Um Presente para Edward ! escrita por sisfics


Capítulo 5
Capítulo 4




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Edward Pov

Rennesme logo se distraiu com os brinquedos da loja. Na verdade eu não sei o que eu tinha vinto fazer aqui, mas nas últimas 24 horas eu não estava mesmo agindo conforme minha cabeça e meus conceitos. Eu estava mesmo era esperando a hora que alguém ia me sacudir e eu abriria os olhos e veria que era um sonho. Um sonho? Acho que um pesadelo. Deus! Eu estou caindo de sono.

- Edward?! - Rosalie me catucou.

Olhei na direção que ela me chamava.

- Sim?! - atendi sem vontade.

- O que acha dessa? - ela apontou pra uma cama de criança.

Eu nem sabia o que nós estávamos fazendo aqui.

- Porque?

- Porque você que vai comprar, então eu quero saber o que você achou.

- Vou comprar?! - perguntei erguendo uma sobrancelha.

- Onde você dormiu... - ela atentou para minhas olheras e consertou sua frase - Onde você passou sua noite?

- No sofá.

- E onde Nessie dormiu?

- A garota ficou no meu quarto.

- Quanto tempo Nessie vai ficar com você?

- Não sei.

- Edward! - chamou minha atenção.

- Dois meses.

- Você vai mesmo dormir dois meses no sofá? - indagou como quem não quer nada.

Ri sem humor da sua carinha de anjo.

- O que tem em mente?

- Vamos fazer de um daqueles seus quartos de hóspede um verdadeiro quarto pra sua filha.

Uma vendedora chegou perto de minha irmã e elas começaram a conversar animadamente. Eu me encostei em um daqueles móveis de mostruário e tentei assimilar as idéias de Rosalie.

Um quarto na minha casa.

Para a menina.

Eu não conseguia imaginar bichinhos de pelúcia dividindo espaço com meus relatórios, pastas e processos.

Hoje era domingo, eu estava em pé numa loja que eu nem sabia o nome, porque?

Alguém me acorda. Isso não tá acontecendo, não mesmo.

Foi quando senti o jeans da minha calça pressionando contra minha pele.

Olhei para baixo em reflexo e me assustei ao ver aquela mãozinha agarrada perto do meu joelho. Com uma das mãos ela se apoiava em mim e com a outra ela coçava os olhos. Pelo visto, não era só eu que estava com sono. Ela cambaleou um pouco até encostar também a cabeça em mim. Eu a olhava de cima, sua pele muito branquinha, seus cachos ralos caindo no ombro. Eu tinha plena noção de que ela tinha o tamanho normal pra uma criança da idade dela, mas ainda sim, era tão pequena, e indefesa.

Parecia uma boneca de porcelana que poderia quebrar a qualquer momento.

Meu peito apertou com a dúvida e a indecisão.

Flash back on

- [...] Terceira: Não pede desculpas e sai da minha casa para não mais voltar!

Tanya pareceu engasgar.

- O que você disse? - perguntou incrédula.

Tentei respirar mais forte.

- É isso mesmo. Não vou admitir que você fale assim. - me segurei para não gritar.

- Então quer dizer que você vai ficar mesmo com essa garota? - perguntou quase chorando.

- Ela é melhor companhia que você. - rosnei indo em direção a porta.

Ela me olhou perplexa, enquanto eu abria a porta pra que ela fosse embora.

- ... ter acabado de ... com aquelazinha. - ela murmurou rosnando.

- O que você disse? - perguntei interessado.

Ela me olhou com um sorriso debochado.

- Disse que é melhor mesmo eu ir embora pra não acordar a pequenininha.

Desfez seu sorriso e passou por mim indo em direção ao elevador do andar.

Flash back off

A lembrança veio na minha cabeça.

O que será que Tanya quis dizer com aquilo ontem?

"- ... ter acabado de... com aquelazinha." - a frase ficou na minha cabeça com perfeição. É claro, as partes que eu tinha conseguido ouvir com clareza.

- EDWARD?! - Rose gritou me fazendo tomar um susto e desencostar do móvel.

Rennesme que estava dormindo em pé na minha perna também tomou um susto e cambaleou dois passos para frente.

- Poxa, você... nos... deu um susto. - apontei com o dedo pra mim e para Nessie.

- Aiin, nóssa! Desculpa, tá dorminhocos?! Mas é que vocês não me ouviram. Vamos, a moça vai mostrar pra gente uns quartos fofinhos

- Ah, tá! - falei sem entender nada.

- Vê se pega sua filha no colo que ela tá dormindo em pé. - disse antes de se virar de costas e seguir a vendedora para dentro da loja.

- Ei! Pegar no colo? Como assim pegar no colo? - mas ela não me deu atenção.

Eu nunca tinha pego uma criança no colo... quer dizer... só uma vez. Mas não foi algo muito esperado. Simplesmente uma mulher desesperada tacou uma criança no meu colo uma vez no meio de uma cafeteiria porque tinha me confundido com o pai, mas isso não era exemplo.

Nessie me olhou sonolenta e esticou os braços na minha direção. Eu fiquei nervoso, mas me abaixei, a segurei por debaixo do braço e a ergui.

Ela logo passou os bracinhos em volta do meu pescoço e se aconchegou envolvendo suas pernas na minha cintura. A senti ressonando.

Isso era tão... diferente.

Botei minhas mãos a segurando pelas costas para que ela não escorregasse.

- Obrigada. - sussurrou antes de se abraçar mais em mim.

Senti algo novo me preenchendo. Algo que eu nunca havia sentido.

Mas era bom.

[...]

- Você me dá a chave do seu apartamento que eu recebo os móveis pra vocês depois de amanhã. - Rose falou como se fosse simples demais.

Estava "tudo" comprado. Cama, cômoda, armário. Talvez eu devesse comprar um cérebro novo pra mim também.

- Amanhã você entra no trabalho que horas? - perguntou despreocupada.

- Às oito, porque?

- Cancela qualquer coisa que você tiver em mente porque nós vamos na escola.

- QUE? - eu gritei parando no meio da calçada.

Logo em seguida uma mulher esbarrou em mim. As calçadas de Nova Iorque eram como o trânsito. Não era possível simplesmente parar de repente.

Rosalie me puxou para que eu continuasse andando.

- Você não tem com quem deixar a Nessie. Tem que colocar ela na escola. ÓBVIO!

- Mas como assim escola? - perguntei assustado.

Eu sentia minhas mãos soando frio. Agora não era uma, mas um bando de crianças.

- Aquele lugar que a gente vai pra estudar, se lembra? Acho que um dia você já frequentou uma.

É frequentei e não era lembranças muito boas. Crianças remelentas, trabalho de casa, fortões que botavam medo em todo mundo.

- Mas onde você vai levar ela? - apontei pra criança que ainda domia no meu colo.

- Na escola da Glorinha. É uma escola muito boa, e tenho certeza que ela vai se adaptar muito bem.

- Mas ela...

- Se você abrir a boca pra dizer que ela só vai ficar aqui por dois meses, eu te taco a minha bolsa. - ameaçou de canto de boca.

Franzi a testa e continuei andando.

- Me dá aqui ela que eu tenho que acordar ela antes que durma o dia inteiro e assim não vai nem piscar de noite. - Rose disse tentando pegar Nessie do meu colo.

Eu me esquivei. Não foi na verdade um ato pensado. Eu simplesmente não quis que ela saísse de perto de mim. Rose me olhou com uma sobrancelha erguida.

- Que houve? - indagou surpresa.

Deixe de besteira, Edward! - rosnei pra mim mesmo, e me chutando mentalmente eu passei Nessie para o colo dela.

O que estava acontecendo comigo?

Rosalie a pegou com facilidade (a facilidade que eu não tinha) e passou a mão em seu rosto.

- Hora de acorda, princesa! - disse dando um beijo na sua testa.

A menina abriu os olhos, mas com um pouquinho de manha tentou se manter acordada.

- O colo do papai é bom, né?! - minha irmã disse fazendo cócegas nela.

Ela sorriu e assentiu, encostando o rosto no pescoço da tia.

Então, meu colo era bom? Antes que eu percebesse, comecei a sorrir.

- Que cara é essa, meu irmão?! - perguntou me tirando do meu mundinho particular.

- Que cara?

- Essa de babaca! - falou sorrindo.

Ri sem humor e andei um pouco mais depressa vendo que estávamos perto do estacionamento onde eu tinha deixado o carro. Entramos rápido e fomos para a casa de Rose onde íamos almoçar. Enquanto eu estivesse com minha irmã era tranquilo, o pior era ficar sozinho com a menina. Ela me lembrava muito...ela.

Isabella Pov

De: bellamariesw@yahoo.com

Para: marylilicebrandon@yahoo.com

Por favor? Me dê notícias dela. Estou desesperada!

Porque você demorou tanto pra chegar em Washington?

Pensei que você ia sair de Nova Iorque sábado de tarde. O QUE VOCÊ FICOU FAZENDO NAQUELA CIDADE?

MANDE NOTÍCIAS IMEDIATAMENTE. OU EU TE MATO. PORQUE VOCÊ SABE QUE ESSA IDÉIA FOI SUA. EU NÃO QUERIA. NÃO QUERIA.

De: marylilicebrandon@yahoo.com

Para: bellamariesw@yahoo.com

Desculpa, mas ainda não sai de Nova Iorque. Só saio hoje a tarde.

Eu ia sair ontem (sábado) na parte da tarde, logo depois que você entrasse no avião para a Alemanha, mas tive algumas coisas para resolver e acabei dormindo essa noite na cidade. Meu avião sai em duas horas.

RENNESME ESTÁ BEM! MELHOR IMPOSSÍVEL.

Me encontrei ontem na parte da tarde com Rosalie e ela disse que Rennesme e Edward ainda estão se conhecendo, mas estão se dando bem.

Hoje de manhã eles até foram comprar móveis para ela.

A idéia foi minha, mas foi necessário. Esse tempo aí fará não só bem pra você, mas pra sua filha.

De: bellamariesw@yahoo.com

Para: marylilicebrandon@yahoo.com

O QUE VOCÊ FOI FAZER COM ROSALIE? PODIA TER SÓ LIGADO!

Mas ela está bem mesmo? Ele fez alguma coisa com ela? Se ele tiver sido um pouco menos do que extremamente delicado com ela... eu como ele vivo.

Ela se alimentou? Dormiu direito?

Alice, por favor, eu preciso dessas notícias. Me entenda. Eu sou mãe.

De: marylilicebrandon@yahoo.com

Para: bellamariesw@yahoo.com

Eu fui me encontrar com ela... porque...é mais educado do que ligar.

ELE A TRATOU EXTREMAMENTE BEM.

Ela dormiu a noite toda.

Ela comeu.

Ela está em perfeita saúde.

E por favor, se preocupe mais com o curso que você terá que fazer do que com sua filha aqui.

Ela está com o PAI agora. E eles estão se dando bem

Sei que você é mãe, mas tenha paciência, Bella.

Tenho que parar de mandar e-mails e terminar de arrumar minha bolsa.

Boa sorte. Nos falamos depois.

Fechei o computador e pus as pernas na cadeira as abraçando com força.

"ELE A TRATOU EXTREMAMENTE BEM"

Será mesmo?

Meu coração estava muito apertado. Como se meu peito estivesse sendo esmagado por uma bigorna. Eu não sabia se estava realmente preocupada por Nessie estar longe, ou por estar com Edward. Eu não devia tê-la deixado com ele. Estávamos tão bem da forma que estávamos. Sem pai mesmo. Nunca fez falta por todos esses anos.

O pior de tudo era a dúvida que me corroía, e se depois que meu curso acabasse e eu tivesse que ficar na experiência por um ano em Nova Iorque, será que eu ia conseguir ficar longe dele? Mesmo depois de tudo que me fez, ainda era dificil pensar que nós ficaríamos tão perto em poucos dias. Mais exatamente 60 dias e eu teria que enfrentá-lo frente à frente. E depois, morando na mesma cidade. Será que ele ia continuar querendo ver Nessie ou ia esquecê-la como se ela nunca tivesse passado por sua vida? Se isso acontecesse mesmo, minha filha seria a única prejudicada e sofreria. Com certeza se acharia culpada por não ter atenção do pai. Pai não. Ele nunca foi pai. Eu chamaria de provedor. Foi pra isso que ele serviu e só.

Flash back on

Acordei sentindo o lençol em volta do meu corpo e uma mão que me fazia carinho despreocupadamente. Levantei o rosto tentando não chamar a atenção dele e encontrei a visão do paraíso.

Edward sentado ao meu lado, estudando pra faculdade. Levava uma expressão um pouco cansada, mas parecia feliz. Até que ele virou o rosto e encontrou o meu e seu sorriso me atingiu como uma bala, causando todos os tipos de emoções dentro de mim. Ele largou os papéis e o caderno na mesinha de cabeceira e se deitou ao meu lado me abraçando.

- Pensei que fosse dormir pro resto do dia. - sussurrou no meu ouvido me causando um arrepio.

- Porque? Que horas são? - perguntei me aconchegando no seu peito e sentindo sua pele no meu rosto.

- Quase onze horas. A Alice até já te ligou. - ele deu um risinho baixo.

- Então quer dizer que "minha mãe" já está atrás de mim. - ele riu e puxou meu queixo pra cima pra que eu olhasse em seus olhos.

Aqueles lindos olho verdes que me tiravam o ar. Eu não me importava de ficar completamente ofegante cada vez que ele me fazia olhar pra dentro daquele mar. Meu mar. Eu tinha a certeza de que era meu, porque ele não cansava de me dizer isso. E eu não me cansava de ouvir.

- Sabe, sua "mãe" ficou bem irritada quando eu disse que hoje você não ia para "casa" - ele brincou com a forma que eu chamava o hotel.

Foi então que eu me manquei. Porque eu não iria pra casa? E acabei deixando isso transparecer demais.

- Curiosa, meu amor? - adorava quando ele me chamava de "meu amor".

Eu me sentia como parte dele e ele parte de mim.

- Um pouco. - confessei baixinho.

- Você não vai pra casa hoje, porque você vai ficar aqui. Comigo. - ele deu um sorriso torto - Minha!

Fechei os olhos sorrindo com aquela afirmação. Edward se moveu devagar até alcançar meus lábios e me deixar completamente tonta e a mercê dele.

- Te amo, Bella! - sussurrou me fazendo sorrir.

Eu nunca mais ia querer sair daqui.

Flash back off

Edward Pov

Rosalie entrou no apartamento com um sorriso diferente.

- Bom começo de semana! - falou assim que eu abri a porta.

- Não desistiu da idéia de matricular ela na escola da Gloria.

- Não. Aliás, onde ela tá?

- Dormindo. - respondi sem vontade.

- Então vá acordar sua filha. Vá vá! - disse me enxotando.

- Eu? Acordar ela?

- É! Qual o probelma? Crianças não mordem, Edward. Quer dizer... a maioria.

- Haha. Desde quando minha irmã virou uma piadista?

- Desde quando meu irmão tem medo de criancinhas de seis anos?

- Não tenho medo... só não quero...

- Criar laços. - ela me cortou com a resposta que ela queria. Seria verdade? - Você não quer amá-la, porque sabe que daqui a alguns dias ela vai embora e o pior de tudo... É a Bella que vai vir buscar ela. E você tem medo de rever aquela garota... bem... agora ela é uma mulher, certo? Você tem medo de se aproximar de Nessie porque ela é ... a cara da mãe.

- Não quero mais que fale isso pra mim, okay? Só estou te tolerando até agora porque você é minha irmã e porque preciso muito da sua ajuda. - rosnei antes de sair em direção ao meu quarto.

Eu tentava não pensar no que ela falou. Não era verdade. Não... era!

Abri a porta e lá estava a pequena dormindo abraçada num ursinho de pelúcia.

Encostei a porta e me aproximei devagar da cama.

Me sentei na beirada e encostei devagar no ombro dela.

- Rennesme?! - dei uma pequena sacudida - Acorda... er... nós... quer dizer... sua tia quer levar a gente na escola.

Ela mexeu os dedos em volta do rosto do urso marrom.

- Rennesme?! - chamei novamente e ela abriu um pouco os olhos.

Tirei logo minha mão de seu ombro.

Os olhos dela eram extremamente verdes na parte da manhã. Como os meus. Pareciam duas esmeraldas.

Ela ainda piscou algumas vezes até se tornar consciente de que era eu que estava ali.

- Hora... de levantar? - perguntou levando as mãos até o olho e coçando.

- Não faça isso! - falei segurando sua mão e abaixando devagar.

Eu tinha medo de machucá-la.

Ela me olhou entortando um pouco a cabeça.

- Er... é errado coçar os... olhos. - falei não reconhecendo minhas próprias palavras.

- Ah! - disse simplesmente.

Nós ainda estavamos segurando a mão um do outro, quando ela perguntou:

- Eu tenho que ir pra escola hoje?

- Não. Sua... tia... só quer te matricular.

- O que é matricular? - disse se sentando na cama.

Cara, eu sei o que é matricular. Só não sei explicar.

- Er... er...- ela continuou me olhando com uma interrogação.- Eu te explico depois, tudo bem? - ela assentiu e sorriu de leve.

- O senhor que vai me levar pra escola ou a Tia Rose?

- Me chame de "você". - falei puxando o edredom.

Com o meu movimento o ursinho dela acabou caindo no chão do quarto. Ela arregalou os olhos e apontou.

- Pega! Pega ele! Pega! - falou apontando freneticamente.

Me abaixei e busquei o urso entregando na mão dela.

Ela deu pequenos tapinhas no pelo pra tirar qualquer poeira e depois abraçou.

- O Fofo não pode ficar no chão. - disse com o som abafado pelo bichinho que cobria seu rosto.

- O nome dele é fofo? - perguntei segurando o riso.

Ela abaixou o urso pousando ele no próprio colo.

- Isso...é que ele é muuuuito fofinho. - falou estendendo o "u" com um bico.

Eu ri de sua carinha e ela se levantou ficando em pé na cama.

- Olha só! - disse passando o urso no meu rosto.

Ele tinha perfume de criança, mas logo ela o abraçou de novo.

Por estar em pé na cama cambaleou um pouco sobre o edredom e eu a segurei para que não caísse. Ela sorrindo apoiou a mão que não estava segurando o bichinho no meu rosto e fez carinho devagar.

- Espeta! - concluiu sorrindo.

Eu não havia feito a barba e deveria estar mesmo espetando.

Os olhos dela brilhavam como se tivesse descoberto alguma coisa nova e eu sorri como ela fazia. Espera. Eu precisava...

- Hora de se arrumar! - falei tirando a mão dela do meu rosto e me levantando.

Ela me olhou confusa.

- Tia Rose vai subir pra te ajudar, tudo bem?!

Ela se sentou na cama e assentiu tristonha.

[...]

- Sua extrema sorte é que eu estou de férias. - Rose resmungou fingindo mau-humor - Que horas você vem buscá-la?

- Não tenho hora pra sair do escritório.

- Entendi! Às seis pra mim também tá ótimo! - debochou.

A olhei com uma sobrancelha erguida.

- Rose?!

- Agora você é pai e não tem horários irregulares.

- Compreenda? - pedi enquanto abria a porta do apartamento dela - Horários irregulares significam salários regulares.

- Você tem dinheiro suficiente para se aposentar hoje aos 26 anos. Pare de ser mesquinho! - rosnou entredentes

- Esqueceu que agora eu tenho uma... criança pra alimentar.

- Uma criança, e não um rinoceronte, para ter tantos gastos.

Dei uma olhada para dentro do apartamento. Rennesme e Gloria assistiam vidradas a um episódio de Bob Esponja.

- Tudo bem. - falei finalmente - Volto às seis! - dei um pequeno sorriso e fui até o elevador. Precisava chegar no escritório o mais rápido possível, antes que Jasper quisesse o comer vivo.

[...]

- Bom dia Mel. - eu disse a minha secretária.

Ela se levantou num pulo assustada.

- Alguma coisa pra mim? - perguntei praticamente envergonhado.

Afinal, já era hora do almoço. Isso não era exemplo que eu gostaria de dar aos meus funcionários.

- Na verdade... - ela foi cortava com o som da porta do meu escritório se abrindo com raiva.

Olhei pra trás e encontrei Jasper no me espiando lá de dentro com cara de poucos amigos.

- Acho que sei o que isso significa. - falei sem humor pra ela.

Segurei minha pasta com força e andei até minha sala. Assim que entrei, Jasper fechou de novo a porta. O ambiente estava um pouco escuro por causa da cortina fechada e eu fui logo abri-las.

- Parece até que o escritório tá abandonado, né?! Essa escuridão... esse ligeiro amontoado de processos na sua mesa. - ele se sentou no sofá que eu tinha e olhou com raiva pra mim - Espero que tenha uma boa explicação, não é mesmo?!

Segurei um grito que veio do fundo. Bem do âmago mesmo.

- Na verdade... - disse tentando não elevar minha voz - eu tenho motivos... convincentes.

- Então, exponha-os. - respondeu debochado.

- Tem certeza? - indaguei colocando meus dois pés sobre a mesa e me recostando na cadeira.

- Fala logo, porra! - rosnou alto.

Olhei pra mesa me concentrando demais nas pastas que estavam, como ele havia dito, empilhadas, e tentei prestar atenção na textura de cada folha enquanto dizia:

- A Bella... voltou. - foi a única coisa que eu consegui expressar em palavras.

Pela minha visão periférica pude o ver se ajeitando no sofá.

- Você... disse... Bella? - indagou surpreso e receoso.

Levantei o olhar, mas não encontrando o dele. Dessa vez tentei encontrar simetria no lustre simples e moderno que paraiva sobre minha cabeça.

- Essa mesmo. - falei com dor.

Tudo bem, não era a verdade o que eu estava dizendo. Bem que podia ser. Eu queria encará-la só mais uma vez. Mas essa era a forma mais apropriada de começar a contar tudo pra ele.

- E o que aconteceu? - perguntou nervoso - Quero dizer, como vocês se encontraram? Como você... como ela reagiu?

Finalmente encontrei os olhos dele e havia um misto de curiosidade e preocupação.

- Na verdade, eu não me encontrei com ela.. totalmente... Só com uma parte dela. - uma parte que estava nesse momento assistindo a maratona de desenhos da Nicklodeon.

- Uma... parte?

- É...- tirei as pernas da mesa e me inclinei mais para frente - Eu não me encontrei diretamente com aquela mulher, mas acho que se isso tivesse acontecido seria mais fácil - está aí uma verdade - Pra ser completamente sincero, eu nem percebi que ela estava perto, mas a presença dela me afetou de verdade.

- Edward, explica isso direito. Não tô entendendo nada!

Levantei os olhos pro teto novamente.

- O nome dela é Rennesme. Ela tem seis anos de idade, lindos cabelos castanhos avermelhados e cacheados, um grande par de olhos verdes, e uma semelhança imensa com a mãe. - abaixei o rosto o cobrindo com as mãos - E é minha filha!

Alice Pov

Olá, você ligou para Renne e Phill, nós não estamos no momento. Pra falar a verdade estamos num cruzeiro no Caribe, mas deixe o seu recado e assim que nós voltarmos te retornaremos a ligação. Beijinhos!

BIP

- Renne, sou eu, Alice. Como está o cruzeiro? E o Caribe? Aproveitando sua segunda lua-de-mel? Aiin, eu espero que sim. E como tá o Tio Phill? Ooops. Eu sei que ele não gosta de ser chamado de Tio, mas é o costume. Bem, eu sei que vocês ouvem os seus recados de tempos em tempos. Então, assim que ouvir esse, por favor, me ligue. Preciso te perguntar uma coisinha mãezinha Renne. Milhões de Beijos pra você e pro Phill e não se esqueça de comprar uma coisinha pra mim. Sei se esses cruzeiros tem umas lojas lindas e eu jamais me incomodaria se fosse lembrada, tudo bem? Tchauzinho.

Oi, você ligou para Rosalie Cullen, no momento não posso atender, queira desejar sua mensagem e tão logo que seja possível , retornarei a ligação. Obrigada!

BIP

- Oi Rose, é a Alice, não sei porque mas seu celular está caindo direto na caixa postal, então desisti e resolvi deixar mesmo uma mensagem. Tentei ligar pra Renne pra perguntar sobre aquilo que conversamos naquele dia, mas como eu disse. Ela está num cruzeiro com o Phill e provavelmente só vai responder meu recado em uma ou duas semanas, enquanto isso, gostaria que você me mandasse mais coisas sobre a Nessie, na verdade, estou sendo hiper pressionada pela Bells. Ela quer saber até se a Rennesme está tomando banho e escovando os dentes, aliás isso está me enlouquecendo , mas você deve entender porque também é mãe. Agora eu tenho que desligar. Beijinhos!


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Notas finais do capítulo

o que acharam?