Dont Stop Believin escrita por Nizz e Cherry


Capítulo 12
Capítulo 11




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Capítulo 11.

O Baile de Inverno.

 

— Quer parar? – Ágatha resmungou, cheia de nervosismo. Abigail não parou até ter certeza de que o penteado da amiga estava perfeito.

Ágatha nunca pensara que ficaria tão animada com um baile. Poderia estar mais animada se tivesse recebido o convite de quem realmente queria, mas ainda tinha muito a aproveitar.

— Agora é a minha vez. - Com um movimento da varinha, a loira fez as madeixas de Abigail se prenderem em um lindo coque. Junto ao vestido longo tomara-que-caia, de tons rosados, ela estava linda.

— Você já pode ir. – Abigail anunciou, entrando no banheiro. – Vou retocar um pouco a maquiagem e depois calçar as sandálias, e ainda quero achar aquele laço pra amarrar na cintura que nenhum feitiço parece ser capaz de...

— Só não me desmaie de nervoso e dê um cano no George!

— Claro que não!

Ágatha saiu do dormitório para encontrar algumas garotas correndo pra lá e para cá com os preparativos de última hora. Desceu as escadas e avistou George, sentado no sofá à espera de Abigail. Ele arregalou os olhos quando viu a amiga, e ela sorriu.

— Oi, George.

— Oi... Você está... – ele engoliu em seco. – Linda.

— E você também. - ela brincou com sua gravata, piscando um olho com bom humor. - A Abigail já está descendo. Nos vemos no baile!

Assim que saiu pelo buraco do retrato, Ágatha hesitou. Deu de cara com ninguém menos que Fred, esperando por seu par. Ele ergueu os olhos para a figura à sua frente e paralisou.

Ágatha estava linda, com um vestido longo de mangas transparentes e corpete escuro, a saia solta e esvoaçante de tecidos claros. O cabelo dourado estava preso num coque de lado, dando destaque às suas feições e sorriso.

— Oi. – ela olhou em volta, constrangida pela observação. – Tudo bem?

— É. Tudo bem. – Fred balançou a cabeça, prendendo a atenção ao rosto dela.

— Você está bem bonito. – Ágatha comentou. Ele agradeceu, igualmente constrangido. – Eu tenho que ir. Peter está me esperando na frente do salão. – ela apontou para o corredor com um sorriso trêmulo. – Nos vemos no baile. – disse por fim, afastando-se.

— Ei. – ele segurou seu pulso com cuidado, virando-a em sua direção. – Você está linda. – ela sorriu agradecida. Fred sorriu de volta e se afastou, deixando-a partir.

 

 

Aos pés da escada do grande salão, Ágatha sorriu para seu par. Peter estava muito bonito, e estendeu o braço para guiá-la até o baile.

— Você está muito bonita.

— Obrigada. – ela olhou de relance para as escadas, esperando ver Fred e Angelina, mas eles ainda não haviam descido.

O salão estava lindo. Todo enfeitado com paredes congeladas, neve artificial caia do teto e estalactites enfeitavam alguns lugares. A pista de dança parecia mais uma pista de gelo, mas não era escorregadia, para sorte de Ágatha. Havia o lugar para a banda onde, naquele momento, estava a orquestra, pronta para tocar uma valsa.

Antes de dançar, eles teriam de esperar os campeões como anfitriões. A primeira dança seria deles. Ela ficou esperando, então, ao lado de Peter e Abigail e George, agradecendo aos céus pela presença dos dois - Peter era uma gracinha, mas nada empolgante.

Em meio à conversa, ela avistou Angelina e Fred se enturmando do outro lado do salão. Ele ergueu os olhos a tempo de notar sua atenção, e sorriu com leveza para ela. Ágatha sorriu de volta, os lábios trêmulos pelo nervosismo e pelo frio em seu estômago; foi salva pelas trombetas.

Com o anúncio, os campeões finalmente entraram. Harry parecia prestes a desmaiar, o que fez Ágatha e George rirem entre si. A valsa foi um desastre para ele. Aos poucos, outros casais foram entrando na pista. Ágatha sorriu para Peter quando ele a guiou até o espaço à frente. Foram um dos primeiros a sair do meio da multidão, e por isso a garota arregalou os olhos. Olhou para os próprios pés, hesitante enquanto Peter liderava a dança - para sorte dela, não houve nenhum deslize.

A valsa foi ficando bem animada, até que todos os casais ali presentes estavam dançando. Ágatha viu Abigail e George sorrindo entre si.

Depois de um tempo, que pareceu mais um segundo, o público ficou mais animado, já que As Esquisitonas entraram no palco. Danças passaram, e ninguém parecia se cansar.

Bem mais tarde, Ágatha resolveu descansar, sentando-se numa das mesas. Peter saiu para pegar algumas bebidas, deixando-a sozinha para correr os olhos pelas pessoas. Encontrou Fred com Angelina, ambos afastados do público, conversando a uma distância extremamente curta. Tão curta que talvez estivessem se beijando.

Ágatha desviou o olhar num susto, o coração acelerado em desconforto.

— Alicia foi embora pra dar uns amassos no par dela, como ela deixou BEM claro. – Abigail resmungou ao se sentar ao seu lado, e hesitou ao ver a expressão de Ágatha. – O que houve?

— Nada. – Ágatha piscou repetidas vezes para dissipar as lágrimas, sorrindo forçadamente para a amiga. – Onde está o George?

— Foi pegar umas bebidas. – a morena respondeu. – Ágatha, não é melhor você falar com o...

— Oi, Peter. – Ágatha levantou-se antes que Abigail dissesse mais alguma coisa. – Valeu pelas bebidas. Mais uma dança?

Bem mais tarde, restavam apenas alguns casais na pista acompanhando a música lenta e melosa. A iluminação estava baixa e o clima bem romântico.

Ágatha se despediu de Peter com um abraço rápido, dispensando o convite para um segundo encontro - como se aquele tivesse contado como o primeiro.

Ela voltou ao salão para poder se despedir de Abigail e George e pegar sua bolsa, ignorando um casal familiar próximo às portas.

Sentou-se numa das cadeiras, tirando a sandália dos pés. Um suspiro de alívio escapou dela enquanto esticava as pernas, mexendo os dedos com a sensação de liberdade. Foi quando ouviu alguém sentando ao seu lado, e virou-se surpresa para contemplar Fred ali. Trazia o casaco do traje a rigor em um dos braços e um olhar meio distante.

— Oi. – Ágatha disse, recostando-se preguiçosamente.

— Oi. E aí, seu par foi mesmo embora? – Fred indagou curioso.

— Foi. Por que a pergunta?

— Nada demais.

Ágatha arqueou uma sobrancelha, desconfiada, mas deixou passar.

— Já deu minha hora por aqui, senhor Weasley. - ela se levantou, fazendo uma careta pela dor em seus pés. - Boa noite, Fred. – assim que deu um passo, no entanto, Fred se ergueu à sua frente. – O quê?

— Quer dançar?

— Agora? - ela olhou em volta, para os casais agarradinhos e a música romântica. - Não sinto mais meus pés. - usou a justificativa para fugir do constrangimento.

— Uma dança não vai fazer seus pés caírem. – Fred riu.

— Você não pode saber. Talvez estejam nos estágios finais de sobrevivência. Os pobrezinhos nunca foram tão torturados assim...

— Ágatha... – ele esticou a mão, esperando que ela aceitasse. – Por favor?

Com um suspiro pesado, ela aceitou, jogando as sandálias sobre a cadeira.

— Você me deve uma massagem nos pés. – Resmungou enquanto ele a conduzia até a pista de dança.

 

Ágatha hesitou novamente quando pararam frente a frente, engolindo em seco enquanto ele abraçava sua cintura e segurava sua mão. Ela se perguntou se ele conseguia ouvir seus batimentos cardíacos, tão próximo assim - sempre poderia culpar a dor nos pés pela arritmia, ainda que nunca tivesse se sentido tão confortável em toda sua vida, abraçada a Fred assim.

— Ágatha?

— Hm?

— Desculpe.

— Desculpar o quê? – ela ergueu o rosto para encará-lo.

— Por ter sido covarde.

— Em que ocasião? - Ágatha soou verdadeiramente perdida.

— Quando eu não te convidei pra esse baile mesmo querendo muito fazer isso.

Agora ele com certeza conseguia sentir seu coração.

— E por que não me convidou?

— Eu e a Angelina saímos algumas vezes, e achei que seria mancada não convidá-la. - ele pareceu notar a melancolia em seus olhos, por isso continuou: - Não estamos juntos. Mas tivemos um lance... Ainda temos, mais ou menos. É complicado de explicar. E aí tem você...

— Aí tem eu. - Ágatha repetiu, nervosa.

— E eu...

— Fred, tudo bem. – ela o interrompeu, aproveitando o fim da música para se afastar. Aproveitando a deixa de que alguns casais estavam se separando para seguir caminhos separados para fazer o mesmo. - Eu tô realmente cansada e meus pés não aguentam mais. A gente se vê amanhã.

— Espera. – Fred pediu, segurando-a antes que saísse dali. – Vem comigo, tá bem?

— Você quer que eu ande mais? - a garota resmungou, mas seguiu quando ele a guiou para fora do salão.

Subiram vários lances escadas até, finalmente, alcançarem a Torre de Astronomia - não havia nenhuma regra proibindo os alunos de vagar pela escola a noite, naquela noite específica, por isso os dois seguiram em frente.

Ágatha cruzou os braços pelo frio do espaço aberto, e agradeceu quando Fred colocou o casaco sobre seus ombros.

 

 

 

 

 

— A Abigail tinha mencionado um cara que você queria que te convidasse pro baile. - ele começou. - Você me odeia por não ter te convidado?

Ágatha dobrou os lábios numa careta, afastando-se em direção à grade.

— E quem disse que você era o cara?

— Eu sou irresistível, ué.

Ela prendeu o riso.

— Você me odeia? - ele indagou, verdadeiramente confuso. - Eu te magoei?

 

— Você ainda não entendeu?

— Entender o quê?

— Como eu posso te odiar se estou me apaixonando por você, idiota? - ela se virou para contemplar os olhos arregalados dele. - Pronto. Eu falei. Coloquei as emoções no mundo. Eu só queria que você dissesse alguma coisa antes que eu pule da sacada de tanta vergonha.

— Você meio que estragou todo o meu plano de vir aqui pra falar a mesma coisa.

Ágatha arregalou os olhos dessa vez.

 

— Como assim?

— Como foi que você disse? "Eu estou me apaixonando por você, idiota". – Fred riu, segurando-a pelos braços delicadamente. – Na verdade, acho que já estou apaixonado por você faz um tempo. Desde que você só tinha olhos pro capitão do time. Desde aquele dia desgnomizando o jardim de casa. Desde que você tropeçou na frente da nossa cabine no primeiro ano.

Ele esperou enquanto Ágatha processava a confissão. Piscou na direção dela, buscando alguma reação além do choque.

— Fala alguma coisa!

— Onde você escondeu essa sensibilidade em todos esses anos, Weasley? - o deboche escapou dela junto com um risinho envergonhado. As bochechas estavam vermelhas em nervosismo.

 

 

— Eu faço uma declaração sincera e emocional e é uma piada que recebo em retorno, Lupin?

— Fred. – ela pediu, sorrindo. – Cala a boca.

Ele sorriu de volta. Ágatha aproximou-se mais um pouco, finalmente quebrando a distância. Seus lábios tremiam quando se encostaram aos dele. 

— Espera. - ela se afastou de repente, desconfiada. - E a Angelina?

— A gente conversou um pouco no fim do baile. Vamos conversar mais amanhã. Mas ela meio que sabe de toda a situação emocional por minha parte.

— Então... - Ágatha cingiu as sobrancelhas. - A gente pode se beijar?

Fred sorriu.

O beijo foi suave que se seguiu foi suave, mas seus rostos ficaram próximos quando se separaram. Ágatha abriu os olhos para encontrar um sorriso maroto no rosto dele.

— O que foi?

— Você tá usando meu casaco, mas tá tremendo mesmo assim. É nervosismo, gatinha?

Ela respondeu com um soco em seu ombro, antes de voltar a beijá-lo.

 

xXx

— Eles estão juntos. Eu aposto todas as minhas economias nisso. – Abigail assentiu para George assim que chegaram ao salão comunal da Grifinória. estava completamente deserto, sem sinal de Fred e Ágatha.

— Aqueles dois precisam se acertar, ou eu vou pra terapia. – George comentou brincalhão, fazendo Abigail rir. – Ei, posso te perguntar uma coisa? E me prometa que não vai ficar brava.

— O quê?

— Por que você queria vir comigo ao baile? – ele ergueu as mãos quando o queixo dela caiu. – Eu torturei a Ágatha para ela me contar, juro solenemente.

— Porque eu queria. Eu gosto de você... E do Fred! – ela se atropelou para acrescentar, envergonhada. – Vocês são muito legais, e eu achei que seria legal... Ir ao baile com você. - Abigail hesitou e sorriu. - Obrigada por ter me convidado. Eu realmente adorei essa noite. – ela se afastou. – Nos vemos amanhã.

— É. – o sorriso dele foi um pouco diferente, mas Abigail não notou. – Boa noite. – George pareceu voltar a si.

— Boa noite.

xXx

Já era de manhã quando Abigail despertou. O motivo exato foi o barulho de alguém tropeçando em sua cama e, coincidentemente, batendo um dos pés em seu malão. Sentando-se enquanto se espreguiçava, Abigail arregalou os olhos assim que localizou Ágatha. Ela ainda vestia o traje a rigor, e exibia um sorriso de felicidade que chegava a ser absurdo.

— Oi. – Ágatha disse num gemido, sentando-se na beirada da cama para massagear o pé que acabara de topar.

— Ágatha... São oito da manhã!

— Eu sei. – Ágatha riu bobamente. – Acabei virando a noite com o Fred. Nem reparamos no tempo passando... Enquanto nos beijávamos! - acrescentou ao fim sob o olhar chocado da amiga. - Só isso! Me deixa ser feliz! Você sabe o quanto demorou pra que aquele cabeça dura se tocasse de que eu gosto dele?

— Imagino que muito. – Abigail riu junto com a amiga. Agora me conta tudo sobre ontem!

 

xXx

— Vocês não se beijaram? – Ágatha resmungou abismada. Abigail tapou sua boca imediatamente, mas as alunas próximas delas já tinham expressões de curiosidade no rosto. O salão principal estava bastante vazio naquela manhã, com exceção dos alunos mais novos que não haviam comparecido ao baile. – Como assim não se beijaram? – Ágatha abaixou o tom de voz para um bastante ameaçador.

— Não nos beijando, oras. – Abigail deu de ombros, servindo-se do suco de abóbora. – Mas ele foi fofo durante toda a noite. E se despediu com um sorriso muito... Fofo também. E seu namorado está entrando pelas portas. - ela desviou o assunto, apontando para lá.

George bocejava a cada segundo, parecendo prestes a cair num sono profundo enquanto andava. Fred, por sua vez, estava entre o sono e a animação. Mas foi colocar os olhos em Ágatha que seu sorriso ficou diferente. Fez a loira desviar o rosto, as bochechas corando.

— Vocês dois vão dar trabalho...

— Fique quieta. - Ágatha riu ao chiar para a amiga.

— Bom dia, flores do dia! – George fingiu animação, bocejando ao final da frase. – Por Merlin, alguém aí tem uma poção que cura bocejos?

— Que tal café? – Ágatha sugeriu. – É ótimo para acabar com sono e... Antes que eu esqueça. Por que diabos vocês estão acordados?

— Porque marcamos algumas entregas de produtos hoje. Aproveitamos que os novatos já estão bem acordados, ao contrário de nós. E até o Filch está caindo de sono... – Fred respondeu, cheio de animação.

— Pelo jeito vocês estão ganhando fama no mundo dos negócios. – Abigail comentou.

— Muita!

— E isso é definitivamente animador. – George completou com um sorriso.

xXx

— O que faz sozinha aqui? – Ágatha virou-se surpresa ao ouvir a voz de um dos gêmeos. Sorriu ao virar-se e encontrar Fred.

Todos haviam acabado de voltar do Lago Negro, onde a Segunda Tarefa do Torneio Tribruxo havia sido realizada. Parte dos Grifinórios aproveitara o resto do dia para ficar dentro do salão comunal (principalmente pelo frio) e comemorar o segundo lugar muito merecido de Harry. Ágatha, por sua vez, havia aproveitado para dar uma volta nos jardins e ler um pouco.

— Aproveitei para dar uma relaxada. – Ágatha esticou as pernas, encostando as costas no tronco da árvore atrás de si. – Ficar sozinha, essas coisas. – ela sorriu divertida para Fred, que entendeu o recado.

— Ah, foi mal...

— Foi brincadeira.

— Já que insiste. – ele sorriu brincalhão ao se deitar perto dela.

— Fred? – Ágatha chamou depois de alguns minutos em silêncio. Ele virou o rosto em sua direção, atento. – Você conversou com a Angelina? Qualquer coisa que seja.

— Eu falei sobre o que aconteceu na noite do baile. E sobre os meus sentimentos. - Fred franziu o nariz com a própria fala, gerando um revirar de olhos na garota pelo tom. - Ela entendeu. Aparentemente eu também era parte de um momento "não sei o que estou sentindo mas ele beija bem".

Ágatha bateu em seu braço pelo fim da resposta.

— O quê? É a mais pura verdade.

— Ninguém merece. - ela resmungou.

— Você merece.

— Eu? E o que eu fiz pra essa maldição cair sobre mim?

— Se apaixonou por esse ruivo bonitão aqui? – ele se ergueu para encará-la, sorrindo para o riso preso dela.

— Eu nunca vou entender com isso aconteceu, honestamente. - Ágatha provocou.

— Talvez pelo meu charme, minha beleza, meu estilo, minha incrível habilidade de ouvir As Esquisitonas. – Fred se jogou sobre ela, abraçando-a enquanto os dois caiam sobre a grama.

— Ótima lista, Weasley.

— Eu ainda não sei o que fiz pra merecer você. - o tom dele foi menos brincalhão que antes, e Ágatha cutucou seu nariz com a ponta do dedo por isso.

— Você se tornou meu melhor amigo, e o resto é história.

Ela sorriu abertamente para o sorriso dele, puxando-o pelo colarinho para um beijo.

xXx

 

— Quer saber mais? Qualquer um dos quatro merece ganhar esse Torneio. Por Merlin, as coisas que eles passaram, ninguém merece! – Alicia comentava. Ela, os gêmeos, Lino, Ágatha e Abigail estavam, assim como todos os outros da escola, dirigindo-se para o local onde fora montado o grande labirinto. Ali aconteceria a última prova do Torneio Tribruxo, a qual todo mundo aguardava ansioso.

— Concordo plenamente. – Abigail continuou. – Eu jamais teria enfrentado tudo aquilo, chego a me arrepiar só de pensar.

— É, mas que o prêmio seria ótimo, ah, seria! – Fred comentou.

 

Após se sentarem nas arquibancadas, os campeões chegaram para serem apresentados e enviados ao labirinto. Dumbledore fez um pequeno discurso de encorajamento, mas só olhar para as entradas daqueles imensos corredores era de arrepiar. Por fim, os quatro dirigiram-se a cada uma das entradas. Harry e Cedrico foram os primeiros a pisar no labirinto, seguidos de Fleur e Vítor. Depois que as passagens se fecharam, todos nas arquibancadas ficaram num silêncio sepulcral. Até mesmo Dumbledore se mostrava um pouco apreensivo.

— Eu não estou com uma sensação boa. – Ágatha murmurou baixinho.

— Vai ver é só o frio. - Fred argumentou.

— Fred, eu sei bem diferenciar o frio do medo.

— Não é nada, Ágatha. – George manteve a voz baixa: – Você sempre teve esse tipo de coisa, é por causa do tempo que passava com a Trelawney. – ele sorriu brincalhão.

— É, fique sossegada. – Fred completou, segurando sua mão com a dele, mas não parecia tão certo de suas palavras ao voltar a olhar para o labirinto.

Um bom tempo após a entrada no labirinto, Fleur foi trazida para fora. Krum também. E, por fim, quando todos esperavam ansiosos e temerosos para ver o campeão daquele torneio, a notícia veio como um baque.

Harry caiu na grama em frente à arquibancada com a taça e Cedrico junto. No começo, tudo pareceu normal, até que as pessoas começaram a gritar e chorar. E a notícia de que Diggory estava morto não demorou a se espalhar pelos presentes, junto a tormenta e soluços.

xXx

— O fim de mais um ano. – a voz de Dumbledore soou em meio ao silêncio do Salão Principal. – Há muita coisa que eu gostaria de dizer a todos vocês esta noite, mas, primeiro, quero lembrar a perda de uma excelente pessoa, que deveria estar sentado aqui conosco. – Dumbledore continuou. – Eu gostaria que todos os presentes, por favor, se levantassem e fizessem um brinde a Cedrico Diggory.

Todos obedeceram. Os bancos foram afastados e os alunos do salão ergueram seus cálices. O eco grave seguiu-se: "Cedrico Diggory".

Depois, o diretor continuou seu discurso. Falou sobre Cedrico e também sobre sua morte, que envolvia Lorde Voldemort (um tema que gerou murmúrios pelo salão). Assim que acabou de falar, ele fez novamente um brinde e se sentou à mesa dos professores.

— Palavras muito bonitas. – Abigail comentou. Ágatha, ao seu lado, assentiu.

— Vai ser estranho... – Fred comentou baixinho. – Aposto que algumas coisas vão mudar aqui no ano que vem. Sabem, coisas como segurança e tudo mais. Afinal de contas, Você-Sabe-Quem parece ter retornado.

— Adoraria dizer que não acredito em Harry, mas... – Ágatha suspirou, bebendo um longo gole de suco de abóbora. - Eu acredito. – Fred e George assentiram, assim como Abigail e Lino.

— E, novamente, teremos um novo professor de DCAT. – Lino reclamou. – Não existe um ano sem essa mudança, é quase como uma maldição.

— Eu acho que se trata exatamente disso. – George comentou brincalhão. – Mas é parte de Hogwarts, mudanças até que fazem bem. Só espero que o novo professor seja alguém divertido, tipo o Lupin.

— Vai ser meio difícil. – Ágatha disse. – Conhecendo o Ministério como conheço, aposto que eles vão intervir de algum jeito.

— Ah, seria realmente o fim da picada! – Fred replicou zangado.

— É esperar para ver. – Lino finalizou.

xXx

— Isso não está cheirando bem. – Ágatha murmurou assim que guardou sua bolsa na cabine. Fred e George ergueram os olhos para o corredor, entendendo o recado. Malfoy, Crabbe e Goyle acabavam de passar por ali com as expressões mais maléficas o possível. E o destino era certo: a cabine de Harry, Rony e Hermione, que ficava no fim daquele vagão.

— O que acham de dar uma olhada? – George propôs ao ficar de pé. Fred assentiu, sorrindo maroto.

— Pode ser... Aqueles três bem que merecem uma surra. – Ágatha concordou.

Assim que saíram da cabine, localizaram o grupo parado em frente à cabine no fim do corredor. Com um sorriso, Ágatha deu passagem aos gêmeos, colocando-se contra a parede. Sabia que eles queriam fazer as honras. Ao passar por ela, Fred não pode deixar de dar uma piscadinha, o que a fez sorrir.

Houve uma pequena explosão após os feitiços,. O que causou um pequeno estrago nos atingidos. Nada grave, mas que serviria de piada mais tarde.

— Achamos que devíamos dar uma olhada no que os três iam aprontar. – Fred explicou ao entrar na cabine de Harry. Pisou em cima de Goyle, obviamente de propósito, gesto que foi imitado por George, mas este fez questão de pisar em Malfoy também. Ágatha, por último, pisou nos três.

— Que efeito interessante! – George exclamou ao olhar para Crabbe. – Quem usou o Feitiço Furunculus?

— Eu. – Harry respondeu.

— Que estranho. – George exclamou novamente, dessa vez mais descontraído. – Eu usei o das Pernas-Bambas. Parece que não se deve misturar os dois. Brotaram pequenos tentáculos pela cara dele toda. Bom, não vamos deixar os três aqui, eles estragam a decoração.

— Aposto que essa daria uma bela invenção pra vocês. – Ágatha comentou, assim que os três sonserinos haviam sido chutados da cabine.

— Veja que bela ideia, George!

— Nem havia passado por minha cabeça. Você é realmente um gênio. – George completou, ganhando o riso dela.

Quando começaram a partida de snap explosivo, uma pessoa parou à porta. Ágatha sorriu para Jenna, que parecia meio eufórica. As duas foram até a antiga cabine de Ágatha para conversar em particular, já que Jenna parecia ter muitas notícias.

— Eu consegui um estágio no Ministério! – ela murmurou animada. Ágatha fingiu um sorriso. – Ah, não me olhe assim! Você sabe que eu só quero voltar a morar em Londres e tudo mais, viver com vocês. O Ministério é a melhor opção. E eu também vou ajudar Fleur, parece que ela quer trabalhar no Gringotes para melhorar o inglês.

— Muito bem então, se é para você ficar mais próxima eu fico contente. – Ágatha replicou sorridente.

— Ah... Agora vamos ao assunto realmente interessante. – Jenna parou alguns segundos. – Você arranjou um namorado? Quanto tempo eu dormi lá em Hogwarts?

— JENNIFER! Como é que soube? – Ágatha indagou desesperada.

— Na verdade eu não descobri, só cogitei a possibilidade. Você sempre teve uma queda pelo Weasley e agora vocês trocam uns olhares diferentes... Coisa de casal em início de relacionamento... Eu entendo bem dessas coisas.

Ágatha cruzou os braços assim que viu uma das sobrancelhas de Jenna se erguer.

— Tudo bem, é verdade. Mas nada de falar com a mamãe ainda, entendeu? E principalmente com a Isabelle!

xXx

— Fred, George, Ágatha, esperem aí! – eles se viraram ao ouvir a voz de Harry, que tirou algo de dentro do malão assim que parou. - Para vocês. – esticou uma bolsa cheia de dinheiro e enfiou-a nas mãos de George. Era a recompensa do Torneio Tribruxo.

— Quê? – Fred arregalou os olhos.

— Para vocês. – Harry repetiu com firmeza. – Eu não quero.

— Você pirou. – George disse enquanto tentava devolver a bolsa.

— Não, não pirei. Fiquem com ele e continuem inventando. É para a loja de logros.

— Ele pirou. – Ágatha confirmou para os gêmeos, tão assombrada quanto eles.

— Escutem... Se vocês não aceitarem, eu vou jogar fora. Não quero o ouro e não preciso dele. Mas dar umas boas gargalhadas bem que ajudaria. Tenho a impressão de que vamos precisar delas mais do que normalmente.

— Harry... Deve ter uns mil galeões aqui. – George murmurou.

— Tem. – Harry sorriu. – Pensem quantos Cremes de Canário vão poder fabricar.

Fred e George continuaram estacados, enquanto Ágatha sorria abertamente para o garoto.

— Harry... – Fred tentou argumentar, mas Harry estava convencido.

— Ou levam ou azaro vocês. – ele ameaçou. – Conheço umas boas azarações. Mas me façam um favor, ok? Comprem umas roupas a rigor diferentes para o Rony e digam que é presente de vocês.

Antes que eles dissessem mais alguma coisa, Harry saiu da cabine, deixando os três sozinhos.

Fred e George entreolharam-se, ainda assombrados, enquanto Ágatha sorria de um para outro.

— Acho que agora vocês têm tudo que precisam para transformar as Gemialidades Weasley em um sucesso. Digo... Mais do que já é.

 

 

Continua...


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