco tempo depois.
— Olá, Harry. – disse George casualmente. – Pensamos ter ouvido sua voz suave.
— Você não devia conter tanto sua raiva, Harry. – disse Fred divertidamente. – Acho que tem umas pessoas há uns cinquenta quilômetros daqui que não te ouviram.
— Passaram no teste de Aparatar então? – Harry perguntou, olhando para os dois e para Ágatha. Ela assentiu, lançando um olhar irritado para os gêmeos.
— Com louvor. – Fred sorriu orgulhoso.
— Só teria demorado uns trinta segundos à mais se vocês tivessem usado as escadas. – disse Rony.
— Eu tento dizer isso a eles. – Ágatha resmungou.
— Tempo é galeão, pequeno irmão. – disse Fred. – De qualquer forma, Harry, você estava interferindo com a recepção. Orelhas Extensíveis. – ele disse, mostrando a nova invenção. – Estamos tentando ouvir o que se passa lá embaixo.
— Bisbilhotar é o termo correto. – Ágatha semicerrou os olhos. Os gêmeos deram de ombros. – E deveriam estar tomando mais cuidado.
— Vale a pena correr o risco. Essa é a maior reunião que tivemos.
Eles se reuniram em volta das Orelhas Extensíveis. A voz de Snape foi ouvida e logo depois Sirius discutindo com ele. A senhora Weasley entrou no meio da conversa depois disso.
Eles tiveram a sessão invasiva interrompida quando o gato de Hermione comeu a Orelha, perdendo a chance de ouvir o resto. Por sorte, a reunião estava quase acabada, então não perderam muito mais.
— Nós vamos jantar na cozinha. – a senhora Weasley anunciou. Tomou um susto quando os gêmeos aparataram ao seu lado, começando a gritar enquanto eles apenas saíam de perto aos risos. – Só porque vocês podem fazer magia não significa que precisam usar a varinha para tudo!
Ágatha passou pela senhora Weasley com um sorriso de desculpas. Ao virar para o corredor, qual foi sua surpresa quando deu um baita encontrão com alguém, fazendo esse alguém e ela irem ao chão, junto a um porta guarda-chuva.
— Tonks! – berrou a senhora Weasley. – Ágatha! Por Deus, meninas!
— Eu sinto muito! – Tonks exaltou chocada. – Foi aquele guarda-chuva estúpido... E eu não te vi também, sério, mil desculpas. – Ágatha deu de ombros aos risos. A moça de cabelos rosas se levantou rapidamente, assim como a loira, e esticou a mão para Ágatha.
— Ninfadora Tonks.
— Ágatha Lupin. – ela sorriu para a cor de rosa. – Muito prazer.
— Tirando as circunstâncias... Digo o mesmo.
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— A lista é esquisita, pra dizer o mínimo. Teoria da Magia Defensiva, quero dizer, nada menos... Teórico? – Ágatha resmungou com a cara enfiada no pergaminho. Fred assentiu, também curioso.
— O novo professor deve ser bem... teórico. – George comentou.
— Só espero que não seja outro Lockhart. – Ágatha arregalou os olhos.
— Está pra nascer outro cara como ele. – Fred disse entre risos.
— Que tal descermos? Vamos checar a lista do quinto ano. – George sugeriu. Antes que Ágatha reagisse, ele e Fred já haviam aparatado. Ela grunhiu, pegando seu livro para correr até o quarto de Harry e Rony.
— Estávamos nos perguntando quem pediu o livro de Slinkhard. – Ágatha ouviu Fred dizer assim que pisou no quarto. – Não é, Ágatha?
Ela respondeu com um olhar enfezado, ofegante.
— Porque quer dizer que Dumbledore encontrou um novo professor de DCAT. – George disse.
— E já não era sem tempo. – Fred disse.
— O que quer dizer? – indagou Harry.
— Bem, nós escutamos, com as Orelhas Extensíveis, papai e mamãe conversando há algumas semanas. E pelo que estavam dizendo, Dumbledore estava tendo muito trabalho para encontrar alguém que assumisse o trabalho esse ano. – Fred explicou.
— Não é surpresa, quando você olha o que aconteceu com os últimos quatro. – George completou.
— Um expulso, um morto, um com a memória apagada e um trancado num malão por nove meses. – Harry contou nos dedos. – Sim, eu sei o que quer dizer.
— O que há com você, Rony? – Fred indagou. Rony estava parado boquiaberto olhando sua carta de Hogwarts. – O que é? – Fred olhou por cima do ombro do irmão. O queixo dele caiu também. – Monitor? Monitor?!
George correu e pegou o envelope de Rony. Algo vermelho e dourado caiu na palma da mão de George.
— Não mesmo! – George exclamou indignado.
— Deve haver algum engano. – Fred pegou a carta de Rony e colocou-a contra a luz para checar a marca d’água. – Ninguém com a cabeça no lugar faria do Rony um monitor.
— Quanto exagero... – Ágatha murmurou, encostando-se ao batente da porta.
— Nós pensamos que você seria o monitor! – Fred apontou para Harry.
— Pensamos que Dumbledore iria escolher você. – George concordou.
— Vencendo o Torneio Tribruxo e tudo mais...
— Eu suponho que as loucuras que fez pesaram contra ele. – George argumentou com Fred.
— É... – ele assentiu. – É, você causou vários problemas, cara. Bem, pelo menos um de vocês tem as prioridades certas. – ele deu alguns tapinhas no ombro de Harry, olhando atravessado para Rony. – Monitor... Roniquinho, o monitor. – Fred conteve o riso.
— Rony? – foi a primeira coisa que Hermione disse ao saber. – Mas... Tem certeza? Digo...
— Inesperado. – George concordou.
— Não. – disse ela. – Não é... Rony fez muitas... Ele realmente é...
A senhora Weasley entrou no quarto de repente, carregando uma pilha de roupas lavadas.
— Rony, eu pegarei mais pijamas para você. Estes já estão ficando curtos. Não posso acreditar o quão rápido você está crescendo... Qual cor você mais gosta?
— Pegue algum vermelho e dourado, para combinar com a insígnia dele. – George sorriu em provocação.
— Combinar com o quê? – ela indagou sem prestar muita atenção, arrumando as roupas sobre a cama.
— A insígnia dele. – Fred disse. – A adorável e brilhante insígnia de monitor dele.
— Dele... Mas Rony, você não...? – ele mostrou a insígnia para a mãe e ela gritou.
— Eu não acredito! Eu não acredito! Oh, Rony, é maravilhoso! Um monitor! Como todos na família!
— E eu e o Fred somos o que, filhos dos vizinhos? – George exclamou indignado, ganhando uma gargalhada de Ágatha. Enquanto a senhora Weasley vangloriava o filho, deixando-o incrivelmente vermelho, Fred e George cruzaram os braços.
— Ora vamos, deve ser legal... Seguir as regras e ser recompensado por isso. – Ágatha argumentou. Fred virou-se assombrado para ela.
— Eu não te reconheço mais, gatinha.
— Bem, é melhor eu ir indo se eu tenho que comprar uma vassoura pra você... Vejo vocês mais tarde. O pequeno Roniquinho, um monitor! – a senhora Weasley saiu emocionada, dando alguns últimos beijos nas bochechas de Rony. Fred e George entreolharam-se.
— Você não se importa se não te beijarmos, não é, Rony? – Fred pediu.
— Poderíamos fazer reverências, se quiser. – George disse.
— Ah, calem a boca! – exclamou Rony.
— Ou o que? – Fred riu. – Nos colocará em detenção?
— Eu adoraria vê-lo tentar. – George disse.
— Ele poderia se vocês não tomarem cuidado! – disse Hermione com raiva.
— Nos temos que ter cuidado, George. – Fred fingiu temor. – Com esses dois atrás de nós...
— É, parece que nossos dias quebrando regras estão definitivamente terminados.
E com um estampido alto, eles desaparataram.
— Parabéns, Rony. – Ágatha revirou os olhos para onde os gêmeos estiveram. – Você vai se sair bem. E você também, Mione. – ela piscou para eles, afastando-se em seguida de volta ao quarto dos gêmeos. – Vocês são horríveis e cruéis. – resmungou ao passar pela porta.
— Rony, um monitor! - George zombou.
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Já dentro do Expresso de Hogwarts, Fred, George e Ágatha separaram-se de Harry, Rony e Hermione para procurar Lino. Algumas cabines à frente, eles encontraram o rapaz conversando com Abigail e Alicia.
— E aí, gente! – Lino exclamou animado. - Férias boas?
— Melhores impossíveis. – George disse.
— Sorte a de vocês. Eu viajei pra vários lugares pra assistir aos vários jogos do Olívio. – Abigail resmungou.
— Ah, é verdade... – Alicia exclamou animada. – Ele está no Puddlemere United não é?
— Está. É o goleiro titular. – Abigail assentiu.
— Ele era realmente bom. – Ágatha comentou casualmente. Ela ganhou um olhar indignado de Fred e tossiu para conter o riso: – Como goleiro!
— Vamos falar de coisas mais essenciais para o momento. - George contornou a situação.
— Como o quê? – Lino se empertigou curioso.
— Nossos negócios. – Fred sorriu. – Esse ano, vamos alcançar a fama.
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— Quero dar as boas-vindas à professora Dolores Umbridge, que aceitou de bom grado o cargo de Defesa Contra a Arte das Trevas. – os aplausos nas mesas não foram animados. Quando ela interrompeu o professor Dumbledore com uma pigarreada, alguns alunos recuaram em indignação.
— Obrigada, diretor, pelas doces palavras de boas vindas. – disse Umbridge, erguendo-se da mesa com um falso sorriso no rosto. – É realmente adorável ver tantas carinhas felizes olhando para mim. Eu estou realmente esperando conhecer todos vocês e estou certa de que seremos ótimos amigos!
— Até parece. – Fred e George disseram juntos e em tom de voz alto, apoiando os rostos nas mãos.
— Muito obrigada professora Umbridge, pelas palavras esclarecedoras. – Dumbledore agradeceu. – Agora, como eu ia dizendo, as seleções de Quadribol serão...
— Arranjaram mesmo alguém pior que o Lockhart! – Ágatha resmungou em voz baixa. - Vamos ter interferência do Ministério. Como que minha mãe não falou nada sobre isso?
— Aposto que esse discurso dela não foi nem o começo do que está por vir... - Lino comentou.
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– A Hermione vai caçar vocês. – Ágatha disse enquanto Fred grudava um cartaz sobre o recrutamento de cobaias para as invenções que ele e George estavam criando.
"GALÕES DE GALEÕES - Sua mesada não dá para o gasto? Gostaria de ganhar uma graninha extra? Entre em contato com Fred e George Weasley, sala comunal da Grifinória, para um simples, de pouco tempo, e virtualmente indolor trabalho (lastimamos que todo trabalho seja por sua conta e risco)."
— Ah, ela pode tentar... – Fred disse.
— Mas nunca vai nos deter. – George completou.
— Vocês acham que muitos alunos vão aceitar esse “emprego”? – ela indagou.
— Claro! São galeões a mais nas mãos deles.
— Quem não quer ganhar galeões tão facilmente assim? – George indagou. – É quase uma doação.
— Com a possibilidade deles saírem sem a língua, inchados, vomitando e sangrando até morr... – a boca dela foi tampada pela mão de Fred, e Ágatha recebeu olhares zangados dos dois.
— Quer acabar com nossos planos? – ela lançou um olhar raivoso para eles e Fred a soltou.
— Por Merlin vocês dois. – resmungou, pegando seu livro para rumar até a biblioteca.
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— Vocês vão acabar matando um dos voluntários. – Ágatha repreendeu baixinho. Estavam à caminho do Salão Principal naquela manhã.
– Por quê? – George indagou curioso.
— Algumas de suas invenções não têm antídoto. – ela cruzou os braços.
— É meio perigoso mesmo. – Abigail comentou.
— Principalmente se fizer um aluno do primeiro ano sangrar até a morte. – Ágatha completou.
— Ágatha, vamos ter que inventar algo que faça loiras altas e escandalosas ficarem quietas? – Fred resmungou. – Shiu!
— Não faça shiu para mim, Weasley!
— Nos vemos mais tarde então, Ágatha. – Abigail se despediu da amiga com um risinho baixo, acenando para os gêmeos ao disparar na direção contrária a do Salão Principal.
— Pra onde ela foi? – George indagou curioso.
— Biblioteca.
— Uma pena o que a convivência com a Ágatha faz com a pobre garota... – Fred fingiu pesar, recebendo um tapa da loira.
— Olha só hoje! – Ágatha ouviu Rony reclamar. – História da Magia, duas aulas de Poções, Adivinhações e DCAT. Dupla, Binns, Snape, Trelawney e a tal Umbridge... Tudo em um dia! Eu queria que Fred e George andassem rápido com aqueles Sangra Narizes.
— Meus ouvidos me enganam? – Fred sentou-se ao lado de Harry e George do outro. – Os monitores de Hogwarts certamente não desejariam perder suas aulas, ou desejam?
— Olha o que a gente tem hoje. – Rony empurrou o horário de suas aulas para Fred. – Essa é a pior segunda-feira que eu já vi.
— Louvável ponto de vista, mano. – Fred comentou enquanto examinava as aulas do irmão. – Você pode ter um pouco da dose de sangra nariz bem baratinho se quiser.
— Por que é barato? – Rony indagou desconfiado.
— Porque vai ficar sangrando até você murchar. – George explicou.
— Eles ainda não conseguiram um antídoto. – Ágatha disse.
— Animador. – Rony comentou. – Mas acho que vou assistir às aulas.
— E falando nesses Sangra Narizes... – Hermione inclinou-se sobre a mesa enquanto encarava os gêmeos. – Vocês não podem colocar capazes para cobaias no mural da Grifinória.
— Eu avisei... – Ágatha murmurou baixinho.
— Quem disse? – George exclamou indignado.
— Eu digo. – Hermione replicou. – E Rony.
— Me deixe fora disso. – ele retrucou.
Fred e George riram.
— Você vai estar mudando de ideia logo, Hermione. – Fred sorriu. – Vocês estão começando o quinto ano, vão estar implorando por um Sangra Nariz rapidinho.
— E por que começar o quinto ano nos faria implorar por isso?
— Quinto ano é o ano das N.O.M.s. – George disse com uma careta.
— E daí?
— E daí que os professores vão fazer vocês enfiarem seus narizes mais e mais nos livros. Vão ficar esfolados, pode acreditar. – Fred riu com vontade.
— Metade da nossa turma teve pequenos colapsos quando chegou o exame. – George disse rindo. – Lágrimas e acessos de raiva. Patrícia Stimpson não parou de desmaiar. Até a Abigail ficou desesperada. É um pesadelo de ano, o quinto. – George deu de ombros. – Se você se importa com os resultados finais, claro. Fred e eu demos um jeito de manter o ânimo de qualquer forma.
— É, vocês tiveram, quanto foi mesmo? 3 N.O.M.s. cada um? – indagou Rony.
— Exatamente. – Ágatha olhou feio para os gêmeos.
— Isso aí, mas não nos preocupamos. – Fred replicou despreocupadamente. – Nosso futuro está fora do mundo acadêmico. – Ágatha disse cada palavra junto com ele, fazendo uma careta ao final.
— E nós não vamos desperdiçar nosso último ano aqui. Vamos fazer umas pesquisas de mercado, descobrir exatamente o que o estudante médio de Hogwarts quer de uma loja de logros, avaliar com cuidado os resultados da nossa pesquisa e então produzir produtos que se encaixem à demanda.
— Mas onde vocês vão conseguir o ouro para começar a loja de logros? – Hermione perguntou. – Vocês vão precisar de todos os materiais e ingredientes e...
— Não nos faça perguntas e nós não te contaremos mentiras, Hermione. – Fred sorriu astuto, desviando do assunto. – Vamos, George. Se a gente chegar na aula cedo podemos vender algumas Orelhas Extensíveis.
— Você vem? – George indagou para Ágatha.
— Vou. – ela terminou de beber o suco de abóbora rapidamente. – Alicia disse que estaria me esperando lá.
— Fred, George, Ágatha, esperem! – quando já estavam no corredor, ouviram a voz de Angelina e se viraram juntos. Ela vinha correndo do Salão Principal, com os cabelos negros soltos balançando atrás de si.
— O que aconteceu? – George perguntou.
— Só queria avisar vocês sobre os treinos. – ela explicou. – Já marquei alguns pra daqui uns dias. Temos que fazer alguns testes também, como para goleiro, já que o Wood não está mais na escola. – Fred olhou de soslaio para Ágatha, mas ela continuou encarando Angelina. – Então... Era isso. – ela sorriu meio sem graça, parecendo tímida.
— Vai pra aula agora? – George indagou.
— Sim.
— Vem com a gente. – Fred sugeriu.
— Tenho que esperar a Katie... Mas valeu, Fred. Até mais!
Ágatha se afastou com um sorriso, mas dobrou um olhar furioso na direção de Fred quando Angelina se afastou. Ele recuou, chocado.
— Você está com ciúmes?
— Não. Eu gosto de te olhar com essa cara.
— Ah, agora está tudo explicado. – Fred brincou.
— Idiota. – ela bufou. – E você também, George! – ela bateu com o caderno no ombro do rapaz.
— Mas o que foi que eu fiz?!
— Você não investe na Abigail! Vai esperar o quê? O fim do ano letivo pra chamá-la para sair?
— Se tivesse falado com jeitinho, eu te responderia. Mas você me bateu, então fique com o meu silêncio e mistério. - ele se afastou, sumindo pela porta da sala de aula.
A aula de Feitiços passou rapidamente. Foi seguida de duas de Poções, que custaram a acabar. Snape encheu os alunos sobre como o sétimo ano era o pior de todos, principalmente pelos N.I.E.M.s, e também deixou bem claro que duvidava que algum aluno dali passasse em sua prova.
— Aquele morcego velho! Todo mundo que passou nos N.O.M.s dele pode passar nos N.I.E.M.s!
— É o Snape... – George disse simplesmente.
— Relaxa. – Fred deu risada.
— Só espero que a cor-de-rosa seja melhor. – Lino comentou apreensivo.
— Lino, ela trabalha no Ministério. Com certeza é chata. – George disse indignado. – Sem ofensas, Ágatha. – ele virou-se rapidamente para a loira. Ela deu de ombros.
— Nenhuma mentira, meu caro.
— Hum, hum... – todos os alunos dentro da sala de aula calaram-se ao ouvirem o pigarreio da professora Umbridge. Ela estava parada no alto da escada, aguardando os estudantes se sentarem.
— Lá vem. – George resmungou em voz baixa.
— Bom dia, alunos. – Umbridge continuava sorrindo enquanto descia as escadas. – Fico muito feliz em ver quantos de vocês se mostraram aptos à chegarem até aqui, considerando o fato de muitos terem quase reprovado nas N.O.M.s. – coincidentemente, ela olhou para Fred e George, que sorriram de volta. – E fico feliz de poder ajudá-los no aprendizado nesse último ano de escola, para que se tornem grandes bruxos e bruxas.
Ninguém comentou nada.
— Como sabem, ao fim do ano vocês deverão realizar as provas chamadas de N.I.E.M.s. Níveis Incrivelmente Exaustivos de Magia.
— Com certeza acertaram no nome. – Fred comentou.
— De fato, senhor Weasley. – Umbridge confirmou com um sorriso. – Ela irá testá-los em todas as matérias que optaram por fazer para que se tornem profissionais qualificados no futuro. Os alunos que receberam o resultado de seus N.O.M.s em Defesa Contra a Arte das Trevas e estão aqui no momento se mostraram qualificados para continuar estudando essa matéria. E devo avisar que, este ano, tudo será mais simples e organizado para os senhores.
— Com licença, professora? – Ágatha ergueu a mão.
— Sim, senhorita Blake?
— Lupin. – a loira corrigiu. – Defesa Contra a Arte das Trevas não deveria se tornar definitivamente complicada e complexa para nós esse ano? Afinal de conta, estamos falando de N.I.E.M.s.
— Sim, minha querida, mas acredite quando digo que o Ministério sempre faz tudo para ajudá-los com o que puder. – Umbridge explicou calmamente. – O livro didático foi devidamente inspecionado por homens do Ministério e se provou apropriado para ser usado como conteúdo de estudo. – ela fez um gesto com a varinha e os livros flutuaram até as mesas.
— Com licença, professora? – Ágatha chamou-a novamente. – Não há nada aqui sobre o uso de feitiços defensivos?
— Não? – um aluno do fundo exclamou, começando a folhear o livro. Muitos outros também procuraram e pareceram assombrados.
— Claro que não. – Umbridge replicou estupefata. – Qual seria o motivo para vocês aprenderem feitiços de defesa?
— Será por causa do nome da matéria? – George retrucou indignado. – Defesa Contra a Arte das Trevas.
— Senhor Weasley, a arte das trevas não é mais utilizada no mundo bruxo. Todos que fizeram uso dela estão devidamente trancafiados.
— Mas, professora... – Ágatha continuou estupefata. – Temos que aprender a nos defender! Vai nos ajudar no futuro.
— Ajudar no quê, meu bem? – Umbridge indagou com um risinho de deboche. – Quem iria atacar crianças da idade de vocês? Vejam bem... Não há nada com que se preocuparem. A única coisa que precisam manter em foco é sua atenção para os N.I.E.M.s. Somente isso.
— Professora... – Fred chamou, mas Umbridge ergueu a mão para calá-lo.
– Sem mais perguntas sobre isso hoje. – ela encerrou. Depois de um silêncio rápido, voltou a sorrir. – Agora, queiram abrir seus livros na página de número 6 e copiar o texto nela escrito, por favor.
Ágatha virou-se para os gêmeos com um olhar assombrado e encontrou como resposta dois olhares raivosos.
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— Rony é um ótimo goleiro. – Ágatha assumiu enquanto saía do treino de quadribol. Haviam selecionado Rony como titular da Grifinória e ele mostrara um ótimo desempenho, apesar de estar aparentando quase desmaiar. – Só precisa se controlar mais ou vai cair da vassoura de nervosismo.
— Nem quero ver ele no jogo. – Fred comentou. – Vai ficar desnorteado, tenho certeza.
— Rony não funciona bem sob pressão. – George disse pensativo. – Talvez possamos aliviar o sofrimento dele com um sangra nariz, fazer ele ficar de cama... Relaxar um pouco.
— Enquanto ele morre? – Ágatha apoiou as mãos na cintura. – Ainda não acharam o antídoto, ou acharam?
— Não. – Fred suspirou decepcionado. – Você poderia nos ajudar.
— Quando o Snape diminuir a carga horária de todas aquelas tarefas, eu prometo que vou tentar.
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— Tudo bem, Rony? – George piscou um olho para o irmão.
— Sim. – Rony respondeu, mas parecia nervoso demais para estar bem.
— Pronto para nos mostrar tudo lá em cima, monitorzinho? – Fred indagou com um sorriso travesso.
— Deixem ele em paz! – Ágatha resmungou.
— Ok, todo mundo! – Angelina veio até eles já com o uniforme. – Vamos logo com esse treino. Ágatha e Fred, vocês podem só lançar a goles na cesta para nós? Tem um monte de gente lá fora assistindo, então ignorem todo mundo, ok?
— Mais especificamente, aqueles bastardos da Sonserina. – George sussurrou para Ágatha.
Já nas alturas, o time se alinhou como Angelina pedira. Os garotos da Sonserina estavam gritando insultos e rindo o tempo todo.
— Ok, todo mundo, vamos começar com alguns passes apenas para aquecer, o time inteiro, por favor... – Angelina pediu mantendo a calma.
— Johnson, o que é este corte de cabelo, de qualquer forma? – ouviram Pansy Parkinson lá embaixo. – Por que alguém ia querer parecer que tem vermes saindo da cabeça?
Angelina ignorou-a.
— Posicionem-se, então, e vamos começar...
Ágatha pegou a goles arremessada por Angelina, lançando-a para Fred. Ele lançou para George, que passou para Harry e por fim, passou para Rony, que a deixou cair.
Os sonserinos liderados por Malfoy urraram e gritaram enquanto gargalhavam.
— Aí, Lupin, como anda a lua? Ouvi dizer que você não pode nem ter encontros românticos durante a noite que já fica afetada como o seu papai! – Malfoy gritou.
Angelina trocou um olhar com Ágatha e ela assentiu, respirando fundo para não dar atenção.
Em mais algumas tentativas, Rony agarrou a goles, mas jogou-a com tanta força que passou pelas mãos de Katie Bell e acertou seu rosto.
— Desculpe! – Rony exclamou.
— Voltem às posições, ela está bem! – berrou Angelina. – Mas tentem não golpear um membro do time enquanto passarem a goles. Temos balaços para isso!
O nariz de Katie continuou sangrando. Os gêmeos dirigiram-se à ela. Fred entregou uma pílula de cor violeta vinda do seu bolso. Ágatha arregalou os olhos, quase caindo da vassoura.
— Vai resolver o problema num piscar de olhos.
— Está bem. Fred, George, vão pegar seus tacos e um balaço! – Angelina continuou berrando ordens. Ágatha, que ficou esperando o time voltar, dirigiu-se até Katie, que estava parada com a cabeça baixa e a mão no nariz.
— Você tá legal? – ela indagou assustada ao ver que o sangue não parava de sair.
— Estou bem. – ela murmurou baixinho. – Vai parar logo.
Meio indecisa, Ágatha voltou à sua posição. Começou a treinar alguns arremessos com Angelina e Katie, mas a última se dividia entre tapar o nariz e tentar segurar a goles.
— Parem. Parem. PAREM! – Angelina berrou. – Rony, você não está cobrindo o aro do meio!
— Oh... Desculpe...
— E Katie, você não pode fazer algo para parar essa hemorragia nasal?
– Está piorando! – Katie retrucou raivosa, tentando esconder o rosto com a manga do uniforme.
Fred checou seus bolsos, trocando um olhar apreensivo com George e Ágatha.
— Vamos continuar então! – Angelina ordenou. Nem três minutos se passaram e ela teve que apitar de novo. – O que foi agora?!
— Katie. – Ágatha disse próxima da capitã. A loira acelerou na direção de Katie, assim como Fred e George.
Ela estava branca feito cera e coberta de sangue.
— Ela precisa ir para a ala hospitalar. – disse Angelina.
— Nós a levaremos. – disse Fred. – Ela... Er... Pode ter engolido uma Pastilha de Hemorragia Nasal por engano...
Ágatha ajudou os gêmeos a levarem Katie até a ala hospitalar, e Angelina parou o treino. Quando Madame Pomfrey botou os olhos na garota que não parava de sangrar e nos gêmeos, soltou um grito indignado:
– Ah, mas eu deveria imaginar! Vocês dois têm que estar no meio! Cada dia mais vejo alunos novos e velhos me procurando porque estão com furúnculos no rosto, em outras partes do corpo e mais coisas bizarras que não acontecem facilmente! Sabem que se forem pegos com isso, vão acabar se metendo em confusão. Ainda mais com a professora Umbridge por ai.
— Por que ela nos colocaria em problemas? Ela é só uma professora... – Fred revirou os olhos.
— Ela é do Ministério. – Ágatha rosnou de volta. – Como se você não imaginasse que a mulher é maluca.
— É... – Katie murmurou em meio à sua crise de sangue. – Ela nem vai... Nos ensinar... Defensivos.
— Agora, vocês três, já para fora! Eu aviso quando ela estiver boa. – ela os empurrou e fechou a porta antes que dissessem algo.
Ágatha virou-se com as mãos no quadril para Fred e George. Ambos olharam-na o mais inocentemente que podiam e depois desviaram o olhar, assoviando enquanto fitavam o teto.
— Isso foi muito perigoso!
— Sabemos disso. – George disse.
— Foi um acidente. – Fred defendeu-se. – Eu confundi as pílulas!
— Da próxima vez, coloque etiquetas! – Ágatha chiou, mas não conteve o sorriso ao continuar: – A não ser que queiram dar uma dessas para a professora Umbridge. Aí eu não me importo realmente.
xXx
Ágatha estacou ao ver a figura parada na porta da aula de Feitiços.
— O que ela está fazendo aqui?
— Inspecionando as aulas. – Fred resmungou.
— Como anda fazendo o tempo todo. – George disse.
— Essa mulher é um nojo. – Alicia comentou ao se aproximar deles. – É a pior professora de DCAT que Hogwarts já teve.
— Ela supera até o Lockhart. – Ágatha confessou raivosa.
— Classe... – o professor Flitwick disse. – Hoje, teremos a companhia da professora Umbridge para inspecionar nossa aula. Como bem sabem, ela foi nomeada como Alta Inquisidora de Hogwarts. Seja bem-vinda à minha aula professora. – ele fez um breve aceno, indicando uma cadeira.
Fred, George e Ágatha entreolharam-se.
— Vamos começar? – o professor pediu, parecendo animado mesmo sob o olhar questionador de Umbridge. Ela, por sua vez, ficou sentada num canto anotando coisas em seu bloco de notas cor-de-rosa. Flitwick não se incomodou com a presença dela, ao contrário de alguns alunos, que pareciam receosos sob os olhos pequenos e incisivos da inquisidora.
No fim da aula, ela dirigiu-se à Alicia e Ágatha.
— As senhoritas têm um comentário sobre como são lecionadas essas aulas? Alguma reclamação? – ela indagou, colocando a pena a postos.
— Nenhuma reclamação. – Ágatha respondeu brevemente, recebendo um olhar curioso. – O professor Flitwick é ótimo e suas aulas também. A gente entende sobre a magia usando ela, como deve ser. Não acha, professora?
— Eu concordo com a Ágatha. – Alicia disse sorridente.
– De fato. – Umbridge replicou, apesar de não ter escrito nada do que as garotas falaram em seu bloco de anotações.
xXx
— Eu tirei um “P” – disse Rony. – Está feliz agora?
— Bem, não é nada para se envergonhar. – Fred exclamou. Ele, George, Lino, Ágatha e Abigail tinham acabado de chegar à mesa da Grifinória. – Não há nada errado com um belo “P”.
— “Passável” é melhor do que H, não é mesmo? – Lino comentou. – “Horrível”.
— Essa última é horrível mesmo. – George assentiu risonho.
— Então, a nota “I” é o mesmo que “impressionante”. – disse Hermione. – E depois tem a nota “A”...
— Não, é “E”. – George corrigiu-a. – “E” corresponde à “Excede Expectativas”. Eu sempre achei que Fred e eu deveríamos ter recebido “E” em tudo, pois excedemos as expectativas apenas por aparecer nos exames.
Todos ali riram.
— Então, depois do “E” vem “A” de “aceitável”, e essa é a última nota para passar, não é? – Hermione prosseguiu.
— É. – Ágatha assentiu. – Ótimo, Excede Expectativas e Aceitável são as notas exigidas.
— Depois vem “P” para passável e “H” de “Horrível”.
— Ainda tem o “T” – George lembrou-a.
— “T”? – Hermione indagou assombrada. – Há nota menor que o “H”? O que significa o “T”?
— Trasgo. – George disse prontamente.
— Umbridge andou assistindo às aulas de vocês? – Fred indagou curioso.
– Não. E de vocês?
— Só Feitiços. – ele deu de ombros. – Mas Flitwick se saiu bem, como sempre.
xXx
– AD. Foi uma ótima ideia. – Ágatha comentou enquanto caminhava com os gêmeos, Abigail e Lino em Hogsmeade. – Quero dizer... Harry é excelente com feitiços e estamos precisando de alguém para ensinar.
— Só vamos ter que tomar muito cuidado. – Lino advertiu. – A sapa rosa fica nos inspecionando o tempo todo.
— Ela nunca vai descobrir. – Fred deu de ombros. – É burra demais para isso.
— Acho que não devemos subestimá-la, Fred. – Abigail argumentou. – Ela pode ser idiota e patética, mas não acho que seja burra. É só uma peça que o Ministério usa para intervir em Hogwarts. O Ministro que está comandando tudo.
— Cara, eu já disse que odeio o Ministério? – George reclamou.
— Acho que todos pensamos assim. – Ágatha concordou. – Que tal irmos ao Três Vassouras para aliviar um pouco o clima pesado dessa discussão? – ela sugeriu.
— Ótima ideia, loirinha. – Fred abraçou-a pelos ombros. – Estou mesmo precisando de uma cerveja amanteigada.
— Ágatha... – Abigail chamou. – Eu preciso ir à Loja de Penas. Encontro vocês em seguida.
— George! – Ágatha cutucou o ruivo. – Vá com ela!
— Por quê? - ele se fingiu de desentendido.
— Vai logo! – Lino rolou os olhos.
— Até tu, Lino? – George virou-se divertidamente para ele.
— Anda! – Ágatha o empurrou para longe deles. Ele teve que correr para alcançar Abigail.
— George? – ela indagou chocada quando ele parou ao seu lado.
— É.
— Algum motivo especial pra ter sua companhia?
— Só para não deixar uma dama sozinha, sabe como é. – ele sorriu divertidamente.
— Então eu agradeço.
— E então... – George começou a falar, coçando a nuca pelo repentino nervosismo. – Como vai... Tudo? – ele mesmo deu um tapa na própria testa antes que Abigail se virasse para encará-lo.
— Vai bem. – ela achou graça, mas escondeu o riso. – Com você nem preciso perguntar não é?
— Por que não precisaria?
— As Gemialidades, a parte de não se importar com as notas, você e Fred estarem sempre sorrindo. Vai mais que tudo bem. Acertei?
— Quase.
Eles pararam em frente à loja de penas e Abigail comprou o que precisava. Quando saíram, porém, não seguiram para o Três Vassouras, mas pela neve em direção a um canto mais reservado.
— George... – ela chamou, sentando-se ao lado dele num banco vazio. – Por que a gente veio pra cá mesmo?
— Só queria... Sei lá, ficar um pouco longe da multidão. – ele deu de ombros.
— Ah...
— Abi. Quando digo ficar longe da multidão, era pra ficar sozinho com você.
— Ah... É? – ela engoliu em seco, coçando a nuca. – E por que queria ficar sozinho comigo?
— Abigail! – ele exclamou indignado. – Eu sou tão não-óbvio assim?
— Desculpe! Mas a Ágatha falou que você tem problema para se expressar em relação a garotas. – Abigail deu risada. – E soa um pouco não-óbvio mesmo.
— Eu te perdoo por confabular com a minha melhor amiga só porque você é muito legal. – Abigail corou fortemente. – E fica parecendo uma cereja sempre que te elogiam. - George sorriu bem humorado.
— Não tem graça!
— Abi... – ele arqueou uma sobrancelha, reparando na distância entre eles. – Posso te fazer uma pergunta?
— Cla-claro.
— Se eu te beijar agora, de que cor seu rosto vai ficar?
— Não faço a menor ideia. - ela piscou, envergonhada. - Mas adoraria descobrir.
Abigail sorriu assim que ele a beijou. Quando se separou dela, George sorriu encantado.
— Você está mesmo parecendo uma cereja.
Continua...
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